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NOTAS DE AULA DO CURSO DE PROJETOS DA


ESCOLA PRO-TEC

TECNOLOGIA DO PROJETO

Anos 1965/66

Matéria revisada em dezembro de 2021

1
ÍNDICE DAS MATÉRIAS Página
Cinemática 3
Movimento retilíneo uniforme 3
Movimento retilíneo uniformemente variável 6
Queda dos corpos 9
Movimento circular uniforme 11
Velocidade angular 12
Lançamento de um corpo 13
Força 14
Composição de forças 15
Condição de equilíbrio entre forças 18
Polígono de forças 20
Forças reativas 21
Baricentro das figuras planas 22
Resistência dos materiais 26
Força normal 26
Diagrama tensão-deformação - Lei de Hooke 28
Força cortante 29
Momento de força 30
Flambagem 31
Tensão de cisalhamento 35
Vínculos 35
Treliças 38
Flexão 39
Força cortante 43
Torção 44
Flexo-torção 48
Dinâmica 49
Trabalho 50
Potência 50
Rendimento 52
Força de atrito 53
Atrito no plano inclinado - ângulo de atrito 54
Coeficientes de atrito - tabela 54
Força necessária para elevar um corpo 57
Energia potencial e cinética 59
Atrito de rolamento 60
Rodas de fricção 62
Correias em V 62
Dimensionamento de engrenagens 65
Engrenagens cilíndricas 65
Rosca sem fim e coroa 72
Volantes 78
Molas 81
Tabela de resistência dos materiais 83

2
CINEMÁTICA
A cinemática tem por objetivo o estudo dos movimentos independentemente das causas que lhe dão origem, mas
relacionando-se com o tempo.

Movimento retilíneo uniforme (MRU)


Entende-se por MRU o móvel que percorre espaços iguais em tempos iguais.
Conceito de velocidade
Pela própria definição de movimento uniforme podemos entender que, em cada unidade de tempo, o móvel
percorre espaços iguais. Neste caso o espaço percorrido pelo móvel por unidade de tempo denomina o movimento
como sendo movimento uniforme.
Fórmulas:
𝑆 𝑆
𝑣 = e suas derivações: 𝑡 = ; 𝑆 = 𝑣 ∗ 𝑡
𝑡 𝑣
v - velocidade
t - tempo
S - espaço percorrido

Unidades de velocidade
Sendo a velocidade o espaço percorrido numa unidade de tempo, podemos avalia-la nas seguintes unidades: m/s
(metros por segundo) ou km/h (kilômetros por hora)
No sistema internacional utiliza-se m/s

Exercícios
1 - Um corpo percorre em MRU 500m em 50s. Determinar a velocidade em m/s
𝑆 500𝑚
𝑣= = = 10𝑚/𝑠
𝑡 50𝑠

2 - Um trem percorre 4590m em 2h. Determinar a velocidade em km/h


4590m = 4,59km
𝑆 4,59𝑘𝑚
𝑣= = = 2,295𝑘𝑚/ℎ
𝑡 2ℎ

3 - Um trem percorre 380km em 3h. Determinar a velocidade em m/s


𝑆 380𝑘𝑚 126,6𝑘𝑚
𝑣= = =
𝑡 3ℎ ℎ

Para transformar km/h em m/s


𝑘𝑚/ℎ 126,66
= = 35,1𝑚/𝑠
3,6 3,6

3
4 - Um automóvel tem uma velocidade de 72 km/h com a qual faz um trajeto durante 1600 s. Determinar o espaço
percorrido em metros.
𝑘𝑚/ℎ 72
𝑣= = = 20𝑚/𝑠
3,6 3,6
𝑆 = 𝑣𝑡 = 20 ∗ 1600 = 32000𝑚

5 - Um automóvel percorre 36 km/h com uma velocidade de 144km/h. Determinar o tempo gasto em segundos
𝑘𝑚
144 40𝑚
𝑣= ℎ = =
3,6 3,6 𝑠
𝑆 = 36000𝑚
36000𝑚
𝑡= = 900𝑠
40𝑚
𝑠
6 - Um automóvel percorre um certo percurso com uma velocidade de 288km/h durante 530s. Calcular o percurso
em metros.
𝑘𝑚/ℎ 288
𝑣= = = 80𝑚/𝑠
3,6 3,6
𝑆 = 80𝑚/𝑠 ∗ 530𝑠 = 42400𝑚
Traçado de um diagrama de velocidade onde o espaço percorrido por um móvel é função do tempo gasto 𝑺 = 𝒇(𝒕)
Função pode ser definida como uma relação entre dois conjuntos onde há uma relação entre cada um dos seus
elementos.

Espaço percorrido em função do tempo. 𝑺 = 𝒇(𝒕)


Traçar o diagrama para a equação
𝑺 = 𝒇(𝒕)
S - Variável dependente
t - Variável independente
8 – parâmetro

4
Equação genérica
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝑡

O - Origem
𝑆𝑜 - espaço inicial
𝑆 - espaço

Exercícios
1 - Um corpo percorre um espaço inicial de 300m com uma velocidade de 20m/s durante 12s. Calcular o espaço
percorrido.
𝑆 = 𝑆 0 + 𝑣𝑡
20𝑚
𝑆 = 300𝑚 + ∗ 12𝑠
𝑠
𝑆 = 300 + 240 = 540𝑚

2 - Calcular a velocidade em m/s de um corpo em MRU sabendo-se que no início da contagem do tempo o corpo
dista 420m da origem e que sua posição no fim de 8s é 1480m
𝑆 = 𝑆 0 + 𝑣𝑡
1480𝑚 = 420𝑚 + 𝑣 ∗ 8𝑠
1480𝑚 − 420𝑚 132,5𝑚
𝑣= =
8𝑠 𝑠

3- Um automóvel percorre em MRU um espaço de 144km em 240 minutos. O corpo dista do início da contagem do
tempo 72km. Qual sua velocidade em m/s?
𝑆 = 144𝑘𝑚 = 144000𝑚
𝑡 = 240 𝑚𝑖𝑛 = 14400𝑠
𝑆𝑜 = 72𝑘𝑚 = 72000𝑚
𝑆 = 𝑆𝑜 + 𝑣 ∗ 𝑡
𝑆 − 𝑆𝑜
𝑣=
𝑡
144000 − 72000
𝑣= = 5𝑚/𝑠
14400

4- Um corpo percorre um espaço inicial de 150m com uma velocidade de 72km/h e espaço total de 2,15km.
Determinar o tempo em segundos.
𝑆 = 2,15𝑘𝑚 = 2150𝑚

5
72𝑘𝑚
72𝑘𝑚 20𝑚
𝑣= ∴ ℎ =
ℎ 3,6 𝑠
𝑆0 = 150𝑚
𝑆 − 𝑆0 2150𝑚 − 150𝑚
𝑣= = = 100𝑠
𝑡 20𝑚
𝑠
Traçado do diagrama
S=20+5t

Diagrama de velocidade para MRU

Movimento retilíneo uniformemente variável (MRUV)


Chama-se movimento retilíneo uniformemente variável (MRUV) quando a velocidade do corpo aumenta
quantidades iguais em tempos iguais. Este é o conceito de aceleração
Aceleração é a variação de velocidade por unidade de tempo.
Em MRUV, se a velocidade aumenta tempos iguais em quantidades iguais é claro que o aumento de velocidade é
sempre o mesmo.

6
Unidade de aceleração
Sendo a aceleração a variação da velocidade por unidade de tempo, as suas unidades são obtidas em unidade de
velocidade por unidade de tempo.
𝑚⁄
𝑠 𝑚 1 𝑚
𝑎= = ∗ = 2
𝑠 𝑠 𝑠 𝑠

Para MRUV é válida a seguinte equação que relaciona entre si a velocidade, a aceleração e o tempo
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡
v = velocidade final
𝑣0 = velocidade inicial
a = aceleração
t = tempo

Exercícios:
1 - Determinar a velocidade de um corpo em MRUV sabendo-se que a velocidade inicial é 10m/s e que tem uma
aceleração de 5m/s² com a qual percorre 10s.
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡
10𝑚 5𝑚 60𝑚
𝑣= + 2 ∗ 10𝑠 =
𝑠 𝑠 𝑠

2 - Um corpo sai do repouso com uma aceleração de 3,5m/s² com a qual percorre 20s. Determinar sua velocidade
final.
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡
0𝑚 3,5𝑚 70𝑚
𝑣= + 2 ∗ 20𝑠 =
𝑠 𝑠 𝑠

3 - Um móvel está animado de um MRUV cuja aceleração é de 10m/s². Calcular sua velocidade 15 s após ter passado
por um ponto A na qual sua velocidade inicial era de 15m/s. Traçar o gráfico e diagrama de aceleração com o tempo
variável

v0 = 15m/s
a = 10m/s²
t = 15 s
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 𝑚 𝑚 25𝑚
𝑣 = 15 + 10 2 ∗ 1𝑠 =
𝑠 𝑠 𝑠
𝑚 𝑚 155𝑚
𝑣 = 15 + 10 2 ∗ 15𝑠 =
𝑠 𝑠 𝑠 𝑚 𝑚 35𝑚
𝑣 = 15 + 10 2 ∗ 2𝑠 =
𝑚 𝑚 15𝑚 𝑠 𝑠 𝑠
𝑣 = 15 + 10 2 ∗ 0𝑠 =
𝑠 𝑠 𝑠
𝑚 𝑚 45𝑚
𝑣 = 15 + 10 2 ∗ 3𝑠 =
𝑚 𝑚 25𝑚 𝑠 𝑠 𝑠
𝑣 = 15 + 10 2 ∗ 1𝑠 =
𝑠 𝑠 𝑠

7
Equação dos espaços
No MRU
𝑆 = 𝑆 0 + 𝑣𝑡
No MRUV
1
𝑆 = 𝑆0 + (𝑣0 + 𝑎𝑡) 𝑡
2
1
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣0 𝑡 + 𝑎𝑡 2
2
Exercícios:
1 - Um automóvel desloca-se com uma aceleração de 5m/s² durante 20s. Sua velocidade inicial é de 10m/s e o
espaço inicial percorrido 60m. Qual o espaço total percorrido?
1
𝑆 = 𝑆𝑜 + 𝑣0 𝑡 + 𝑎𝑡 2
2
10𝑚 1 5𝑚
𝑆 = 60𝑚 + ∗ 20𝑠 + ∗ 2 ∗ 20𝑠 2
𝑠 2 𝑠
5𝑚 ∗ 400𝑠 2
𝑆 = 60𝑚 + 200𝑚 + 𝑠2
2
2000𝑚
𝑆 = 60𝑚 + 200𝑚 + = 1260𝑚
2

Traçado do diagrama
S = (f) t →
S = 10 + 5t + 5t²

8
2 - Duas esferas deslocam-se em sentidos opostos sobre um plano horizontal sendo: Uma com MRU com dados
𝑆𝑜 =30m; v=10m/s. Outra com MRUV com dados:
𝑣0 =3m/s; a=4m/s². Determinar graficamente o instante e a posição onde as duas se encontrarão.
𝑀𝑅𝑈 𝑀𝑅𝑈𝑉
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝑡 𝑎𝑡 2
𝑆 = 𝑆𝑜 + 𝑣0 𝑡 +
𝑆 = 30 + 10𝑡 2
𝑆 = 3𝑡 + 2𝑡 2

Queda dos corpos


A queda dos corpos é definida como um movimento retilíneo uniformemente variável, mas nas fórmulas utilizam-se
outras nomenclaturas.
𝑆→ℎ
𝑆0 → ℎ0
𝑎→𝑔

𝑔 = aceleração da gravidade
Deve-se levar em conta que um corpo pode ser lançado no sentido ascendente ou descendente.
Para cada uma dessas situações, são definidas as seguintes fórmulas:
↓ 𝑣 = 𝑣0 + 𝑔 ∗ 𝑡
1
↓ ℎ = 𝑣0 ∗ 𝑡 + ∗ 𝑔 ∗ 𝑡²
2
↑ 𝑣 = 𝑣0 − 𝑔 ∗ 𝑡

9
Exercícios:
1 - Lança-se um corpo na vertical ascendente com uma velocidade inicial de 200m/s. Determinar depois de 10
segundos a sua velocidade e a altura na qual se encontra o objeto. No local a aceleração da gravidade é igual a
9,8m/s².
𝑣 = 𝑣0 − 𝑔 ∗ 𝑡
102𝑚
𝑣 = 200 − 9,8 ∗ 10 =
𝑠
1
ℎ = 𝑣0 ∗ 𝑡 − ∗ 𝑔 ∗ 𝑡 2
2
1
ℎ = 200 ∗ 10 − ∗ 9,8 ∗ 102
2
𝑣 = 2000 − 490 = 1510𝑚
2 - Um corpo é lançado na vertical descendente com velocidade inicial de 2m/s e atinge o solo após 40 segundos. A
aceleração da gravidade no local é 9,8m/s². Determinar a velocidade com que atinge o solo e a altura da qual foi
lançado.
𝑣 = 𝑣0 + 𝑔 ∗ 𝑡
394𝑚
𝑣 = 2 + 9,8 ∗ 40 =
𝑠
1
ℎ = 𝑣0 ∗ 𝑡 + ∗ 𝑔 ∗ 𝑡 2
2
1
ℎ = 2 ∗ 40 + ∗ 9,8 ∗ 402
2
𝑣 = 80 + 7840 = 7920𝑚
3 - Um corpo é lançado do alto de um edifício com uma velocidade inicial de 1,05m/s e o tempo gasto para atingir o
solo é 0,85s. Determinar a velocidade com que o corpo atinge o solo e a altura do edifício.
𝑣 = 𝑣0 + 𝑔 ∗ 𝑡
9,38𝑚
𝑣 = 1,05 + 9,8 ∗ 0,85 =
𝑠
1 2
ℎ = 𝑣0 ∗ 𝑡 + ∗ 𝑔 ∗ 𝑡
2
1
ℎ = 1,05 ∗ 0,85 + ∗ 9,8 ∗ 0,852
2
𝑣 = 0,8925 + 3,54 = 4,43𝑚
4 - Com que velocidade deve ser lançado um corpo na vertical debaixo para cima para atingir a altura de 245m.
𝑔 = 9,8𝑚/𝑠²
1
ℎ = 𝑣0 ∗ 𝑡 − ∗ 𝑔 ∗ 𝑡 2
2

𝑣 = 𝑣0 − 𝑔 ∗ 𝑡 𝑔 ∗ 𝑡2
ℎ = 𝑣0 ∗ 𝑡 − = 𝑣0 ∗ 𝑡 − 4,9𝑡 2
2
𝑣=0
𝑣0 𝑣02 𝑣02 𝑣02
𝑣0 − 𝑔 ∗ 𝑡 = 0 ⇒ 𝑣0 = 𝑔 ∗ 𝑡 ⇒ 𝑣0 = 9,8𝑡 245 = 𝑣0 ∗ − 4,9 ∗ ⇒ 245 = −
9,8 9,82 9,8 19,6

𝑣0
𝑡= 𝑣02
9,8 245 = ⇒ 𝑣02 = 245 ∗ 19,6
19,6

69,3𝑚
𝑉0 = √4802 =
𝑠

10
5 - Dois corpos são lançados simultaneamente: Um do alto de um edifício de 180 m de altura em queda livre. O
outro é lançado do pé do mesmo edifício na vertical para cima com velocidade inicial de 60m/s Determinar
graficamente o ponto de colisão dos mesmos.
𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎 ↓ 𝐿𝑎𝑛ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
1 1
ℎ = 𝑣0 ∗ 𝑡 + ∗ 𝑔 ∗ 𝑡 2 ℎ = 𝑣0 ∗ 𝑡 − 𝑔 ∗ 𝑡 2
2 2
𝑣0 = 0 ⇒ ℎ = 5𝑡 2 ℎ = 60𝑡 − 5𝑡 2

Movimento circular uniforme MCU


Chama-se movimento circular uniforme MCU aquele em que a trajetória descrita pelo móvel é uma circunferência e
o corpo percorre arcos iguais em tempos iguais. Esse movimento caracteriza-se por sua trajetória curvilínea e, em
cada instante, o móvel segue esta curva e percorre o comprimento da circunferência em determinado tempo.

