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Seu Futuro 6 a CURSO BASICO DE ELETRONICA Ar VOLUME II Eletrénica Badsica 2 CTA eae eee i | Capitulo 7 Introdugao ao circuitos eletrdnicos. Circuitos Integrados 7.1 Sinais e circuitos 7.2 Os circuitos integrados 7.3 Como sao fabricados os circuitos integrados 7.4 Tipos de circuitos integrados Curso Pritico de Eletrénica Moderna + CNET 169 ern eee eee Os circuitos sao 0 nucleo central da eletrénica moderna. Os componentes eletrénicos, por simesmos, nao possuem nenhuma utilidade pratica, exceto a de servir como simples elementos decorativos ou utilitérios, se nao estao incorporados em um circuito para realizar uma fungao determinada. Este capitulo 6 uma introdugao ao fascinante mundo dos circuitos eletrénicos e seus representantes de maior tamanho: os circuitos integrados ou chips. Conheceremos o que sao, como sao fabricados e quais sao os principais tipos existentes. Também faremos testes com o circuito integrado 555, um dos chips mais famosos da breve historia da microeletrénica. 7.1 Sinais e circuitos A eletr6nica trata fundamen- talmente da andlise e desen- volvimento de cireuitos. Um circuito eletrénico, como se definiu no Capitulo 4, é uma combinagdo de componentes, individuais ou integrados em um chip, conectados de modo que proporcionem uma ou mais trajet6rias fechadas para acirculagao da corrente e rea- lizem em conjunto uma fun- do titil que nenhum deles po- deria fazer por si mesmo. Por- tanto, a finalidade de qualquer circuito é controlar e manipu- lar correntes de elétrons de uma maneira pré-estabelecida, Os circuitos eletronicos, incluindo os circuitos integra- dos, podem ser de diversos pos, dependendo da fungao para a qual tenham sido pro- jetados. Existem por exemplo, retificadores, multiplicadores, reguladores, amplificadores, filtros, osciladores, comportas, decodificadores, memorias. conversores A/D, etc. Es 170 cireuitos podem constituir por si mesmos um sistema ou apa- relho eletrénico, ou ser uma parte ou subsistema do mes- mo. Na seciio de Projetos des- te curso vocé encontraré mui- tos exemplos praticos. Todos os circuitos, contu- do, independentemente de sua complexidade ou de sua apli- cagdo, recebem, processam e trasmitem sinais, ou seja, ten- s6es ou correntes que variam de uma maneira particular com © tempo, Um amplificador de dudio, por exemplo, recebe como entrada um sinal de ten- sfio e produz como saida um sinal de tensdio que é uma ré- plica ampliada do sinal de entrada, ou seja, tem sua mes- ma forma de onda, porém é muitas vezes maior. Um oscilador, por sua vez, produz um sinal de safda dec racteristicas especfficas e pre- visiveis de forma auténoma, ou seja, sem necessidade de um sinal ou estimulo de entrada. Na cancir figura 7.1. mostramos alguns exemplos de sinais ou formas de onda de ocorréncia ou uso comum em eletrénica. Um dos tipos de sinais mais comuns e populares, que utilizaremos freqiientemente neste curso, é a onda senoidal de tensio, figura 7.1(a). As ondas senoidais so faiceis de gerar e muito titeis como si- nais de prova para determinar as propriedades de amplifica- dores, filtros e outros circui- tos, em particular sua respos- ta de freqiiéncia, um concei- to que analisaremos em deta- Ihes mais adiante. Uma onda senoidal apli- cada a um circuito linear, por exemplo, produz sempre como resposta uma onda senoidal de amplitude e fase determinada, Nenhum outro sinal tem esta propriedade. Além disso, qual- quer forma de onda pode ser representada como a soma ou superposico de muitas ondas senoidais. Esta caracteristica * Curso Pritico de Eletrénica Moderna nos permite analisar circuitos excitados por sinais de qual- quer tipo, aplicando as técni- cas usuais para circuitos CA. Outras formas de onda co- muns sfio mostradas nas figu- ras 7.1b-j. Os sinais de ruido, em particular, podem ser gera- @ abe ed sinais comuns. (a) Onda enol. (b) Rampa. (¢) Rampa eC a td ra. (e) Onda triangular. (0) Rutdo, (g) Onda quadrada. (h) Pulsos. (i) Etapa. Q) Picos. dos pelos préprios componen- tes eletrOnicos, como resultado da agitagdo térmica interna ou induzidos eletromagneticamen- te por relimpagos, sistemas de ignigdo de veiculos, motores elétricos, linhas de transmissfio de poténcia ou outras fontes. O ruido é o principal inimigo dos Curso Pritico de Eletronica Moderna» OCI circuitos eletrénicos porque pode misturar-se com os sinais, de interesse e degradi-los. Nos circuitos bem projetados, o rui- do térmico deve passar des- percebido e o rufdo eletromag- nético deve ser evitado, medi- ante técnicas de blindagem apropriadas. 7.2 Os circuitos integrados Os circuitos integrados, figu- ra 7.2, como seu nome indi- ca, sio circuitos eletronicos completos nos quais todos os componentes, incluindo tran- sistores, diodos, resistores, capacitores e condutores, for- mam.-se completamente sobre um chip ou pastilha semicon- dutora de silicio, tipicamente de 1,5 mma6,6 mm de lado e 0,5 mm de espessura. Neste reduzido espaco, pode-se con- centrar milhares de transisto- res © componentes que reali- zam fungdes muito complexas e variadas, muitas vezes im- possiveis de obter por méto- dos convencionais. Uma vez obtido um circui- to integrado, a pastilha é colo- cada em uma c4psula plastica ou ceriimica que contém os pi- nos de acesso através dos quais ochip se comunica com o mun- do exterior, figura 7.3. As cap- sulas plisticas so mais leves que as ceramicas, porém estas tiltimas siio mais resistentes e podem trabalhar a temperatu- ras mais altas, A cépsula traz também impressa a referéncia wm 7 iF do dispositivo, 0 logotipo ou nome do fabricante, a data de fabricagao do chip e outros da- dos de interesse. Tanto as cép- sulas plasticas como as cerdmi- cas, podem ser de montagem superficial ou de montagem por insergdo. Neste curso tra- balharemos preferencialmente com estas tiltimas. Dependendo do tipo de cApsula utilizada, os circuitos integrados podem ser DIP, SIP, SOIC, PLCC, ete. Os chips DIP (Dual In-line Package), em particular, que so os mai conhecidos, constam de duas filas de terminais e podem ter de 6 até 64 pinos, dependendo de sua complexidade e funcao. Figura 7.2 Circuitos integ 172 O pino 1 é identificado medi- ante um entalhe ou um ponto gravado na parte superior da cépsula. Os demais pinos sao numerados a partir do nimero 1, em sentido contririo ao dos ponteiros do relégio, confor- me indicado na figura 7. Cada pino tem uma fungao e caracteristicas proprias, espe- cificadas pelo fabricante na folha de dados do produto. Os circuitos integrados silo identificados por uma re- feréncia que descreve suas racteristicas e especifica- des exatas (LMS555, CD4047B, ICL7106, XR- 