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B | contioss Petal ae) 16 © que voce vat estudar para designar algo relative & pintura. referin- do-se a imagens em geral. Linguagens, linguagem verbal e lingua O ser humano estabelece associacdes entre diferentes elementos a0 se relacionar com 0 mundo e com outras pessoas, muitas vezes sem se dar conta disso. Imagine, por exemplo, que alguém de sua familia preparou um prato especial no dia do seu aniversério. Provavel- mente voce interpretaria essa atitude como um gesto de carinho. Nesse caso, estaria asso- Giando 0 elemento “comida” ao elemento “afeto", uma relac3o que talvez nao fosse Sbvia & primeira vista. ‘Alem de vivenciar essas associagdes em suas experigncias do dia a dia, o ser humano tam- em as investiga cientificamente. Nessa investigacao, 0s conceitos que ele formula o ajudam a compreender a si mesmo e suas relades com os outros seres humanos. Neste capitulo, vocé estudara alguns desses conceitos. conhecendo um pouco mais as reflexdes a respeito das linguagens. Bi Linguagens a seguir, com as personagens Hagar e Eddie Sortudo, para responder as Leia a questoes. Baws, Dik. Hagar 0 Hori — 1. Ponto Alege: LPM, 1997. p. 40. 1. No primeiro quadrinho, em que elemento Eddie se baseou para responder a pergunta de Hagar? Por que vocé acha que esse elemento chamou a ateng3o de Eddie? 2. No segundo quadrinho, a que fendmeno Hagar associou o elemento identificado por Eddie e por que essa interpretacao gera humor? 3. O que essa “leitura” que Hagar fez revela a seu respeito? Que dado da realidade ajuda © leitor a criar essa imagem de Hagar? A tira coloca em destaque uma caracteristica da relagao do ser humano com o mundo que 0 cerca: 0 fato de ele estabelecer conexdes entre elementos, de tal forma que um deles pode representar (“aparecer no lugar de) outro. Ainterpretagao de Hagar paraa fala de Eddie (“Estou vendo uma nuvem.”), por exemplo, indica uma relacao de representacao entre dots elementos. Mas ela no € a unica presente na tira. O local em que Eddie e Hagar se encontram também é representado, no segundo quadrinho, por uma palavra. Di-se 0 nome de linguagem a formas de interacio entre os seres humanos que utilizam sistemas organizados de representaces. Esses sistemas iio compostos de recursos grafi- cos, sonoros, gestuais, etc. Sao exemplos de linguagem a miisica, a pintura, a danga, as in- guas, a fotografia, a arquitetura, a moda, a culinaria. Na tira de Hagar, a ideia de “estabelecimento comercial que fornece bebidas e alimentos para consumo no proprio local” foi representada por duas linguagens: a pict6rica (materia- lizada pelo desenho de um bar) ¢ a verbal (materializada pela palavra bar). > Signos | Ossigno é a unidade de representacdo de uma lingua- gem. Fle se caracteriza por ser um elemento que aparece no lugar de outro. Todo signo tem um suporte material, © significante, ¢ um conceito, o significado. A palavra bar, a fotografia ou a maquete de um bar sao signos, pois a nogio de “bar” € transmitida por algo material (sons, tacos, cores, etc) Toda producao humana que possui sentido é um sig- no. Fle € a forma de as pessoas apreenderem a realidade ___ Tipos de signo Ha muitos modos de pensar os tipos de signo. O filo- sofo € matematico estadunidense Pierce (1839-1934), — por exemplo, propds classificé-los em icones, indices ou simbolos. Para Pierce, um signo que representa um objeto com base na semelhanga fisica que tem com ele seria um icone. E 0 caso, por exemplo, de uma fotografia ou um desenho, Um signo que representa algo por meio de uma relagao légica, aprendida na experiéncia humana, seria um indice. Na tira da pagina anterior, a nuvem observada por Eddie tomiou-se tum indice, ja que Hagar a associou ao elemento “chuva". E 0 mesmo tipo de relacao presente no dito popular “onde ha fumaca, ha