You are on page 1of 13
anatol rosenfeld TEXTO/CONTEXTO iw SHAKESPEARE E 0 PENSAMENTO RENASCENTISTA, 1. Made Média ¢ Renascimeno ‘Quem preteadesse apeende, numa fSemula filo: sofia simpifeada. 9 atsormagio ave se verifies a assgem da Tdade Mila para a Bpoca Moderna, sen- sea tetado a duce que 0 penamento tende arse, de um modo crescent, nominal, Na Ide “Média prepondera orelismo concitaal ou da wive- sila: nomes cancéites como “homem”, “hrvore™ animal” corespondem esséncis ou formas, manier tas mio somente nos proprios sere stim denomina- os, mas chepando a preedéos, vito que as Hie ns ee are 0 ais tm wm ser interpora no “Topo vino”, mesmo fates de haverem sido crindas st eotas temports © individuals Ao erlar eats Glia, Deut at moliou onforme et at ov univers eat como muito sageiros.pereciveis, ao pass que aquels so atempo- ‘ais, etemas.O homem individual envlhece © more, ‘at dein de horem = se conceit ou, melhor, © objeto deste concrito — subsite eno ¢depradada pela tmatevalidede temporal (© realsmo conceitual ligase tntimamente & visto hierirguica da Idade Media. A plenitude da realidade no rete no milo mundo sensivel que nos cerca € ‘sm no prmeire principio, na causa e oigem de todas ‘8 cota, no ser Uno sboluto em que # multiplicidade os fendmenos particulars se encoata, na sua ssi, fou mat suas exténcig,prefigurada, dete principio supremo que emana e se "desenvolve” 4 multiplied process de desenvolvimento em sentido modern es, antes, de um processo de degrada. A perfeio mini a etctla decendente dor arcnjon, anjs, - fafins © querabins até os organisms terenor © mate ring € a esa diminuigio na esala do Ser corespon de também um deerescimo na escala ds valores. Quan- to mais dstants os entes se encontrar do. prieiro principio. fonte de todas ae colts, tanto menor € 404 valor € 2 plenitude de seu ser. Este pensamento neo- Platice impregnaprofundamente todas 36 concep et Imedievas, embora no coresponda exatamente& blo sofia oficial, A cosmologia meevalafigua-se anslo- 1 a esa visto mettscn A perfegdo ea eeridade Fesidem no mundo dos corpos celeste, fete do uinto Debaino deta ‘fern, it €, debaixa dat exer asraise superines no mando sublunar ou tertene. tudo € composto dos ‘quatro elementos (ar, tera Fogo. gua) €0 que € com posto forgosamente se decompoe. _' pensamento se {pica sinds ao proprio mondo tena. Hi a hierar hia religos, detde 0 papa, no pice, até os gaus inferiores do cero, na base; da mesma forma hi, no mundo wcular, partido imperadar, a esaladesoen- dente dos principe, duges,condes © demais vases, a © pove mido. A fore, 2 perteio, © valor mé- mor reside sempee na cipula,emanando da pare of degra inferoresDifcimente se admire ein _de que o poder enana de beixo (do pow). Ele / propaga de cima, dos mais elevados representantes de Deus Este, merct da gra diving, os munky deste poder. Da mesma forma sera iaconceivel a concep {0 de um desenvolvimento acendente, da amebe até 0 homem, ou de que 2 verdadeirarealiade se situa sn onl isa visto hierirquice é evidentemente, trca. Deus € centro do ser ede todas as copies. “Tudo € vst € consebdo ® part Jo Prmelroprie. io, « partir de uma divindade bondoss © todo pode: Fora, Devore data armenia universal de uma ordem fm que no hi Igar para eign oniverso medi ‘al €'um vnivero “expledo™ Todos os procesos temporas correspondem ao plano prefigurado de Deus 580, porunto,imbuides de sentido, embora de um Sento ‘por vere inieavel 3 mente humana, Em ‘tia aise, tudo faz parte da Histria Sagrada que se estende desde Adfo ste 0 Dono Final, Neste plano, ‘mesmo o mal tem seu ugar providencial visto cont te. O malfetorcondenado ao fogo eterno ni € gure ‘ripen; sre apenas o castigo que the cae. Tampouco tei 0 martio do santo. Com se sari cum re um destino exelso para maior pia de Deus. Nem pode Ser trigica a paix de Jesus: Deus nto € peso- sagem de api, nem meso ou sua canto Em termos filostios (pondo-se de Indo os fo- res poltico-socais,econdmicos, a poderos ifluéncia ‘as devcobertas clentfieas ivenges tenes), abs to da visto medieval manfesta-se a radialiagto do nominalismo pelos fins da dade Média. Segundo 0 nominal, Somente is coisas individu, tempor, eve ser atibuida plena realidade. Os conceitor ge. ‘que elas formamos plo proceso de abstagio ‘io apenas “nomes” (dato