Elementos característicos do MCU


Período: É o tempo gasto pelo móvel para percorrer toda a circunferência. O período é representado pela letra T e
pode ser dado em segundos, minutos ou horas.

Frequência: é o número de voltas realizadas pelo móvel em cada unidade de tempo. A letra n é indicada como
1
frequência e a relação é n =
T
Indicando-se a frequência em rotações por minuto (rpm) temos a seguinte fórmula fundamental para cálculo da
velocidade que neste caso é denominada tangencial, periférica ou linear.
11
2∗𝜋∗𝑅∗𝑛
𝑣= = 𝑚/𝑠
60
𝑣 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 − (𝑚/𝑠)
𝑅 = 𝑟𝑎𝑖𝑜 − (𝑚)
𝑛 = 𝑟𝑝𝑚
𝜋 = 3,1416

É comum utilizar-se na pratica outra fórmula derivada da fórmula anterior.


𝜋∗𝐷∗𝑛
𝑣=
60

Exercício
Determinar a velocidade tangencial ou periférica de uma engrenagem cujo raio é 180mm e que gera 400rpm
2∗𝜋∗𝑅∗𝑛
𝑣=
60
𝑅 = 180𝑚𝑚 = 0,18𝑚
2 ∗ 𝜋 ∗ 0,18 ∗ 400 7,53𝑚
𝑣= =
60 𝑠

Velocidade angular
Define-se velocidade angular como sendo o ângulo descrito na unidade de
tempo. É representado pela letra grega 
Sendo a velocidade tangencial dada em metros por segundo e o raio em
metros obteremos a velocidade angular em radianos por segundo - rad/s
𝑣 𝑟𝑎𝑑
𝜔= =
𝑅 𝑠
Exercício:
A roda de um trem gira a razão de 125 rpm e o seu diâmetro é 650mm.
Determinar sua velocidade linear ou tangencial e a velocidade angular.

𝜋∗𝐷∗𝑛
𝑣=
60

𝐷 = 650𝑚𝑚 = 0,65𝑚

𝜋 ∗ 0,65 ∗ 125 4,25𝑚


𝑣= =
60 𝑠

𝑣 4,25 13,07𝑟𝑎𝑑
𝜔= = =
𝑅 0,325 𝑠

12
Lançamento de um corpo em direção ao espaço numa direção formando um ângulo com a horizontal

Dedução da fórmula
𝑣0 ∗ 𝑦 𝑆=𝑣∗𝑡 𝑣02
𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝐹= ∗ 𝑠𝑒𝑛2 𝛼
𝑣0 2∗𝑔
𝑥 = 𝑣0 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ∗ 𝑡
𝑣0 ∗ 𝑥
𝑐𝑜𝑠 𝛼 = 𝑣02
𝑣0 𝐴= ∗ 𝑠𝑒𝑛2𝛼
1 2∗𝑔
ℎ = 𝑣0 ∗ 𝑡 − ∗ 𝑔 ∗ 𝑡 2
2
𝑣0 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝑣0 ∗ 𝑦
𝑠𝑒𝑛2𝛼 = 2𝑠𝑒𝑛𝛼 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼
1
𝑣0 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 = 𝑣0 ∗ 𝑥 𝑦 = 𝑣0 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 ∗ 𝑡 − ∗ 𝑔 ∗ 𝑡 2
2

Exercício
Um corpo é lançado com uma velocidade inicial de 50m/s numa direção que faz com a horizontal um ângulo de 30°.
Determinar as coordenadas do corpo após 2 segundos, bem como a flecha e a amplitude. Considerar aceleração da
gravidade = 10m/s².
𝑥 = 𝑣0 ∗ 𝑥 ∗ 𝑐𝑜𝑠 3 0° ∗ 𝑡 1
𝑦 = 𝑣0 ∗ 𝑠𝑒𝑛30 ∗ 𝑡 − ∗ 𝑔 ∗ 𝑡 2
2
50𝑚 10𝑚 2 2
𝑥= ∗ 0,866 ∗ 2𝑠 50𝑚 2 ∗2 𝑠
𝑠 𝑦= ∗ 0,5 ∗ 2𝑠 − 𝑠
𝑠 2
𝑥 = 86,6𝑚 𝑦 = 50𝑚 − 20𝑚 = 30𝑚

𝑣02 𝑣02
𝐹= ∗ 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 𝐴= ∗ 𝑠𝑒𝑛 ∗ 2 ∗ 𝛼
2∗𝑔 𝑔

50𝑚 50𝑚
𝐹= 𝑠2 ∗ 0,52
2
𝐴 = 𝑠 ∗ 0,866
10𝑚 10𝑚
2∗ 2
𝑠 𝑠2

2500𝑚 2500𝑚
𝐹= ∗ 0,25 = 31,25𝑚 𝐴= ∗ 0,866 = 216,5𝑚
20 10

13
Deve-se notar que, variando-se o ângulo de tiro, teremos variações na amplitude e na flecha. Conclui-se daí que
deverá existir, evidentemente, um ângulo de tiro ideal que formará a máxima amplitude. Demonstra-se que este é o
ângulo de 45°. Concluímos a seguir que todo ângulo de tiro inferior ou superior à45° nos fornecerá uma amplitude
menor do que a amplitude máxima aos 45°. Finalmente concluímos que, dois ângulos de tiro que nos forneçam 90°
quando somados, obteremos de cada um amplitudes iguais porém com flechas diferentes.
Há uma linha geométrica que envolve todas as trajetórias e que tem o nome de parábola de segurança. Esta
parábola é a linha limítrofe abaixo da qual todos os pontos podem ser atingidos, variando-se o ângulo de tiro. Acima
desse ângulo nenhum ponto será atingido mantendo-se a mesma velocidade inicial.

DINÂMICA
Força
Chama-se força a tudo que é capaz de modificar o movimento ou repouso de um corpo ou provocar uma
deformação no mesmo.
Unidades para as forças:
d - dina (sistema CGS)
N - Newton (sistema internacional)
Kgf - quilograma força (sistema técnico)

No sistema internacional, que utiliza as unidades kg (kilograma), m (metros) e s (segundos), para levantar um peso
de massa 1kg na superfície da Terra, será necessária uma força de 9,8N para poder vencer a ação da gravidade que
em geral é de 9,8m/s².
𝐹 = 1𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² = 9,8𝑁

O sistema técnico não considera ambientes fora da superfície terrestre e, para levantar um peso de massa 1kg se
convencionou que a força necessária será de 1kgf.
Relação entre as forças
kgf = 9,8N = 980000d

Características da força:
1 - Intensidade.

2 - Direção

3- Sentido

14
4- Ponto de aplicação

A força é representada graficamente por um vetor.


Vetor é um segmento de reta orientado
F

Composição de forças
Compor forças significa determinar uma única força chamada resultante.
-- Processo gráfico

Método do paralelogramo

R = Força resultante
F1 e F2 = Forças

-- Método do polígono
O comprimento dos segmentos, representam a intensidade das forças e devem ter dimensões
proporcionais no mesmo gráfico.

15
-- Processo analítico
No processo analítico, sendo dadas duas forças determina-se a intensidade e a direção da força
resultante pela trigonometria.
Determina-se pela Lei dos cossenos: Lei dos senos

𝑅 𝐹2 𝐹1
𝑅 = √𝐹12 + 𝐹22 + 2 ∗ 𝐹1 ∗ 𝐹2 − 𝑐𝑜𝑠 𝛼 = =
𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑠𝑒𝑛𝛽 𝑠𝑒𝑛𝛾

Exercícios:
1 - Duas pessoas deslocam um corpo sobre uma superfície horizontal, exercendo forças através de cordas
horizontais. Uma pessoa puxa para o lado direito com 16kgf e a outra para cima com uma força de 12kgf. Que valor
teria uma força única que aplicada ao bloco produzisse o mesmo efeito dessas duas forças em conjunto? Em que
direção desloca o corpo?
Processo gráfico. Proporção: 1cm = 1kgf

Processo analítico
Direção Força resultante
𝐹2 12
𝑡𝑔𝛽 = = = 0,75
𝐹1 16
𝛽 = 36° 𝑅 = √𝐹12 + 𝐹22 + 2 ∗ 𝐹1 ∗ 𝐹2 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼

𝑅 𝐹2 𝑅 = √162 + 122 + 2 ∗ 16 ∗ 12 ∗ 𝑐𝑜𝑠 9 0°


=
𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑠𝑒𝑛𝛽 𝑅 = √256 + 144 + 0 = 20𝑘𝑔𝑓
20 12 12
= ⇒ 𝑠𝑒𝑛𝛽 = ⇒ 𝑠𝑒𝑛𝛽 = 0,6 ⇒ 𝛽 = 36°
1 𝑠𝑒𝑛𝛽 20

16
Decomposição em duas forças
Sendo dada uma força é sempre possível decompo-la em duas direções desde que sejam dados os ângulos
adjacentes.
Processo gráfico

Processo analítico
𝑅 𝐹1 𝐹2
= =
𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑠𝑒𝑛𝛽 𝑠𝑒𝑛𝛾

𝑅𝑠𝑒𝑛𝛽
𝐹1 =
𝑠𝑒𝑛𝛼

𝑅𝑠𝑒𝑛𝛾
𝐹2 =
𝑠𝑒𝑛𝛼

Exercício
Determinar analiticamente 𝐹1 𝑒 𝐹2 sendo dados
R= 10kgf
 = 90°

𝑅𝑠𝑒𝑛𝛽
𝐹1 =
𝑠𝑒𝑛𝛼

10 ∗ 𝑠𝑒𝑛60° 10 ∗ 0,866
𝐹1 = = = 8,66𝑘𝑔𝑓
𝑠𝑒𝑛90° 1

𝑅 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛾 10 ∗ 𝑠𝑒𝑛(90 − 60) 10 ∗ 0,5


𝐹2 = = = = 5𝑘𝑔𝑓
𝑠𝑒𝑛𝛼 1 1

17
Condição de equilíbrio de um corpo
A condição necessária e suficiente para que um corpo esteja em equilíbrio é que sejam nulas as componentes
segundo dois eixos ortogonais.
Exercícios:
1 - Em que sentido se desloca o corpo abaixo sob a aplicação de 4 forças esquematizadas no desenho abaixo
Dados: 𝐹1 = 100𝑘𝑔𝑓; 𝐹2 = 40𝑘𝑔𝑓; 𝐹3 = 20𝑘𝑔𝑓; 𝐹4 = 30𝑘𝑔𝑓

Σ𝐹ℎ = −𝐹1 ∗ 𝑐𝑜𝑠60° − 𝐹3 + 𝐹2 + 𝐹4 ∗ 𝑐𝑜𝑠30°

Σ𝐹ℎ = −100 ∗ 0,5 − 20 + 40 + 30 ∗ 0,866

Σ𝐹ℎ = 25,98𝑘𝑔𝑓

Conclusão: A força resultante na direção horizontal tem sentido para a direita com intensidade de 25,98kgf

2 - Um peso de 50kgf está preso ao meio de uma corda inicialmente horizontal, cujas extremidades prendem-se a
duas paredes afastadas 15 m entre si. Sob ação do peso mencionado, a corda cede 2 m em seu ponto médio.
Determinar as tensões nos dois ramos da corda. Se a corda aguentasse somente 70 kgf seria possível o equilíbrio?

18
Condição de equilíbrio
Σ𝐹ℎ = 0 Aplicando o teorema de Pitágoras
2 2
Σ𝐹𝑣 = 0 𝑠𝑒𝑛𝛼 = = = 0,26
√22 + 7,52 7,7
Σ𝐹ℎ {−𝐹1 𝑐𝑜𝑠 𝛼 + 𝐹2 𝑐𝑜𝑠 𝛼 = 0 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 0,26
𝐹2 𝑐𝑜𝑠 𝛼 = 𝐹1 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ⇒ 𝐹1 = 𝐹2 2 ∗ 𝐹1 ∗ 0,26 = 50
50
Σ𝐹𝑣 {𝐹2 sen 𝛼 + 𝐹1 sen 𝛼 − 50 = 0 𝐹1 = = 96𝑘𝑔𝑓
0,52
2 ∗ 𝐹1 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 50

Resposta: Se a corda aguentasse somente 70kgf iria se romper antes de chegar na posição final.

3 - O pequeno anel B sustenta uma carga vertical P e é suportado por dois fios AB e BC, distendido este último em
sua extremidade livre pelo peso Q = 5 kgf. Determinar a carga P e a força de tração F no fio AB, estando o sistema em
equilíbrio.

Σ𝐹ℎ = 0{𝐹 ∗ 𝑐𝑜𝑠 4 5° + 𝑄 ∗ 𝑐𝑜𝑠 3 0° = 0

Σ𝐹ℎ = 0{𝐹 ∗ 𝑐𝑜𝑠45° + 𝑄 ∗ 𝑐𝑜𝑠60° − 𝑃 = 0

𝑄 ∗ 𝑐𝑜𝑠 3 0° = 𝐹 ∗ 𝑐𝑜𝑠 4 5°

𝑐𝑜𝑠 3 0° 0,866
𝐹=𝑄∗ =5∗ = 6,15𝑘𝑔𝑓
𝑐𝑜𝑠 4 5° 0,707

𝑃 = 𝐹 ∗ 𝑐𝑜𝑠 4 5° + 𝑄 ∗ 𝑐𝑜𝑠 6 0°

𝑃 = 6,15 ∗ 0,707 + 5 ∗ 0,5 = 6,86𝑘𝑔𝑓

19
Polígono de forças
É o polígono formado pelos vetores representativos quando tomados numa certa ordem

Polígono funicular
É a linha obtida pelos segmentos obtidos através do polígono de forças

Ponto de aplicação da força

20
Traçar o polígono e achar a força resultante na seguinte viga
Força F1 = 2,5kgf
Força F2 = 3,5kgf
Escala: 1kgf = 1 cm

Forças reativas
A aplicação mais importante do polígono funicular é a determinação das forças reativas na estrutura, quando na
aplicação de cargas verticais.

