You are on page 1of 9
ALFABETIZACAO: A (des) aprendizagem das fung6es da escrita Magda Becker Soares * ia Spain rane ts oo ise f Te bot a Tren et tsa eer enne Bippe eco ne age ue tee ero Ee rsare. a Professors do Departamento. de Métodos e Técnicas de Egsino, da Faculdade de Bauesto da UFMG e do Mestrado om Edvcagio. Educ, Rev., Belo Horizonte (8) : 3-11, dex, 1988 7 J na década de 60, RODRIGUES ( 1966 ), 20 apontar ‘as “tarefas da Linglistica no Brasil”, inclula entre elas estudos © pesquisas sobre a alfabetizacdo: entretanto, € bastante re- ‘gente 0 interesse dos lingtistas por esse tema. Esse recente teresse explica-se pelo desafio que vem representando 0 eiterado fracasto da escola brasileira em alfabetizar, a0 qual se soma 0 reconhecimenio de que a aprencizagem da lingua ‘escrita 6 fundamentalmente, a aquisicto de um conhecimento Sai oer Lagos soe SRE HLE Sarci eae ne Scans Gethcien amet ‘io sobretudo de natureza sociolingistica os estudos Inelistions que se vém deseavolvendo sobre a alfabetizagto. ue, estando 0 fracasso escolar em alfabetizagao maciea ‘meats concentrado nas criangas pertencentes &8 camadas po- ppalares, nfo hd como negar que esse fracasso se deve, fnda- ‘mentalmente, a problemas ntes da distncia ‘entre a ‘Variedade escrita do dialeto padrfo c 0s dialetos nfo padrao de ue slo falantes essas criansas. Assia, tanto no Brasil em outros pafses,os estudos linghisticas sobre a alfabetizacio, ppartindo do pressuposto de que h4 relagdo entre ifagta e'es~ {ratificagio social, vem buscando deserever os dialetos de co- ‘munidades de fala, correlacionando-os com varidveis sociis, particularmente com a varifvel nivel sociceconémico, © con trastando-os com a lingua escrita, para encoatrar, nesse con taste, explicagoes das dificuldades que falantes pertencentes a detercainados grupos sociais enfreatam, no processo de axl sigo da Hagua escrta, Em outras palavras: os estudos ingils= ‘eos sobre a alfabetizagto vem tzntando esclarecer, sobreti do, surato do ensno do modal esr do daly pe- do. flats de dleos nfo paso ~ so exis socobn- cos. Esscy ostudos tém sido predominantemente estruti- vais, isto , tém-se voliado sobretudo para a descricio das sgrarniticas de dialetos nfo padrio e seu Gonfronto com a gra- mitica da Lingua escrita, ou seje: sio estudos que. buscam ‘dentificar as diterencas cstrturais entre as gramducas da fala © 4 grandtica da escrita~ ciferencas morfoldgicas, sintadcas « sobretudo, as diterencas entre o sistema fonolégico co sis- ‘ema ortogrifico 1, Sao exemplos de estudos sobre a aquisigio a Mingus escrita na perspecva eatrutural of tbahoe de LABOV (19728, 19720), “STUBB (1980) "BRYANT & BRADLEY (1985), c, no Brasil, os de KATO (1978), SOU ZA (1978), SILVA (981), LEMLE (1982, 1983, 1987). Bstudos © pesquisas sobre a alfabetizacio numa pers- ectiva funcional tém sido menos freqilentes, comegam apenas {depot oa Rteratur tn ncioal quit interacjond fentretanto, os aspectos funcionais da aprendizagem da lingua, sorta sio tio relevantes quanto os aspectos estrutursis. Pode-se entender de duas maneiras uma perspectiva funcional da alfabetizagso, dependendo da interpretagio que Se dé Lexpresdo “fungho da lngua cota. Em primeiro Iigar, pode-se dar & palivra funcdo 0 sen- tido de us0, papel, e entéo, a expressao “funcéo da lingua es enka design os usos deer om determina eur social, isto 6, a fungdo social da escrita, Sob essa perspectiva, ‘8 estudos so voltam para as caractertsticas do uso da escrita fem determinada sociedade, seus determinantes ¢ suas conse- ope 0 process Sear apendiragen, {els pora forma gifen dace: how ans Cen ao, po ‘elon, asiel part a ens eat eee Tong ingompctnte, gle € nutri em que 2 na 2 apend em da logue ese ea gus se 4 acuele “primero 5M ts venicam comic faces cerpebocine rst ‘ratios de facaan esol 4 ncias, o papel que a escrita desempenha na sociedade 2. ition ‘tna dee Soe ee desevalides sobretudo por grupos interdisciplinares, que associam Antro- Polo, Linge, Pacologae que in deena pes {guisas sobre as consequéncias sociais © psicoléeicas da intro ddugdo da escrita em culturas dgrafas, as praticas socials da es rita em diferentes sociedades ou om diferentes grupos de uma mesma sociedade, o valor atrbutdo & eserita em diferen tes culturas ou diferentes grupos de uma mesma cultura, No [Brasil estudos dessa natureza sfo ainda quase inexistentes; na literatura internacional, embora recentes, so j€ numerosos: ‘omitindo artigos de