temo. “nomiaalso"), “penas “sopro de vor”. A concctosgersis ou univer: ‘lat como “animal” ov “homem” nada corresponde os pris seres, nem em qualquer cues paste. Os ‘concetos so apenas recursos mentis com que clas sifeamos de modo econimico a multipicidade dos sees reais B bem visivel que a0 nomialismo se liga uma ‘alorizao muito mr do individual, do mundo tem poral 2 0 Teatro ¢ a Cosmovisao A decomposgio do essncialsmo medieval, ex: essa no avango do nominal, cortesponde o lento esaparecimento do palco medieval mat caracteitico paleo simultineo. Na cena simltines do teatro me iva os vris lugares em que se deencla a pani de Jesus — Belém, Jeraslém, 0 palicio de Plats, @ Paras, o inferno ete. — extvam de antemBo just Prstos mum estado, is vezes muito exten, Essa snl faneidade (imedatamente visivel a0 pico, visto que iio havia © pano de boca) é expresso de um penta Imento que concebe a sucesso temporal como petigurn- 41 etemidade stemporal do Togor diving, Septndo ‘Sto. Agostiaho, a temporliadesucesiva € apenas a rencia humana, A cteidade dvaa é a simtaneidade etevos os tempos: nea, 2 orgem coincide com fi, © paleo simltineo ¢, pos, a cenarizacio precisa de uma coneepeio segundo a qual pleitde fal cabia 18 esséncit intemporair na mente divina ¢ alo & sua oncretzario. mateial_na_cessio do tempo, No ‘Auto de Adao (séevlo XII), 0 primeio homer, ex- bora terrvelmentestustado por ter cometido 0 pecs 4o, manifesta dade logo 0 seu jubilo por saber que seri redo pelo sacrifcio de Jess. No plano ho- gota da sucesio temporal, como ser hurano em- rico, treme ante seu peeado: mas come “een” tem acesso erteal 30 mando divino © sabe da diving provincia redentoraém que ido tem, dade sempre, Seu lugar certo — mesmo’ peeado que provecars fxpusto. do. paraiso. A graga divin que redid ‘Adio jf & em todos os momento. Me cosabdo, a Personagem conhece de certo modo 8 Mitra Sagrada ‘exde 05 incios até © Juito Final. A imagem dea ‘conceppio € © paleo siultneo do miséio medieval ‘em que fends singularese india adn <0 Sento desdobramento de uma realidad absolut, des de sempre. pefigurads no logor divino. Vé-e\ bem ‘que semelhante pensamento no € condo favoravel 420 tapico e nem seqer 40 "dramitico™. que nto Somente pubic (io dumb no teato Free) ‘ms tam pris esnapm coe 0 1 de (© Renascimento, evidentemente no signi uma ruptura repentna com o pensamento medieval, Con- epgées renascentistas he not em plenaIdade Me din ideas fundamentais do medievo exercem grande oder ainda em plo século XVIII. At brechas Bo ‘parecendo pouco a pouc « amplam-se cada vez mas. © nominal. a valodzacéo maior & maltlicidade dos fenémenos snsves. cori lentamente as bases do cssenciasmo hirirquico. "A ralidade experiments eos sentidos adguire nova impertinca. x obersagso a LT os fendmenoseatimola as citacias empires ¢ ets de combinagio com o cileslo matic, compete {eM autoridade com or sntemas exolistios medieval, Toda a cosmelogi srt, com suse esfras sie ‘is spraterenay, de pereio absolut, das por leit ‘utras que as que eioam no mundo aabluna, terreno, tofre 0 impacto da revraolta copemiciana © do pen: samento de Keple. Agora jt ado hé movimento mat perfeitos € menos perfeios, nem distingso ent 0 mon- 0 superior inferior. Todos 0» movimenton quer ‘dos corps celstes, quer dor terrence, obedecem 38 Imesmas leis univer Para Gordano Brno, que n- Terpreta_pensamentos fundamentals de Copérico er termosfosticos de teor pants, o univers ifn, impregnado e animedo pelo exprto de divindade ji io presenta lugares pelerenciais, pone ropeioes « inferiores. 10 univeso € um Todo, onde tudo € in. | tertelacionado © movido por foeatineras, A divi ‘dade, alma da nossa alma. ¢ também a sma de toda 9 ‘A destrigho do eaquems cormoligico antigo medieval — com a tera imével no centro © a8 esleras Planeiras movendose em trno dla, enguanto no ex- {remo se encontram as esleratfxat —— lev, no pense mento de Bruno, necesariamente, A concept deve pf qualquer lugar em que née nor encontremos pode se? onsiderado ponto cen. (Desde que © horzonte se Torma, reforma e modifies constantemente, segundo © Aesocamento do observador, & evidente que toda de- ‘erminasio espacial tem de ser reativa. © universo parece diferente 2 qoem o contempla da tera, da lua ‘¥ de qualquer ouro corpo celeste. E vist que ter [rm none er