21
Exemplo

Baricentro das figuras planas


Centro de gravidade (baricentro) das figuras planas e simples

22
No caso de figuras planas que podem ser decompostas em figuras simples pode-se aplicar a seguinte regra:
1 - Acha-se o centro de gravidade da figura pelo processo gráfico.
2 - Repete-se o mesmo processo para figura decomposta. Liga-se a seguir os baricentros. O centro da figura estará
na linha que as une.
3 - A distância do centro de gravidade do conjunto será inversamente proporcional as áreas.
Exemplos:
Área figura A = 3600mm²
Área figura B = 7200mm²
Proporção B/A = 2

Área figura A = 6400mm²


Área figuras B = 6400mm²
Proporção
𝐴
∗𝐵 =1
2

23
Área figura A = 12800mm²
Área figura B = 9600mm²
Proporção B/A= 3/4

Para determinar o centro de gravidade de figuras complexas que podem ser decompostas em figuras simples, utiliza-
se o polígono funicular, dividindo-se a figura de tal forma que as áreas sejam proporcionais as forças.
Para determinar o baricentro no plano vertical

24
Para determinar o centro de gravidade no plano horizontal, repete-se o procedimento acima girando a figura em um
ângulo de 90°.

Determinação do baricentro pelo método analítico


∑ 𝑥𝑖 ⋅ 𝑆𝑖
𝑥𝐺 =
∑ 𝑆𝑖

∑ 𝑦𝑖 ∗ 𝑆𝑖
𝑦𝐺 =
∑ 𝑆𝑖

𝑥1 ∗ 𝑆1 + 𝑥2 ∗ 𝑆2
𝑥𝐺 =
𝑆1 + 𝑆2
2 ∗ 24 + 5 ∗ 20
𝑥𝐺 = = 3,36𝑐𝑚
24 + 20
𝑦1 ∗ 𝑆1 + 𝑦2 ∗ 𝑆2
𝑦𝐺 =
𝑆1 + 𝑆2
5 ∗ 24 + 20 ∗ 1
𝑦𝐺 = = 3,17𝑐𝑚
24 + 20

𝑥1 ∗ 𝑆1 + 𝑥2 ∗ 𝑆2 + 𝑥3 ∗ 𝑆3
𝑥𝐺 =
𝑆1 + 𝑆2 + 𝑆3

3 ∗ 18 + 3 ∗ 36 + 7 ∗ 56
𝑥𝐺 =
18 + 36 + 56

𝑥𝐺 = 5,03𝑐𝑚

𝑦1 ∗ 𝑆1 + 𝑦2 ∗ 𝑆2 + 𝑦3 ∗ 𝑆3
𝑦𝐺 =
𝑆1 + 𝑆2 + 𝑆3

18 ∗ 12 + 36 ∗ 7 + 56 ∗ 2
𝑦𝐺 =
18 + 36 + 56

𝑦𝐺 = 5,27𝑐𝑚

25
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
Classificação dos esforços
Externos
- Ativos
- Reativos

Internos
- Tração ou compressão - tensão normal
- Força cortante - tensão de cisalhamento
- Momento fletor
- Momento de torção

Coeficiente de segurança 𝜂
É por definição o quociente de tensão admissível. Depende do tipo de solicitação e do material.
É dado pela fórmula:
𝜎𝑟𝑢𝑝
𝜂=
𝜎𝑎𝑑𝑚
𝜎𝑟𝑢𝑝 = Tensão de ruptura
𝜎𝑎𝑑𝑚 = Tensão admissível

Tensão normal
É o quociente do esforço solicitante de tração ou compressão dividido pela área da secção transversal
𝑁
𝜎= ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚
𝑆

𝜎𝑎𝑑𝑚 = tensão admissível


N = força normal
S = área da secção transversal

Força normal
Diagrama da força normal da figura ao lado

A força normal é positiva quando for de tração e, negativa quando for de compressão
26
Exercícios
1 - Qual deve ser o diâmetro de uma barra cilíndrica tracionada com 1570kgf sendo 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 500𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑁 𝑁 1570𝑘𝑔𝑓
𝜎𝑎𝑑𝑚 = →𝑆= = = 3,14𝑐𝑚2
𝑆 𝜎𝑎𝑑𝑚 500𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑁 𝑁 1570𝑘𝑔𝑓
𝜎𝑎𝑑𝑚 = ⇒𝑆= = = 3,14𝑐𝑚²
𝑆 𝜎𝑎𝑑𝑚 500𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑆 3,14
𝑆 = 𝜋 ∗ 𝑟² ⇒ 𝑟² = = = 1𝑐𝑚²
𝜋 3,14
𝑟² = √1 ⇒ 𝑟 = 1
𝑑 = 2 ∗ 𝑟 = 2𝑐𝑚

2 - Calcular o diâmetro de um parafuso que funciona como prensa, sendo que a força de compressão necessária é
4500kgf e que o material do parafuso é aço ABNT 1030 com tensão admissível
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 650𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
N é a tensão normal ou esforço solicitante = 4500kgf
𝑁
𝜎=
𝑆
𝑁 4500𝑘𝑔𝑓
𝑆= = = 6,70𝑐𝑚2
𝜎 650𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑆 = 𝜋 ⋅ 𝑟2
𝑆 6,70𝑐𝑚²
𝑟2 = = = 2,13 ⇒ 𝑟 = √2,13
𝜋 3,14
𝑟 = 1,46𝑐𝑚
𝑑 = 2𝑟 = 2 ∗ 1,46 = 2,92𝑐𝑚

3 - Determinar a área que devem ter as barras A, B e C sendo 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1200𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

Barra A Barras B e C
̅
𝑁 1800 1800 ∗ 2
𝑁2 = = = = 1273𝑘𝑔𝑓
𝑁 𝑁 1800𝑘𝑔𝑓 2 ∗ 𝐶𝑜𝑠45° 2 ∗ √2 2√2
𝜎𝑎𝑑𝑚 = →𝑆= = = 1,5𝑐𝑚2 2
𝑆 𝜎𝑎𝑑𝑚 1200𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑁 1273𝑘𝑔𝑓
𝑆= = = 1,06𝑐𝑚2
𝜎𝑎𝑑𝑚 1200𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

27
Diagrama tensão - deformação. Lei de Hooke
Tensão normal é o esforço solicitante interno situado num plano perpendicular a secção transversal.
Existem dois tipos de tensão normal: Força de tração e força de compressão.

Força de tração. Com a força de tração o corpo sofre alongamento

Força de compressão. O corpo sofre encolhimento no sentido das forças

Deformação
Um corpo sofre deformação quando forem aplicadas sobre o mesmo as forças de tração ou compressão.
Calcula-se a deformação pela fórmula
 = deformação
l
= 𝛥𝑙 = Variação do comprimento
l
l = comprimento original

Diagrama tensão deformação


Esse diagrama é determinado por maquinas especialmente destinadas a essa finalidade.
Fazendo-se a relação de e obtém-se o diagrama chamado tensão-deformação.

Lei de Hooke
A tensão é proporcional a deformação
𝝈
𝑬=
𝜺
E= módulo de elasticidade

28
Exercícios
1 - Uma barra de 3m de comprimento tem secção transversal retangular 3cm por 1cm. Determinar o alongamento
produzido pela força de tração de 6kgf sabendo-se que o valor do módulo de elasticidade
E = 2000tf/cm²
Unificando as unidades em cm e kgf: 3m = 300cm
2000tf/cm = 2000000kgf/cm
𝑁 𝑁 𝛥𝑙
𝜎= = 𝐸
𝑆 𝑆 𝑙
𝜎 =𝜀∗𝐸
𝛥𝑙
𝜀= 𝑁∗𝑙 6 ∗ 300
𝑙 𝛥𝑙 = = = 0,0003𝑐𝑚
𝜎 𝐸 ∗ 𝑆 2000000 ∗ 3
𝐸=
𝜀

2 - Calcular o alongamento de uma barra circular tracionada pelas forças N conforme figura abaixo.
N = 9tf; Área transversal 10m²; Comprimento da barra 400m; E = 2100tf/cm²

𝑁 𝛥𝑙
= ∗𝐸
𝑆 𝑙

𝑁∗𝑙 9000 ∗ 400


𝛥𝑙 = = = 0,171𝑐𝑚
𝐸 ∗ 𝑆 2100000 ∗ 10

3 - Calcular a área de uma barra com 3m de comprimento submetida a tração de 7 tf para que sofra um
alongamento máximo de 1 cm. E = 2100 tf/cm²
𝜎 =𝜀∗𝐸 𝑁∗𝑙
𝑆=
𝛥𝑙 ∗ 𝐸
𝛥𝑙
𝜀= 7000𝑘𝑔𝑓 ∗ 300𝑐𝑚
𝑙 𝑆= = 10𝑐𝑚2
0,1 ∗ 2100000𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑁 𝛥𝑙
= ∗𝐸
𝑆 𝑙

Força cortante
É a componente situada no plano da secção Diagrama da força cortante
transversal e resultante das forças ativas e
reativas. Tem como símbolo a letra Q
A força cortante ao lado é positiva em virtude de
se encontrar no sentido horário.
Quando a força for aplicada no sentido anti
horário, o sinal será negativo

29
Momento de torção ou torque
É o momento de uma força que tende a torcer um eixo longitudinal e é medido pelo produto da força pela distância
(figura abaixo a esquerda). É o momento de uma força situada num plano ortogonal a estrutura e que é medido pelo
produto da força pela distância (figura abaixo a direita)

Diagrama do momento de torção

Traçar o diagrama da força normal, força cortante e força de torção da seguinte estrutura. P = 10kgf
Força normal

Força cortante

30
Força de torção e momento de torção
(+)𝑀𝑡 = 𝑃 ∗ 𝑑1 = 10𝑘𝑔 ∗ 2𝑚 = 20𝑘𝑔𝑓𝑚
(−)𝑀𝑡 = 𝑃 ∗ 𝑑2 = 10𝑘𝑔 ∗ 2𝑚 = 20𝑘𝑔𝑓𝑚

Flambagem
O fenômeno de flambagem ocorre quando a carga não está concentrada no centro de gravidade da barra (fig. 1) e
outro fator que influi é a não uniformidade da secção (fig. 2). Sempre que o perfil tiver seu comprimento muito
elevado em relação a secção transversal e for submetido ao esforço de compressão no sentido axial, deve ser
verificado se suporta a carga no sentido axial sem curvar (figura 4).
Resistência à flambagem: As figuras 3, 4, e 5, representam as situações que influem na resistência à flambagem. No
caso do macaco, não há nenhuma sustentação lateral do parafuso ou da carga provocando desequilíbrio. Na
situação da peça da figura 5, a barra tem apoio lateral em ambos os lados com maior resistência à flambagem porém
também está sujeita à mesma se submetida à força extrema.

Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5

A seguir, o comprimento L do perfil e o comprimento teórico de flambagem 𝑲 ∗ 𝑳 , influem nos cálculos com
resultados diferentes para as diversas situações
𝐾𝐿 = 𝐾 ∗ 𝐿 = comprimento teórico de flambagem

𝐾=2 𝐾 = 0,5

31
𝐾=1 𝐾 = 0,7
Fórmulas necessárias para os cálculos
𝑟 = raio de giração do perfil

𝐼𝑦
𝑟=√
𝐴

𝐼𝑦 = menor momento de inércia da secção transversal de qualquer perfil


A = área do perfil
Raio de giração para perfil de secção circular

𝜋 ∗ 𝑑4
𝐼 𝑑² 𝑑
𝑟 = √ = √ 64 = √ =
𝐴 𝜋 ∗ 𝑑² 16 4
4
𝐼 = momento de inércia da secção transversal do perfil circular
Coeficiente de esbeltez
𝐾∗𝐿
𝜆=
𝑟
Se os valores de  forem maiores do que os da tabela abaixo deve-se usar a fórmula de Euler para cálculo da
- tensão crítica de flambagem
𝜋2 ∗ 𝐸
𝜎𝑓𝑙𝑎 =
𝜆2
- força crítica de flambagem
𝜋2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼
𝐹𝑓𝑙𝑎 =
(𝐾 ∗ 𝐿)²
Se os valores de  forem menores do que os da tabela a seguir deve-se usar a fórmula de Tetmajer para o cálculo da
tensão máxima de flambagem
Material E (kgf/cm²)  𝜎𝑓𝑙𝑎 (kgf/cm²)
6
Aço ABNT1010/1020 2,1 x 10 100 2070
Aço ABNT 1040 2,1 x 106 93 2400
Ferro fundido 1 x 106 80 1540
Alumínio 6063 0,7 x 106 86 933

32
Aço ASTM-A36 𝜎𝑒 = 2500𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝜎𝑓𝑙𝑎 = 2890,5 − 8,175 ∗ 𝜆 = kgf/cm²
Aço ASTM A 572/Gr50 𝜎𝑒 = 3400𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 𝜎𝑓𝑙𝑎 = 589,05 − 38,175 ∗ 𝜆 = kgf/cm²

Fórmula recomendada no anexo E da NBR 8400 para cálculo da força limite de resistência à flambagem
𝜎𝑒 ∗ 𝐴
𝐹𝑓𝑙𝑎 =
𝜔
𝜎𝑒 = tensão de escoamento do material
A = Área transversal do perfil submetida a compressão
𝜔 – coeficiente em função da esbeltez conforme tabela 42 ou 43 a seguir

Exemplo 1 - Verificar se a alma da viga I abaixo (dimensões em mm) submetida à uma força peso de 25000kgf resiste
à flambagem
Material aço ASTM A 36 – Tensão admissível admitida para esse projeto 1250kgf/cm² (fator de segurança = 2)

Cálculos considerando somente a alma da viga e envolvendo a área de influência da força peso conforme figura
acima a direita.
Perfil retangular B = 1,6cm H = 50cm
33
Menor momento de inércia do perfil
𝐻 ∗ 𝐵3 50 ∗ 1,63
𝐼𝑦 = = = 17,066𝑐𝑚4
12 12
Área transversal
𝐴 = 𝐵 ∗ 𝐻 = 1,6 ∗ 50 = 80𝑐𝑚2
𝑟 = raio de giração do perfil

𝐼𝑦 17,066𝑐𝑚4
𝑟=√ =√ = 0,46𝑐𝑚
𝐴 80𝑐𝑚2

Valor do comprimento teórico de flambagem considerando carga suportada lateralmente


𝐾 ∗ 𝐿 = 0,5 ∗ 𝐿 = 0,5 ∗ 90𝑐𝑚 = 45𝑐𝑚
Coeficiente de esbeltez
𝐾∗𝐿 45𝑐𝑚
𝜆= = = 97
𝑟 0,46𝑐𝑚
Com o valor do coeficiente de esbeltez abaixo de 100, não poderá ser utilizada a fórmula de Euler
Cálculo da força máxima admissível utilizando a fórmula recomendada no anexo E da NBR 8400
- Para λ = 97 → ω = 1,84 conforme tabela 42
1250𝑘𝑔𝑓
𝜎𝑎𝑑𝑚 ∗ 𝐴 ∗ 80𝑐𝑚2
𝐹𝑎𝑑𝑚 = = 𝑐𝑚2 = 54347𝑘𝑔𝑓
𝜔 1,84
𝐹 < 𝐹𝑎𝑑𝑚
Exemplo 2 - Macaco de parafuso. Verificar a carga máxima suportada F sem que ocorra a flambagem
Diâmetro interno do parafuso = 10,5mm
Altura máxima de levantamento L = 250mm
Material aço SAE 1040 = tensão de escoamento 2600kgf/cm².
Comprimento teórico de flambagem considerando carga não suportada lateralmente
𝐾 ∗ 𝐿 = 2 ∗ 25𝑐𝑚 = 50𝑐𝑚
Raio de giração para perfil circular
𝑑 1,05𝑐𝑚
𝑟= = = 0,26𝑐𝑚
4 4
Coeficiente de esbeltez
𝐾∗𝐿 50𝑐𝑚
𝜆= = = 190
𝑟 0,26𝑐𝑚
Com coeficiente de esbeltez acima de 100, poderá ser utilizada a fórmula de Euler para cálculo da força crítica de
flambagem 𝑭𝒇𝒍𝒂 ou carga limite sem que ocorra a flambagem
Fórmula de cálculo do momento de inércia para secção circular
𝜋 ∗ 𝑑4 3,14 ∗ 1,054
𝐼= = = 0,0596𝑐𝑚4
64 64
𝜋 2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼 3,142 ∗ 2100000𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² ∗ 0,0596𝑐𝑚
𝑭𝒇𝒍𝒂 = = = 494𝑘𝑔𝑓
(𝐾 ∗ 𝐿)² 50²

34
Tensão de cisalhamento
É a tensão gerada por forças aplicadas em sentidos opostos ou em sentidos com direções semelhantes e diferentes
valores. É representada pela letra 
A fórmula de cálculo é o quociente da força pela secção transversal da peça submetida ao esforço de tensão.