2240, etc,). O prefixo (primei- ras letras) da referéncia iden- ©BNCIT + Curso Pritico de tifica geralmente o fabricante, mesmo que isso ndo seja uma regra absoluta, Por exemplo, AD corresponde a Analog Devices, DM, LM, LF e LH aNational Semiconductor, CA e CDaRCA, DS a Dallas Se- miconductor, 1A a Fairchild, HA a Harris ou Hitachi, MC a Motorola, ICL a Intersil, OPA a Burr-Brown, LT e LTC a Linear Technology, NE a Signetics, SN a Texas Instru- ments, ECG a Philips/Sylva- nia, XR a Exar, etc. O fabricante também pode ser identificado pelo logotipo do mesmo, impresso na cép- sula, junto com a referéncia e a data, Esta tiltima esta repre- sentada normalmente por um cédigo de quatro digitos da forma XXYY, onde XX cor- responde ao ano e YY a sema- na dentro desse ano. Por exem- plo, 0 c6digo “9810” signifi- ca que 0 chip foi fabricado na décima semana de 1998, ou seja, em meados de marco des- seano, A data permite estimar a idade do componente e de- tectar, por experiéncia, quan- do provém de um lote defei- tuoso ou nao testado suficien- temente, Sempre desconfie de um Cl que nfo tenha um cédi- go de data. A tecnologia dos circuitos eletrOnicos esté atualmente em pleno auge e os avangos neste campo sao cada vez mais sur- preendentes, Comparados com 08 circuitos produzidos com nica Moderna IL Figura 7.3 Cépsulas comuns de circuitos (a) DIP. (b) PGA. (c), (d) S ‘componente individuais, os cir- Cuitos integrados so menore: compactos, leves, econdmicos © confidveis. Além disso, so féceis de usar, permitem execu- tarsistemas modulares e simpli- ficam enormemente a tarefa de Projeto e construcdo de qual- quer projeto eletrnico. Contu- do, tém também algumas limi- tages. SIP. (e) OFF Porexemplo, seu tamanho reduzido limita os niveis de poténciae tensio com os quais podem trabalhar. Por essa ra- Zio, muitos circuitos integrados destinados a aplicagdes'de po- téncia sfo, na realidade, hibri- dos, ou seja, combinam com- ponentes individuais e integra- dos em uma mesma cépsula. Além disso, niio € possivel in- tegrar bobinas nem transforma- Curso Pritico de Eletrénica Moderna* (NBGA C. (h) SOIC. dores e, no estado atual da tec- nologia, a integragio de resis- tores e capacitores de grande valor nio é eficiente, porque estes componentes ocupam muito espago na pastilha. Por essa razio, € necessario simu- lé-los mediante circuitos espe- ciais. Atualmente, a maior parte dos circuitos integrados sio fa- bricados a partir de pastilhas de silicio utilizando um pro- cesso chamado planar, conce- bido originalmente em 1958 por Jean A. Hoerni da empre- sa Fairchild. O silicio propri- amente dito € obtido por sin- tese do didxido de silicio, 0 principal componente da areia. Uma vez sintetizado, é fundi doe se cristaliza em forma de barras cilindricas. Cada barra €cortada em bolachas (wafers) de 40 a 80 mm de didmetro de 0,15 a 0,50 mm de espe: sura, figura 7.5. Em seguida, Figura 7.4 Ci 173 CE EO eaoe ene eed as bolachas a dreas determinadas de cada 4 10 polidas com 4 pastilha. As zonas expostas & ‘ ( 1 ‘ ‘ ‘ um Acido até ficarem brilhan- tes, Cada chip ocupa em mé dia uma rea de 2,25 mm? da bolacha, luz UV se polimerizam, tornan- do-se resistentes aos produtos quimicos utilizados nas etapas seguintes do process as no expostas, por sua vez, perdem 0 photoresist tornam- se vulnerdveis a esses materi- ‘ ais, figura 7.6d \ 0. As dre- Na figura 7.6 resumimos graficamente 0 processo tfpico de fabricagdo de um circuito odo planar. Inicialmente, a bolacha de si cio é submetida a uma etapa de oxidagio, que consistente na exposicao de sua superficie a vapor ou oxigénio seco em um forno, a uma temperatura entre 1000° Ce 1200°C, Ao final des- integrado pelo m Em seguida, formam-se as regides Pe N da primeira ca mada de impureza, injetando- ! se, seletivamente, étomos de \ substncias dopantes como boro 1 € fosforo por meio de um pro- | ta etapa, figura 7.6a, sobre @ Ficurg 7.5 Bolachas de sicio aes ciueso: Bee \ superficie da bolacha forma-se tiltimo € executado em um for- uma fina camada de 6xido de maquina centrifuga. no a uma temperatura entre | silicio (SiO,), que € um materi- Umavezformadaapelicu- 110°C e 1200°C e consiste da al vitreo e isolante. Esta cama- la de photoresist, a bola tha é, _exposigao da bolacha ao vapor da protege © circuito contra a entdo bombardeada com luz das impurezas, para que seus | poluigdo ambiental e serve UV utilizando-se um projetor _ dtomos penetrem no silicio atra- como superficie para a aplica- deslizante muito preciso cha- _yés das zonas nao expostas. do de uma pelicula sensivel 4 mado alinhador 6tico, figura Antecipadamente, para facilitar luz ultravioleta (UV) chamada _7.6c. O alinhador possui um —_adifusdo das impurezas, o SiOz photoresist. Esse processo, fi dispositivo chamado mascara, _ndo exposto é eliminado com gura 7.6b, denomina-se foto- 0 qual bloqueia seletivamente _4cido hidrofluoridrico (HF) proteco e realiza-se em uma a passagem da luz em diregio Este processo 6 denominado Luz ultravioieta Oxido de siicio Gesec! ey (@) (0) (0) Conexiones de aluminio a Silicio dopado (6) Metalizacion Photoresist removido ‘Oxido removide Photoresist removido a. s a © (e) @) Figura 7.6 Proceso tipico de fabricagao de um circuito integrado \ ‘ \ 1 ‘ ‘ 1 ‘ \ ‘ ‘ ‘ ‘ ‘ | ‘ 4 174 CHET + Curso Pritico de Eletrénica Moderna 7 ataque ou corrosio, figura 76. Uma vez realizada a difu- so de impurezas da primera camada, retira-se 0 photore- sist polimerizado, figura 7.6f, ese repete varias vezes o mes- ‘Mo processo até que formem- se todos os componentes reque- ridos. Isso feito, executam-se as distintas conexdes elétricas mediante um processo chama- do metalizagio, figura 7.62, ¢ testam-se as pastilhas median- te equipamentos automatiza- dos, separam-se as mesmas da bolacha utilizando-se métodos similares aos empregados para cortar vidro ¢ se encapsulan as que nao tenham defeitos. Alguns circuitos integra- dos, devido a sua complexida- de, necessitam de mais de uma camada de metalizagio. Para obter uma nova camada de me- talizagao, repete-se exatamen- te 0 mesmo processo seguido com 0 silicio do primeiro nivel. As diferentes camadas vio crescendo uma sobre a outra, formando uma estrutura pareci- da com um sanduiche. Por questdes priticas, a maioria dos circuitos integrados nao so fei- tos com mais de trés camadas de metalizacao. O isolamento elétrico en- tre os varios componentes é proporcionado mediante uni- Ges PN inversamente polariza- das. Para finalizar, na figura 7.7 ‘mostramos como exemplo a in- tegrago de um amplificador simples, formado por dois transistores (QI, Q2) e dois resistores (RI, R2). 