conte pe de et p> \reocia fixe, © movimento tormase iualmente relative fe com fas, da mesma forms, 0 tempo, que € medio pelo movimento.” Ndo se pode afirmar (apestr de ii 4 tr afrmado) que tise semelbantesidéas de Gue- a, wan cake © itv rela de Se eae pial ye nfecdino da agrde c ‘ano Bruno lenham nflado drtamente no pensamen to de Shakespeare, embora o fsofo tess vino de rante certo tempo aa Tnglatera etalver howvesse mes mo encontado o dramaturg. Cela iis de Bruno So aqui de leve sugenidas por satomitcas da ‘onmovsio renatcentista, Extavam uo ar. Mesmo #© Shakespeare no tvsse tido enum contato com 0 fi lésoo, certamente tera absorvio tas concepeses. ~ A iden ds eatidade espacial, de acordo com) ‘ea, descosecids da Idade Média, como recereo pars Conguistar. em termes rtsios, © mundo trend, a \ reliade dor fentmenoe tensive ee (ental O-mundo-€ relatvizsdo, visto em reap a tenet che > bore eT oospornk gama dye. Se opte 2 um oniverso gue cra Este apresenta © homem como mum mural iment, sem rofundidade plistica ou pricldpcs, merpulhado no ‘mundo. vasto™ da narrepdo ibis, nerd nat ‘mansbesjastaportas,& semelhanga des esculures nos © pao simulinee ins guts me omen." ton Goto etaiC omen € poe sam a> ans a a ‘woo pa, o plo do frag vl de seman pats spars rt rn ian Co ia eee ele ccna tence se Bande pune © ene tl ncn Ieee pes casio wanes le aeaecie essay erase ei sn mrs Masbate are fe se ‘so mods pee ferrin mene tos, segundo a providéncia divina.- & a sua agib, bro- eal leat o eee oir ime pot pe de anomie, TH 2) (opie rn as ment ose os srk | spol, lomenee.geananent.'s aS) kmado [Pus susan" Ces petpesio: seme ‘Se tern eps pubo © pace separ to ladopente pr unin Wd ds se. pers AcGena eisabeR}SHH a meio camiaho eae Sa ascitoore tans gee stacy 2 sor ex] \ressio.mixima 56 hem mais tarde palo de Sha eapeare tem ainda tes panos (e outras carter cas medieval). Estes planes, porem. 8 no represen tam Tugaes predeterminades. segundo’ uma, dimensio ‘essen iniemporal. em que a sicesi0 doe aconte [ments se apaga na simullaneidade imével do logos ‘dina. Ao contririo. Os lugares sucedem-se nim fempo ieecuperivel; a agio tem lena atualidade ¢ unite dramatic: Heri Viv 3 Vag ‘of ¢ epsio. parte € rellero da Histra Sagradah, 130 vivem-na equ € agora, hic ef mune, 24m universo que ‘to € mat “expliado”,traneparente e ordenado, mas ‘gu, partcularmente nas grandes tapas, parece pot ‘ezcs un mundo visto a partir da perspecivasubjetiva ‘¢-angustiadn dos heris. Com efet, cada pega de ‘Shakespeare apretenta como que um mundo nbvo, d- verso dos cutos, visto partir de wm nv énguo Falta » moldura evel da cosmologia cist, a ordem predterminada Tudo iso se relaciona também com o fata. de que (@ Renascimento tem oma visio perspecvca da hs) tora, (0 teatro elabetano fi dspte do “io de um amplo mundo, de muitos passe tempos, i cunsincia que teatiiza © quadro absoluto dow valet \ terde ma 26 caltura. ss onsets bltrio-per pects falta quase po lteiro na Idade Média © isto e tal modo que ss percnage.- = <5 acontecimentor de epoca remotas era transpostos segundo a8 formas de vida. of trajes costumes do medievo. Pats tor- fse pereo cavalero medieval ¢ Ato um campo- és do aéculo X11 ov XIII, Mas para avis esse ‘init da Tdade Média estan variaggeshistrico-cult- ‘ais, esas pecularidads temporais no tinham impor- tnciaSomente no Renascimento, imboido da coneep- ‘io nominate, tae fenfmenos indvidoai € sngul- es past a revestinse de elevinci, 3. Ceveime e chogue de volores. Ces carsctrinicas mediesis, em avid, per sistem no teatro de Shakerpeare Em muitos os, 1. exy nn mistra dae clases soins, do elo ato ¢ “Bano. de erso e pros Shakespeare sepue em ceria medida a tadicdo anterior cjoinlx esi, peo- Sameno teol6gico & iesstico iias moras ainda = fotam sitdamente. Tudo iss, porém, € relativizado or uma viko de forte tendéncla secular © profana; Bt a Licrrenaera € vista com ot sentidos do nominal ba sua singularidade © individualidade inconfondves. Ot hers de Shakespeare parecem der com seu conten Monta lia, € et 9 nos exe) (Eta que pouimot*| Hamlet chega a se, no fond, ta pegs Se did aoe acre de tice vale tambo aera do gue acotce apis # more At desgoas ue 4 stem sobre hes rigor de Shakepeare no precem prepriio por xr a ‘a. So conde seeps do ic mind Ge, divs, vem ¢tfrem. Ramen