peri6dicos,¢ limitando as referéncias a i= ‘Yip Podewse ct ORENHAM (1980) GOODY (i968, 1977, 1980), SCRIBNER & COLE (981), ONG (1982), HEATH (1983), STREET (1984). Também Labov, embora tenn prvegiao, em seus estas, um abordagem cutee da alfabetizacéo, ‘oltou-se, em alguns momentos, para a ‘questo da fungi social da escrita nx subcultura de negros orte-americanos; exemplo disso & seu trabalho, anterior- mente citado, sobre a relagao entre o fracasso em leituray na escola, © a posigio do aluno ino grupo de pares (LABOV, 19726), “Que aponta o pouco valor athibuido ao doval: fio ‘da'lagua escrita nesse grupo e, por isso, 0 fracasso em Jeitura de eriangas que gozavam de prestigio ele, Ou soja: a ‘pesquisa procurou determinar qual era fungdo social da t= scrap 8 coana,consunio que le naka Sopa lado stats que a lloguacsria nba no grupo aque perten- cia. a crlanga, do valor a ela atrbuldo por esse grupo, “Estudos pesquisas a respeito da alfabetizagio no Bra- sil, sob essa perspectiva das fungoes soviais da eserita, so ur- es: & conhecer 0 valor ¢ fungio atribuidos sua escrita_pelas earmadas populares, para que s°.possd compreender o significado que. ten, para as eriancas petton- Contes a essas camadas, a aquisigio da Unga escrita ~ esse significado interfere, certamente, em sua alfabetizacao, ‘Uma outra maneira de entender uma perspectiva fun- clonal a alfabeizag ¢o an decore de ia segunda ater ‘que se pode dar 2 expressao “Tuneo da lingua es- Gees siesta one pressio “funcoes da lingua escrita” designaria a atribufda & enunciagio, em situagoes de interagéo, Retomando as perspectivas jf apontadas, a fim de melhor situar esta ter~ ceira: para ua va estraural da alfabetizacdo, 0 ob- io de eit ho a8 raredades ali sat impicaen para a aprendizagem da lingua esoita Gmplicagées tes das relagGes entre gramiéticas das variedades disletals ©'a ‘gramética da lingua escrita); para uma perspectiva funcional ‘oltada pata as juncdes socias da eserita, © objeto de estado slo as éntre a aprendizagem da lingua escrta eo va Jor e papel social que Ihe atribuem grupos sociais diferentes; para uma perspectiva funcional voltada para as finalidades da enunciaclo 0 objeto de estudo sio as articulagdes entre 0 uso da lingua ¢ os contextos sociais de interagHo, suas repercus- {fest canis‘ sifema tend, ¢ a disso para a aprenidizagem da eserita. Em outras palavras, ssa segunda perspecdva funcional o objeto de esaxdo i a3 variedades diatfpicas, ou registros (HALLIDAY, 1978). En rico copacio aortauln do peste eaclogeos 1 tribuio espacial e hicrSrquica de aspectos, , eos, morfolf coy, sinticos, 8 reguros, objeto de estas funcionais, voliam-se para o sistema soclosseminico, es= crevema distribuigdo social de modos de significagio, 2 Sg pepe oso! sofa gc a ieee aaa sete ree cao emesis ae oer eta Bierce baat een nea Shes ad Misia sear Sone SoS ati Edue. Rev., Bolo Horizonts (8): 3-11, doz. 1988 Pretendo, nesta exposicéo, desenvolver fe es ¢ speaesin aguas tonitaior de Penna regpelo aa suber 2, 0 Brae, sb cum eg a fun- Sion a ingua eer, Vola para 35 a emu cago — iva que relagbes entre & aiagdo — una perspective que busque 3 ene 8 ae ah . diseussio dos proble- taas da alfabetzagio sob’ casa perspoctiva,discutirei, em pri- tiero lugar, hipotese de gue, et clases socais diferentes, so lambén diferentes as fungSes atribuldas 20 uso da lingua, ¢ apontarei as disso na escola, eee rd ess nate Sea nenl Sse aces ecto Nie as ‘uso da eserita por alunos das primeiras Grau, pertencentes a diferentes classes sociais; ‘esses pressupostos, tentarei evidenciar, através de textos pro~ ‘duzidos por alunos no infcio do. ‘de aprendizagem da ‘escrita, a interferéacia dessas diferencas, desde 0 primeiro ‘momento, no processo dessa mh, Jevando 4 erianga 2 deoprender as fangGes da eseita~ tena central desta x ‘Comecemos pela hipstese de que classes sociais dife- ‘do Primeiro rentes atribuem fung6es diferentes ao uso da lingua. ‘Um componente importante da da fala pela a aprendizagem das fungSes atribufdas a0 uso di lin © “a ‘a sigoificar”, para usar a expressio do HAL TIDAY, 1975: “learning bow to an). Ora, coro ossa aprendizagem se, faz através do 6 socalizasio, cflanga aprenderé a atribur lingua as fungBes que Ihe atribui © coniexto cultural em que a apreode. Partindo da premissa de ‘que 0 proceso de socializagio tem caracterfsticas fundamen (almente diferentes, em classes sociais diferentes gue estudos sociolopicos néo ‘negat), Pode-se