7.4 Tipos de circuitos integrados Os circuitos integrados podem ser de varios tipos, dependen- do de sua fungao especifica, © grau de complexidade, 0 tipo de sinais com que traba- Iha, a tecnologia de fabrica~ go © outros critérios. A complexidade ou nivel de in- tegragiio, em particular, refe- re-se ao mimero de compo- nentes executados no chip. Deste ponto de vista, os cir cuitos integrados podem ser de pequena escala (SSI), mé- dia escala (MSD), alta escala . (LSI) e muito alta escala (VLSI). Os circuitos SSI con- tém tipicamente menos de 100 componentes por chip, os MSTentre 100 e 1000, os LSI Curso Pratico de Eletrénica Moderna + CH0CiT entre 1000 e 100 000 e os VLSI mais de 100 000. Neste curso utilizaremos principalmente circuitos inte- grados de uso geral Se MSI, como reguladores, amplificado- res, comportas, flip-flops, con- tadores, etc. Os chips LSI VLSI sao projetados, normal- ‘mente, para realizar tarefas mui- to espectficas e especializadas, como atuar como 0 micropro- cessador ou unidade central de processamento (CPU) de um computador ou ser por si mes- mo um microcomputador ou microcontrolador completo, com CPU, memériae portas de entrada/saida. Dependendo do tipo de si- naiscom que lidam, os circuitos integrados podem ser analdgicos ou digitais. Essa classificagaio é aplicdvel também aos circuitos eletrdnicos formados com com- ponentes individuais. Os cireuitos analégicos ou lineares, como seu nome indica, trabalham com sinais analégi- 0s, ou seja, que podem adotar um ntimero infinito de valores entre um minimo e um maximo. Exemplos de circuitos integrados 175 anal6gicos sio os reguladores _anal6gicas digitaisem um chip de voltagem, os amplificado- € a principal responsavel pelo res operacionais, os filtros ati-_auge das comunicagées, 0 éudio, vos, etc. 0 video, o controle e outras tec- Os cireuitos digitais, por _nologias digitais modemas. sua ver, trabalham com sinais Dependendo do método is ou bindrios, ou seja, de fabricagao, os circuitos in- que apenas podem adotar um — tegrados podem ser monoliti- de dois valores possiveis. cos ou hibridos. Os cireuitos Exemplos de circuitos inte- integrados monoliticos ca- grados digitais so as compor- _racterizam-se por ter todos 0s tas, 0s flip-flops, os codifica- seus componentes associados dores, os contadores, os regis-_¢ interconectados entre si, de tros, as memérias, os micro- forma totalmente insepardvel controladores, etc. sobre um substrato semicon- dutor, geralmente silicio, Esta Muitos circuitos integrados tecnologia é a mais apropria- so também analégico-digi- da para a produgdo em grande tais, ou seja, trabalham tanto _escala de circuitos integrados. com sinais analégicos como _ A formaciio dos diversos com- digitais. Exemplos de circui- _ ponentes e a interconexio dos tos integrados deste tipo sio_mesmos sio realizadas, res- os conversores A/D e D/A, os _pectivamente, por difusio ¢ potencidmetros digitais, os _metalizagao, como jé explica- sintetizadores de vozes e dona seciio 7.3. sons, os processadores digi- tais de sinais (DSPs), etc. A Os cireuitos integrados convergéncia de técnicas hibridos, por sua vez, ca- CMa Re ee ee ed Es i EE oe emo eee racterizam-se pela combina- go, em uma mesma cépsula, de componentes integrados com componentes individuais, porém com cada um deles mantendo sua identidade, ou seja, € separdvel do resto, fi- gura 7.8. Na pritica, a maio- tia dos projetos hibridos cor- responde a circuitos integra- dos orientados para aplicagoes especificas, ainda que também se disponha de versdes-pa- dro, como os populares am- plificadores de poténcia de éu- dio da série STK da Sanyo. Outras aplicagdes incluem fontes de comutagao, contro- ladores de motores, amplifica- dores de pequeno sinal para ra- diofrequéncia, etc. Os circuitos integrados hibridos, por sua vez, podem ser de pelicula fina ou de pe- licula grossa, Em ambos os ‘casos, 0s componentes pas- sivos (resistores, capacitores e bobinas) se depositam e in- terconectam em um substra- to de material ceramico, jun- to com os semicondutores ¢ circuitos integrados monoli- ticos requeridos, formando um circuito impresso dimi- nuto. No procedimento de pelicula fina, a deposigao re- aliza-se por evaporagao ao vazio dos materiais adequa- dos, enquanto que no de pe- licula grossa os componentes passivos literalmente sao pintados sobre © substrato. Isso permite alcangar niveis mais altos de produgao. & 176 BNI + Curso Pritico de Eletronica Moderna Experimento 7. 1 i Praticando com o Circuito integrado 555 Objetivos 1. Familiarizar-se com 0 usoe identificagio de circuitos in- tegrados 2. Observar 0 comportamento do circuito integrado 555 como gerador de pulsos Aspectos praticos preliminares 0555, figura 1, é um circuit integrado muito popular, dis- ponivel normalmente em cap- sula plastica DIP de 8 pinos, que € utilizado principalmen- te como oscilador ou como temporizador. No primeiro caso (modo estiivel) emite em sua saida uma seqiiéncia con- tinua de pulsos, enquanto que no segundo (modo monoesti- vel) apenas emite um pulso. DIP piston Releroncia ‘generca BY pune Tanto a freqiiéncia dos pulsos no modo estvel, como a duragio do pulso no modo monoestavel, sio programa- das externamente por meio de um ou dois resistores ¢ um capacitor conectados entre os pinos 2, 6¢ 7. A tensio de ali , que pode estar en- tre 4,5V e 18V, aplica-se en- tre os pinos 8 (+Vcc) e | (GND). O sinal de safda é ob- tido no pino 3, Os pinos 4 e 5 cumprem fungdes auxiliares. A operagio deste chip é expli- cada em detalhes em um capi- tulo posterior. Por enquanto examinare- mos qualitativamente a opera- gio do 555 no modo estavel, ou seja, como oscilador. Para uito da figura 2. Nes- ta configuracao, Rl, R2e Cl determinam a freqtiéncia dos pulsos pre- sentes na saida (Fo), enquan- to que 0 DI permite visuali- Curso Préctico de Electrénica Moderna +CUC6T Materiais necessdrios ‘Componentes = 1 Circuito integrado 555 1 Resistor de 10 k0, 5%, 1/4W 1 Potenciémetro de 1 Ma. 1 Resistor de 2200, 5%, 1/4W 1 Capacitor de 10uF/16V 1 LED 1 Bateria de av 1 Conector de bateria 1 Crondmetro 1 Protoboard Pontes de fo telefOnico N°22 ou Ne 24 AWG zat 0 nivel de tensdo da mes- ma (Vo). R3 limita a corrente através do LED. Quando a safda é de nivel alto (Vo=9V), circula corren- te através de D1 e quando é de nivel baixo (Vo=0V) nao o realiza, Como resultado, 0 LED pisca, ou seja, ilumina- se de forma intermitente, a uma determinada freqiiéncia (Fo). Esta dltima é controlada mediante R2 ¢ é dada pela se- guinte equacdo: ahEtaal “(Ri + 2R2)C1 Fo 17 Em nosso caso, R1=10kQ, CI=10pF e R2 € varidvel entre Qe 1 MQ. Portanto, teoricamen- te, a freqiiéncia dos pulsos de saida é varidvel entre 0,07 Hz (R2=1MO)¢ 14,4 Hz (R200). Isso implica que pode-se produ- zir desde | piscada a cada 14 segundos (R2=IMQ) até | pis- cada a cada 69 milisegundos (R2=0Q). Os valores reais obti- dos na pritica dependem da to- Jerdncia dos componentes utili- zados, Procedimento 1. Observe cuidadosamente seu circuito integrado 555. Quantos pinos possui? Que tipo de encapsulamento uti- liza? Qual é 0 pino 12 Como se identificam os demais pi- nos? Interprete a informagao ‘impressa na parte superior da cépsula. Qual é a empresa fabricante? Qual é a referén- cia exata do dispositive? Em que data e em que pais foi fabricado? = 2. Arme sobre 0 protoboard 0 circuito da figura 3. Situe entio o R2 em uma posicdo intermedidria e instale a ba- teria (BI). Observe 0 que acontece. Notard que o LED DI pisca a uma certa veloci- dade ou freqtigncia. Por qué? Gire lentamente 0 potencié- metro R2 de um extremo a ‘outro. Observard que a fre- Figura 3. Diagrama pict6rico da montagem 178 Cn 10K Re 1M 10uF Figura 2. Circuito experimental para testar a operacao do 555 no estével qléncia das piscadas varia, sendo minimaem um extremo ‘e maxima no outro. Por qué? 3. Utilizando um cronémetro, trate de calcular de forma aproximada as freqiiéncias maxima (Fomax) e minima (Fomin) dos pulsos produzi- dos. Para determinar a fre- qiiéncia minima, mega o tem- po que transcorre desde o ins- tante em que comeca uma piscada até o instante em que comega a seguinte. O inver- so deste tempo é a freqiién- cia minima, Por qué? Para determinar a fre- qléncia m4xima, conte 0 numero de piscadas que sio produzidas em um minuto e divida este ntimero por 60. valor resultante é a fre- qiiéncia maxima. Por qué? Compare os valores obtidos com os calculados teorica- mente. Tire suas préprias conclusées. EEKCET + Curso Prictico de Electronica Moderna Eee Ae eed (I a ea a Cae eee Capitulo 8 Fontes de alimentacao 8.1 Introducao 8.2 Retificadores 8.3 Multiplicadores de tensao 8.4 Reguladores de tenséo 8.5 Fontes de corrente 8.6 Referéncias de tensao Curso Pritico de Eletrénica Moderna+ Ceci 179 ed A fonte de alimentagao é uma parte muito importante do projeto de qualquer sistema eletrénico e uma das principais responsdveis por seu correto desempenho. Neste capitulo examinaremos os principais tipos de circuitos utilizados nos sistemas eletrénicos, como blocos construtivos basicos das fontes de alimentagao, dando especial énfase aos retificadores, aos multiplicadores de tensao e aos reguladores de tens&o lineares. Também incluiremos em nosso estudo as fontes de corrente, as referéncias de tensao e os reguladores de comutagao. 8.1 Introdugao Todos os circuitos e aparelhos eletronicos requerem pelo menos uma fonte de alimen- tago CA ou CC, externa ou interna, para operar correta- mente, No caso de um circui- to CA, a fonte pode ser sim- plesmente um transformador redutor conectado a rede pti- blica de corrente alternada de 115V ou 220V. A maioria de circuitos eletrdnicos praticos, contudo, trabalham a partir de uma tensio de alimentagao em CC. Esta tiltima pode ser, por exemplo, fornecida por uma bateria, As tenses reque- ridas raramente excedem 30V eemalguns casos podem che- gar a ser inferiores a 1,5V. A corrente demandada pode va- riar desde uns poucos micro- amperes até varios amperes. ‘As baterias, como vimos no Capitulo 4, oferecem, en- tre outras vantagens, exeqllibi- lidade, conveniéneia, portabi- lidade e reaproveitabilidade. Todavia, existem situagdes nas quais seu uso pode ser proibi- tivo. Nestes casos, deve-se re- correr ao uso de fontes de ali- mentagio CC dedicadas, exe- cutadas com componentes ele- cexir trOnicos, operadas a partir da rede piiblica de CA, figura 8. Além de nao necesitarem subs- tituigdo frequiente, este tipo de fontes, quando esto bem pro- jetadas, podem ser mais econ6- micas, estiveis, confidveis potentes que as baterias. Por essa razdo, excetuando-se os equipamentos portéteis, 0 uso de baterias para alimentar cir- cuitos ou projetos eletronicos As fontes de alimentagao so invariavelmente fontes de tensio, figura 8.2. Idealmen- te, como vimos no Capitulo 6, uma fonte de tensio deve manter sempre entre seus ter- minais uma tensio indepen- dente da corrente exigida pela carga, ou seja ter umo resistor zero. As fontes de tensio reais, tém umo resistor interna fini- tae um limite & corrente m: xima com que podem trab: Ihar. Portanto, uma fonte de alimentagio real comporta-se como uma fonte ideal apenas dentro de certos limites. * Curso Pritico de Eletronica Moderna Ee... Figura 8.2 Simbologia de fontes de alimentacéo As fontes de alimentagaio io essencialmente converso- res de poténcia. Sua funcio basica consiste em converter a principal fonte de energia disponivel, geralmente a rede piiblica de CA de 50 Hz ou 60 Hz, para a forma ou for- mas requeridas pelo sistema em particular que devem ali- mentar, As necessidades de tensio € de corrente variam dependendo de cada aplica- 40 em particular, Um com- putador, por exemplo, requer tensiio em CC relativamente baixa para alimentar seus cir- cuitos digitais, tensio inter- medidria para alimentar seus circuitos analdgicos e tensio relativamente alta para ali- mentar a tela. Uma fonte de alimenta- io, em geral, tem a estrutura mostrada na figura 8.3. A fonte primaria de energia, como se mencionou anterior- mente, é geralmente a tensao CA proporcionada pela cm- presa distribuidora de eletri- cidade, porém pode ser de outro tipo, digamos um alter- nador, como acontece em um automével Esta tensio se destina, normalmente, ao primério de um transformador de potén- cia que a eleva ou a reduz, dependendo do nivel de ten- sfo requerido na carga. Algu- mas fontes de alimentagao operam diretamente a partir da rede CA sem transforma- dor porém, ainda que mais econdmicas, seu uso € ba: tante limitado, especialmen- te por razbes de seguranca. Peni Figura 8.3 Estrutura geral de uma fonte de alimentacéo Curso Pratico de Eletronica Moderna» CH@0CiT A saida do transformador de poténcia alimenta geral- mente um retificador, encar- regado de converter a tensio CA de entrada em uma tensao CC pulsante, Esta tensio deve ser filtrada com o fim de con- verté-la em uma tensdo CC uniforme, Os filtros utilizados nas fontes de alimentacao sao normalmente passivos do tipo RC, ou seja, sdo formados por combinagdes de resistores capacitores. Em alguns casos utilizam- se também indutores ou cho- ques. Adicionalmente, entre 0 filtro e a carga, pode existir um elemento ou circuito regula- dor, encarregado de manter uma tensdo constante na car- ga, independentemente das variagdes na tensfio de entra da ou a corrente exigida pela carga. Portiltimo, a cargaé o com- ponente ou circuito que