fem ‘impreo de gue ensmento do Alem fare hiv quer das pera no seu ta, qr do compen tamer dos protons. [0 ce shure temo {mo mand shakesperao, cn pores vines te! [rene ane 0 dnino dor perenpen,~ Ee Mata of Romer por bigoted Gln em Rel Ler arate € wget verb ft a Ao rete namo mundo trend Masih, cade mere de mcima forma como morte a noete Lady Mac € ttf, As aha Se Polio (Homi) nko ttm feshuma proprio com soa meri eo fim cr de Corin (Re Lear) nko em neu jtentes et temos moras. Dedémons (Ore) Ola (Mami So apenas fact. snd sno ania Sem ivi pb pes pi prot as con ‘ep de uma jig masta, iagando Macbeth no nem, Hamlet no porto € Corda ne ct. Mas a pest como tao sptem 6 nt ite fm ul rei fta, Nio seem tmpouco one toda, a jitegio de Des dant do mal nem tm mundo tamdnio em oe, pd» Conese metal of males apenas prin fla de er tee. astcia do tem, sombre Tekst a te indpensvel do td hance O ma mu ob Shakespeare, per em Macbeth, Ol Rt Lear, ou Hamlet, € de sbmanciadade macs; saseando-e, cootapa & cortompe univeo\ fo com tamaaha fora demoniaca que seria rieslo cosier-lo mera egacto on pevagto, Hi um tere! realm pico Ipc em Sakerenre lane odo pi (Chate asse peep ET eee esa “Seas grandes etiminre, Macbeth, [ago ou Ried Il tse sino exalt» wa propria capaidade de di simula ee gaa anacronicamente de poder tes formar 0 proprio Maguiavel em alamo (Hewigue V1, 3. pare, I, 2) — sto retaton magia dow abot humanok Ma ees rater 0 lo proetador con: trae pao de fundo do pecado original no 0 por: tor em tees religions. (Sia, inpesmens, Taos hit (iii, enbmenos_aalpeo-nonss_(ow_amors), em segundo Magne que, como j vein Bacon, | dexcreve 0 que or homens faze « oo que dover) teat sinpemente verte gv iv ode (Maier 1.3), earateiando 0 honem come ser i. tig numa pera cein de disimslgto e miseara, em ve stores eas fngem apresentar 0 homem fiogindo, = difram em homens que se dsftgam ¢ outs Sores resi apetentim stores tc ome se fem rex mortando personagee ie de sepundo Ba 2 outras personage tas que fingem ser 0. qe Mas hi, em contrponio, valores posts, gal mente sstncns — 8 leakade, a oxdem, «mode ‘fo, a serenidade, a grt, a jt asbsdois — preemamente chaque de Tora posites © nee tas aban podem de mace eid, qe one UWui'e teageldade dene univeno dirseia mange traiitade. que € inencebvel no harmonica mundo ImeievalPoiso treo €inompatel com qualquer forma def reliposa que pare dn iia de um Deut esta, enpotentee de ramm bondade. O tbc nfo Ve ove Ser concebdo num unverto que se afigura onde: ‘ado e tampouco um universo tido como totalmente abwurdo, preciamene o abalo da coumovisio me- diva eda ordem estabelecid, através do pensamento «© da realidade polticesocial do. Renasciment, 0 sur {Bir de novos valores em chogue com os anteriores, n= «da amplamente recoahecids e ainda de real autoridar 4, qu cra 0 terreno fet pura 0 tripien, Por 0 Io temos propriamentetageias na eplendorosa de. matorga espanhola do séelo de care, profundamente Imbuida da visto medieval mercé do vaso movimento <0 Contra Reforma fei de Ham Mio- puree ai aver malo psolutos. "Esse relativiemo invade também o terreno tora O homem é cma puso soa Poigrn a ‘edi eta coun “Em i amt & "Easel ne oemepremenmo:ope ing a coma dea daguie mantra expine st co ‘cto tal eademente ita be fonetiel na lade Média E's dvs de Mommie, Charon, de Tt de uns ouroepesadeee O que ¢ sored extnordadro cm Moston ¢ ts tama do Reascinento — es em pene conor inci com 0 pemsamento pepsin le Chords Broo —é gar um home ole fecal us tomem ¢ ese homem & ae mmm ceo do mung meds de td te Cote." Menge no 20 pk tuto pert, mats quem fore par cot mat {elas que ns mesmo, ge ov pep nen. Pot ima que muon” es "dheriqun™ Pat se 66 [Reser fandom homem prec ser ue erm fee Se ee wm balangar petene. Tost a cole nee ewlam fem cesar: tera, a rochas do Cdveso, as pedis * | do Egit, paricipando do balancargeral¢ tendo ainda 9 seu oscar particular. A propia constincia nada ¢ 4 [A diva eo eecisno so aor primordia #0) bivide Sento um baltvar mais lato. Nio posto far meu ‘objeto (ito é, 2 propria pesca; ele we api, cnfeo «vacant, em una embriaguer natura. No pinto © ser, piatoihe «pusagem (sto & 0 devs) — alo © evr de uma ade outa, como diz © pov Se ‘eieem ste anos, mas de dia i, de into» min to. Devo adapar minha hits &orn gue pte; eo Poveva modar muito em