segu- thente Ivaniar a hpotese Se que as fungBce auibuldss 40 to da ifngua serdo também diferentes, em classes sociais di- ferentes, Ou sca, hipotetizar-se haver uma diferensa de clas- se na relagdo entre so da lingua ¢ as expectativas prévias do fatty respi do intrlcatr do context. Bem HALLIDAY (1973, 1975, 1978) ¢ HALLIDAY & HASAN (1985) que se encontra mais claranente exposta een erapectva funcional da aqusiso do wo da iagua, em ‘iferentes classes socials. Segundo esse autor, as diferensas ‘entre of modos de falar de classes sociais diferentes relacio- hamese, esencialmente, com uma interpretagdo funcional da Hiagua: ‘a diferenga Tubdamental estar na. Enfase reiativa por a een fags de nga, Pen aly, po {anto, as diferengaslingifsicas estruturais, mas 50 bretudo sociassemanticas: as modalidades de fala 580 de significagto que emergem, com intensidade diferente, em Seterminados contextos, partcularmente og da socializacdo primdsia (Familiar e no grupo de pares). Tendo essa socializa- {fo gercerstcas conn numa mesma cae soil ‘dngilaridade da expenéncia de cada individuo), ela doer tina as sigificagdes gue serao escolhidas em sitacoes de in- tera esse mesmo quad consttal que BERNSTEIN (go7D sezenvolven seu abato éricn empiicn a epcito relagbes entre e classe social: sou conceito de ‘eddigo, om sua versio mais amadurecida, nfo € 0 de varieda- 3 aus ai glen ei a oon Seah ate acral a Aes iri inane Waseues Vpekee ses Soh Shien nasosome Wambo Educ, Rev., Bolo Horizonte (8): 3-11, dex. 1988 des linglistias; cédigos sio prinfpios que articulam o uso da com os contentos socials ou as sithagbes de interagto + on ce pee dws nab Ly cow diferengas ‘cae ‘ertencentes & Enases socials diferentes como diferencas no modo de articu~ Taro uso da lingua com o contexio, Ao atribuir 0 uso monos- Sldbico da lingua por adolesceates negros a stuacdo de teste fem que esve uso foi solicitado, por um adulto branco ¢ desco~ hada, LABOY (1972b) busea explicagSo num selogio de regio; na werminolgia de Haliday, ou de cdg a eri- 9 de Bernstein, para as difereneas no us da ling (por ipa ctranha gue pares esc aproximasio etre Eabov © ‘Que relagio haverd entre as diferengas de fungbes ati butdas ao uso da Hingua em diferentes clases sociais © 0 d= da crianga na escola? ‘Ae diferengae estruturas entre 0 dialeto patio ¢ os dinletos io padrao tém sido insistementemente apontadas dp fracasso escolar das crancas pericocentes &s famadas populares, falantes daqueles dialetos i pacréo, CCertamente nio se pode negar essa explicagdo, quo tem sido ‘comprovada empirieamente. Entretanto, na lina dé raciocinio Se vem desenvolvendo nesta exposigao, devem ser consi- ‘ale das diferengas de forma, também as diferengas de fungdo, ‘A linguagem da escola & a linguagem das classes favo- recidas) as fungus que predorinam no so que se faz da in- So exe também predominam no uso da sia fn que elas se evidenoaram com clareza, et Sots fib Tomc opment oo posts, Ee oh ‘a peroepeio’ que criangss pertencentes a diferentes ZiSees sous etd cola © de su papel. Para tear eaptar seats ‘se aupuob diferentes, sobitourse a Stanod de 3 © # sis do Primoiro Grau a produgho de tex- tos com 0 tial: "Se eu fosse profesora", A anslise Jo cor- es oti eidenciou dere oa detas {0% Efstamente as diferengas de ease aa pereepedo que as cra Goo ten das fungdes abuldas 20 uso 0a agua pelos agentes Soares. Os dos tetos eguintes sto vos dapro- diugfo de criangas de urea € Outra class: Se eu pudesse ser uma profssora, ir dar aula to- dos os dias para a5 sri. Ait Sean pudesse ensinar mulias coisas para meus amos, ensinar a ler, eserever, Se cu pudesse esorover exerclcls no quadro, dar compost; des, provas, Para Casa ch. "Ak Se en pdesse dar Dito, Fats, ver as cviangespensando quanto que €a contac ‘4 Se eu pudese Chaar atengio dos alunos, conversar com ouiras projestoras, ver criangas Din- Gado. Ait Se eu pudesie eras criancusescrevendo, ex exploando depots ver que feicidade! velasfelzes 40 conccito de cfidigo, em Bernstein, tom sido mal interretado Tingdistas que se baselam, para fundamentar sia severa erica a Ee once nds ne en eae sex abo (sae ad eda ‘onouio fo endo propesavamentecorjg0€fe= {Gilde jor Sere on vero amen 0am ou regula do use da ingua “A coae ts regulate principe, ‘ity Fequd, wach selec ind tata Seen reams! form of thir einen; evoking concent.” (BERNSTEIN, 1983) 5 Na verdad, vSfos autores ém mrad que a posi entre Ber- ‘ela e bbe nose allen