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  • Reflexoes Iniciais Sobre Criminal Compli

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    a) REFLEXOES INICIAIS SOBRE CRIMINAL COMPLIANCE" “a IwCCRIM REFLEXOES INICIAIS SOBRE CRIMINAL COMPLIANCE” Giovani A. Saavedra Oconecivo de compliance surgi na déeada de noventa, mas, apenas nos limos anos, ele passou a ser objeto de estos juridicas. O insticuto passoua ter relevinca juridico-penal, principalmence, com a entrada em vigor da 119.613, de 03.03.1998, e ds Resolugso a. 2.554, de 24.09.1998, do Consclho Mone- Ui Nacional. Desde’ entio, as instiuigées financeiras © as empresas de capital abecta ppassaram a rer 0 dever de, respectivamente, colaborar com as investgacoes de avagem de dlinheiro (os chamades “devers de eomplian- ce") de criar sistemas de controlesinternos ‘que previnam as priticas de corrupgéo, de lavagem de dinheiro, de outras condutas ‘que postam colocarem rseo a ineegridade do ssntema financeiro. Em que pese 0 conceito tenia surgide na ‘década de noventa,o,cema ainda nfo receben ‘o metecido destaque no Brasil, send praica- ‘mente desconhecido na academia enadoutsi- 1a juridico-penal (especialmente no Ambir da Criminologia). Mais: no dmbito empresrial, ‘6s potenciisatingidos também parecer m0 ter se dado conta das fortes consequéncias juico-penais desse novo instituto.para 0 desenvolvimento de suas atividades. ‘No Brasil, compliance tem sido compre- ‘endido, de um lado, apenas como parte da implementagio das “boas préticas” da corporate governance. Nesse caso, compliance E entendido como um “mandemento dice”, fo qual deveria methorar a relacionamento da empresa com os stakebulders € como snerca- do.” Por outro ldo, no ambito das Cidncias Criesinais,o significado desse conceito para «© Dircivo Penal e para a Criminologia © os teflexos do seu desenvolvimento para a poli- tica criminal ainda nao foram devidamente explorados. excegio digna de nota fica por conta dos debates acerca dos chamados“deve- res de compliance’, disenidos camo tm des aspecuos dos crimes de lavagern de dinheiro, D'Ademais, 0 debate internacional sabre criminal compliance parece ser totalmente desconhecido no Brasil. Com o presente artigo, pretende-seapresentar, muito breve- mente, alguns aspectos deste novo ramo de pesquisa das Cigncias Criminais O objeto de exuco do criminal compliance confunde-se, em grande medida, com aquele do Direito Penal Econbmico, ¢, poreanco, v- Flos aucores procuram diferencar o expectra de problemas de cada um deses ramos de pesquisa. De fio, criminal eompliancenso Signfiaria nada de novo se, em seu conceit, fosrein subsumidos apenas os elementos que }4 slo encontrados no debate nacional ¢ in- ‘ernacional sobre Dircita Penal Econdmico. Por outta lado; o surgimento dese novo Fenéieno parece diretamente vinculado com surgimento dectimes ccondmicos eda per secucto penal de empresirias e instiuigaes financeiras, pois, apenas quando os gerer de empresas e de instituigoes Fnanecicas ppassaram a ser investigados e processados criminalmence, surgi também a necessidade de prevencio criminal no Ambito de suas atividades." Poreanto, primeira caractevsticaaribuida ao cermo criminal compliance & prevencio, Diferentemente do Diteito Penal tradicional, que esti babiruado a trabathar na anise ex pore de eimes, ou sea, na anise de condutas ‘omissivas ou omissivas que jf violaram, de forma direta on indireta, algum bem juice digno de tuela penal 0 criminal compliance texto mesmo ndmeno a pats de win aise ‘ante, o sea, de 1ma andlse dos controles interes e das medidas que podem prevenir a persccugio penal da empresa ou insiuigio finanecica. Fxatamente pot isso 0 objetivo do ‘eviminal compliance cem sido descrico como a “diominuigio on preven de rico cosas <2". Segunda posigio dominante, asempresis de capieal aberto © as insttuigdes financeiras deveriam criaros chamados compliance officer, que teriam a responsabilidade de-avaliar os riscos compliance ¢ de erat consoles interno com o objetivo deevitar ou diminuir 0s riseos de sua responsibiliasso penal or outro lado, 05 compliance afcers em sido criados também com o objetivo de i vestigar “posencaiseriminoses’ no imbico de atuagio da empresa, No Ambito de debate incernacional, muito se tem discutido acerca dos deveresde comunicao deFtos potencial _mente criminosos is autoridades competences pelos compliance ofcers ede sua respansabili- zag penal. Recentemente, na Alemanha, por exemplo, 0 BGH (Bundegerichrbof condenou ‘um compliance officer por entender que, 20 assumir a responsabilidad pela prevencéo de crimes no inferior da empres, 0 profssional assume também uma posicso de garante ¢, por isso, deve ver punido criminalmente por ter assumido a responsabilidade de impedie ‘6 resultado e por ter obrigaggo de cuidado, proceso e vigikincia.