breve — odo 10 0 mev da {io, mas também miahe pépla mentadade™ ‘Algo deste espeto penton protudamene ae tra de Shakespeare € ¢ prtclarmeate vse om Hamlet Nada ¢ firme slid. No x6 © mando ov] (ite as cosas © or valores, ms também oppo ho-| | mem, foo a pari do qa! tudo ¢ foaado. | Vito “aro signindo da Yan plan de Hamlet — (Che tine is ov of joins "pe ext orn don ‘ontos) — comeya a crise tambem. Adgure um Fentido mai amplo que arapaun o coset, Ease ‘Spit ue, embora io acesaramenteinbuldo dine tor tnargo © penimistn, com componeta Importnte do Rensscimento,écaraceritio desta gran- de poy, no dizer de Gandalf + primeira tapi do espedagamento intimo ¢ da dor do mundo, o grande ‘sto & em que @ homem indvidl,Yeedose como seu | proprio sentido e destino, enfens, salto, © mundo eee experiments ‘ae ferel enimenta de corrapglo © aeCompigto que impeegna 2 peea. Hamlet tem uma verdadei ‘cbsesto da fgacidadee futidade da vid, {8 do que €expreso por Macbeth nos famosos version em que a vida se figura sombra vogant, agtandose ‘Por uma hora‘ palo, ume histrianareda por uma idiot, replet de “ruido efiria, sem seatio nesbum" (Mecbeih, V, 8) 5, ae sentiment da fugacidade da vide terena — ‘que se scentuaria particulrmente no mundo barteco ‘na dramaturgia de Calderon dela Barca — dg, todavia, ite cardter pungente somente quando nio cxite mat {6 abwouta na transcendence e eterna fe. Por isa, quando Calder chama a vide‘ sono considers os homem um ator no pelea do mundo, © acento € interamente diverso daqucle do texto shakes- pearano. A vida por si #6 € sem substincin para 0 tad expoente ds Espanha catiica — os valores Ihe vém do Além. Para Hamlet, poem, quando a vida se vezi, ada reata ten trevas abel, 4. Mirocoomo ¢ Mecrocasmo. Mas o nominaliamo renascenttasuscta 40 mesmo tempo uma traafantelibertacto do individue. © pes- simismo € contabalansado por um jubloso ctimismo, elo selimeato. de um radical detocadeamenta de fongas pencats Ao indo de Montaigne, ox malotes pe ‘adores do Renascimento, ente eles Nicolaus de Cuts (© Cusano) € Giordano Bruno, pociamam com éafse ‘que neahuss se, imbuldo embors da mesma substa- in divin, ¢ igual outro; em cada ser'© unverso se feflete de’ modo diverse, como num espetho cbacavo ‘e outra curatura. A valorzagso te desloca parn 9 prego da patiularidde incontundivel eiepet vel. Notamos ‘esa nora valorzagio aa obra de Shakespeare, através da importiciaextraoringria que rela €atribuda & piotra dos earacteres, Em stat ‘obras nada mais hf das absrataspersonagens de “mo. raldades™ dos fins da Vdade Média, pegas como p. ex Everyman, em que 0 protagnista Todomundo, repre. sentante do homem em gral, Ita pela gaya divina © Pela eterna talvasio,cecado por absirats personagens legis que represeatam a mort, at vires, o Bens terrenos ete. A cena shakesperiana ¢ povouda de per 136 Sonagentindviduaizadas ¢ caacterisicas, dotadas de ‘enorme plasicidade. Ni hd nem no drama medieval, rem no antigo, nada que se posta comparar a io. No teato grego 0 que importa ater de tido & a agi, Servindo 08 caracteresapenat para vistentla. Em Stakespeare, ao conta. miter vezes stem & ir ressio de que a apo se destina a expor os carecteres, “Aisles, com eleito,alrmars em sis te Pottica que "a parte mais importante (an consrogio dt. tra ‘idin) 2 da cxgaizagdo do: ‘01+ pois a tapi ia € imiugto, ado de homens, mas de ages... se o 0 fim que se preteadealancaro resultado de uma manera de agir endo de uma manera de ser... Sem ago nto hé tage, mas poderia haver sem os carac- teres". Podersein der que no drama ssego 0 card ter & fengio da ago, 20 paso que no drama shakes peariano 2 ag50 € funsio do cater — fato que em boa pare expca a consrupso divers do testo lugar e tempo te tomam em certs medida spérioas {quando uma nova unidade deli do carter central gue ‘omina seca “Talver se tna exagerado a pois polar da ramaturgia pee © shakespearina, pois Agila ni0 fatam os caracteres © 4 esta nfo costim (lar um ado tem devenvolvids. Mas nio hi divide de que a5 Personagens shakepearanas 180) de uma luli Ge, variedade muangada e riquera caractrsicainédita ie ero. HS certo prenincio disso em diversas pes de Gil Vicente que abe mesmo dar a peronagens atstrats e alegricas surpreendente plastid vital Esta nova vito do homem, 0. vilor dado a0 