hese, ol exczplos HALLO. Go ATRINSON GDA) PE ae Porque iam onbora, AN! Se eu pudesse dar exemplos nas Conpusides,corisr os Para Casa, Faas, cadernos de ana aA ot pee fas como seria legal! mandé-los fazer fla parair para Biblotece, Educogao Crit, gina ida de tanto. Se eu pudesse dat aulas de Comunicapdo, Male ‘métea, Circus, Inegracdo Socal Gono serie ne sum sonho! Como ex queria que ne Ce a “om eu queria 9 (Menina, nfvel socicecondmico alto, 3* série) Se eu pudesse ser uma professora, eu iria gostar ‘muito mesmo. Eu seria muito boa para os meus alunos ex ia en- ssinar tudo que eu tivesse aprendido e ndo detcava eles ficarem fazendo barulho dentro da sala de aula, Quando di na hora do recreio, ees corriam para a fila desserem com a boca fechada com as mios pra tra2, Eu tambén ‘educaria eles ficarem quietinhos e ndo responder a, fessora, faserem os exercicios dentro da sala e eu dari dever todos os dias, no outro dia eu ia corrigir os deve- Tres ¢ Se 0 menino nio fazer o dever, ex mandaria a di- rretoria para fazer 0 dever com ela, (Menina, nfvel socioecon®mico baixo, 3 série) ‘Trata-se aqui de identificar, subjaceate a esses textos, gual ds fungfes Gom que a professors ts ingua€ mais te para cada crianca ‘Rcrianga de case alia peroebe sobretudo (quase ex- lusivamente) a fung&o represenuatva 6: a professora Usa a Hiagua para ensinar, pra transmitir contetdos, para falar sobre “coisas” ~ uma fala orientada para o referenie, para a 3! pes- soa (ensinar muitas coisas, explicar, dar exeniplos, escrever, exectigs no quad, et) A fungdo reguladora aparece on marginakmente — chamar atenglo dos alunos — ou como meio para propiciar situagées em que domina a Fangio represendat ya~ tandé-los fazer fla pare i para © contrdrio ocorre no texto da crianca pertencente 2s caxudas populares gi, 6a funlo reguladora que acraga peroebe como dominants: ndo deixar fazer barulho, regular 0 comportamento na fila, educar para que figuem quictos, man dar fazer exerctcio dentro da sala, mandar para a diretora, etc, O uso da lingua com a funcio representativa aparece ape nas uma vez, © através de uma expresséo vaga e ampla: eu ia ensina ado ue et tiveaie aren, ‘© que se pode supor € que, no provesso de socializagio as criangas, certas fungées da linguazem predominam has camadas médias ¢ altas, outras predominam nas camadas po- Pulares, levando-as a perceber com mais sliencia, na escola, 8 fungfes us presents no grup social aque perzncom, J dado ue parece comprovar que sal, realeate, de percepedo maior ou menor de uma ou outra fungdo da l= suagem, por criangas de classes sociais diferentes, € que alu- os. tes A mesma turma de uma mesma escola, tendo textos que confirmam essas & mesma profesora, diferengas de peroepy: 6 ote ted cgi ame dnc ms nae bee wm epee Bracelet eae er ete aay ase ara stetbhv ee Pela dP ge fi Mee acne pes eel ae, 2 i areca te iho on aaa eases Se Secreta ce SLITS GAT, BS, Se eu fosse professora eu iria dar aula de mate- ica, comunicacdo, integracao, ciéncias, freino e ‘muitas outras colsas. ‘Se precisar de chamar atengo do aluno s6 cha- " Ew ira contar estbras para os alunos e fazer jo- gos de matemética © também dar matirias novas para les. Eu gostaria muito de ser professora, ensinar os ‘meninos as matérias e isio € para o préprio bem deles. (Menina, nfvel socicecontanico médio-alto, 3* série) Se eu fosse professora: eu mandaria os alunos calarem a boca, fazerem os exerclcios completos, ndo ‘thar um do outro porque se ndo eles ndo aprenderiam nada, Eu no querta ser wna professora brava, eu que~ ria ser wna projessora que ndo gritasse com os alunos, ‘mas queria que 0s alunos coperasem comigo, porque se (8 alunos ndo coperasem comigo eu também ndo podia ‘coperar com eles. Vocés entenderam que professora eu queria ser? (Menina, nfvel socioeconémico baixo, 3* série) Reaparecem aqui as mesmas diferengas aponiads n08 rig rg ne apron ria de classe média-alta 2 trbuigdo da funcio represenatvak nguagemn da protesso™ i ar a contr sr dar alin, yee a reeuladovs aparece im propria erin ee dca com que a erianga se refere acl Se precisa de cha tha atengao do sano 96 chanar No tox daccanea denied ‘ecoecondnio bat, predanintrs de tng read, BE sina. sn difeeate owe da agua mesos por criangaspertencents a diferentes cases sols, parece id= Sechisiferemes privicgarn cas Tassos Ge npn ‘Sosa aerenies prinegar ces fans — detrimento de outel; em ° ds sch zagio das cr ue fem 6 so gun por cle & a ue as