fogo” (a fumaca € 0 indice do fogo). Um terceiro tipo de signo, que representa um conceito em funcao de um acordo social, seria ‘© simbolo. No cédigo de transito, a cor verde significa “Siga'”. O significado atributdo a essa cor nao resulta de uma ligac3o natural entre a representacao € o elemento representado; ele € fruto de uma regra estabelecida socialmente > Linguagem verbal e signo linguistico A linguagem verbal tem como unidades de representacao os signos linguisticos, também constituidos por um significante e por um significado. significante do signo linguistico € uma imagem acustica, a impressdo dos sons que guar- damos em nossa mente. Ele é considerado a parte “material” do signo porque serve como trans- missor de conceites, podendo se manifestar concretamente por meio da fala ou da escrita. ‘io significado € 0 conjunto de conceitos associados a um significant. Esses conceitos correspondem a representacao que os individuos de uma comunidade linguistica tem do que sia na realidade. Por exemplo, os falantes de portugues tém o signo “irma”, que significa “aque- Ja que tem genitores em comum com alguém”. Ja os falantes de hingaro tém o signo “néne™ (Caquela que, tendo nascido antes, tem genitores cm comum com alguém”) ¢ 0 signo “hug” Caquela que, tendo nascido depois, tem genitores em comum com alguém”). Falantes de por- tugués e falantes de huingaro representam a realidade de forma diferente; assim, associam signi- ficados diferentes a significantes diferentes. De acordo com a classificacdo proposta por Pierce, o signo linguistico pode ser considerado ‘um simbolo, pois sua relacao com o elemento que representa € resultado de um acordo social. Lingua No dia a dia, as palavras lingua e linguagem sao usadas com sentidos proximos. Para a Linguistica, ciéncia que estuda a linguagem verbal, trata-se de dois conceitos diferentes. A Iingua ¢ a maneira particular como a linguagem verbal se realiza nas interaydes de wm grupo social especifico. A Linguagem é uma forma de interac3o humana que utiliza um sistema organizado de representa- es. 0 signo € a unidade de representac3o de uma linguagem. Ele é formado pela unigo de um significante (suporte material) e um significado (conceito). A linguagem verbal conta com signos tinguisticos. A forma como ela se realiza nas diferentes comunidades sociais constitui as tinguas. ® (Cocos $d quando cx respi. Porto Alegre: LPM, 2001p O cartunista Caulos ‘aproveitou a barra (ue representa 0 conceito de “proibigao” nas placas de transito para mostrar, de forma expressiva, ‘que 2 ogica das lnverte as relagbes centre 0 Ser humano € natureza (nas idades, 35 Srvores 80 proibidas"). Capitulo 16 « 190 Os estudos sobre a linguagem verbal ‘A linguagem verbal sempre foi objeto de interesse e investigacao huma- na. No inicio do século XX, os estudos do suico Ferdinand de Saussure permitiram que tais investigacdes formassem um campo de saber aut6no- mo, com um objeto e um método proprios. > O surgimento da Linguistica Nos estudos sobre a linguagem verbal realizados do século XVI ao XIX, duas tendéncias principais podem ser percebidas: a racionalista, que to- mava a linguagem como representacio do pensamento, e a comparativa, ‘que pressupunha a existéncia de uma unica “lingua de origem” e buscava reconstituf-la investigando o “parentesco” entre as Iinguas existentes. Am- bas foram determinantes para os estudos linguisticos futuros e para a cons- tituigdo da Lingufstica como ciéncia no século XX. A lingua como sistema ‘Saussure desejava estudar aquilo que a linguagem verbal tinha de sis- tematico e entender que principios determinavam seu funcionamento. Para tanto, precisou definir o que deveria e 0 que ndo deveria fazer parte de sua investigacao. Primeiro, desconsiderou as condicdes especificas em que a linguagem era usada pelos