F
 =
S

Exercícios
1 - Calcular na figura acima qual a tensão de cisalhamento do pino sabendo-se que tem área de 10cm² e que a força
é igual a 5000kgf.
𝐹 5000𝑘𝑔𝑓 500𝑘𝑔
𝜏= = =
𝑆 10𝑐𝑚2 𝑐𝑚2

2 - Calcular qual deve ser o diâmetro do pino sabendo-se que a força de tração é de 1256kgf e a tensão de
cisalhamento 400kg/cm²
𝐹 𝑆 3,14𝑐𝑚2
𝜏= 𝑅2 = =
𝑆 𝜋 3,14
𝐹 1256𝑘𝑔𝑓
𝑆= = = 3,14𝑐𝑚2 𝑅 = √1𝑐𝑚2 = 1𝑐𝑚
𝜏 400𝑘𝑔𝑓
𝑐𝑚2 𝐷 = 2 ∗ 𝑅 = 2𝑐𝑚

Vínculos
Vínculo é todo dispositivo capaz de colocar uma estrutura em equilíbrio, ou seja, são órgãos limitadores de
movimento.

Vínculo articulado fixo: Neste dispositivo, a resultante das forças deve passar pelo apoio e tem uma direção qualquer
que pode ser decomposta em duas direções.

35
Vínculo articulado móvel: Limita o movimento somente no sentido vertical.

Engastamentos: Existem três reações de apoio, sendo uma horizontal, outra vertical e a terceira em movimento

Condição de equilíbrio: Uma estrutura estará em equilíbrio quando a soma dos momentos, forças verticais e forças
horizontais forem nulas separadamente.
Σ𝑉̅ = 0
̅=0
Σ𝐻
̅ =0
Σ𝑀
Exercícios
1 - Calcular as reações da estrutura a seguir

decompondo em duas forças e apoiando

36
̅=0
Σ𝐻 𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 − 𝑉1 = 0
𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 𝑉1
𝐻1 = 10 ∗ 𝑐𝑜𝑠 3 0° = 10 ∗ 0,866 = 8,66𝑘𝑔𝑓
𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 5𝑘𝑔𝑓
𝑅𝐴 ∗ 5 − 𝑉 ∗ 2 = 0 ⇒ 𝑅𝐴 ∗ 5 = 𝑉 ∗ 2
Σ𝑉̅ = 0 10
𝑅𝐴 = = 2𝑘𝑔𝑓
𝑉1 = 10 ∗ 𝑠𝑒𝑛30° = 10 ∗ 0,5 = 5𝑘𝑔𝑓 5
𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 5
𝐻 − 𝐻1 = 0 ⇒ 𝐻 = 0
2 + 𝑅𝐵 = 5
𝑅𝐵 = 5 − 2 = 3𝑘𝑔

2 - Calcular as reações na estrutura abaixo

𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 𝑉1 + 50
̅=0
Σ𝐻
𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 70,7 + 50 = 120,7𝑘𝑔𝑓
𝐻1 = 100 ∗ 𝑐𝑜𝑠 4 5° = 100 ∗ 0,707 = 70,7𝑘𝑔𝑓 𝑅𝐴 ∗ 5 − 50 ∗ 3 − 70,7 ∗ 1,5 = 0
𝑅𝐴 ∗ 5 = 150 + 106,05
Σ𝑉̅ = 0
256,05
𝑅𝐴 = = 51,2𝑘𝑔𝑓
𝑉1 = 100 ∗ 𝑠𝑒𝑛45° = 100 ∗ 0,707 = 70,7𝑘𝑔𝑓 5
𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 120,7 ⇒ 𝑅𝐵 = 120,7 − 𝑅𝐴
𝑅𝐵 = 120,7 − 51,2 = 69,5𝑘𝑔𝑓
𝑅𝐵 = 5 − 2 = 3𝑘𝑔𝑓

Tipos de carregamento
1 - Carga concentrada: Neste caso o esforço aplicado na estrutura está localizado num ponto fixo.

2 - Carga distribuída: Neste caso a carga pode ter uma distribuição uniforme ou segundo outras leis

37
3 - Binário: É o movimento aplicado à viga

Exercícios:
1- Determinar as reações de apoio

𝑅𝐴 ∗ 6 − 2000 ∗ 4 − 1000 ∗ 1 = 0 𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 3000𝑘𝑔


𝑅𝐴 ∗ 6 = 8000 + 1000 𝑅𝐵 = 3000 − 𝑅𝐴
9000 𝑅𝐵 = 3000 ∗ 1500 = 1500𝑘𝑔
𝑅𝐴 = = 1500𝑘𝑔
6

Treliças
Chama-se treliça a estrutura formada com barras articuladas nas extremidades através dos nós. O esforço é aplicado
no plano da estrutura e as barras podem sofrer tração ou compressão.

38
Processo analítico
Se na solução analítica resultar uma força negativa na barra, significa que no caso da reação, o esforço admitido é de
compressão.

Processo gráfico
O processo gráfico tem a vantagem de ser rápido e pode ser usado para um conjunto de problemas diferentes
Determinação dos esforços nas barras de treliças pelo método de Maxwell-Cremona.
Quando a barra sofre compressão deve-se verificar a sua resistência à flambagem. A tensão em cada barra deve ser
menor do que a tensão admissível.

RA = RB = 2t
Escala: 10mm = 1t
Valores das forças exercidas em cada uma das barras
1, 3, 4, 5, 7 - 2309kg
2 e 6 - 1155kg
Flexão
Qualquer barra sujeita a esforços externos tende a se deformar acarretando nas diversas secções os momentos.
O momento fletor é calculado a partir das condições de equilíbrio
Momento fletor a distância x do apoio A

𝑀 = 𝑅𝐴𝑥 − 𝑃1 (𝑥 − 𝑎) − 𝑃2 (𝑥 − 𝑏)

39
Convenção de sinais para o momento fletor
O momento fletor será considerado positivo quando a concavidade estiver para cima e negativo quando a
concavidade estiver para baixo.

Viga
Chama-se viga a estrutura plana com o eixo plano e a carga aplicada neste plano.

Para calcular o momento fletor da viga:

pelo gráfico

Observação: O gráfico 𝑀 = 𝑓(𝑥) é chamado diagrama dos momentos fletores; a abscissa x representa a secção e as
ordenadas y o valor correspondente do momento fletor.
Exercícios
40
1 - Determinar o diagrama dos momentos fletores M

2 - Traçar o diagrama do momento fletor. 1kN = 1000N = 102kgf

41
3 - Calcular e fazer o diagrama do momento fletor

𝑅𝐴 ∗ 5 − 1000 ∗ 2 = 0 𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 1000𝑘𝑔
𝑅𝐴 ∗ 5 = 2000 𝑅𝐵 = 1000 − 𝑅𝐴
2000 𝑅𝐵 = 1000 − 400 = 600𝑘𝑔𝑓
𝑅𝐴 = = 400𝑘𝑔𝑓
5 𝑀 = 𝑅𝐵 ∗ 2𝑚
𝑀 = 𝑅𝐴 ∗ 3𝑚 𝑀 = 600 ∗ 2
𝑀 = 400 ∗ 3 𝑀 = 1200𝑘𝑔𝑓𝑚
𝑀 = 1200𝑘𝑔𝑓𝑚
Diagrama do momento fletor

4 - Traçar o diagrama do momento fletor

- a equação do 2° grau forma uma parábola no diagrama


𝑥
𝑀 =𝑃∗𝑥∗
2
𝑃 ∗ 𝑥2
𝑀=
2
500 ∗ 22
𝑀 𝑚𝑎𝑥 = = 1000𝑘𝑔𝑓𝑚
2

Traçar o diagrama do momento fletor. Carga distribuída

42
𝑅𝐵 = 𝑅𝐴 = 5000𝑘𝑔𝑓
𝑃 ∗ 𝑥2
𝑀𝑓 𝑚𝑎𝑥 = 𝑅𝐴 ∗ 𝑥 −
2
2000 ∗ 2,52
𝑀𝑓 𝑚𝑎𝑥 = 5000 ∗ 2,5 − = 6250𝑘𝑔𝑓𝑚
2

Força cortante
Chama-se força cortante de uma estrutura a soma algébrica das componentes verticais das forças situadas num dos
lados da secção.

Traçar os diagramas das forças cortante

43
Calcular os valores das forças de reação e traçar os diagramas das forças cortantes e momento fletor

𝑅𝑎 ∗ 6 − 300 ∗ 4 − 500 ∗ 2 = 0
𝑅𝑎 ∗ 6 = 1200 + 1000
2200
𝑅𝑎 = = 366𝑘𝑔𝑓
6
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 = 800
𝑅𝑏 = 800 − 𝑅𝑎
𝑅𝑏 = 800 − 366 = 434𝑘𝑔𝑓
Torção
No fenômeno de torção verifica-se um deslocamento angular entre duas secções da mesma peça devido ao efeito do
binário.

Sem a aplicação do momento de torção Mt, tem-se o segmento AB e com aplicação de Mt o material se deforma
tomando a posição AB¹
O momento de torção aumenta do centro para a periferia
Fórmulas
𝑑
𝑀𝑡 = 𝐹𝑡 ∗
2
71620 ∗ 𝑁
𝑀𝑡 = = 𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
𝑛
44
𝜏 𝜋 ∗ 𝑑4
𝛾= 𝐽= 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑖𝑥𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑐𝑖ç𝑜𝑠
𝐺 32
𝑀𝑡 ∗ 𝑦
𝜏= 𝜋 ∗ 𝑑3
𝐽 𝑊= 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑖𝑥𝑜𝑠 𝑚𝑎𝑐𝑖ç𝑜𝑠
𝑀𝑡 ∗ 𝐿 16
𝜃= = 𝑟𝑎𝑑
𝐽∗𝐺
𝑀𝑡 = momento de torção ou torque 𝐹𝑡 = força tangencial
 = ângulo de torção N = potência transmitida em CV
 = ângulo de distorção n = rotação por minuto
 = tensão de cisalhamento J = momento de inércia polar
G = módulo de elasticidade ao cisalhamento W = módulo de resistência a tração

O acoplamento na figura a seguir é utilizado para unir as extremidades de dois eixos perfeitamente alinhados. O
movimento de rotação é transmitido de uma metade do acoplamento para a outra metade, ou seja, de um eixo para
outro através de pinos de aço que são submetidos a tensão de cisalhamento

Exemplo de aplicação
Na figura acima, o eixo da esquerda transmite para o eixo a direita potência de 65CV com rotação de 250 rpm. Os
centros dos pinos estão afastados do centro dos eixos 120mm. São 8 pinos e o diâmetro de cada um é 19mm. Qual
a tensão de cisalhamento a que é submetido cada pino?
71620 ∗ 𝑁 71620 ∗ 65
𝑀𝑡 = = = 18600𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
𝑛 250

𝑀𝑡 = 𝐹𝑡 ∗ 𝑅

𝑀𝑡 18600𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
𝐹𝑡 = = = 1550𝑘𝑔𝑓
𝑅 12𝑐𝑚

𝜋 ∗ 𝑑2 𝜋 ∗ 1,92
𝑆= = = 2,83𝑐𝑚2
4 4

𝐹𝑡 1550𝑘𝑔𝑓 68,4𝑘𝑔𝑓
𝜏= = =
𝑆 2,83 ∗ 8 𝑐𝑚2

S = área da secção do pino


A tensão admissível do material dos pinos tem que ser superior a tensão de cisalhamento.

45
Exercícios
1 – Um eixo de secção circular diâmetro 45mm está submetido à um torque de 10000kgfcm. Calcular a tensão
máxima de cisalhamento
𝜋 ∗ 𝑑3 3,14 ∗ 4,53
𝑊= = = 17,8𝑐𝑚3
16 16
𝑀𝑡 10000𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚 562𝑘𝑔𝑓
𝜏= = =
𝑊 17,8𝑐𝑚3 𝑐𝑚2

2 - Um eixo maciço de secção circular constante com 5cm de diâmetro e 3 m de comprimento. No ponto médio do
eixo há uma polia ligada a uma correia que transmite 65CV. Esta potência é empregada para mover duas maquinas;
uma na extremidade esquerda que absorve 25CV e outra na extremidade direita que absorve 40CV. Determinar a
tensão máxima de cisalhamento, assim como os ângulos 1 e 
A velocidade de rotação é 200rpm e o material é de aço com G = 0,84 x 106 kgf/cm²
𝜋 ∗ 𝑑3 3,14 ∗ 53 𝜋 ∗ 𝑑4 3,14 ∗ 54
𝑊= = = 24,5𝑐𝑚3 𝐽= = = 61,3
16 16 32 32

Torque na polia 40CV 𝑀𝑡1 ∗ 𝐿 14324 ∗ 15


71620 ∗ 40 𝜃1 = = = 0,00417𝑟𝑎𝑑
𝑀𝑡1 = = 14324𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚 𝐽∗𝐺 61,3 ∗ 0,84 ∗ 106
200
180
Torque na polia 25CV 0,00417𝑟𝑎𝑑 ∗ = 0,24°
𝜋
71620 ∗ 25
𝑀𝑡2 = = 8952,5𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
200 𝑀𝑡1 ∗ 𝐿 8952,5 ∗ 15
𝑀𝑡1 14324 584,6𝑘𝑔𝑓 𝜃2 = = = 0,00260𝑟𝑎𝑑
𝜏= = = 𝐽∗𝐺 61,3 ∗ 0,84 ∗ 106
𝑊 24,5 𝑐𝑚2

Os valores dos ângulos de torção são válidos se houver o acionamento individual de cada máquina, mas caso haja o
acionamento ao mesmo tempo das duas maquinas, as duas polias oferecem uma resistência a torção no mesmo
sentido e então os momentos de torção de ambas as polias devem ser somados e, portanto, os ângulos de torção
também serão somados para se chegar ao ângulo de torção total
(𝑀𝑡1 + 𝑀𝑡2 ) ∗ 𝐿 (14324 + 8952,5) ∗ 15
𝜃= = = 0,00678rad
𝐽∗𝐺 61,3 ∗ 0,84 ∗ 106
180
0,00678𝑟𝑎𝑑 ∗ = 0,39°
𝜋

3 - Calcular a altura h da viga e o diagrama da força cortante e momento fletor


𝑏 ∗ ℎ³
𝐽= 𝜎 = 600𝑘𝑔/𝑐𝑚²
12

𝑃 ∗ 𝑥 2 500 ∗ 32
𝑀𝑓1 = = = 2250𝑘𝑔𝑓𝑚
2 2

𝑀𝑓2 = 3000 ∗ 3 = 9000𝑘𝑔𝑓𝑚

𝑀𝑚𝑎𝑥 = 9000 + 2250 = 11250𝑘𝑔𝑓𝑚

46
O dimensionamento da barra é feito geralmente à flexão tomando-se o momento fletor 𝑀𝑚𝑎𝑥
Para secção retangular utiliza-se a seguinte fórmula para dimensionar:
𝑀𝑚𝑎𝑥 = 1125000𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
𝐽
𝑊= 𝑀𝑚𝑎𝑥

2 𝜎=
𝑊

𝑏 ∗ ℎ3 2 1125000
𝑊= ∗ 600 =
12 ℎ 3 ⋅ ℎ2

𝑏 ∗ ℎ2 11250𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
𝑊= ℎ2 = = 3750𝑐𝑚2
6 3

ℎ ≥ 61,5𝑐𝑚

5 - Dimensionar o diâmetro do eixo da estrutura a seguir, considerando somente o efeito de flexão.