criangasinterpretam as situagOes de interagdo verbal na ‘sola Segundo 0 “modelo funcional” que lhes ine sua s- tae de clase, Nio é dite ners de tudo iso ai ome explicagio lingifstica para 0 fracasso das eriancas das cama. 44 populares‘ escola eaquanto as crangas das asses fa- das véem essa instituigao como um espaco e umn te de gprendizagem, que, para eas, a lingua é af usada mminantemente com a flngio representative, as crangas das ‘camadas populares a vem como um espace e tempo de "mo- delagem’” de seus comportamentos socials, pois, para elas, & Hagia tem, na esol, ina fn prodoniasteente regular Até aqui, procure’ mostrar resultados de pesquisa gue Aegnitem ikeric'a peep aie coangas de ches soca liferentes tem das fungbes com que a lingua € usada na escola, ‘Cabe.perguntar: no processo de alfabetizacio, ou seja, de ‘aguisiséo das condicées de uso da lingua esenita, elas também se diferenciam, por atribulrem a esorita fungGes diferentes? Proourarei 1 essa pergunta analisando nova mente 3s escrtas de crianeas de 3* © 4 séries do meiro Tata-se de textos coletaddos em pesquisa que Ye 0 objetivo de caracterizar e confrontar a expressio escrita de criancas pertencentes a classes sociais diferentes, para tes- tar 4 hipStese, que BERNSTEIN (1971) levanta, de que bi predomindncia de signiicardes universatistas na linguagem de riangas de classe média, ¢ de significacdes particulariseas ba linguagem de criangas das classes. A andlise do ‘corpus evidenciou, entre outros resultados que nfo cabe men Edue Revs, Belo Horizonte (8): 2-11, dex, 1988 cionar aqui, por fugirem ao tema central desta exposigfo, urna iferenga fubdacental quanto A funedo que criangas perten- cenies a classes socials diferemes 2 ingua escrita, ‘Vejam-se os dois textos seguintes: neles, dias meninas pertencentes, uma as classes favorecidas,outra is camadas po- pulares, dio ao tema “Se cu pudesie” aproximadamente a thesma ‘resposta: se eu pudesse acabar com a violencia. HA, porém, uma grande diferenca entre os dois textos: ‘Se eu pudesse sera forga do coragdo. Se eu pudesse ser a luz do amor... Eee eee mae a ia he mee Sie eons ceeutaa nna Feat Sates ead Serena ee eee a meee phases eee ee eee fey fate cit ase a See eee ete cone ppt te an Somers ane rane tiem ‘(Menina, nivel socioecond ico alto, 3* série) Se eu pudesse ter mais amor no meu coracio, se cu pudesse ser mais humilde. Se eu pudesse comprar wn rinho, um papagaio, wna bonecd, wm macaguinho, uedos para meus sbrins,roupas para min, pa raminha mae. ‘Se eu pudesse ser obediente mais do que eu sou, se eu pudesse pr amor nos coracbes das pessoas, se ex pudesse no brigassem um com 0 outro, se eu pudesse Jacer que as mes nao batan muito nos fdhos. sso tudo eu fazia se eu pudesse ... (Menina,nfvel socioecondmico baixo, 4* série) ‘Abstenho-mme de analisar aspectos como a predominin- ia de significasbee universalisias no texto da crianga perten- Cente as classes favorecidas, © de significagdes particularistas fo texto da crianga 'As camadas populares, a evi- ‘dente sub ‘desta ditima (comparem-se a fluéncia © de estruturas do texto da que est na 3° série, com as estruturas simples e paratéticas da segunda, {que jd estd na 4 série) — mais uma discriminagfo que a escola Brasileira impe as camadas populares, © outros aspectos tex fusis que fogem aos objetivos desta exposicdo. Atendendo esses Objetivos, Himito-me 2 analisar a funcdo que cada urna Ss criangas attibul ao uso da lingua escrta, nas condigdes ex- colar em qu texto fl produzio. ani ue, diante do tera proposto pela profes- Se ne fessora, em coodigbes escolares de "re- yuisadora), as eriangas se comportaram santo con fun Peo (um, ria expres, na terminologa de JAROBSON, 196), prvi o verdae& fionio esginaiva, eoquanto ria wn mando atta dain ucgem (om tmuodo de amor, uni, ete. em que haveria ms Resid robrewie, cuenta pie 90 apado, eee : re, cogueaio opbe, #0 tmp, reerear Sunt sig ele asosde qe tesa ages de violencia © desteusto dotomen Educ. Rev., Bolo Horizonte (8): 3-11, dex. 1986 proptem escrever sobre ‘da Jetra a proposta e escreve $0 ide. N&o aprendeu, no contexto cul- tural de sua classe, o jog0 da escola, de que so aspecto rele ‘ante as funcdes com que a lingua deve ser usada— as fungdes ‘escolarizado. “escolar que @ da segunda: respondendo a ui tera que de ‘ens condi Aexpretado da abjetividade, a0 wo da Tunco faz 0 discurso do seiso comuta, gene- Fliva, abstrai impesscalza ~ assuine 0 dscurso da escola. 