recebe a poténcia em CC emitida pela fonte. Neste capitulo nos refe- riremos exclusivamente a fon- tes que fornecem como saida uma tenso em CC a partir de uma tenso de entrada em CA ou CC. As fontes com estas ca- racteristicas denominam-se al- 181 gumas vezes conversores de poténcia CC e podem ser re- guladas ou nfo reguladas, dependendo, respectivamen- te, do fato da tenstio em CC de saida permanecer ou nao constante com variagdes na tensdo de entrada ou na cor- rente de carga. Inicialmente nos referire- mos as fontes de tensio nao reguladas, dando especial én- fase aos retificadores e aos multiplicadores de tensao. Posteriormente, examinare- mos varias configuragdes de circuitos reguladores lineares com diodos, transistores e cir- cuitos integrados. Finalizaremos nosso es- tudo das fontes de alimenta- do com uma breve introdu- do as fontes de corrente e as referéncias de tensdo. Outras configuragées especiais de fontes de alimentacao, inclu- indo conversores de poténcia CC-CC e reguladores de co- mutagio, serao analisadas em detalhes em capitulos poste- riores deste curso. eee 8.2 Retificadores Os retificadores so circuitos que convertem corrente alter- nada (CA) em corrente conti- nua (CC) pulsante. Este pro- cesso denomina-se retificagio e € uma das aplicagées mais simples e importantes dos di- odos, particularmente dos di- odos retificadores. A Tabela 8.1 proporciona algumas refe- réncias e especificagdes im- portantes de diodos retificado- res para aplicages de baixa, média e alta poténcia fabrica- dos pela Philips e que formam parte de sua popular série de pegas sobressalentes univer- is ECG. Os mesmos estio classifi- cados de acordo coma méxima corrente retificada média com que podem trabalhar quando esto polarizados diretamente (Io) e a maxima tensao de rup- tura que podem suportar quan- do estdo inversamente polariza- dos (VBRM ou PRY). A loeo VBRM (ver Capi tulo 6) so os dois principais parametros que devemos ter em ECGS952. OSsaI0 Tabela 8. 1 Diodos retiticadores universais (ECG) 182 ceKir conta quando se seleciona um diodo retificador. Por exemplo, se para uma aplicagdio determi- nada a méxima corrente conti- nua e a maxima tensio inversa associados com 0 diodo sio 1,6A e 150V, respectivamente, pode-se utilizar o retificador ECG 5839, o qual tem uma Io de 3A e um VBRM de 400V. Esta referéncia universal subs- titui, entre outras, as referéncias padrées (IN) 133, 334, 335, 341, 343, 344, 552, 553, 611, 612, 1117, 1125, 1126, 2131, ete. ©: Os semicondutores ECG foram especialmente projetados para exceder as especificacdes dos componentes ou pet s originals que substituem. Por essa raziio, ‘uma tinica referencia ECG pode substituir um grande némero de referencias padres americanas, européias ou japonesas. Assim, © usudtio precisa ter apenas um iimero minimo de pegas em es- toque ¢ pode melhorar a confia- bilidade de equipamentos exis- tentes depois de um reparo, Para mais detalhes, con- sulte a edigdo mais recente do Guia Mestre de Substituigdes ECG da Philips, 0 qual voce pode obter em qualquer loja ou depésito de componentes ele- trOnicos. Este importante ma- nual sera de grande valia em sua vida profissional. Adqui- ra-o jd. Os retificadores sio uma parte primordial de qual- quer fonte de alimentagdo e podem ser de meia onda ou de onda completa, dependendo * Curso Pritico de Eletrénica Moderna do fato de utilizarem um ci- clo. ou ambos ciclos da tensiio em CA de entrada. Em qualquer destes ca- 508, a tensiio em CC obtida é de uma tinica polaridade, po- rém apresenta uma série de variagdes periddicas com res peito a um valor médio que 0 torna inadequado para ali- mentar diretamente circuitos eletrénicos. Essas variagdes constituem 0 que se denomi- na uma tensio de ripple ou tensiio de ondulacao ¢ de- vem ser eliminadas ou enco- bertas mediante um filtro para obter uma tensio CC unifor- me. 8.2.1 Retificadores de meia onda © tipo mais simples de con- versor de CA para CC € 0 cir- cuito mostrado na figura 8.4(a), denominado retifica- dor de meia onda porque apenas utiliza uma metade (os semiciclos positivos, neste caso) da tensdio de entrada, A fonte de CA é, normalmente, © secundério de um transfor mador conectado a rede pui- blica de CA. Em alguns ca- sos, pode ser diretamente a tensio de linha, As formas da onda de tenso nos principais pontos de interesse do circui- to sio mostradas na figura 8.4(b). Esses mesmos sinais podem ser observados em um osciloscdpio. VA é a tensio de entrada (Vi) e VB a ten- siio de saida (Vo). O funcionamento do cir- lurante os semicicios positives. (d) Circ is negatives cuito pode ser compreendido facilmente examinando-se os circuitos equivalentes das fi- guras 8.4(c) e (d). O primei- ro permite avaliar as condi- gGes de corrente e tensdo do circuito durante os semiciclos positivos da tensdo de entra- da ¢ o segundo as mesmas condigdes durante os semici- clos negativos. Em ambos casos utiliza- se 0 modelo idealizado de um diodo retificador da figura 6.14b (ver pagina 155), ou seja, uma forca contra-eletro- motriz igual a0 VF do diodo quando esta polarizado dire- tamente e um circuito aberto quando o est4 inversamente. Por enquanto, assumiremos que VF € da ordem de 0,7V, ainda que seu valor real pos- Curso Pratico de Eletronica Moderna + CENCIT sa ser ligeiramente diferen- te, dependendo da tecnologia de fabricagdo e da corrente da carga. De acordo com 0 circuito equivalente da figura 8.4(c), durante os semiciclos positi- vos da tenso de entrada, o di- odo D1 fica polarizado direta- mente. Portanto, conduz, per- mitindo a circulagdo de cor- rente através da carga. Como resultado, a tensdo de safda (Vo) é igual a tensao de entra- da (Vi) menos a queda direta no diodo (VF). Isto é: Vo = Vi- VF = Vi-0.7V Posto que a corrente de carga (IL) circula através do diodo, este ultimo deve ser escolhido de modo que tenha uma capacidade de trabalhar 183 erie com a corrente (IFav) superi- or ao valor maximo de It, Por exemplo, se o valor pico de Vi €20V e RL igual a 100, © valor pico de Vo seria 20V- 0,79, ou seja 19,3V. Portan- to, a corrente maxima que ircularia através de D1 se- ria 19,3V/10Q, ou seja 1,93A, podendo-se utilizar um diodo retificador com uma capacidade de Io(ay) de 2A ou mais. De acordo com 0 circuito equivalente da figura 8.4(d), durante os semiciclos negati- vos da tensio de entrada, 0 di- odo DI fica polarizado inver- samente. Portanto, nao conduz e niio permite a circulagao de corrente em diregao A carga (IL=0). Portanto, a tensiio de saida (Vo) é igual a0, posto que no existe nenhum elemento armazenador de energia. Note que, sob esta condigdo, a ten so nos terminais do diodo é igual tensio