Aço ABNT 1040 laminado a quente. 𝜏𝑎𝑑𝑛 = 750𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²

Momento fletor máximo=16290kgfcm


𝑀𝑓 𝜋 ∗ 𝑑3
𝑅𝐴 ∗ 70 − 700 ∗ 30 − 500 ∗ 50 𝜎𝑎𝑑𝑚 = →𝑊=
𝑊 32
𝑅𝐴 ∗ 70 = 46000 𝑀𝑓 𝜋 ⋅ 𝑑3
𝜎⃗ = ⇒𝑊=
46000 𝑊 32
𝑅𝐴 = = 657𝑘𝑔𝑓
70 16290 16290 ∗ 32
750 = 3 ⇒ 750 = ⇒
𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 1200𝑘𝑔𝑓 3,14 ∗ 𝑑 3,14 ∗ 𝑑3
32
𝑅𝐵 = 543𝑘𝑔𝑓 16290 ∗ 32
𝑑3 =
750 ∗ 3,14
𝑀𝑓1 = 657 ∗ 20 = 13140𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
𝑑3 = 221 ⇒ 𝑑 = √221 = 6,04𝑐𝑚
𝑀𝑓2 = 543 ∗ 40 = 16290𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚

47
Flexo-torção
Quando existir flexão e torção deve-se dimensionar a viga ou barra circular pelo momento ideal Mi que considera as
duas solicitações.

Fórmula para o cálculo do momento ideal


𝑀𝑖 = 0,35 ∗ 𝑀𝑓 + 0,65 ∗ √𝑀𝑓 ² + 𝑀𝑡 ²

A figura a seguir representa um elevador com seu contrapeso destinado a diminuir a potência de acionamento. O
elevador e o contrapeso estão ligados por um cabo de aço que passa pelas duas polias. A polia motora é acionada
por um conjunto motor redutor. O peso do elevador com carga máxima somado ao peso da cabine é 1500kg e o
peso do contrapeso 1000kg. Calcular o diâmetro do eixo da polia motora com diâmetro 250mm, em função do
momento ideal. Material do eixo- aço 1040 laminado a quente com tensão admissível 750kgf/cm².

Força resultante F definida pelo processo gráfico: 1mm = 10kgf

1𝑚𝑚 = 10𝑘𝑔𝑓 ⇒ 180,28𝑚𝑚 = 1802,8𝑘𝑔𝑓


𝐹 = 1802,8𝑘𝑔𝑓

48
Determinação do momento fletor
1802,8
𝑅𝐴 = = 901,4𝑘𝑔𝑓
2
𝑀𝑓 = 𝑅𝐴 ∗ 9𝑐𝑚 = 901,4 ∗ 9𝑐𝑚
𝑀𝑓 = 8112,6𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
Determinação do momento de torção
Uma força trabalha em sentido contrário da outra, portanto

𝑀𝑡 = (𝐹1 − 𝐹2 ) ∗ 𝑅 ⇒ 𝑅 = 𝑟𝑎𝑖𝑜𝑝𝑜𝑙𝑖𝑎
𝑀𝑡 = (1500 − 1000) ∗ 12,5𝑐𝑚 = 6259𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
Determinação do momento ideal

𝑀𝑖 = 0,35 ∗ 𝑀𝑓 + 0,65 ∗ √𝑀𝑓 ² + 𝑀𝑡 ²

𝑀𝑖 = 0,35 ∗ 8112,6 + 0,65 ∗ √8112,62 + 62502


𝑀𝑖 = 2839,41 + 0,65 ∗ 10241
𝑀𝑖 = 9496𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
Determinação do diâmetro do eixo de acordo com as características do material
Fórmula para eixos maciços

3 𝑀𝑖 ∗ 32 3 9496 ∗ 32
𝑑=√ =√ = 5,05𝑐𝑚
𝜋 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚 3,14 ∗ 750

DINÂMICA
Força
Chama-se força a tudo que é capaz de modificar o movimento ou repouso de um corpo ou provocar uma
deformação no mesmo.
Unidades para as forças:
d - Dina (sistema CGS)
N - Newton (sistema internacional)
Kgf - quilograma força (sistema técnico)

No sistema internacional, que utiliza as unidades kg (kilograma), m (metros) e s (segundos), para levantar um peso
de massa 1kg na superfície da Terra, será necessária uma força de 9,8N para poder vencer a ação da gravidade que
em geral é de 9,8m/s².
𝐹 = 1𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² = 9,8𝑁

O sistema técnico, que considera somente a superfície da terra como área de atuação, para levantar um peso de
massa 1kg se convencionou que a força necessária será de 1kgf.
Relação entre as forças
kgf = 9,8N = 980000d

49
Trabalho
Chama-se trabalho ao produto da força pelo deslocamento e o ângulo formado entre a direção da força e
deslocamento.

𝜏 = 𝑆 ∗ 𝐹 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼
Unidades de trabalho
Sistema internacional (antigo MKS Giorgi): Joule = Nm
Sistema técnico: kgfm
𝑘𝑔𝑓𝑚 = 9,8𝐽

No sistema internacional a força terá seu valor em N (Newton).


Uma força de 1N deslocando seu ponto de aplicação 1m na direção da força. O trabalho realizado será
𝜏 = 𝐹 ∗ 𝑆 = 1𝑁 ∗ 1𝑚 = 1𝐽 = 1𝑁𝑚
No sistema técnico uma força de 1kgf deslocando seu ponto de aplicação 1m na direção da força. O trabalho
realizado será
𝜏 = 𝐹 ∗ 𝑆 = 1𝑘𝑔𝑓 ∗ 1𝑚 = 1𝑘𝑔𝑓𝑚

Uma força de 8N desloca seu ponto de aplicação 4m na direção da força. O trabalho realizado será
𝜏 = 𝐹 ∗ 𝑆 = 8𝑁 ∗ 4𝑚 = 32𝐽
Potência
É o trabalho realizado numa unidade de tempo
∆𝜏 𝐹∆𝑆
𝑃= = =𝐹∗𝑣
∆𝑡 ∆𝑡
A força não considera o ângulo de direção

Unidades de potência
Sistema internacional: W (Watts) = J/s = Nm/s
Sistema técnico: CV (cavalo vapor) = 75kgfm/s HP (Horse Power) = 76kgfm/s

Fórmulas utilizadas
Sistema internacional Sistema técnico
𝐹∗𝑣
𝑃= = 𝐶𝑉
𝑃 =𝐹∗𝑣 =𝑊 75
𝐹∗𝑣
𝑃= = 𝑘𝑊
1000
F – força em kgf
F – força em N v – velocidade em m/s
v – velocidade em m/s

50
Comparando:
- 1W é a potência necessária para deslocar um corpo de massa 1kg a 1m/s² e, como na superfície da Terra a
aceleração da gravidade é 9,8 m/s², há necessidade de 9,8 W para elevar esse mesmo peso na altura de 1 m no
tempo de 1 segundo.
- Na superfície da Terra para elevar um corpo de massa 75 kg à altura de 1 metro no tempo de 1 segundo, é
necessária uma potência de 75kg x 9,8m/s² = 735 W
- 1 CV é a potência necessária para elevar um corpo de massa 75 kg a altura de 1 m no tempo de 1 segundo.
Então:
1 CV = 735 W
1 CV = 0,735 kW
1kW = 1,36 CV
Exercícios
1 - Calcular a potência de um motor que produz o trabalho de 735kJ em 10 segundos
735𝑘𝐽 73,5𝑘𝐽
𝑃= = = 73,5𝑘𝑊
10𝑠 𝑠
73,5𝑘𝑊 = 73500𝑊 = 100𝐶𝑉

2 - Calcular a potência de um motor que deve elevar um peso de massa 100kg a altura de 60m no tempo de 30
segundos. Aceleração da gravidade g = 9,8m/s²
Cálculo pelo sistema técnico
𝐹 = 100𝑘𝑔𝑓
60𝑚 2𝑚
𝑣= =
30𝑠 𝑠
𝐹 ∗ 𝑣 100𝑘𝑔𝑓 ∗ 2𝑚/𝑠
𝑃= = = 2,66𝐶𝑉
75 75
Cálculo pelo sistema internacional

𝐹 = 𝑚 ∗ 𝑔 = 100𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² = 980𝑁


60𝑚 2𝑚
𝑣= =
30𝑠 𝑠
2𝑚
𝑃 = 𝐹 ∗ 𝑣 = 980𝑁 ∗ = 1960𝑊 = 1,96𝑘𝑊
𝑠
3 - Uma bomba deve tirar água de um poço a razão de 7,5 litros por segundo. Sendo a profundidade do poço 10m
calcular a potência teórica do motor que aciona a bomba hidráulica.

No sistema técnico
1𝑙 = 1𝑘𝑔𝑓
7,5𝑙 = 7,5𝑘𝑔𝑓
10𝑚
𝐹 ⋅ 𝑣 7,5𝑘𝑔𝑓 ∗ 𝑠
𝑃= = = 1,0𝐶𝑉
75 75

4 - Qual a potência em CV e Watts de uma queda de água de vazão 120m³ por minuto sendo a altura da queda 10m?
1𝑚3 = 1000𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 = 1000𝑘𝑔𝑓

51
120𝑚³ 2𝑚³
=
𝑚𝑖𝑛 𝑠
No sistema técnico
10𝑚
ℎ = 10𝑚 ⇒ 𝑣 =
𝑠
𝐹 ∗ 𝑣 2000 ∗ 10
𝑃= = = 266𝐶𝑉
75 75

No sistema internacional
2000𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² = 19600𝑁
ℎ = 10𝑚 ⇒ 𝑣 = 10𝑚/𝑠
𝑃 = 19600𝑁 ∗ 10𝑚/𝑠 = 196000𝑊 = 196𝑘𝑊

Rendimento
Chama-se rendimento ao quociente do trabalho útil dividido pelo trabalho total.
𝝉𝒖
𝜼=
𝝉𝒕
Um motor elétrico não converte toda sua energia elétrica em trabalho útil quando movimenta uma máquina
qualquer. Parte da energia é perdida em atritos internos nos mancais e principalmente aquecimento das bobinas.
Conforme catálogo do fabricante, o rendimento de um motor trifásico de 1,5kW é aproximadamente 78% em
relação ao consumo elétrico o que significa que perdeu 22% da energia consumida.
Um motor de 2,0CV acionando o eixo de entrada de um redutor de velocidade com engrenagens helicoidais, com um
rendimento de 92%, transmite no eixo de saída uma potência de
𝑃 = 2𝐶𝑉 ∗ 0,92 = 1,84CV

A figura a seguir representa um elevador e seu contrapeso destinado a diminuir a potência de acionamento. O
elevador e o contrapeso estão ligados por um cabo de aço que passa pelas duas polias. O conjunto motoredutor
aciona a polia motora com diâmetro 250mm indicada na figura. O peso do elevador com carga máxima mais o peso
da cabine é 1500kg e o peso do contrapeso 1000kg. Sabendo-se que a velocidade do elevador deve ser 30 m/min e o
rendimento  do redutor e do conjunto de polias é 0,7, calcular a rotação por minuto e o torque no eixo da polia e a
potência necessária para elevação do elevador.

Determinação do momento de torção (torque) no eixo da polia motora.

52
Uma força trabalha em sentido contrário da outra, portanto
𝑀𝑡 = (𝐹1 − 𝐹2 ) ∗ 𝑅 ⇒ 𝑅 = 𝑟𝑎𝑖𝑜𝑝𝑜𝑙𝑖𝑎

𝑀𝑡 = (1500 − 1000) ∗ 0,125𝑚 = 62,5𝑘𝑔𝑓𝑚

Para determinar rotação por minuto no eixo de saída do redutor


𝑣 30𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑛= = = 38,2𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝑑 3,14 ∗ 0,25𝑚

Potência no eixo do motor considerando rendimento do redutor e das polias = 0,7


𝑀𝑡 ∗ 𝑛 62,5𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 38,2𝑟𝑝𝑚
𝑃= = = 4,75𝐶𝑉
716,2 ∗ 𝜂 716,2 ∗ 0,7

Força de atrito
Sempre que houver o movimento de um corpo, provocado por uma força qualquer, haverá uma força de atrito em
sentido contrário ao movimento do corpo. Então a força de atrito se opõe ao movimento.

Características da força de atrito


Experimentalmente obteve-se as seguintes leis:
1 - A força de atrito independe da área de contato.
2 - A força de atrito depende do acabamento das superfícies em contato
3 - A força de atrito independe da velocidade desde que não seja muito elevada.
4 - A força de atrito é proporcional a força normal e ao coeficiente de atrito
𝐹𝑎𝑡𝑟 = 𝑁 ∗ 𝜇
N = força normal
 = coeficiente de atrito
Coeficiente de atrito
É adimensional e, por definição, é o quociente da força de atrito pelo componente normal da força.
𝐹𝑎𝑡𝑟
𝜇=
𝑁

Coeficiente de atrito estático. Atua quando o corpo está na iminência de iniciar o movimento.
Coeficiente de atrito dinâmico. Atua quando o corpo já está em movimento e há deslizamento entre os corpos.
O coeficiente de atrito varia de acordo com as superfícies em contato

53
Atrito no plano inclinado
Ângulo de atrito
O coeficiente de atrito estático entre dois materiais pode ser determinado pelo ângulo de atrito da seguinte forma:

Coloca-se um bloco sobre uma superfície plana feitos com os materiais a serem pesquisados como representado na
figura acima. Aumentando-se lentamente a inclinação chegará um momento em que o bloco estará na iminência de
movimento rampa abaixo. Nesse exato momento, o ângulo  será o valor do ângulo de atrito estático.
A força de atrito será
𝐹𝑎𝑡𝑟 = 𝑃 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝜃
𝐹𝑎𝑡𝑟 = 𝑁 ∗ 𝜇𝑒
𝐹𝑎𝑡𝑟 = 𝑃 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝜃 ∗ 𝜇𝑒
E o coeficiente de atrito estático será
𝜇𝑒 ∗ 𝑃 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝜃 = 𝑃 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑠𝑒𝑛𝜃
𝜇𝑒 =
𝑐𝑜𝑠 𝜃

COEFICIENTES DE ATRITO

54
Exercícios
1 - Calcular a intensidade da força horizontal necessária para iniciar o deslocamento de um corpo de massa 1200kg
feito de aço sobre uma superfície plana e horizontal feita de poliamida.