'R segunda crianga considera o tea como wna pravocagdo paca uma sinuagdo real de intcracéor fala de si mesma, de sua Ribjetvidade assume o sew discurso. O que paroce ocorrer & ‘que, independenterrente do tera baa a produso de texto, a crianga das classes fa ‘desenvolve-o usando Ss fuigdes que sabe serem esperadas pela escola, enquanto rianga das camadas escouhecendo esa expectal- vada escola, usa ag fungdes que o tema provors. {estado dos textos produzidos por criancas a partir do tema "Se eu padesse” 36 permite concluir que, em situagso escolar, diane de Um tema que provoca o uso da escrita com fancdo pessoal, expressiva, emotiva, eniangas de classe social ferent congortamae de forma diferente, porque € de: ‘eats a interpretagéo que cada grupo faz. da stuaso de enn Gite das bxpetatives do intriocutor 7. Entrelano,talvez Se post, a partir desce estado, acrescentar uma segunda bi polese 2 primeira anteriormenie proposta. Essa prteira hi; Potese & a de que o contexto cultural de clase eo processo de Socializacdo que nele tem ugar Ievariam a crianga a priviegiar Geterminadas fungées, no uso da lingua. A segunda hipsiese Seria soguite: 0 conterto cultural de clase ¢ 0 processo de izacdo que nele tom lugar lovariam a crianga das classes tmais faclnente as func des que a escola Anbu bestia e,portano,« produit mals adequadanenie, fem suas redagées, © discurso por ela; a erianca ‘camadas ato tendo formado, ex Seo & ‘Socilizagho, 0 concelto de “esctita escolar”, isto 6,0 conceito dias fangs com gue a escola espera que a escrita ja usada, Sipde que, diante de tum tema qoe provoea o uso da escita ‘Som uot fungio pessoal, deve escrever para EXpresSAr Sud tmensagem, contar'a sua histria, dizer asa palavra, i 7 Pesjisas slo ncestras para verfica 0 wo de eriangas Ostlisas fecater cami do teas que nctem oo uso de owas a ‘Ges dalinguager. A insistéocia ¢ perssténcia da escola em levar os akmnos 4 usat a escrtn com'as fungées gue priviegia, inssténcia © Petsistéocia que tém, como principal instmento, as condi- foes de ga cca tm cola eetgn dete Grit, sio, na_verdade, um process ‘rendizagem das funcGes da escrita: enquanto aprende a Usar 2 eserita com a8 fungdes que a escola atribul s cla, © que a ‘ansformam numa inieriocucdo artifical, a crianca desapren- de a eseita como situago de interlocucio real. asa “aprendzageaideaprendicagem tm ico aos Primeiros momentos do procesto de alfabetizagso. Ou antes! i ‘comega quando a crianca, a0 chegar & escola cheia Ga expectatva ¢ 89 Soajo de aprender 4 re esctovers co. contra o chamado ” preparatério”, e € obrigada & co- bri lias sinuosas, Higar o patinho da esquerda ao patino da direita, te, E agrava-se, quando a crianca recebe, Hnalmente, ‘cartina, ¢enfrenta textos com estes OWAVIO DA VOVO Vow' veio de navio nove. No navio ela viu o ando. ‘Nilo foi no colo da'vovs, Eonovelo cats. Nicole lavou 0 novelo. O novelo de la ficou novo. Na lata de chd Wd balas. A bala & de banana. A bananada esté na lata Lal lava a lata. A foca fica na bica Vorb teva 0 bebé a biea, A bola do bebé cai. ‘A foca dé a bola ao bebé. Como a foca é boa! 0 jaar bebe cafe. 9 foc tebe cada, oho Odea dado e bebe dua de coco. Brees textos so transformam 90 “modelo” a que a cianga deve obedecer, quando esereve: uma sucesso de sen- tengas entre as qual 60 hd costo, ao hf coerci, 80 ht AAs criangas das classes favorecidas, porque, em geral, convivem, em sea contexto cultura, com ivtoste osve is? ‘Grias que thes Iéem, percebem com facilidade que os textos da carta aio sig textos “para ler’, so frases pra “aprender aller” ¢ que as “cor ” ou os exercicios Ue “expresso escrita” que fazem para ‘aescrover”. "Aa contrdso, a0 rings das fama populares ee em gera, no comyivem com livros nem tém quem thes istbria (44 que 0 livro € objeto cultural sonegado as carmadas nes Ina, ue faze, cetamente, supose Sobre at 19608 da cecrita, experimentam © conflto entre €3838 SupO- Gan beds a0 wove, Wouae gse clei ds an. 20 eamese ° alfabetizandos Freroe™ dls camadas popula: ree quan se Ihea soliton que esctevessem “SOUrE 6 duc “queer”. Pipa avo no azul ia # honk. Fabio sola a pipa. A ipa verde. Pipa vai fonge. (Que pipa bonita APIPA Didi solta a pipa no campo verde. Didi sola ipa no edu azul Dial te qu pipa bonita. Been arena ‘linha srrebeton e Bh cou mise. 4 ppg avo no old ac ‘linha agarrou no fo. De certa forma, pode-se dizer que, nesses textos as criangas osam aeserita coma HALLIDAY (1973) ‘haath de