de entrada, isto €VAB=Va. Portanto, D1 deve ser escolhido de modo que te- nha uma tensao inversa de rup- tura (VBRM superior ao valor maximo de Vi (20V), neste caso). Como resultado do pro- cesso de retificagiio de meia onda anterior, a carga RL re- cebe uma tensfio CC pulsan- te, ou seja, uma tensdo cuja polaridade é sempre a mesma (positivo com relagdo a terra), porém cuja magnitude ou va- lor instanténeo nao é constan- te, mas que muda periodica- Figura 8.5 Retificador de onda completa tipo ponte. (a) Circuito basico. (b) Formas de on emiciclos positivos. (d) Ci emiciclos negativos 184 8. (c) Cire mente na forma de pulsos senoidais & mesma freqiiéncia da tenso de entrada. Assu- mindo que o valor pico (Vp) deste tiltimo é muito grande comparado com a queda dire- ta (Vr) do diodo, a amplitude ou valor méximo de Vo é igual a Vp ¢ seu valor médio ou CC é dado pela formula Vode =¥P-= 0.318Vp Por exemplo, se Vp=20V, entio Vde=6,36V. Este ttimo seria o valor de tenso regis- trado por um voltimetro CC conectado a safda do retifica- dor. As tensdes em CC pulsan- tes como a anterior podem servir para alimentar motores ou outros tipos de cargas em CC pouco exigentes, porém, em geral, nfo sao as mais adequadas para alimentar cir- cuitos eletrénicos, a menos que sejam previamente filtra- das e convertidas em tensbes CC uniformes. O proceso de filtragem da tensio de safda de retificadores de meia onda ede onda completa, seri exa- minado em detalhes mais adiante. 8.2.2 Retificadores de onda completa Uma forma mais eficiente de converter CA em CC é utili- zando-se um circuito retifica- dor de onda completa como o da figura 8.5(a), denominado uma ponte retificadora por- que emprega quatro diodos (D1-D4) para retificar tanto os * Curso Pritico de Eletronica Moderna Resposta. (a) 16,3 V(b) 5.41 V plesmente saida slo, respectivamente,: semiciclos positivos como ne- gativos da tenso de entrada. As formas de onda da tensio nos principais pontos de inte- resse do circuito (A, B,C) sio mostrados na figura 8.5(b). Seu funcionamento pode ser facilmente comprendido exa- minando-se os circuitos equi- valentes das figuras 8.5(c) ¢ 8.5(d). Durante os semiciclos positivos da tensao de entra- da (Vi), ficam polarizados diretamente os diodos DI e D2e inversamente os diodos D3 e D4. Durante os semi- ciclos negativos, por sua vez, ficam polarizados os diodos D3 e D4 e inversa- mente os diodos D1 e D2. De todas as formas, a pola- ridade da tensio de saida é sempre a mesma. Em qual- quer instante, a tensao de safda (Vo) 6 igual & tensio de entrada (Vi) menos a Exereicio 8.1 Determine (a) 0 valor maximo e (b) o valor médio da fensio de saida obtida em um retificador de meia onda como o da figura 8.4(a) se se aplica uma tensdo CA de entrada de 12 Vrms. Assuma uma queda de 0,7V no diodo Solucio. O valor mAximo-ou pico da tensiio de entrada (Vip) ¢ sim- Vip = Vx Vrms) = 1,4142 x 12 = 16,97 V= 17 V Portanto, o valor maximo (Vop) ¢ 0 valor médio (Vode) da tenstio de (a) Vop = Vip - VF = 17V - 0,7V = 16,3 V (b) Vae ~ 0,318Vp = 0.318.x 17= 5,41 soma das quedas diretas nos diodos que conduzem (1,4V). Isto é: Vo = Vi- 2VF = Vi-1.4V Novamente, a forma de onda da saida Vo é uma ten- siio em CC pulsante de pola- ridade constante e cuja mag- nitude varia periodicamente com 0 tempo, neste caso a uma freqiiéncia igual ao do- bro da freqiiéncia da tensdo de Pee ee) entrada. Assumindo-se que 0 valor pico (Vp) deste tiltimo € muito grande comparado com a queda direta (VF) em cada diodo, a amplitude do valor maximo de Vo é igual a Vp e seu valor médio ou CC € dado pela formula Vode = 2¥P - o.636vp Por exemplo, se o valor pico da tensao de entrada é 30, 0 valor pico da tensio de saida é 28,6 V, e seu va- lor médio aproximado é 19,1 V. Este tiltimo seria o valor de tenso medido sobre a carga com um voltimetro CC. 0 valor pico pode ser medido com um oscilosc6- pio. De qualquer forma, a tensdo em CC de saida, por ser pulsante, nao é, todavia, adequada para alimentar cir- cuitos eletrdnicos e, portan- to, tem que ser previamente filtrada para aumentar 0 va- lor médio até o nivel do va- lor pico. As pontes retificadoras de Figura 8.6 Apresentagdes comuns de pontes retificadoras Curso Pritico de Eletronica Modernas C&ACIT 185 onda completa so amplamen- te utilizadas na pratica. Podem ser executadas com diodos in- dividuais ou utilizando circui- tos integrados monoliticos SSI, especialmente projetados para esta fun¢do, os quais in- corporan os quatro diodos de um circuito ponte, com suas respectivas conexdes, em uma mesma cdpsula. Na figura 8.6 mostramos algumas apresen- tagGes usuais destes dispos vos. A Tabela 8.2 relaciona as referéncias e especificagdes de algumas pontes retificadoras monoliticas comuns, Outra forma comum de proporcionar retificagao de onda completa é utilizando-se © retificador com derivagio central da figura 8.7, 0 qual utiliza como fonte de sinal um transformador de duplo se- cundério. A derivagao central atua como terra ou terminal de referéncia. Os pontos indicam enrrolamentos em fase. Assim, durante os semiciclos positi- vos da tensao priméria, todos os terminais marcados com um ponto sio positives. Por- tanto, apenas conduzem D1. 3N253-59 ECG5309-11 MDASTOA1-A5 ‘MDA3600-10 EC@s348 200-1000 50-400V 50-1000V Tabela 8.2 Especificacdes de pontes retificadoras de onda completa comuns 186 TRAE mee: Figura 8.7 Retificador de onda completa com derivagao central Assim mesmo, durante os semiciclos negativos, esses mesmos pontos sao todos ne- gativos. Portanto, apenas con- duzem D2. Assim, a tensio no ponto B sempre é de polarida- de oposta & tensio no ponto C. Contudo, a tensio no ponto de safda (A) sempre é positiva. Comparado com o reti- ficador de onda completa do tipo ponte, o circuito da fi- gura 8.7 é aparentemente mais simples porque utiliza apenas dois diodos. Contudo, ilo € muito eficiente do pon- to de vista de desenho do transformador, porque cada metade do secundario apenas 6 utilizada durante uma metade do tempo. Portanto, para obter uma mesma ten- sto de saida, € necessiria uma tensio secundaria total igual ao dobro da tensio re- querida por um retificador de ponte equivalente. Como resultado, se requer um transformador mais volumo- so, custoso e pesado. Por essa razio, esse tipo de reti- ficador € utilizado muito ra- ramente. Uma variante mais eficien- te do circuito anterior ¢ 0 reti- ficador dual ou de dupla po- laridade mostrado na figura 8.8. O circuito proporciona duas tensdes de saida, +Vo e - Vo, da mesma magnitude, po- rém de polaridade oposta. Este tipo de alimentagao é muito comum em amplificadores & outros circuitos eletrOnicos. Note que utilizam ambas as bobinas secundérias durante KIT + Curso Prético de Eletrnica Moderna todo 0 tempo. A dedugio dos circuitos equivalentes e das for- ‘mas de onda deste circuito edo circuito anterior sio deixadas ‘como exercicios para o leitor. 