Coeficiente de atrito estático a seco conforme tabela = 0,35


no sistema técnico
𝐹 ≥ 𝐹𝑎𝑡𝑟
𝐹 =𝑃∗𝜇
𝐹 = 1200𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,35 = 420𝑘𝑔𝑓

no sistema internacional
𝐹 ≥ 𝐹𝑎𝑡𝑟
𝐹 =𝑃∗𝜇
𝑃 = 𝑚 ∗ 𝑔 = 1200𝑘𝑔 ∗ 9,8𝑚/𝑠² = 11760𝑁
𝐹 = 11760𝑁 ∗ 0,35 = 4116𝑁

2 - O tambor de um sistema de freio de raio r, suporta um peso de 1500kg conforme figura a seguir. Calcular a força
F mínima necessária para manter o tambor parado. O coeficiente de atrito estático entre a sapata do freio e o
tambor é
𝜇𝑒𝑠𝑡 = 0,7
l = 550mm
a = 160mm

Analisando a figura, para manter o equilíbrio, a força de atrito deve ter o mesmo valor da força peso, ou seja,
1500kgf. Então
𝐹𝑎𝑡𝑟 = 1500𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑎𝑡𝑟
𝐹𝑎𝑡𝑟 = 𝑁 ∗ 𝜇 ∴ 𝑁 =
𝜇
1500
𝑁= = 2143𝑘𝑔𝑓
0,7
𝑎 160
𝐹= ∗𝑁 = ∗ 2143 = 623,4𝑘𝑔𝑓
𝑙 550
55
3 - Uma esteira transportadora, representada na figura a seguir, transporta 4 blocos de 150kg cada um. Sabendo-se
que o coeficiente de atrito entre a esteira e a chapa de apoio é 0,35, calcular o torque necessário no tambor
motorizado para iniciar o movimento. O raio do tambor é 120mm. Desprezar o peso da esteira no cálculo.

No sistema acima os blocos permanecem parados em relação a esteira e o atrito está entre a esteira e a chapa de
apoio. A força tangencial no cilindro motorizado deverá ter um valor equivalente a força de atrito.
𝑃 = 150 ∗ 4 = 600𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑎𝑡𝑟 = 𝑃 ∗ 𝜇 = 600 ∗ 0,35 = 210𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑡 = 𝐹𝑎𝑡𝑟
𝑀𝑡 = 𝐹𝑡 ∗ 𝑟
𝑀𝑡 = 210𝑘𝑔𝑓 ∗ 0,12𝑚 = 25,2𝑘𝑔𝑓𝑚

4 - Um bloco de peso Q, apoiado sobre um plano inclinado está preso à extremidade de um cabo que passa por uma
roldana que tem na outra extremidade um peso P.
Supondo ser  o coeficiente de atrito entre o bloco e o plano, calcular o valor da relação P/Q necessário para o
equilíbrio. Desprezar o atrito na roldana e admitir o ângulo de inclinação  do plano, maior do que o ângulo de
atrito.

Podemos ter dois casos


Caso 1 - O corpo está na eminência de subir. A tensão na corda é P

𝐹 ′ = 𝑄 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼

Pela condição de equilíbrio temos


𝑃 − 𝐹𝑎𝑡𝑟 − 𝑄 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 0
𝐹′
𝑠𝑒𝑛𝛼 = ∴ 𝐹 ′ = 𝑄 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑄
56
𝐹𝑎𝑡𝑟 = 𝜇 ∗ 𝑁 = 𝜇 ∗ 𝑄 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝑁 = 𝑄 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼

Substituindo-se na equação
𝑃 − 𝐹𝑎𝑡𝑟 − 𝑄 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 0
𝑃 = 𝑄(𝜇 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 + 𝑠𝑒𝑛𝛼)
𝑃
= 𝜇 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 + 𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑄

Caso 2 - O corpo tende a se deslocar para baixo

Pela condição de equilíbrio temos


𝑃 + 𝐹𝑎𝑡𝑟 − 𝐹 𝐼 = 0
𝑃 + 𝜇 ∗ 𝑄 𝑐𝑜𝑠 𝛼 − 𝑄 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 0
𝑃 = 𝑄 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 − 𝜇 ∗ 𝑄 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝑃 = 𝑄(𝑠𝑒𝑛𝛼 − 𝜇 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼)
𝑃
= 𝑠𝑒𝑛𝛼 − 𝜇 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝑄

Força necessária para elevar um corpo

𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝜃)
𝐹=𝑄∗
𝑐𝑜𝑠(𝛽 ± 𝜃)

𝑐𝑜𝑠(𝛽 ± 𝜃) ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼
𝜂=
𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝜙) ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛽
Utiliza-se sinal + quando F for dirigido para baixo aumentado o atrito entre os corpos
Utiliza-se sinal - quando F for dirigido para cima diminuindo o atrito entre os corpos

57
Exercício
Sobre um plano inclinado de inclinação igual a 55% acha-se uma caixa com um peso de 25kg. Para se elevar este
corpo a uma altura de 5,5m pergunta-se qual é o trabalho realizado sendo que a força é aplicada numa direção que
forma um ângulo de 20° com o plano inclinado para cima. É conhecido o coeficiente de atrito  = 0,25. Soltando-se o
corpo no plano mais alto do plano inclinado, pergunta-se qual a velocidade do mesmo no fim da rampa e onde irá
parar a caixa se há um prolongamento horizontal no fim da rampa.

Cálculo da força
𝑡𝑔𝜃 = 𝜇 = 0,25 𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝜃) 25 ∗ 𝑠𝑒𝑛(29° + 14°)
𝐹=𝑄 =
𝜃 = 14° 𝑐𝑜𝑠(𝛽 − 𝜃) 𝑐𝑜𝑠(20° − 14°)
𝛽 = 20° 25 ∗ 𝑠𝑒𝑛43°
𝐹= = 17𝑘𝑔
𝛼 = 29° 𝑐𝑜𝑠 6 °

Cálculo do trabalho
𝜏 = 𝐹 ∗ 𝑆 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛽
𝑆 2 = 102 + 5,52
𝑆 2 = 100 + 30,25
𝑆 = √130,25 = 11,4𝑚

𝜏 = 𝐹 ∗ 𝑆 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛽
𝜏 = 17𝑘𝑔 ∗ 11,4𝑚 ∗ 𝑐𝑜𝑠 2 0°
𝜏 = 184𝑘𝑔𝑚

Cálculo do rendimento
𝑐𝑜𝑠(𝛽 − 𝜃) ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑐𝑜𝑠 6 ° ∗ 𝑠𝑒𝑛29°
𝜂= 𝜂=
𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝜙) ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛽 𝑠𝑒𝑛43° 𝑐𝑜𝑠 𝛽
𝑐𝑜𝑠( 20° − 14°) ∗ 𝑠𝑒𝑛29° 0,994 ∗ 0,485
𝜂= 𝜂= = 0,75
𝑠𝑒𝑛(29° + 14°) ∗ 𝑐𝑜𝑠 2 0° 0,682 ∗ 0,94

58
Cálculo da velocidade no fim da rampa
𝑃𝑡 = 𝑄 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 25 ∗ 𝑠𝑒𝑛29°
𝑃𝑡 = 25 ∗ 0,485 = 12𝑘𝑔
𝑃𝑎 = 𝜇 ∗ 𝑃𝑁 = 𝜇 ∗ 𝑄 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝑃𝑎 = 0,25 ∗ 0,25 ∗ 𝑐𝑜𝑠 2 9°
𝑃𝑎 = 8,8𝑘𝑔

𝐹𝑟 = 12 − 8,8 = 3,2𝑘𝑔
25
𝐹𝑟 = 𝑚 ∗ 𝑎 ∴ 3,2 = 𝑎
9,8
3,2 ∗ 9,8 1,25𝑚
𝑎= =
25 𝑠
𝑉 2 = 𝑉02 + 2 ∗ 𝑔 ∗ 𝑆
𝑉 = √2 ∗ 9,8 ∗ 11,4 = 5,25𝑚/𝑠

𝒂 = 𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜

Cálculo da distância S
𝐹𝑟 = 𝐹𝑎
𝐹𝑎 = 𝑚 ∗ 𝑎
𝐹𝑎 = 0,25 ∗ 25 = 6,25𝑘𝑔
25
6,25 = ∗𝑎
9,8
6,25 ∗ 9,8 2,45𝑚
𝑎= =
25 𝑠2
𝑉 2 = 𝑉02 + 2 ∗ 𝑎 ∗ 𝑆 ′
Fa = Força de aceleração
𝐼
𝑉2 5,252
𝑆 = = = 5,65𝑚
2 ∗ 𝑎 2 ∗ 2,45

Energia potencial
A energia potencial depende das posições inicial e final
de um corpo e obtém-se, no caso de deslocamento No sistema técnico
vertical, o produto do peso multiplicado pela altura. 𝐸𝑝𝑔 = 𝑃 ∗ ℎ
No caso de um corpo situado a uma determinada altura
No sistema internacional
do solo denomina-se energia potencial gravitacional
𝐸𝑝𝑔 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ ℎ

59
A energia potencial gravitacional de um corpo com massa 50kg e altura 200cm em relação ao solo
No sistema internacional
9,8𝑚
𝐸𝑝𝑔 = 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ ℎ = 50𝑘𝑔 ∗ ∗ 2𝑚 = 980𝑁𝑚
𝑠2
No sistema técnico
𝐸𝑝𝑔 = 𝑃 ∗ ℎ = 50𝑘𝑔𝑓 ∗ 2𝑚 = 100𝑘𝑔𝑓𝑚

Energia cinética
A energia cinética refere-se à velocidade e é por definição o semi produto da massa pela velocidade ao quadrado.
𝑚 ∗ 𝑣2
𝐸𝑝𝑔 =
2

A energia cinética de uma bala de 10g projetada com uma velocidade de 600m/s é
- no sistema internacional
𝑚 ∗ 𝑣 2 0,010𝑘𝑔 ∗ 600𝑚/𝑠² 𝑚
𝐸𝑐 = = = 1800𝑘𝑔 ∗ 2 = 1800𝐽
2 2 𝑠
- no sistema técnico
𝑚 ∗ 𝑣 2 0,010𝑘𝑔 ∗ 600𝑚/𝑠²
𝐸𝑐 = = = 91,8𝑘𝑔𝑓𝑚
𝑔∗2 9,8𝑚/𝑠² ∗ 2

Calcular a energia cinética de um corpo de massa 5kg que cai em queda livre de uma altura de 10m
𝑔 = 9,8𝑚/𝑠²
𝑉 2 = 𝑉02 + 2 ∗ 𝑔 ∗ ℎ
𝑉 2 = 0 + 2 ∗ 9,8𝑚/𝑠² ∗ 10𝑚
𝑚 ∗ 𝑣 2 5𝑘𝑔 ∗ 14𝑚/𝑠²
𝐸𝑐 = = = 490𝑘𝑔𝑚/𝑠² = 490𝐽
2 2

Atrito de rolamento
Denomina-se atrito de rolamento ao atrito que se verifica teoricamente através do contato de dois pontos entre um
corpo esférico, ou uma linha muito fina no caso de um corpo cilíndrico, e um plano. Quando há somente atrito de
rolamento no movimento rotacional de 180° (A- A¹) do corpo, o mesmo realiza o movimento de translação r

Contudo na prática, em função da deformação dos materiais, o contato se dá através de superfícies.

60
Exagerando a deformação teremos

Para movimentar a esfera ou cilindro, pela observação da figura acima, pode-se deduzir as seguintes fórmulas:
𝐹 ≥ 𝐹𝑎𝑡 𝐹 = 𝑃 ∗ 𝑡𝑎𝑛 𝛽
𝑃=𝑁 𝑓
𝑓 𝜇𝑟 =
𝐹=𝑃 𝑟
𝑟

A fórmula para o cálculo do momento de torção para movimentar a esfera ou cilindro


𝑀𝑡 = 𝐹 ∗ 𝑟
𝑓
𝑀𝑡 = 𝑃 ∗ ∗𝑟 =𝑃∗𝑓
𝑟
𝑀𝑡 = 𝑃 ∗ 𝜇𝑟 ∗ 𝑟

Para calcular a força necessária para manter em movimento um vagão com peso de 50t rolando sobre trilhos
nivelados, e diâmetro de roda 400mm sabendo-se que f = 0,05cm.
𝑓 0,05𝑐𝑚
𝐹=𝑃 = 50000𝑘𝑔 ∗ = 125𝑘𝑔𝑓
𝑟 20𝑐𝑚

Para calcular o torque necessário no eixo da roda, caso fosse uma locomotiva
𝑀𝑡 = 𝑃 ∗ 𝑓 = 50000𝑘𝑓 ∗ 0,05𝑐𝑚 = 2500𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚

Para calcular a potência necessária para manter o movimento supondo-se que a velocidade fosse 30m/min.
No sistema técnico
𝐹(𝑘𝑔) ∗ 𝑣(𝑚/ 𝑚𝑖𝑛) 125𝑘𝑔 ∗ 30𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑃= =
75 ∗ 60 4500
partindo do torque sendo necessário calcular a velocidade em rpm da roda
𝑣
𝑣 =𝜋∗𝑑∗𝑛 ∴𝑛 =
𝜋∗𝑑
30𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑛=
3,14 ∗ 0,4𝑚
𝑀𝑡 = 2500𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚
𝑀𝑡 (𝑘𝑔𝑓𝑐𝑚) ∗ 𝑛(𝑟𝑝𝑚) 2500 ∗ 23,88
𝑃= = = 0,83𝐶𝑉
71620 71620

61
Rodas de fricção
Fricção cônica
A roda de fricção é empregada para variar a velocidade dos mecanismos. Obtém-se um bom rendimento
aumentando-se o diâmetro da roda e empregando-se material com auto coeficiente de atrito.
Obtém-se o momento constante quando a superfície de contato for uniforme e quando as superfícies forem
impregnadas com lubrificantes.