falantes. Ou seja, nao incluiu em sua investigacao ques- toes como os sentidos implicitos que o contexto poderia gerar, que,grupo social usava a linguagem daquela forma, etc. O que interessava a Saussu- re era o funcionamento interno da linguagem. Ao mesmo tempo, Saussure abandonou a perspectiva histérica em seus estudos. Ele buscava pensar na linguagem como uma fotografia, congelada no tempo, na qual seria possivel observar de que forma os ele- mentos se relacionavam naquele momento. Assim, Saussure definiu que o objeto da Linguistica seria a lingua, en- tendida como o sistema de signos linguisticos que compde a linguagem verbal. Ela se oporia a fala, que seria a realizacao concreta da linguagem pelos falantes. Saussure entendia a lingua como algo social e a fala como algo individual. Em outras palavras, apesar das falas particulares, varié- veis, as pessoas se entenderiam porque tém a mesma lingua. Nessa visdo, a lingua é algo sistemitico e que pode ser estudado. Para Saussure, o objeto da Linguistica seria a lingua, em oposic3o a fala. _ Essa visdo de lingua excluiria tanto a sua realizacao concreta pelos falantes quanto a sua evolugao a0 longo do tempo. } A ampliacao do campo de estudos da Linguistica Devido a sua preocupacio em delimitar o campo de estudos sobre a lin- guagem verbal e criar métodos priprios de investigacao, Saussure € consi- derado o “pai” da Linguistica moderna. Sua obra € hoje ponto de partida para todos os estudos linguisticos. ‘No entanto, outras tendéncias foram surgindo com o tempo, especial- mente a partir da segunda metade do século XX. Muitas delas passaram a se dedicar exatamente aos aspectos que Saussure havia desconsiderado, tais como o uso concreto da lingua pelos falantes e a sua transformacao a0 longo do tempo. ‘Sem deixar de lado as contribuigdes desse linguista, atualmente a visio de lingua como sistema é considerada insuficiente para entender a comple- xidade e a amplitude da linguagem verbal. PBfepertorio Ferdinand de Saussure 0 linguista suico Ferdinand de Saussure (1857-1913) elaborou teorias sobre a linguagem que ti- nham um enfoque estrutural, a0 contrério do enfoque histérico, ‘comum na época. Essas teorias propiciaram o nascimento da Lin- gufstica. Seu livro mais conheci- do, Curso de linguistica geral (1916), foi escrito por dois alunos seus, com base em anotacies fei- tas durante os cursos dados por Saussure. (Franca/EUA, 2007) Direc3o de Julian Schnabel ‘Apbssofrer um acidente vascular cerebral, um famoso editor de revistas ‘tem de reaprender a se comunicar usando a tnica parte de seu corpo que do perdeu os movimentos: 0 olho ‘esquerdo. Apesar de a capacidade de se expressar estar absolutamente restrita, sua mente continua funcionando. 0 filme fz refletir sobre 235 possibilidades SPR Za climitacses da 1 SS faeces 3 comunicag0 90 - contato como mundo. Capa do OVD Oescofondro ec borboleta > Alingua como pratica social Leia a tira a seguir. Observe a frase dita pela personagem Otto no segundo quadrinho ("Ve se capricha no sotaque!”). No contexto da tira, a recomendacao se relacio- ava ao objetivo dos amigos: impressionar a namorada passando-se por “caipiras”. A mesma frase, em outro contexto, poderia ter um significado diferente. Por exemplo, se dirigida ao candidato a uma vaga profissional que exigisse o dominio de uma lingua cstrangeira, poderia indicar um cri- {ério importante para a aprovacao do candidato. ‘Alala de Otto revelaa imagem que ele faz de Aline: alguém que se impres- siona com certo estilo de roupa ¢ jeito de falar. Também revela algo sobre ele: a sediucdo, em seu entendimento, esta vinculada & ‘a respostaafirmativa de Pedro ("S01") permite identifici-lo como inte- grante de determinado grupo de falantes jovens de ambientes urbanos. Pe- dro e Otto nao sio “genuinos caipiras”, nem conhecem esse grupo. O