8.2.3 Retificadores com filtro As formas de onda das vol- tagens em CC de safda pro- Porcionada pelos retifica- Figura 8.9 Retificadores com filtro capacith completa com derivagao central. () De ci Curso Pritico de Eletronica Moderna ® © Figura 8.8 Fonte de alimentagao dividida ou de dupla polaridade dores anteriormente descri- tos nao so adequadas para alimentar circuitos eletréni- cos porque, ainda que nao mudem de polaridade, apre- sentam uma série de varia- goes periédicas ou ondula- des que tém que ser suavi- zadas com o fim de gerar uma saida em CC genuina. Isso se consegue interpon- . (a) De meia onda. (b) De or polaridade ncir do entre o retificador e a carga un filtro RC passa- baixas, como mostrado na figura 8.9. Pela mesma ra- z40, esta operagao se deno- mina filtragem. "i Na pratica, geralmente se omite R1 e Cl é um capacitor eletrolitico de capacitancia muito alta, Este tltimo atua es- sericialmente como armazena- dor de energia, Sob esta condi- cao, a filtragem dos capacito- res consiste em carregar 0 ca- pacitor ao valor pico da tensiio CA de entrada durante 0 tem- po em que 0 retificador esté conduzindo, e descarregé-lo lentamente através da carga enquanto no 0 faz, ou seja, quando a tensio de entrada é€ menor que a tensio sobre 0 ca- pacitor, figura 8.10. O valor de Cl éescolhido de modo que a onte. (¢) De onda 187 i Figura 8.10 Agao do filtro de saida de um constante de tempo RLCI seja muito maior que o perfodo do sinal de ondulagao. Isto é: eee Med RLxFr sendo Fr a freqiiéncia da ondulagio e Rt o valor do resistor de carga. Assim, 0 capacitor perderé apenas uma pequena parte de sua carga durante o tempo em que 0 diodo ou a ponte per- manegam cortados. Quando Figura 8.11 Re 188 fleador a tenso CA de entrada al- canga novamente o valor pico, o retificador conduz e Tecarrega outra vez 0 capa- citor a este valor. Como re- sultado, a tensio na carga é praticamente uma tensio de CC ideal, exceto por causa da pequena ondulagao origi- nada pela carga e descarga do capacitor. Assumindo que a corren- te de carga permanece cons- tante, 0 valor pico a pico da tensio de ondulagao para um retificador de meia onda ou de onda completa pode ava- liar-se de forma aproximada mediante a seguinte férmula: ro oll We Fre sendo IL a corrente de car- ga(A), fra freqliéncia da ten- stio de ondulagao (Hz) e Ca capacitincia do filtro (F). 0 valor da freqiiencia de ondu- lacdo € igual a freqiiéncia da fonte de CA para um retifica- dor de meia onda e ao dobro da mesma para um retificador de onda completa. Portanto, se 0 retificador se alimenta através de um transformador com a rede ptiblica de 60Hz, fr sera igual, respectivamen- te, a 60Hz (meia onda) e a 120Hz (onda completa). Os valores correspondentes para uma freqiiéncia de linha de S0Hz sao, respectivamente, S0Hz y 100Hz. Em geral, as tensdes reti- ficadas em meia onda so mais complicadas de filtrar que as de onda completa porque per- manecem em zero durante maior tempo, ou seja tem um tempo maior de descarga. Nestes casos, deve-se uti- lizar um desenho de filtro mais elaborado, como 0 mostrado na figura 8.11, constituido por RI, Cl e C2. Este circuito se denomina um filtro pi (por ser parecido com a letra grega © ou phi) e se utiliza principal- * Curso Pritico de Eletronica Moderna mente em aplicagées de baixa corrente. Em alguns casos, 0 resistor R1 € sustituido por uma bobina de choque com o objetivo de melhorar a filtra- gem. 8.3 Multiplicadores de tensao 7 Os multiplicadores de tensio, como seu nome indica, sao cir- cuitos formados por dois ou mais retificadores cuja tensio em CC de safda é um miiltiplo inteiro do valor de pico da ten- sii CA de entrada, Este tipo de fonte € utilizado principalmen- te para alimentar dispositivos € circuitos que exigem altas tenses e baixas correntes, por exemplo os tubos de raios ca- t6dicos utilizados como telas de televisores, osciloscépios, computadores e outros equipa- mentos. Dependendo da rela- do entre as tenses de entrada ede safda, existem duplicado- res, triplicadores, etc. Na figura 8.12 mostramos como exemplo o circuito de um duplicador de tenstio de onda completa, incluindo as formas de onda das tensGes obtidas nos pontos de interesse e os circu: tos equivalentes corresponden- tes para compreender melhor seu funcionamento. Por comodidade, assume- se que os diodos so ideais. Os capacitores C1 e C2 car- regam-se, respectivamente, durante os semiciclos positi- Vos e negativos no valor pico (Vp) da tensdo CA de entrada Curso Pratico de Eletrénica Moderna ® €8 com as polaridades indicadas. Como re- sultado, a tensdo de saida (Vo) é, aproxi- madamente, igual a 2Vp. Note que os ter- minais de referencia das voltagens de en- trada (C) e de saida (B) sao diferentes, ou seja, nao existe um terra comum., Portan- to, se se toma como terra o extremo B, a fonte fica flutuante. Isto pode ser uma desvantagem em al- gumas aplicagoes. Uma forma de solucionar o inconve- niente anterior é utili- zar um duplicador de tensao de meia onda como © mostrado na figura 8.13. Neste caso, a fonte CA e a carga compartilham a mesma referéncia. Durante os semiciclos negativos, D1 conduz e Cl se carrega ao va- lor pico de entrada (Vp). Durante os se- miciclos negativos, D2 conduz ¢ C2 se carrega a0 valor pico da tenso presente no ponto de saida (C), Esta tiltima € igual a 2Vp porque, de acor- do com a segunda Lei de Kir- choff, VC = VB = VBA + Va, sendo VBA a tenso armazena- da por Cl (Vp) e VA a tensio to geral. (b) Figura 8.12 Duplicador de tenséo de onda completa de fonte flutuante. (a) Circ to equivalente tivos. (¢) Circuito de entrada. Posto que o valor pico deste tiltimo 6 Vp, o valor pico de Vc€ Vp + Vp, portan- to 2Vp. 189 Outras configuragdes de circuitos multiplicadores de tensfio que nao requerem fon- te flutuante so 0 triplicador e 0 quadruplicador mostrados nas figuras 8.14 ¢ 8.15 com seus respectivos circuitos ‘equivalentes. Em ambos casos se assumem diodos ideais um valor muito alto do resis- tor de carga (RL). Vp € 0 valor pico da tensa de entrada (Vi). a No caso do triplicador da fi- gas gura 8.14, D1 D3 conduzem durante os semiciclos positi- vos ¢ D2 durante os semiciclos negativos, Como resultado, durante os semiciclos posi vos, figura 8.14(b), C1 se car- rega a Vp, C2 estd carregado a 2Vp e C3 se carrega a 3Vp, ou seja A soma da tensfo so- bre C2 (2Vp) com o valor pico de Vi (Vp). Figura 8.13 Duplicador de tensao sem fonte flutuante Exercicio 