indiduo, € indbitavelmenterenascentsta, embora convenhaacrescentar que 2 acuidade pscokpia de Shakespeare talver no esse sido posive sem in lerloraagso e profunds autoranalse do crisianismo, 7 A plasicdade do caraceresshakespearianos tl ‘ios com 9 fato de eles tansbordarem da ago e Iutamente necessra para apresenar © destino do he- 16. Na dramatrgia ween her em geal ss trma sel nos tags indpensives 8 acto imedita. Esta conceppdo greg, que lopo se repetra na dramaturia ‘lain francesa, mio € 4 do tea elsabetane, Isso, ‘como jf foi exporio, € sobrtudo resultado da visio nominal, hatériea e geoprfiamente mais ampla cc viepda do Renascimento, da apresentagio de con- texte rele soiais mais complet e miltipos, da ‘alo.icago seentunda de cicunetlncassingslares © 40 ormeaor sensvel e caactestio, da mobildade maior fa pedpia cena elabetan Todo iso € rardo — © comteqléncin — de outa concepeio dramatirpen que favorece a acto mais epissdica; ago que nio se tem rigorosamente ao decurso esto do contito trigco. havendo dillogos, cenas,personagens que servem $0 ‘eronagem como Orrick, em Homie, alm de otras fongder,apresena-nor o|herSi em nova perspectv inthe o temperament, por rll, com novas us {a8 0 encontro com Osrek even, insataneamente ovat facta de Hamlet earacteriza Ihe, de modo ms ane, o vacate oscar, o devi “de minato 4 minuto” para falar com Montaigne. © quase um efeto de i Iminago impresionta que o autor obiém deste mao ‘Geags a este process, ax peronagens trantbordam da cio esritamente necessria e tomam-se palpavels de ‘uma forma quase astustadora, Podemos imaginlas perfetamente fora da apt, o que se alga dif no ‘ato do Bip, de Sifecies, ou da Fedra, de Racine [No entanto, apesar do aceatuado iadiviualsmo 4x raora dos pentadocesrenascentistas,o univer € oncebido como genta fotalidade em que tido etd em felagho com todo, em que nada pode ser separado de ada. A means alma cosmica anima todor om eats, 138 apesar de toda a sua singuardade monica, Também ‘iso Giordano Bruno € port-vor de un sentimento de vida eral que, em termos potticos,eneoarou ci taliagho exprsiva na obra de Shakespeare, Or seat hersie noe encontam ins” omente em “cam: pot” saint muito rns, mat vitem como que em cor respondéncia profunda com as frgas mas amples po- Gerona da natureza. Hi lames simpstticos qe oF ender as raiser do ser._As irvupes elemenares as sun paides se comunicam por cana miterionoe ‘com oF prpris elementos da natureza.Nio sabemos Se € a desordem esamica que # manifesta nles oo 6, to contrite, forgas demonlcas, irompendo. de den- "to dels, corrompem o univers O eine de Macbeth 2 fridas eausadas pelo sea pon no corpo do bon- oso rei Duncan “abrem brethas na natureta", peas ‘ais “penetra, destrudora, a devastagSo™ (Macbeth 1, 2). Em Rei Lear, Gloster, relerindose aot ultinos (eee eel eee ‘que natuera 12 entelagelada pelos elites dal omens "O amor esi, a amizade desert, of irmos Se derunemy; oat eidaes,rebelifo, aon campos, disc hes non palicion, tad, e ene fon pais rom fpemse os lagen” (Rei Ler 1,2). Na oie do ass. Sino de Duncan, toda s natucza & ainda na su or dem, Or cavlos de Duncan se toram sevagens, conta todas as orden, per a comer, como 26 qesem later cones of bomen cbegando mesmo a se devorsem mutuamente. Durante eeahum momeote 4 ave das tevas detou de guitar, a tera tee febre © wemeu (Macbeth I 2,3) “al visho posticnfondase na cosmolgia da épo- neste ponte idatiea em pensadores tho diveron ‘oma G. Bruno ¢ F. Bacon. homen € concebido ‘oma um microcemo que eine em si todos 0s ee Imentor do macrocosmo. Segundo Paraceio (1493 1341), famoso medic, alguimista€ pensador lemto, 139 a € semelhantemente, segundo Hleronimo Cardano (1500.1571), importante fidtofo italiano, tado tea fobre 0 homem e 0 homem atua sbre tudo, visto ue tudo € penetrado e impregnado de wma vnica vida © esta vida césmica concentase no homem. dice do mundo. Hé'um nexo de simpatia antipatia entre 0s nes, sracio do temelhante pel semelhante © rep so do desigual ante © desigual. Deste moo, podese fmtender a melncolia merida de Hamlet (e 8 sme- Tanga, angstia tevel de Macbeth) como um de- saranjo de seus elementos e homores¢ esa corrupeio fatima que, aa expressio de W. Kalght, o transforma fem embaitador da morte em meio da Vida, alate ovco a pouco, contaiando o ambiente, dsintegando ‘ lagot soins © solapando at buses do. propio Exado. Segundo Paraceloe outros pensadores da épocs, 0 homem — ser composto de forat teense, sderias fe divinas — reine em, si as propiedades os nie, tnimais e expos elementares (Agua: nintas,ondinas; tera: gnomes, pigmeur a= slides, vans; Lop lamandeas ete). Reflexor de tnt concepater encanta mos em pecs de Shakespeare, tis como Sonho de uma Noite de Verzo ou Tempestade (pense-se em Atel, c= co etéreo, e Caliban, espritoterico) Segundo tudo india, a flosofia moral © pico- login popular da época foram cuidadosamente estda- dd por Shakespeare. At autridadesprincpas no campo de pscologin comineavam 3 ser Hipécrates € ‘Galen, of grandes médica ds Antiguidade, Contorme 15 teovasento em vopa — todas taseadas nestes mee tres antigor — o homer contem no fev ser microcst- ‘mie, em cxtoca, 0 univer, Antes de tafe, on qua tao elementos — fogo, ar, gua e terra. O fogo € quen- tee seco; 0 ar, quente« umido: a Agu, fra emia 1 tere, fine seca, Estes elementos eno relacionados fos quatro humores: © sangue e, misturados a ee, © fet (bie), 0 feuma (ras) © 2 mslancoia (bile ne 1a, bago). O eangue 6, come 0 af, quenteedmido, © fel quente tzo (ogo), 0 leans, ioe timido (Agua) a melancolia, fia © sen (tera), "No corpo sdio i percto equilio dos clemen- tos e humore, De acordo com iso, of “espe” — cspésie de "poeums”,substinia aérea e forga vital — levadoe pelo sangue, podem exercer plenamente as wuas fungdes. Entre ests, on spits “animals” slo ot mais elevador: levam ot comandos do cétebro 08 vi Flor membros, asim como de outro lado a8 mensapens or senton 20 creo. Estabelecem, portant 88> IagSo entre corpo ¢ alma — doutrina antiga ques ex contra ainds em Descartes. Hi, na época, teorns mk ‘uciotmente elaboradas, indicando. qe tipo. de ho- ‘nem, com que temperament, comportamento © aspec- to, resulta de determinada preponderincia de elemen- tos ¢ umores — teorias que por vezes lembram 38 ‘de Emat Kreushmer e de san obra Constinipao Carter (1921). A teora dos temperumenton tated vse esencialmente a dos elementos ¢ da comple ‘fo quent, fa, Umida ou sim como nos humo- ‘es (lemperamentossanglnco — quentee tmido —, Aeumstico — foe Gmido —, elrco — quente e eco = melancslico — fio © seco). Elaboravam-se dros etabelas que iam 20 pont de atribu, por exem- lo, to lite de clhor ctstanhos ov 208 morenos de ‘thos azuis cela mitra particular de humors e, con Ccomitantement, determiaado carder, priclogis, tem peramento, comportamenta, quer na juventude, quer na fnela ade ou Made avangada. Hi, por exemple, uma ompleigh Gmida que nio se mostra favordvel na jo- Sentude; mat cone condgGes vio melhorando com a “lade e com a intensifiego do eae. Inivduos ass tem cabelosclarore olbor cients, so babtahos € fortes, mas no sio de mentee faa répids. 0 sanzue parclarmente ative na primavera (das oito as ws ra eee «4 note), 0 fe no verbo (das tuts is nove da manhd), ‘ melancolin 20 outouo (das 9 as tes da tarde, fleuma no iaverno (das ts as nove da note). De influénia consdervel no temperamento € compora- mento so sada a alimeatasto, bebidas, raga, regio eopstiea ee "Todos exis element, spontados apenas ligera- mente, explieam o maior ov menot dominio da rao fee ts pains, Uma da preocpagies fondamentais ‘4 floota moral da época reise no problema das ee- lagdes entre a vontaderaconal e ot apetes iraconsis; sinds feofos como Descartes © Spinora dedcaram 0 estudo desse problema obras famosas. De certo ‘modo, os problemas continuam sins hoje semelhanes, petty dese teorias pscolgiet teem pasado. pot ‘andes modifieagées. Na epoca de Shakespeare havia (5 ue seguiam a tadigio esti, segundo qual todas St paunéer so pemiciorr; prepondrava, todavia {radio arson erst, segundo + qual a sir das Daixdr ¢ considerada nocion romente quando alo 20+ Semadas pela ario. A virtde depende, em edna, do controle temperado exerido pla vontae rational. (© omer virtuoso distinue-se,conforme o pensamen- to araotelicn, por um comportamenta médio, mode- Fado, igualmente distante dor entremor © excetton, ‘Assim, a coragem, enquanto vrtde, €igualmente di tunciada da prcipitagzofurosa€ da corardin. ‘As pander Seemenes tendem 2 alert, por me: lingo dos “erpson”, = comporgfo. dor” Hamores, como de outo lado 0 individu, conforme sua com: lipo ¢ Seu