itioncntal€ 9 uso ds Baga Eprovacio da profoscre: eja como sel eacover © pala Af te forant esiadas”. No curovemn para erage (ane Glo ncracona oo carevem para expresat se (Cuneo cei mltutnaae cman edt nee etree os Seale eisai ies Hendra Ben Le SE a oe omenea cme mean Scns oes ioe a ance ethan hare ge SRA roe Sage aes gee jonas escrita, criangas em fase de alfabetizagéo. A solicitagéo fot exoepconalmentc feta por uate aut de pesquisa en seFal, pedla-se 8 propria solicasse i erangas par ee Siemens Z cae so utr cade antes mnie caamiaeeaa ia a woe a ix be de prod, i See cee geen eons SERS cf tendo reeebido resposta afirmativa, acrescentaram ietquu ed ae sauiree ciameat ‘realmente tem. Vejam-se trés exemplos: Educ. Rev., Bolo Horizonte (8): 3-11, dee. 1988 Ode Pe vila \ 1 Bloty nota pio me Liat, \ i ghriosola : — intra peijaa Sind | wil aipsiadd nr AN Biamds. A Auda Alana, Aine Aepitat dt Tale Tobe elon pits0. Sivpinotogy | A pipe arto Arle. es at Hho Sah Tabi fale Educ, Rev., Belo Horizonte (0): 9-11, dez. 1988 Nas redagées sobre a pips, as mesmas caracterfsticas jf apontadas anteriormente; nos bilictes 8 professsora, as criai- gas além de se permitiem escrever palavras “ndo teinadas", Construindo ¢ experimentando hi sobre as correspon” déncias fone/letra, utiliza a escrita com as fungGes pessoal e interacional: ex ‘seus sentimentos, interagem com a professora. Demonstram ter da escrita um conceito adequado: ‘um meio de chegar a ut interlocutor ausente e de atingir um ‘objetivo pessoal Ge interagio, Naredagio Iya separate gue crianga fos entre‘ redagto sobre a pips, lade mun retin sulo,©o blete 8 profesor, creuntau pe deseo de un Enragio, dita claro que ela peroebe que soo ds ears dr ferentes: a escrita escolar, com a funcio instrumental de de- ‘monstrar que’ a escrever o que Ihe ensinaram a es creyer, © a escrita nfo escolar, com as fungdes pessoal e inte- racional. Em uma das redacées, 0 conflito da crianca entre o uso da cscrita com a funsdo instrumental escolar, ¢ sew uso com a .ungéo interacional ¢ pessoal manifestou-se de forma surpre~ endente (redacdo n? 4). Dividida eatre a fungio instrumental — eseever para mostrar que aprendou ~ © as fangOes pesoal¢ineracional ~ Sserever para ineragir om 8 pro fimeatos "a entoca produr as dias oscitasalternadamcnts, Fedacio bihets misturando-se, enremeando-se, deizando Glare 0 conflito entre o so quo qicra fazer da ectta eo so us devia faze dea, sogundo 0 “endclo que a escola eve ‘ha impondo. 10 heipes cl SPR ee Mfr de Sibkead den, vs My, “A amececcns Va Yume parr oe RC oe fist n Bila 28. an 3 rugs Line OM KP pas errorrdec Sean, 7 8 Gin Dako, ee, 2 heal naa 208. ocak eh. de.” Siapa tata cng.ctia~ Loma akragea Tia vance asl A hipbtese que se pode fazer € que a crianca, particu larmenie 't tencents as camadas. populares, cua coltura de classe # bastante diferente, da culture escolar, 20 fatrar na escola e iniciat 0 procesto do aquisigao da escita, temo conceito de que a stuarso de produdo de texto escrt una situagdo de ineriocurdo ~€ 0 que aparece nas redagtes Sas criangas de nivel soctoeconémico baixo, de que se analiou tum ex nos ets 8 profesor acresenadon Bs = Sagdes sobre “a pipa a escola ensina-lhe que, a0 contrsio,& ‘stuagdo de producto’ de texto escrito € ob ina situngho de Gemonstrazép de suas habilidades de prafar as palavres que Ihe foram ensinadas ou, em etapa mais avangade do proceso de alfabetizagio, de demonstragto da capacidade de Wear aes. rita com aquelas fungbes pela escola, uma es- Crit que devolva a essa escola odiecurso que ela impoe- ‘0 resultado é que 0 processo de aquisigio da lingua es- rita, na escola, 6, desde © pricicire momento; uin proceso de desaprendicagem da eserita com as fungbes de inierasao au topitr, de interned, de creme dia eta que, em ver de interaglo, reprodugao de um modelo scolar 0 texto, é “prestagto de contas” do autor a win leltor ‘que nada mais ésperm Seno Teconkecer, no texto produzido, snd, qe em ver de onal de inertia: de, 6, 20 contrario, nezacio da subjetividace de autor eleitor, orgie um © ou) Se nega come sues, a eens ‘ext, ‘Vacias pesqusas t8m mostrado como, ap6s a escolaiza- fo de Primeiro, Segundo e até mesino Tervouo Grau, o uno sermons fr peeing a eacla inp (nem Peg LEMOS lor, OSAKASE, i977, ROGCO, 1581, RA, 1983, ALMEIDA, 1986), Essa “eficienca da es? ‘cola em levar 0 aluno a (deslaprender a8 fungoes da escrita, Educ, Rev., Bolo Horizonte (|: 3-11, dez, 1988 Steinem ovina