leitor percebe isso devido a fala de Pedro no ultimo quadrinho: ao tentar imitar 0 “sotaque caipira” ele usa termos associados a grupos de falantes da regio Nordeste do Brasil. No contexto da tira, “So!” € uma forma perfeitamente adequada de expressar concordancia; j4 na situacdo de uma entrevista de emprego, por exemplo, soaria excessivamente informal. Assim como a frase “VE se capricha no sotaque!” poderia assumir maltiplos significados de acordo com 0 contexto, a fala de Otto no tiktimo quadrinho ppoderia ser compreendida como insinuante em outra situacio. No texto de Adao Iturrusgarai, no entanto, ela provoca riso. Esse efeito de humor ¢ esperado durante a leitura de uma tira. Nela, no s6 © contetido das falas das personagens, mas também o tipo de letra usado, o for- ‘mato dos baloes, as expresses corporais¢ faciais das personagens, as cores € formas sio considerados em conjunto na procucao de sentidos. Se,em vez de apresentada em uma tra, essa situacio fosse encenada em um seriado de TV, certamente a variagao na intensidade da voz dos atores e sua ‘postura em cena seriam fundamentais para a producao do efeito de humor. Essa anallise da tira é um pequeno exemplo das muitas perspectivas exis- temtes para observacdo da lingua: os fatores que determinam a producio de sentidos em uma situacao de uso; a maneira como os falares refletem ou cconstituem a identidade dos falantes; os valores sociais que a lingua revela ‘ou esconde; as relagdes que se estabelecem entre os participantes de uma interacdo; 05 usos mais ou menos adequados a cada situacdo ou contexto; ‘es meios ¢ modos como a lingua se realiza; entre outros. Diferentes areas da Linguistica se dedicam a estudar a lingua privile- ‘giando cada uma dessas perspectivas. Para isso, delimitam um campo ou Angulo de investigacao, deixando de lado outros aspectos. Os estudos de Linguistica nos dias de hoje envolvem diferentes aborda-_ gens sobre a lingua, que passou a ser entendida como uma pratica social. — Irexmscan, Ado, Aline. Fah de SPauo, 17 mato 2004. Repertério ‘Aline: jornais, revistas e TV A tira Aline foi criada pelo car- tunista gaticho Adgo Iturrusgarai (nascido em 1965). publicada nos jornais Folha de S.Paulo (SP) e O Liberal (PA) e em algumas revis- tas do exterior. Muitas das tiras dessa personagem tematizam 0 relacionamento entre ela e seus dois namorados, Otto e Pedro. ‘As aventuras do tno foram Capitulo 16» | ee CRU ry) 1. Nodepoimento a seguir, publicado na revista Superinteressante, 0 escritor italiano Umberto Eco fala sobre o valor simbélico das vestimentas humanas. *{0 ser humano} Tinha frio e cobria-se, nao hé davida. Mas também nio hi divvida de que, poucos dias depois da invencao do primeiro tzaje de peles, se terd criado a disting3o entre os bons caadores ~ munidos das suas peles, conquistadas pelo prego de uma dura luta — outros, os inaptos, os sem-peles. Nao é preciso muita imaginacao para enxergar a circunstincia social em que os cagadores envergaram as peles, jé no para proteger-se do frio, mas para afirmar que pertenciam 3 classe dominante”, diz Eco. ‘Ctado por Masson, Ceo; Secs, Adriano. Ese. Nao wsissemes roupss? Revista Superinceant,ed. 181, p40, out 2002 a) De acordo com 0 trecho lido, pode-se afirmar que a pele de animal usada pelos seres humanos nos primérdios da histéria da humanidade era um signo? Explique. b) Na sociedade atual, uma peca do vestudrio tem o mesmo valor simbélico que uma pele de animal usada pelos antigos cacadores? Explique sua resposta. ) Mencione um elemento que nao é parte do vestuério e que assume, na sociedade atual, papel semethante ao que foi apontado para a pele. Justifique. 