𝐻 = 𝑃𝑁 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼
𝐻∗𝜇 𝑃𝑁 - Pressão de trabalho
𝑈=
𝑠𝑒𝑛𝛼 U - Esforço tangencial
𝑈 = ±1,0 ∗ 𝐻  − Trabalho de fricção
𝜏 = 0,286 ∗ 𝑈 𝑃𝑚𝑎𝑥 - Pressão máxima
𝑈 Q - Quantidade de material
𝑃𝑚𝑎𝑥 =
𝜋 ∗ 𝐷 ∗ 𝐵 ∗ 𝜇𝑚𝑎𝑥 submetido ao desgaste
𝑄 =𝜋∗𝐷∗𝐵∗𝑆

Fricção com discos circulares

𝑈 =𝜇∗𝐻∗𝑖
𝜏 = 0,286 ∗ 𝑈
𝑈
𝑃𝑚𝑎𝑥 =
𝜋 ∗ 𝐷 ∗ 𝐵 ∗ 𝜇 ∗ 𝑖 𝑚𝑎𝑥
𝑄 =𝜋∗𝐷∗𝐵∗𝑆∗𝑖
i - Quantidade de discos

Correias em V
São usadas devido ao baixo custo de manutenção, trabalham silenciosamente e absorvem o choque de torção.
Nomenclatura
Polia motora: É a polia ligada diretamente ao motor e apresenta geralmente um diâmetro menor (d)
Polia movida (D): Apresenta geralmente um diâmetro maior do que a polia motora

Existem 5 tipos de secções. As que apresentam pequena secção são usadas para serviços leves e as de secção
transversal maior para serviços pesados.

62
Relação de transmissão (i). Obtém-se dividindo o número de rotações da polia motora pelo número de rotações da
polia movida. O número de rotações da polia movida 𝑛2 obtém-se pela fórmula
𝑑
𝑛2 = ∗ 𝑛1
𝐷
𝑛1 = rotação do motor
Diâmetros mínimo

63
Tabela de fatores de serviço conforme AGMA

64
Comprimento nominal da correia. É o comprimento da correia ao longo da linha neutra.
(𝐷 − 𝑑)
𝐿 = 2 ∗ 𝐶 + 1,57(𝐷 + 𝑑) +
4⋅𝐶
Cálculo do arco de contato 
(𝐷 − 𝑑)
𝛼 = 180° − 60 ∗
𝐶
Fator de correção do arco de contato = 𝐹𝑎𝑐
90° 0,69 145° 0,91
100° 0,74 150° 0,92
110° 0,79 155° 0,94
120° 0,83 160° 0,95
125° 0,85 165° 0,96
130° 0,86 170° 0,98
135° 0,87 175° 0,99
140° 0,89

Quantidade de correias
𝐶𝑉𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 ∗ 𝐹𝑠
𝑞=
𝐶𝑉𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 ∗ 𝐹𝑎𝑐

DIMENSIONAMENTO DE ENGRENAGENS
Engrenagens cilíndricas de dentes retos

Relação de transmissão 𝐷𝑝 = 𝑚 ∗ 𝑍
𝐷2 𝑛1 𝑍2 módulo
𝑖= = = 𝐷𝑝
𝐷1 𝑛2 𝑍1 𝑚=
 - ângulo de pressão 𝑍
passo 𝑝=𝑚∗𝜋
n - rotações por minuto
a=m
Velocidade periférica
𝜋 ∗ 𝐷1 ∗ 𝑛1 𝜋 ∗ 𝐷2 ∗ 𝑛2 𝑑 = 1,25 ∗ 𝑚
𝑣= = = 𝑚/𝑠 espessura do dente
60 60 𝑝 𝑚∗𝜋
Diâmetro primitivo 𝑒= =
2 2
𝐶∗2
𝐷1 = raio de concordância 𝑟 = 0,3 ∗ 𝑚
𝑖+1
𝐷2 = 2 ∗ 𝐶 − 𝐷1 b - largura do dente

65
Exemplo
Dimensionar um par de engrenagens cilíndricas de dentes retos para acionamento de uma bobinadeira. Considerar
acionamento nos dois sentidos de rotação.
Dados:
P = 20CV C = 410mm 𝑛1 = 175rpm 𝑛2 = 70rpm  = 20°
Material das engrenagens: Aço 1045 normalizado. Tensão de flexão do material = 50kgf/mm²
Dureza: 170HB
Relação de transmissão
𝑛1 175
𝑖= = = 2,5
𝑛2 70
Cálculo do módulo aproximado

3 𝑃∗𝑔 3 20 ∗ 3,2
𝑚𝑎𝑝 = 520 ∗ ( √ ) = 520 ∗ ( √ ) = 6,6𝑚𝑚 → 7𝑚𝑚
10 ∗ 𝜆 ∗ 𝑍1 ∗ 𝑛1 ∗ 𝜎𝑓 10 ∗ 15 ∗ 24 ∗ 175 ∗ 50

P = Potência do motor (CV)


𝑔 = Coeficiente variável em função do número de dentes do pinhão e do ângulo de pressão (q = 20°)

λ = Relação entre largura do dente (b) e módulo (m)


- engrenagens de ferro fundido – 6
- engrenagens de dentes fresados – 10
- engrenagens com dentes fresados e alinhamento perfeito dos mancais -15 a 25
𝑏
𝜆= = 15
𝑚

Cálculo do número mínimo de dentes do pinhão para evitar interferência


2∗𝐾
𝑍1 = (𝑚 + √𝑚2 + (1 + 2 ∗ 𝑚) ∗ 𝑠𝑒𝑛²𝜃)
(1 + 2 ∗ 𝑚) ∗ 𝑠𝑒𝑛²𝜃
2∗1
𝑍1 = (7 + √72 + (1 + 2 ∗ 7) ∗ 𝑠𝑒𝑛²20) = 16,1
(1 + 2 ∗ 7) ∗ 𝑠𝑒𝑛²20
K = 1 para engrenagens normais.
𝑍1 - Número de dentes estimado do pinhão. Selecionado 24 dentes
- mínimo 18 dentes para engrenagens de qualidade e ângulo de pressão  20°
- mínimo 24 dentes para engrenagens de baixa qualidade.
𝜎𝑓 = tensão de flexão do material

66
Tabela extraída de material da FEI

Quando o par de engrenagens trabalha em um único sentido de rotação, considere os valores de tensão admissível à
flexão na linha 2.
Para engrenagens que trabalham nos dois sentidos, considere os valores na linha 3
Módulos normalizados

Módulos mais utilizados: 1 – 1,25 – 1,5 – 2 – 2,25 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 10 – 12 – 16 - 20 -25 – 32 – 40


Módulo selecionado da ferramenta de corte dos dentes = 7mm

Diâmetro primitivo do pinhão


𝐷1 = 𝑚 ∗ 𝑍1 = 7 ∗ 24 = 168𝑚𝑚

67
Número de dentes da coroa
𝑍2 = 𝑍1 ∗ 𝑖 = 24 ∗ 2,5 = 60 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠

Diâmetro primitivo da coroa


𝐷2 = 𝑚 ∗ 𝑍2 = 7 ∗ 60 = 420𝑚𝑚

Distância entre centros resultante


𝐷1 + 𝐷2 168 + 420
𝐶= = = 294𝑚𝑚
2 2
Como a distância entre centros calculada não é a desejada vamos aumentar o valor do módulo proporcionalmente e
refazer os cálculos
C desejado 410
módulo novo = módulo anterior ∗ =7∗ = 9,7
C calculado 294
Como não dispomos de módulo 9,7 pegamos o próximo da lista dos módulos disponíveis- 10

Recalculando
Diâmetro primitivo do pinhão
𝐷1 = 𝑚 ∗ 𝑍1 = 10 ∗ 24 = 240𝑚𝑚

Diâmetro primitivo da coroa


𝐷2 = 𝑚 ∗ 𝑍2 = 10 ∗ 60 = 600𝑚𝑚

Distância entre centros resultante


𝐷1 + 𝐷2 240 + 600
𝐶= = = 420𝑚𝑚
2 2

Cálculo da tensão atuante no pé do dente do pinhão.


Momento de torção no eixo do pinhão
716,2 ∗ 𝑃 716,2 ∗ 20𝐶𝑉
𝑀1 = = = 81,85𝑘𝑔𝑓𝑚
𝑛1 175𝑟𝑝𝑚

Força tangencial

𝑀1 ∗ 2 81,85𝑘𝑔𝑓𝑚 ∗ 2
𝐹𝑡 = = = 682𝑘𝑔𝑓
𝐷1 0,240𝑚
𝐹𝑡 682𝑘𝑔𝑓
𝐹= = = 725,8𝑘𝑔𝑓
𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑐𝑜𝑠20
Largura do dente 𝑏 = 15 ∗ 𝑚 = 15 ∗ 10𝑚𝑚 = 150𝑚𝑚
Largura do dente arbitrada = 100mm

68
Cálculo adotando a equação de Lewis adaptada pela norma AGMA.
𝐹𝑡 ∗ 𝐾𝑣 ∗ 𝐾𝑜 ∗ 𝐾𝑚
𝜎=
𝑚∗𝑏∗𝐽
Fator J Curvas superiores utilizadas para alta
qualidade de projeto e raio de
concordância no pé do dente.
A curva inferior deve ser utilizada quando a
razão de contato for pequena ou quando
se deseja segurança máxima, mas de forma
não otimizada.
O projeto dos eixos e mancais deve
garantir o contato em toda a largura do
dente (b)
Velocidade periférica para determinar o
valor de 𝐾𝑣
𝐷1 𝑛1 240 175
𝑣𝑝 = 𝜋 ∗ ∗ =𝜋∗ ∗
1000 60 1000 60
𝑣𝑝 = 2,2𝑚/𝑠 → 𝐾𝑣 = 1,4
Fator J da curva inferior = 0,27

Fator dinâmico 𝑲𝒗 - velocidade em m/s


3+𝑣
Engrenagens de ferro fundido 𝐾𝑣 =
3
6+𝑣
Engrenagens com dentes usinados sem precisão 𝐾𝑣 =
6
Engrenagens com dentes usinados com precisão 50 + √200 + 𝑣
𝐾𝑣 =
50

Engrenagens com dentes retificados 78 + √200 + 𝑣


𝐾𝑣 =
78

50 + √200 + 𝑣 50 + √200 + 2,2𝑚/𝑠


𝐾𝑣 = = = 1,3
50 50

69
𝐹𝑡 ∗ 𝐾𝑣 ∗ 𝐾𝑜 ∗ 𝐾𝑚 682 ∗ 1,3 ∗ 1,26 ∗ 1,7
𝜎= = = 7,0𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
𝑚∗𝑏∗𝐽 10 ∗ 100 ∗ 0,27

Verificação da tensão limite de resistência à fadiga do material utilizado nas engrenagens considerando a flexão
no pé do dente
𝑆𝑛 =Resistência corrigida à fadiga por flexão à 10^6 ciclos (ensaio de Moore)
𝑆𝑛 = 𝑆𝑛′ ∗ 𝐶𝐺 ∗ 𝐶𝑆 ∗ 𝐾𝑟 ∗ 𝐾𝑡
Limite de resistência à fadiga do material do pinhão na flexão
𝑆𝑛′ = 0,5 ∗ 𝑆𝑢 para aços até 140kgf/mm²
𝑆𝑛′ = 0,5 ∗ 𝑆𝑢 = 0,5 ∗ 56𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚² = 28𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
𝑆𝑛 = 𝑆𝑛′ ∗ 𝐶𝐺 ∗ 𝐶𝑆 ∗ 𝐾𝑟 = 28 ∗ 0,85 ∗ 0,8 ∗ 0,8 = 15,2𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
OK. Tensão atuante no pé do dente menor do que resistência à fadiga do material 𝜎 < 𝑆𝑛
CG = coeficiente relativo ao tamanho do dente
1 para módulos menores ou iguais a 5mm
0,85 para módulos maiores
CS = fator relativo ao acabamento superficial = 0,8

70
𝐾𝑟 = Fator confiabilidade admitido = 0,8. Arbitrar pelo menor valor quando desejar segurança máxima.

Verificação do desgaste na superfície de contato entre os dentes. Durabilidade.


Critério de Hertz
𝑖 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜃 2,8 ∗ 𝑠𝑒𝑛20° ∗ 𝑐𝑜𝑠20°
𝐼= = = 0,12
2 ∗ (𝑖 + 1) 2 ∗ (2,8 + 1)

𝐹𝑡 ∗ 10 ∗ 𝐾𝑣 ∗ 𝐾𝑜 ∗ 𝐾𝑚 682 ∗ 10 ∗ 1,3 ∗ 1,26 ∗ 1,7


𝜎𝑐 = 𝐶𝑝 ∗ √ = 19 ∗ √ = 50,5𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
𝐷1 ∗ 𝑏 ∗ 𝐼 240 ∗ 100 ∗ 0,12

𝐶𝑝 = 19 para aço em contato com aço


16,6 para aço em contato com ferro fundido
16 para aço em contato com bronze

Os fatores K são os mesmos apresentados anteriormente


Nota: O valor resultante não poderá ultrapassar o limite de resistência a ruptura por tração do material do pinhão
𝜎𝑟
𝜎𝑐 <
𝐹𝑠
𝐹𝑠 = fator de segurança adequado a utilização do equipamento
Nota: Valor abaixo da tensão de ruptura (56kgf/mm²) com baixo fator de segurança para uso constante

71
Rosca sem fim e coroa

Utilizando o exemplo de um mecanismo de levantamento


para elevar um peso de 250kg com velocidade de subida da
carga 1,1m/s. Como limite de segurança, os cálculos serão
feitos para uma força máxima de levantamento de 500kg.
Diâmetro De para cálculo = 180mm

Cálculo da rotação no eixo do tambor/eixo da coroa

𝑣 ∗ 60 1,1𝑚/𝑠 ∗ 60
𝑛2 = = = 116𝑟𝑝𝑚
𝜋 ∗ 𝐷𝑒 3,14 ∗ 0,18𝑚

Potência do motor
𝐹∗𝑣 500𝑘𝑔𝑓 ∗ 1,1𝑚/𝑠
𝑃= = = 9,7𝐶𝑉 → 10𝐶𝑉
75 ∗ 𝜂 75 ∗ 0,75
 - rendimento aproximado do conjunto rosca sem fim - coroa = 0,75

Rotação do motor (polaridade) – motor de 4 polos (1750rpm à 60Hz) que são os mais usados

Redução do par sem fim coroa

𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑛1 1750𝑟𝑝𝑚


𝑖= = = = 15
𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑛𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 𝑛2 116𝑟𝑝𝑚

Selecionando número de dentes

Conforme norma AGMA, o número de entradas do sem fim é normalmente de 1 a 4 e o número de dentes da coroa
não pode ser inferior a 20

Então, 2 entradas no sem fim e 30 dentes na coroa atende as duas recomendações

Seleção do material da coroa para determinar a tensão de escoamento

72
Cálculo do módulo aproximado

3 𝑃(𝐶𝑉) 3 10𝐶𝑉
𝑚 = 520 ∗ ( √ ) = 520 ∗ ( √ ) = 6,34𝑚𝑚
5 ∗ 10 ∗ 𝑍2 ∗ 𝑛2 ∗ 𝜎𝑒 5 ∗ 10 ∗ 30 ∗ 116𝑟𝑝𝑚 ∗ 32𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²

𝑍2 = número de dentes da coroa

Seleção do módulo normal -módulo do caracol que irá fresar os dentes. Módulo 7

Módulos mais utilizados: 1 – 1,25 – 1,5 – 2 – 2,25 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 10 – 12 – 16 – 20mm