dee afebetzate, nose «que os estudos sobre a aquisigéo da lingua escrita Imitar-se aos aspectos esimuzrais, como tem $80 _urgentes estudos sob uma va funcional, que tester 2s tess gui propos: hipoese de que, em clases soci 5 do tang diferentes as fungoesatibuldss ao uso Wages c cous fcrcope repetovte ta pecepate gus ea da linguagem escolar ante oral quanto estita, ancas per tenoeties clases soca diferentes ea ipdtese de que ests ese ha Guan t fangica dn ecm fom etcrit por crangas em proceso de alfabetizcto. ‘se cxtudoe sociolinglstioos sob uma perspectivacxru- ie, nga cons siola doula o prea de fxuisigdo da lingua esenita pela crianga pertenctte ds cate Ser SSovunre, Sedos soedlingtfeteos ecb aman perepeetiva fanclonal denncaréo © do. desaprendicagem dat Werdadcias fungdes da esrita que a etola ope, parclar= tents a essa crlanga que, a0 contro da erlang das clases fmvreas 0 comes «oferta paso er Golar quando ingressa a cocla para slfabetizar- se Cenn= Sinsio, simaltancamente, 0 proceso aprendicagem de ura eocrita que nega a funcionalidade dessa forma de incriocurdo, toga a subjetvdade de autor e letor ©, sobreuido,neza 0 ‘eto de usar aeserita para dizer a propria pala. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ALMEIDA, Gui de, 0 profesor que ndo ensina, So aye Io, Sumas, 1986, e ATKINSON, Pail. Language, Structure and Reproduction: a Inttodueton (othe socblogy of Baal Boras Com, doo, Methuen, 1985 BERNSTEIN, Basil. Class. Codes and Control. vol, 1. Lon- don, Routledge & Kogan Pa 197% Codes, odin andthe process of culturl repro: st ob APPLE cha Ws Cel a Een Rotts in ncn ‘Cass, an tate, London, Routledge : Ke an Paul, 1985, BRYANT, Peer 8 BRADLEY, Lost, Prous ete ru fa erga, ead. LCS, Ort Porto Akg: Arcs Malice, 1987. GOODY, Jack. A lipca da esc ea organtono da soe rade, tad T° ere, Lisboa, Lage 1, 158. ed. Literacy in raitonal wees, Cambie, Cane bridge University Pes, 1986, The domestication of the savage mind. Canbiiie, Camtrgde University Press, 1977 HALLIDAY, M.A.K. Exploration in the Funetons of La guage, London, bavard Avo, 1973. —EHASAN Rami, Longue, comet anda pees Ina sodal wrote perspective. Vi {Bei Death Unversty ese 1988" Language os social semiode, te social interpretation af ing ad manag. London Eda Arbo, ging bow 10 mean. London, Bawars Aaa vis. EA ee Shite Brice. Ways with words, Cambridge, Cam- ‘Uelcriy Pres, 1983, IAKOBSON, Ronan Unga ¢ Pott, te — Lin Comiedtto. tral. 1c Bien o J.P, Pace Paulo, Cultrix, sid. Texto ‘publicado em SEBEOR, TA. cd Spin Lanfuage, New York, Educ, Rev., Bolo Horizonte (@): 3-11, dez, 1988 KATO, Mary A. orn de ater pra lf Coto do slit: Tango Brascror Rio e haa, Giseiss-tilyabret 178. LABOV, W. Some sources of ns for Negro ‘of non-standard _ Language inthe Imer Ce, Phladelphia, Sivey of ean tia Press, 1972 —— The Logie og of No tans Engh Ios —— Lan, inthe Iner City, Philadelphia, University of Bennsytvania Press, 1973 b. 5; Be scatin of reaing failure to Tantsage i ihe ter Ei, Pai, University of Pemeyivania Bese, 1972 LEMLE, Mian. A trea de alfabeiaco: capa ¢proble- ‘mas no portugués. Letras de Hoje, Porto Alegre, (60341-60, der. 1982. —A ‘na forma fonolégica, relevancia na alfabe- ‘daca Bolt, ABRALIN, O32, 1983, ——. Guia tebrico do alfaberizador, S80 Paulo, Atica, 1987. LEMOS, Cliudia T.G. Redagées no vestibular: os- tralégias. Cadernos de Pesquisa, So Paulo (23):61-72, ez. 1977, ONG, Walter J. Oraity and Literacy, London, Methuen, OSAKABE, Haquirs.Provas de argunentagio, Cadernos de Pesquisa, 980 Palo (23):51-9, dex. 1977, OXENHAN, John, Literacy wring, reading and social or {antsaton. London, Routodge & Kegat ba, 1580. PECORA, Alec, Problemas de redasto, S40 Pano, Martins Fontes, 1983, ROCCO, Mara Thereza F. Crise ma tnguagem: a redagdo no Vestn. Sto Batt Mess aan O8 RODRIGUES, Ayron D. Tarefs da Linguistica no Basi. suas Lingocos, Sao Palos GSTS ha 1908 SCRIBNER, Syvig & COLE, Mic The Pchog of Literacy. Cambridge, Harvard University Press, SILVA, Mitam arbors Leitm, Onografs © Fonooga. Sko tice, 1981. Souza, bi Persia de Ling apcada labs ‘igho. Ensaios de" Lingutsica, "Belo" Horizale, (96-165, 1978. STREET, Brian V. Lieracy in teary and practice, Cambrig- de, Canvbrlge University Press, 1984, STUBBS, Michael Language and Lite lof reading and writing. Lon Kegan Pant, 1980. TFOUNI, Leda Verdiani, Adultos no alfabetizados, 0 avesso ‘do avesso, Campinas, Pontes, 1988, the social , Routledge & "

You might also like