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A Educacao Na Grecia Antiga
A Educacao Na Grecia Antiga
Entre os povos da antiguidade, em matéria de educação, os gregos são os que mais se sobre saem, e
na Grécia Antiga que surgem as primeiras teorias educacionais. A compreensão de cultura e do lugar
ocupado pelo individuo na sociedade reflete-se no ensino e nas próprias teorias.
A educação grega estava centrada na formação integral – corpo e espírito – a ênfase da educação se
demandava mais, ora para o preparo militar ou esportivo, ora para o debate intelectual conforme a época
e o lugar. Quando não existia a escrita, a educação era dada pelas famílias seguindo a tradição religiosa,
os jovens da elite eram deixados a cargo dos preceptores. Com o surgimento das Polis nascem as
primeiras escolas, mas mesmo com o aparecimento da oferta escolar, a educação permanecia elitizada
atendia principalmente os filhos da antiga nobreza e os pertencentes a famílias de comerciantes ricos.
Na sociedade escravagista grega existia o “Ócio digno”, que significava dispor de tempo livre, privilegio
de quem não precisava cuidar do sustento, mas não se deve confundir o “Ócio digno” com o “fazer
nada”, ele alude a ocupar-se com as funções de governar, pensar, guerrear.
Não é por acaso que a palavra grega para escola (scholé) significava
A educação física que era predominantemente militar começa a ser orientada para os esportes, o
hipismo era um esporte elegante e restrito aos mais abastados, pois era de manutenção cara, com o
passar do tempo o atletismo ampliou a participação do público que freqüentava os ginásios, nessas
escolas voltadas mais para os esportes o ensino das letras e dos cálculos levou mais tempo para se
disseminar. O aspecto comum às Polis gregas era o de que a transmissão de cultura não era
prerrogativa somente das escolas ou das famílias, as Polis continuavam educando nas inúmeras
atividades coletivas, reuniões políticas, administrativas e jurídicas, nos jogos, nas artes e na arquitetura,
nas representações dramáticas. Na Grécia Antiga o teatro era a escola de todos os cidadãos, a
educação grega tinha duas finalidades ou objetivos: desenvolver o cidadão fiel ao estado e formar o
homem com plena harmonia e domínio de si, prepará-lo para a cidadania e os deveres cívicos.
A Educação espartana
Com caráter na essência militar, a educação espartana incluía o aprendizado do oficio das armas, e se
limitava quase exclusivamente ao treinamento militar. Até os doze anos as crianças espartanas recebiam
uma educação mais lúdica por assim dizer, aprendiam música e poesia, depois a educação física se
transformava em um treino militar, tinham que suportar frio, fome, dormir sem conforto algum, vestir-se
de forma simples, a educação moral dava ênfase a obediência, a aceitação dos castigos físicos e o
respeito aos mais velhos, privilegiava a vida comunitária. O ideal de cavalheiro dos tempos homéricos foi
substituído pelo devotamento ao estado, o ensino da poesia e da música tornou-se quase nulo. Os
espartanos não apreciavam os debates e nem os discursos longos, vem daí a expressão lacônica,
maneira breve e concisa de falar ou escrever, pois a região onde viviam era a Lacônia. Entre as cidades
da Grécia Antiga, as da Lacônia foram as que mais ofereceram atenção as mulheres, elas participavam
das atividades físicas, corridas, lançamento de disco, exercícios de salto e dança, eram algumas das
atividades por elas praticadas, nos jogos e festividades os espartanos gostavam de mostrar a força e a
beleza dos seus corpos bem treinados.
A Educação ateniense
Segundo Tucídides, historiador grego (séc. V a.C), Atenas foi à escola de toda a Grécia Antiga, a
concepção de estado fez surgir à figura do cidadão da Polis, com a ascensão da classe dos
comerciantes surge outro exercício de poder e também um novo tipo de educação que não mais
privilegia o pequeno grupo da aristocracia. Pouco a pouco os cidadãos livres conquistam esse direito, e a
educação aristocrática se estende e se torna a educação típica de toda criança grega, nesse contexto
surge à escrita, não que não existisse escrita, ela era usada apenas na administração estatal, mas
conheceu momentos de quase total desaparecimento.
as leis, que só foi abandonada no inicio de 570 a.C, o novo uso da escrita
A escrita alfabética constitui uma forma democrática de educação na qual o saber é colocado à
disposição de todos os cidadãos, Vernant afirma que a escrita se tornou o bem comum a todos, quase
com os mesmos direitos da língua falada. Para ele, a escrita vem atender uma reivindicação que se faz
presente desde o surgimento das cidades: a redação das leis, a esse respeito argumenta que:
Dessa forma a educação tornou-se aberta a coletividade, o número de crianças aumentou muito então e
necessário um local onde possam se dedicar ao estudo, daí e que surge a escola. Nesse local as
crianças aprendiam: música, ginástica e o alfabeto, a disciplina era mantida com o uso do chicote, a
violência física era normal nas relações entre alunos e mestres, de ambas as partes. Entre os mestres
tinha: o citarista (mestre de música), o pedotriba (mestre de ginástica), o gramatista (mestre das letras e
do alfabeto) e o pedagogo, um escravo que era encarregado de levar a bagagem do seu pupilo,
acompanhá-lo, ensinar-lhe boas maneiras ajudá-lo a repetir as lições e decorar os poemas. A educação
elementar completava-se em torno dos 13 anos, os mais pobres iam à busca de algum ofício, enquanto
que os abastados eram encaminhados ao ginásio. Com o passar do tempo foi surgindo à discussão
literária que abriu espaço para outros assuntos tais como: matemática, geometria e astronomia, com a
criação de bibliotecas e salas de aula, o local ganhou ares de escola secundária. Dos 16 aos 18 anos a
educação assume outra dimensão, surge aEfebia, instituição de ensino militar, com o fim do serviço
militar em Atenas, a Efebia, se constitui a escola onde se ensina filosofia e literatura. E necessário
compreender as mudanças na educação a partir das novas exigências daPolis, essa formação têm que
ter finalidades cívicas, a preparação para a cidadania, é essa consciência faz sentir a necessidade de um
novo tipo de educação, pois ginástica e música já não satisfazem as novas exigências sociais e políticas.
Segundo o legislador Sólon:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Maria Lúcia. História da Educação e da Pedagogia: Geral Brasil. São Paulo: Moderna, 2006.
JAEGER, Werner. Paidéia- A formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
MANACORDA, M, A. História da Educação: Da Antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Cortez, 2002.
Platão crê que o ensino deveria ser atributo do Estado, não das entidades
privadas. Os professores seriam selecionados por Atenas e supervisionados
por cidadãos revestidos de poderes judiciais, especificamente designados
para atuar na esfera educacional. Ele ainda projetava um modelo pedagógico
igual para homens e mulheres até que eles completassem seis anos de
idade. Daí em diante estes aprendizes seriam divididos em classes e
professores distintos.
Fontes:
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/academia/
academia4.htm
Alessandro César Bigheto. Educação e Reencarnação em Platão, in Dora
Incontri. Educação e Espiritualidade – Interfaces e Perspectivas. Editora
Comenius, Bragança Paulista, 2010, pp. 282-286.