8.2 Utilizando a configuragio da figura 8.9 com R1=0Q, desenhe um circuito retificador de onda ‘completa que fornega 10Vde com menos de 0,1Vpp de ondulaco a uma carga que consome 10mA. Assuma uma freqiléncia de linha de 60 Hz ¢ uma queda direta de 0,65V em cada diodo, Determine: (a) A tensiio em CA de entrada requerida, (b) O valor comercial mais préximo do capacitor de filtro requerido. Resposta, (a) 11,35 Vp ou 8,02 Vrms. (b) 1000 HF @ 16V Solugii. (a) A tensio de ondulagio, que tem um valor pico a pico de 0,1V, faz variar a tensio de safda 0,05V ‘por cima e por baixo de seu valor nominal (OV). Como resultado, 0 méximo valor desta titima € de 10,05 V. Em cada semiciclo caem 0,65V sobre cada um dos dicxios ativos, ou seja 1,3 V no total. Portanto, 0s valores pico rms da tensfio em CA de entrada, que designaremos como Vip e Virms, respectivamente, devem ser: Vip = Vo + Vi/2 + 2xVF = 10V +0,05V + 1,3V = 1135 V Virms = Vip/\2 = 0,707Vip = 0,707 x 11,35V = 8,02 V (b) O valor do capacitor pode ser deduzido a partir da equago Vr = IL/frC, sendo Vr=0,1V=100mY, IL=10mA. ¢ fr=120Hz (0 dobro da tensao de linha por tratar-se de um retificador de dupla onda). Portanto: C= IL/irx Vr= 10mA/(120Hz x 100mV) = 833 x 10-6 F= 833 uF s valores comerciais mais préximos so 820j1F ¢ 1000 UF. A capacidade de tensiio deve ser superior a 10V. Portanto, pode utilizar-se um capacitor de 1000jtF @ 16V para manter o valor pico a pico da tensio de ondula- ‘go abaixo de 0,1 Vp. 190 EKIT + Curso Pritico de Eletrinica Moderna Assim mesmo, duran- te os semiciclos negati- vos, figura 8.14(c), Cl estd carregado a Vp, C3. a 3Vp e C2 se carrega a 2Vp, ou seja, A soma da tensdo sobre Cl (Vp) com 0 valor pico de Vi (Vp). Esta € a tensdo vista entre os terminais de C2 ao re- correr a malha no sentido indicado. Em ambos os casos, a tensdo de saida é a que aparece entre os ter- minais de C3. Um proces- so similar pode seguir-se para analisar 0 funciona- mento do quadruplicador da figura 8.15. Em teoria, € possivel agregar diodos e capacito- res de forma indefinida para obter multiplicadores de tensdo de qualquer or- dem, Contudo, a medida que isto é feito, pioram também a ondulagao ou Figura 814 Tiplicador de tnséo sem fontefutuante ripple © a regulagao da (a Crest geal fonte, ou seja, sua capaci- (©) Circuito equivalente durante os semicicios positivos eeu: (0) Circuito equivalente durante os semicilos negativos dads para manter uma ten so de saida razoavelmen- te constante. Por esta ra- z40, 0s multiplicadores sio particularmente ade- quados para alimentar cargas que demandem al- tas voltagens e correntes muito baixas, por exem- plo 10kV, ImA. No expe- rimento seguinte veremos como trabalham os multi- plicadores de tensiio na pratica. Figura 8.15 Quadruplicador de tensao sem fonte flutuante Curso Pritico de Eletranica Moderna 191 Experimento 8. 1 Praticando com multiplicadores de tensao Objetivos 1, Comprovar a operagiio de algumas configuragdes mul- tiplicadoras de tensio, 2. Familiarizar-se com a ope- ragio dos diodos como ele- mentos retificadores. 3, Familiarizar-se com a ope- ragdo dos capacitores como elementos armazenadores de energia. 4, Familiarizar-se com a utili- zagio do treinador basico CEKIT EB-1. §, Familiarizar-se com a utili- zagao de transformadores de poténcia. Procedimento 1, Conecte o Treinador Basi- co CEKIT EB-1 a rede de 115VCA. Como multimetro digital na escala de 20VCA, mega o valor rms da tensao disponfvel em condigdes de circuito aberto entre as sai- das de tensio CA rotuladas como “0 GND” e “6VCA”, segundo se indica na figura 1, Estas safdas atuardio como 192 fonte de tenso CA. Desig- ne a tensio obtida como Vrms. Calcul, ento, 0 va- lor pico do mesmo (Vp) me- diante a formula Vp = V2 x Vrms Em nosso caso, o valor medido de Vrms foi 6,73V. Portanto, Vp=9,5V. 2, Arme sobre 0 protoboard do treinador EB-1 0 circui- to da figura 2, correspon- dente a um duplicador de tensio sem fonte flutuan- te, com a mesma estrutura do analisado na teoria (ver figura 8.13). Antes de co- csKiT Materiais necessarios ‘Componentes 4 Diodos retificadores 1N4004 2 Capacitores eletroliticos de 1000uFI25V 1 Capacitor eletroiitico "de 2200u/50V 1. Multimetro digital com _variagdes de VCA e VCC Fios de conexéio N° 22 AWG 1. Treinador de Eletronica Basica CEKIT EB-1 ou 1 Protoboard 1 Transformador (*) |__ 4.Cabo de poténcia (1) E1=118V. E2=6V. I=30mA nectar 0 circuito & fonte CA (6V), assegure-se que tanto os diodos como os capacitores, estejam co- nectados com a polaridade correta. * Curso Prético de Eletrénica Moderna Figura 2. Circuito experimental para comprovagao da operagao de um uplicador da tensao sem fonte flutuante 3. Configure seu multimetro digital como voltimetro CC c efetue as medigdes de ten- sio indicadas. Teoricamen- te, a tensio sobre Cl (VBA) deverd ser igual ao valor de pico (Vp) e a tensdio sobre C2 (Vc) ao dobro do valor de pico (2Vp). Por qué? Em nosso caso, 0s valores obtidos para VBA e V¢ foram, respectivamente, de 8,73V e 16,7V, que sao ligeiramente diferentes dos valores espera- dos teoricamente (9,5V e 19,0V), Por qué? Para justificar esta dife- renga, observe que estamos trabalhando com componentes reais, Na pritica, ha uma que- dade tensiio nos diodos, a for- ma de onda entregue pelo transformador no é uma se- néide perfeita, 0 medidor in- troduz um efeito de carga, ete. Todos estes fatores, que nao sto levados em consideragiio quando 0 modelo matemdtico é analisado, afetam o resulta- do final. Entretanto, desde o ponto de vista qualitativo, 0 circuito se comporta na forma esperada. 4, Construa agora sobre o pro- toboard o circuito da figura 3, correspondente a um tri- plicador de tensio sem fon- te flutuante. Antes de ligar 0 circuito a fonte CA (6V), certifique-se de que os capa- citores estejam completa- Entrada AC renee mente descarregados e que tanto estes quanto os estejam ligados com ridade correta. diodos apola- 5. Apés configurar o seu mul- timetro como voltimetro CC, efetue as mediges de indicada tensiio . Teoricamente, a tensio sobre Cl (VC) deve- 14 ser igual ao valor de pico (Vp), @ tensdo sobre C2 (VBA) 0 dobro do valor de pico (2Vp) e a tensio sobre C3 (VD) o triplo do valor de pico (3Vp). Por qué? Em nosso caso, os valo- res. obtidos vi Vi foram .34V, VBA=16,59V & =24,86V. Novamente, estes valores sao ligeiramen- te diferentes dos esperados teoricamente, ou seja 9,5V, 19,0V e 28,5V, pelas m mas razbes expostas ormente. anteri- Figura 3. Circuito experimental para comprovacao da eperagao de um ‘iplicador de tensao sem fonte Mutuante Curso Pritico de Eletrénica Moderna» ©@RCHT 193

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