2. Leia o trecho de uma reportagem publicada no site de uma revista de curiosidades destina- daa jovens. Como surgiram os talheres? [Até 0 século XI, quase todo mundo comia com as maos. Os mais educados eram ‘aqueles que usavam apenas trés dedos para levar o alimento & boca. Naquele século, Domenico Salvo, membro da corte de Veneza, casou-se com a princesa Teodora, de Bizancio. Ela trouxe no enxoval um objeto pon- tudo, com dois dentes, que usava para espe- tar 0s alimentos. Esse primeiro garfo foi consi- derado uma heresia: 0 alimento, fornecido por Deus, era sagrado e tinha de ser comido com ‘as mos. Mas, pouco a pouco, membros da nobreza e do clern foram adotando 0 talher ta Deponiel em: chp /fmundorstranho abn com befustor/ pengunea_285706 shuml>. Acesio em: 31 out. 2012 2) Explique por que, na situaco apresentada no texto, o garfo pode ser considerado um signo. ») Pode-se afirmar que o garfo constitui um signo na cultura atual? Justfique sua resposta. ©) As boas maneiras podem ser consideradas parte de uma linguagem. Indique, entre os itens abaixo, os que comprovam essa declaracao. L_ As boas maneiras s40 uma forma de as pessoas interagirem_ IL. As boas maneiras constituem um sistema organizado de representacao da realidade. IL. As boas maneiras revelam aspectos hist6ricos, sociais e culturais. mean # 3. Entre as placas de trénsito utilizadas no Brasil est3o as que indicam servicos |} j auxiliares. Observe uma delas. a) Como signo, essa placa pode ser considerada um simbolo. Justifique ; essa afirmacao. 1) A noc de facie tarebesn esd presale wa sca’ Explipe’sie respacee”” | amma ) Por que é passivel afirmar que essa placa utiliza um fcone? Inno eaporas ATENCHO: no escreva no tv, Responda a todas as questdes no caderno, 4. Leia 0 excerto ao lado, extraido de um guia tu- GU oe rfstico. Observando o eC aE te signo ndo verbal pre- : ‘ eect mee ac sente no trecho, que ie erg ga significado pode ser as- arte trices sociado ao seu signifi- Dente cante? 5. Examine a tira a seguir ” Wo que TENHO LEVANTE QUE FAZER 0 CAFE ESTA PRA TOMAR NA MESA CAFE NA 120g Fsre Se Browne, Chris. Haga, o Honvel.Foha de S Palo, 27 jl. 2003, a) Considere a pergunta de Hagar. A fala de Helga no segundo quadrinho responde a questo formulada por ele? Explique sua resposta. b) Em sua opinio, Helga entendeu a pergunta de Hagar? Em que vocé se baseou para dar sua resposta? ) Que aspectos o leitor precisa considerar para entender o que, de fato, Hagar desejava? Explique. 4) Os aspectos que vocé apontou no item anterior sao internos ou externos a lingua como sistema? Que tipo de andlise eles indicam? | Usinaliteréria_| i No livro Passaporte, o escritor Fernando Bonassi registra em pequenas crdnicas alguns ‘dios colhidos em viagens ao redor do mundo. Veja o que ele conta a respeito de um convento em Minas Gerais. Cachorros em pele de lobos Uma das maiores atracées do Convento do Caraga, em Minas Gerais, além das trés refeicdes a base de porco, feijio & farinha, éa presenca dos lobos-guar4. A noite, uma bandeja de carne é colocada na porta da jgreja e um padre comeca a chamar os lobos pelos nomes que deu. Grande tensio entre os turistas quando aparece uum deles, apanha um naco de carne e come-o sob as luzes dos flashes. Nao consigo me render ao espetaculo. Pior: parece que posso vé-lo voltar pra sua toca como um maldito palhaco, arrancar sua pele S de lobo e voltar a condigao natural de vira-lata. owas, Fernando, Passpote, Sao Pal: Cos & Naif 2001. p. 119 1. 0s guias turfsticos e a publicidade de viagens exercem grande poder de atra¢ao ao cons- truir uma imagem para um lugar. Com base no texto, descreva a imagem criada para o Convento do Caraga que teria tornado o lugar atraente para os turistas. 2. Quando aparecem os lobos-guaré, o narrador afirma: “Nao consigo me render ao espetacu- Io". O que ele quer dizer com essa frase? 3. Explique o titulo do texto com base na experiéncia narrada pelo cronista. 193

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