temperamento particulars, ende 2 ser ‘tina de determinadas puindes exceativas, por inter- 1médio dos espritos desequilbrados pelos humores {eradon. A alia, por exemplo, paid tmidae quen- te, € natural nos temperamentos sanguineos, enquanto ‘ot melaesicostendem a tristeza, que ¢ fra e ten. ‘A titeza, por sun vex, engendra faimente wr dese rs ‘uiltrio de hamores ve fazem prepondear o humor ‘melaneslic, foto que por sum ver intensifen 8 trite 1, de modo que ccorre uma mitua indugao © inten ‘ieagt0 do desequrie, Pesquisas recentes mosiram que Shakespeare era ‘um contecedor ‘minucoso dessa conepytet, Unt ‘bea como Homer pode rer explicads, em certs medi 4a, como o tragéla do toe da aio profundos,r- sultando em melancolia patois, com total desequ- Horo dor humorere elemer: = frp que por ria YEE uments teor mérbido do afigi, H de antembo re- Taconada com 0 se tipo psicofsco. Oreo seria umn ‘studo pricoligico aprofundado do cme, segundo teora do hamores © das pandes da época. Rel Lear Seei atapéia ds cera em idade avancads, a0 pao aque Macbeth se aliguara como 8 andlie eata dt an- istin mérbida. Este esto foi feto por Lily B. Campbell, que prova ponto por posto que os hé sis conespondem 2 certs compleigio « mistura de ‘numores, dat se expicando 9 desequilio plguco € (© rumo patolgic de suas prinies © vidas. 5. Arte € Hii ais estos, como © acim citao, slo sem di vida de sande wtiidade, ainda que foe apenas no seatido de T. §. Flot, segundo o qual & provivel que fauna postamos acertar em se tatando de slum tio trande como Shakespeare. Ese nunca podemos acer. tar — prossegue — mais vale que mudemor de ver fem quando nosso moo de estar equivcados. Pata tesalojar um eto alo hi nada mais ef que outro ‘Com efeito, cad vito uniteral de Shakespeare us. mente unilateral. Todos os elementos de orem floss: fea e prialiea que foram aprsentados neste tabs: tho, mesmo 0 fossem de modo menos ligeiro € mais completo, mesmo se thes acrescetisemes ot fates 30° iolgios e biogdfieos, nlp poderiam expat gr eza de Shakespeare, nem 0 Valo etético da su bea Mas esse valor é, nda assim, inseparivel de todos fesse elementos, jf qu a obra ot integra uma. unidade completa € coerene que, consiuids por todot les 40 mesmo tempo os supera a todos. De certo mod, ‘obra de Shakespeare, al como a admirama, 180 te: Fin sido ponsvel sem as woras paiolgiat © oui= cas da époce. Sem elas, deerto teria sido diver ‘Temos hoje concepes diferentes, « teoria dos quatro lementos, dos “espites anima, dat “complet” {ci soperada, os rlimpagos tempestades que acom- ‘panham as itrupgées emecionas dos herds gerlmente £65 enconram hoje em fas de quits categoria, Gran- de parte de na nbo seedta mis em brunas « erp: Iantém plenamente vida” Ante o especto de Hamlet “jd 0 iia Lessig — 2 nosos cabelos se ram. ver cubram am cérero erédulo, quer inxédul. A ‘alidade da obr-dearte€ oun que nko a do coahesi- ‘mento filontco, como a deste diverge daqucs da cin ia. Tal fato nos eache da esperanga de que algumas ‘bras ats aleancem a posterdade — apear ds to- riaspscanaltiens em que se baselam. A verdad i mma, 2 visto profunds da grande arte trancende ou fo Se esgota nas teoiascenieas e diverge val dade do pemtamentofioxsicn de cada épocs, embora ‘se mura dels, e em certa medi se hate rles seculaizada de Shakespeare, pode particpar inten: mente dos sottimentos« alegias dos seut her, perimentar & grandess ¢ variedade do sev mondo © Wiver'a verdade que a sua cbra noe comenica. Da 144 mesma forma podemos vver © sfrer itensamente a verdade de uma pes repa como Antigone, conquanto 4 concepsio do mundo a ideas em gue # bien esta trapdia Jno sejam at noma. Nascida em certo con texto histérico, « grande obri-de-ate,embora depen ‘dente dl, aida assim o supers, Imbuidaembora do es Pirito histrico da época em que suriy, da sun filso Mia, da sua ciéncia © do wu sentient da vida, ele tinge € fala outs pocas culture, manfstagSes e outro espa histo. ‘Conquanto a f€ numa “eaturera humana” perms: nene esta ho} um tanto abslada, née participa, ent de certor limites, alm das époras¢ cultures, de ‘uma Substinca humana comum. Ena media em Que 8 obrade-arte tia as suns forgas desta sbstincin co ‘mum, ela Se comuniea tor, ara de vasts esp 0% de tempo e apesar dt varedade das cultures con us

You might also like