Diâmetro primitivo aproximado da rosca sem fim

3 𝑃 3 10𝐶𝑉
𝑑𝑠𝑓 = 200 ∗ √ = 200 ∗ √ = 36𝑚𝑚 → 38,7𝑚𝑚
𝑛1 1750𝑟𝑝𝑚

Nota: O diâmetro primitivo definitivo da rosca sem fim foi reajustado em função do entre centros do conjunto
calculado posteriormente

Ângulo de avanço do sem fim


𝑁𝑒 ∗ 𝑚𝑛 2 ∗ 7𝑚𝑚
𝛽 = 𝑡𝑎𝑛−1 ( ) = 𝑡𝑎𝑛−1 ( ) = 19,9°
𝑑𝑠𝑓 38,7𝑚𝑚

Ângulo de pressão 𝛼 = 20°

Módulo aparente
𝑚 7
𝑚𝑎 = = = 7,44𝑚𝑚
𝑐𝑜𝑠𝛽 𝑐𝑜𝑠19,9°
Diâmetro primitivo da coroa
𝐷𝑐 = 𝑚𝑎 ∗ 𝑍2 = 7,44 ∗ 30 = 223,3mm

73
Distância entre centros calculada
𝐷𝑐 + 𝑑𝑠𝑓 223,3mm + 38,7mm
𝐶= = = 131mm
2 2

Cálculo da velocidade de escorregamento entre os dentes


𝜋 ∗ 𝑑𝑠𝑓 ∗ 𝑛1 𝜋 ∗ 38,7 ∗ 1750
𝑉𝑒 = = = 226𝑚/𝑚𝑖𝑛
𝑐𝑜𝑠𝛽 ∗ 1000 𝑐𝑜𝑠19,9° ∗ 1000

Coeficiente de atrito conforme gráfico a seguir. f = 0,04

Rendimento do par sem fim coroa

𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑓 ∗ 𝑡𝑎𝑛𝛽 𝑐𝑜𝑠20 − 0,04 ∗ 𝑡𝑎𝑛19,9


𝜂= = = 0,88
𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝑓 ∗ 𝑐𝑜𝑡𝛽 𝑐𝑜𝑠20 + 0,04 ∗ 𝑐𝑜𝑡19,9

Forças - Análise dos esforços


𝐹𝑡 = Força tangencial na rosca sem fim
716,2 ∗ 𝑃 2 716,2 ∗ 10𝐶𝑉 ∗ 2
𝐹𝑡 = ∗ = = 211,5𝑘𝑔𝑓𝑚
𝑛1 𝑑𝑠𝑓 1750𝑟𝑝𝑚 ∗ 0,0387𝑚
𝐹𝑡
𝐹=
𝑐𝑜𝑠𝛼 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛽 + 𝑓𝑐𝑜𝑠𝛽

211,5𝑘𝑔𝑓
𝐹= = 593𝑘𝑔𝑓
𝑐𝑜𝑠20 ∗ 𝑠𝑒𝑛19,9 + 0,04 ∗ 𝑐𝑜𝑠19,9

74
𝐹𝑎 = 𝐹 ∗ (𝑐𝑜𝑠𝛼 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝛽 − 𝑓𝑠𝑒𝑛𝛽)

𝐹𝑎 = 593 ∗ (𝑐𝑜𝑠20 ∗ 𝑐𝑜𝑠19,9 − 0,04𝑠𝑒𝑛19,9) = 516kgf

𝐹𝑟 = 𝐹 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 593𝑘𝑔𝑓 ∗ 𝑠𝑒𝑛20° = 203𝑘𝑔𝑓

Largura de face dos dentes da coroa


Máximo 2/3 do diâmetro externo da rosca
𝑑𝑒 = 𝑑𝑠𝑓 + 2 ∗ 𝑚
(𝑑𝑠𝑓 + 2 ∗ 𝑚) ∗ 2 (38,7 + 2 ∗ 6) ∗ 2
𝑏= = = 35,7𝑚𝑚
3 3

Verificação da resistência dos dentes da coroa à flexão no pé do dente.

Cálculo da tensão atuante de acordo com a equação de Lewis adaptada por Buckingham. Fatores de segurança
norma AGMA

𝐹𝑎 ∗ 𝐾𝑣 ∗ 𝐾𝑜 ∗ 𝐾𝑚 516𝑘𝑔𝑓 ∗ 1,3 ∗ 1,25 ∗ 1,3 11,1𝑘𝑔𝑓


𝜎= = =
𝑚∗𝜋∗𝑏∗𝑦 7𝑚𝑚 ∗ 3,14 ∗ 35,7𝑚𝑚 ∗ 0,125 𝑚𝑚²

226𝑚/𝑚𝑖𝑛
50 + √200 + 𝑣 50 + √200 + 60
𝐾𝑣 = = = 1,3
50 50

75
Limite de resistência à fadiga do material da coroa na flexão
𝑆𝑛′ = 0,4 ∗ 𝑆𝑢
𝑆𝑛′ = 0,4 ∗ 𝑆𝑢 = 0,4 ∗ 56𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚² = 22𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
𝑆𝑛 =Resistência à fadiga por flexão a 10^6 ciclos (ensaio de Moore)
𝑆𝑛 = 𝑆𝑛′ ∗ 𝐶𝐺 ∗ 𝐶𝑆 ∗ 𝐾𝑟 = 22 ∗ 0,9 ∗ 0,85 ∗ 0,8 = 13,4𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
𝑂𝑘 − 𝜎 < 𝑆𝑛

CG = coeficiente relativo ao tamanho do dente


1 para módulos menores ou iguais a 5mm
0,85 para módulos maiores
CS = fator relativo ao acabamento superficial = 0,9

76
𝐾𝑟 = Fator confiabilidade admitido = 0,8. Admitir menor valor quando desejar segurança máxima no funcionamento

Dimensionamento do sem fim Reações


Reações nos mancais

Carga radial
𝐹𝑟 203
𝐶𝑟 = 𝑅𝑎 = 𝑅𝑏 = = = 101,5𝑘𝑔𝑓
2 2

Carga axial
𝐶𝑎 = 𝐹𝑎 = 516𝑘𝑔𝑓
Momentos
𝐹𝑎 ∗ 𝑑𝑠𝑓 516𝑘𝑔𝑓 ∗ 40𝑚𝑚
𝑀𝑓1 = = = 5160𝑘𝑔𝑓𝑚𝑚
4 4
𝐹𝑟 ∗ 𝑙 203𝑘𝑔𝑓 ∗ 205𝑚𝑚
𝑀𝑓2 = = = 11404𝑘𝑔𝑓𝑚𝑚
4 4
l = distância entre os mancais = 205mm
𝐹𝑡 ∗ 𝑙 211,5𝑘𝑔𝑓 ∗ 205𝑚𝑚
𝑀𝑓𝑡 = = = 10839𝑘𝑔𝑓𝑚𝑚
4 4
Momento fletor final
2
𝑀𝑓 = √(𝑀𝑓1 + 𝑀𝑓2 )² + 𝑀𝑓𝑡 = √16564² + 10839² = 19795𝑘𝑔𝑓𝑚𝑚

- Momento de torção - plano transversal


𝐹𝑡 ∗ 𝑑𝑠𝑓 211,5𝑘𝑔𝑓 ∗ 40𝑚𝑚
𝑀𝑡 = = = 4230𝑘𝑔𝑓𝑚𝑚
2 2
Momento ideal

∝ 1,7
𝑀𝑖 = √𝑀𝑓2 + ( ∗ 𝑀𝑡 ) ² = √197952 + ( ∗ 4230) ² = 12948𝑘𝑔𝑓𝑚𝑚
2 2

∝= coeficiente de Bach

Cálculo do diâmetro mínimo do sem fim considerando a tensão admissível

3 𝑀𝑖 3 12948𝑘𝑔𝑓𝑚𝑚
𝑑𝑠𝑓 = √ =√ = 21𝑚𝑚
0,1 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚 0,1 ∗ 13𝑘𝑔𝑓/𝑚𝑚²
77
Volantes
O volante de inércia é um sistema de armazenamento de energia mecânica e sua característica principal é a de
absorver energia e descarrega-la num curto período de tempo.

Fórmulas principais
𝑙 ≥6∗𝑟
𝑃1
𝑃2 =
𝑐𝑜𝑠 𝛽
𝐹𝑡 = 𝑃2 ∗ 𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝛽)
𝐹𝑟 = 𝑃2 ∗ 𝑐𝑜𝑠( 𝛼 + 𝛽)

- com ângulo  tendendo a 0


𝑃2
𝐹𝑡 = ∗ 𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝛽) ≅ 𝑃1 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑐𝑜𝑠 𝛽
𝑃1
𝐹𝑟 = 𝑃2 ∗ 𝑐𝑜𝑠( 𝛼 + 𝛽) = ∗ 𝑐𝑜𝑠( 𝛼 + 𝛽) ≅ 𝑃1 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝑐𝑜𝑠 𝛽

Exemplo
Calcular as forças no volante para uma máquina a vapor que fornece uma pressão exercida pelo pistão de 10500kgf
Comprimento da manivela r = 22,5 cm
Valor da força tangencial nas diversas posições

- valores de x
𝑥 = 𝑟 ∗ (1 − 𝑐𝑜𝑠 𝛼)
𝑥1 = 22,5 ∗ (1 − 1) = 0
𝑥2 = 22,5 ∗ (1 − 0,5) = 11,25
𝑥3 = 22,5 ∗ (1 − 0) = 22,5
𝑥4 = 22,5 ∗ (1 − (−0,5)) = 33,75

78
- valores dos arcos
360°: 2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 = 𝛼: 𝑎𝑟𝑐𝑜
𝛼° 𝛼° 2 ∗ 𝜋 ∗ 22,5
𝑎𝑟𝑐𝑜 = 2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 ∗ = 2 ∗ 𝜋 ∗ 22,5 ∗ = ∗ 𝛼° = 0,392 ∗ 𝛼°
360° 360° 360
𝑎𝑟𝑐𝑜 = 0,392 ∗ 𝛼°

- pressão P
10500𝑘𝑔𝑓 𝑃3
=
3 ∗ 11,25 2 ∗ 11,25
2 ∗ 11,25 ∗ 10500
𝑃3 = = 7000𝑘𝑔𝑓
3 ∗ 11,25
7000𝑘𝑔𝑓 𝑃4
=
2 ∗ 11,25 11,25
7000 ∗ 11,25
𝑃4 = = 3500𝑘𝑔𝑓
2 ∗ 11,25
Força tangencial
𝐹𝑡1 = 𝑃1 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼1 = 10500 ∗ 0 = 0
𝐹𝑡2 = 𝑃2 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼2 = 10500 ∗ 0,866 = 9100𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑡3 = 𝑃3 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼3 = 7000 ∗ 1 = 7000𝑘𝑔𝑓
𝐹𝑡4 = 𝑃4 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼4 = 3500 ∗ 0,866 = 3030𝑘𝑔𝑓

Força utilizável nas prensas excêntricas

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Exercício
Verificar se é possível executar um furo de 55mm de diâmetro em chapa de aço com 6mm de espessura e
c = 40kgf/mm², utilizando uma prensa excêntrica com capacidade nominal de 100t. A prensa está regulada para um
curso de 120mm
𝐹𝑢 = 𝜋 ∗ 𝑑 ∗ 𝑒 ∗ 𝜏
𝐹𝑢 = 𝜋 ∗ 55 ∗ 6 ∗ 40 = 41448𝑘𝑔𝑓

- Para maior segurança, na pratica, acrescenta-se ao valor 20% a mais


𝐹𝑢 = 41448 ∗ 1,2 = 49738𝑘𝑔𝑓 → 50𝑡𝑓

- a seguir calcula-se o Fu máximo da prensa utilizando o gráfico.


𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜 → 𝑦 = 𝑒 + 1 = 6 + 1 = 7𝑚𝑚
𝑦 = 𝑟 − 𝑟 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ∴ 𝑦 = 𝑟 ∗ (1 − 𝑐𝑜𝑠 𝛼)
120
𝑟−𝑦 𝑟−𝑦 − 𝑦 60 − 7
𝛼 = 𝑎𝑟𝑐 ∗ 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ∗ → = 2 = = 0,88
𝑟 60 60 60

𝛼 = 28°20’
𝐶 ∗ 𝑓 100 ∗ 1,9
𝐹𝑢 = = = 43,1𝑡𝑓
4,4 4,4

- força utilizável da prensa abaixo da força necessária de corte considerando o fator segurança.
- é possível executar a operação modificando a excentricidade da prensa.
- pela fórmula
𝑦
𝑟=
1 − 𝑐𝑜𝑠 𝛼

- temos 𝛼 = 24°

Pelo gráfico
7 7 7
𝑟= = = = 8,04𝑚𝑚
1 − 𝑐𝑜𝑠 2 4° 1 − 0,913 0,087

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Molas
Diagrama para o cálculo de molas espirais

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Diâmetro d
APERTO INICIAL
polegadas mm
Até 1/8" Até 3,17mm 3mm
1/8" a 1/4" 3,18 a 6,3mm 5mm
1/4" a 1/2" 6,4 a 12,7mm 8mm

Determinar a flexa e a carga de uma mola reta, de planta retangular com os seguintes dados:
- espessura e = 1,5mm - largura b = 10mm - comprimento l = 90mm
- resistência a flexão  = 50kgf/mm² - módulo de elasticidade E = 21000kgf/mm²

Fórmulas

𝑀𝑓 𝑃∗𝑙 1 𝑃 ∗ 𝑙³
𝜎= = 𝑓= ∗
𝑊𝑓 𝑏 ∗ 𝑒² 3 𝐸∗𝐽
6 𝑏 ∗ 𝑒³
𝐽=
12
6∗𝑃∗𝑙 𝜎∗𝑊
𝜎𝑓 = 𝑃=
𝑏 ∗ 𝑒² 𝑙
𝑏 ∗ 𝑒² 10 ∗ 1,5² 𝑏 ∗ 𝑒³ 𝑏 ∗ 𝑒² 𝑙
𝑊= = = 3,75𝑚𝑚² 𝐽= = ∗
6 6 12 6 2
𝜎 ∗ 𝑊 50 ∗ 3,75 𝑏 ∗ 𝑒²
𝑃= = = 2,08𝑘𝑔 𝑊=
𝑙 90 6
1 𝑃 ∗ 𝑙³ 2,08 ∗ 90³ 𝑙 1,5
𝑓= ∗ = = 8,56𝑚 𝐽= ∗𝑊 = ∗ 3,75 = 2,81
3 𝐸 ∗ 𝐽 3 ∗ 21000 ∗ 2,81 2 2

Exemplos
- Mola comprimida submetida a uma carga gradual com diâmetro D = 31,5mm e diâmetro do arame d = 4mm.
 = 63kgf/mm².
Do diagrama extraímos P = 50kgf; f = 6,3mm

- Mola tracionada submetida a uma brusca variação de carga com diâmetro D = 31,5mm e diâmetro do arame
d = 4mm.  = 25kgf/mm².
Do diagrama extraímos P = 20kgf; f = 2,5mm
- Inversamente: Mola comprimida submetida a uma carga gradual com peso 50kg e diâmetro D = 31,5mm.
 = 63kgf/mm².
Do diagrama extraímos d = 4mm; f = 6,3mm

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