® Parece, asim, que 0 desenvolvimento do compliance implica um paradoxo.” O objetivo do compliance € claro: a parce de uma série de controlesinternos, pretende-se prevent a responsibilizacio penal. A sua coneretizacio, porém, ao invés de diminuir as chances de Fesponsabilizaca, cia as condigoes para que, dentro da empresa ou instiuigio financei se forme uma eadeia de responsabilizagio, penal. Iso porque a atribuigdes que tém sido las aos compliance afcer acabam por coloci-los na posigio de garantidares (res- pondem, poreanto, como se tivessem agido positivamente nas situagies em que venham 2s omit) Mais: podem ser considerados garantes também os integrantes do conselho de administagio, pois, segundo douttina rmajoritiria, cles tm o dever de supervisso dos compliance ofcers. Fvidencia-se, assim, que toda aadminisuagao da empresa € exposta 20 riseo de uma perseeusao criminal Isso acontece, principalmente, porque o desenvolvimento do compliance rem se dado & ‘margem do Direito Penal eda Criminologia Exatamente poriso hé wm consenso no mbiro dadiscusso imernacional acereade compliance: aapesquisa ea implementacio de compliance su dem conhecimentos uridico-penaisparao set desenvolvimento adequado. Esse nove ambivo de pesquisa com sido designado pela doutrina juricico-penal intemacional como criminal compliance, oi scja, 0 estudo dos controles imemnos e de outras medidas que podem ser adoradasem empresas insttuigoes fnanccias como firs de prevengio de crimes. Tata-se de ‘um novo eampo de pesquisa no mbito das C= @ncias Criminais, que tem chamado a atengio de penalista crimindlogos de todo o mundo que, espera-se, também 0 faga no imbito da pesquist nacional. NOTAS (1) 0 presente artigo consise em verso resuida a pakstaprcteia palo autor no. Comptance Tagung. Wssonsoafioe und praise aspleo dr nation une wfationalen Compliance Djsusson rezad na Unvesicae de usr, em(3.122010, nuda Cama! Compares aus ‘raswanscter Sete Pa a cabot da atin, foram leva em consiteragaa ap citcas eas Sustes fetus, na oportunidad, las Proessores Bernd Scvinemann Murcer), Thomas Rotsch ‘@ugsoury, En Lehman (Rugsbg), Enrique Baciglupo (Masi), Deawis Bock (Hutu) « Mark Deters (hanst, ‘ar. 2 esse respon. ABI — Assoiaeo Brasloka 93 Baneas rican; FEBRABAN—Feeragao Basia de Bancos, Carta Fueso de Corpace ‘gosto 2003, com aualvacio em jubo de 2000 (Veriogbar in: ww fedraban comb: COIMBRA, Marcia de Agia, MANZ, Vanessa Als. ina a complanes Freserandb aoa gor legac cas organo, San Paul: Ais, 2010, 12.0 ss; WANZL Vanessa Alessi. Comolance io Bras. Consoliagaoeperspecinas, Si Pa. Saint Paul, 2008, p64 € 58; ANDRADE, Adriana; FOSSETT Jose PaschoaGavemanga corpora fundaenios,desenvalieto etnias. $50 Paulo Als, 2008p. 189 oss ‘oc ass rospeto- BARBOSA, Daniel Marchi Feranenias ves, novos problemas: deficiencies ty uaa da elds eres cot 0 ste ‘hance pare cor descumprinent 6 dewres de compiance, in HIROSE, adaagui; BALTAZAR. AUNIOR, Jose Paul (ors Curso maura a ‘aio parl Roviandpois: Concsn Eaoral- MAGE, 2030, vl 02, p. 469-510, Para'um panorama sobre a discussao sobre ‘compliance na Aersanha, ver. ROTSCH, Thomas. Ginna Conotance, in ats remazonte 8 4 » BOLETIM IBCCRIMA - ANG 18 - NE 218 - JANEIRO - 2017 n PUBL REFLEXOES... ? L: UM CODIGO DOS REUS: 0 (FUTURO) NOVO CODIGO DE PROCESSO PENAI FICK itute ‘Statrecttsdogmatk. Auspabe 1072010, 5. Jt (ang, S. 614; HAUSCHKA, Christoph . Capote Comptes. Hansbuch oer Hatungsremetung Unter. Munchen: CH Bac, 2010 CORLNG, etm: INDERST, Cones; BANHENBERG, Brit, Conplace Aba Managment skaters. Mineher: CH, Beck 2010; © ROTSH, Tomas act Wiscel- Safe Feo Fk Samson ‘um 7, Gatursan, Manchon CH Bock 2010. (6) ROTSCH, Thomas. Criminal Compliance, in Zoiscit ti Internationale Starechiseogmatl Ausgabe 10/2010 8. dargang, 9.614 638 sA CHO & Biruihire de Ciencias Criminais do (0) Men p. 616 (7) ea oss resto: COIMBRA, Marcle de Aguiar; ANZ), Vanessa less. Marua! de compl ance Preserrand a boa govemancae antegrade Gas crpantagdes. S30 Pao: las, 2070, 9.25, (8) A decisao referida ¢ 2 BOH Entschecung von 17-7 2008-5 SIR $9405, Pre um panorama ote adlscusso sore asa desta na eran, vera biblomrafactads nanos 4 1 concede paradoxo @ empregado aqui no sti ado por HARTMANN, Martin; HOMNETH, Axel Pradonen ds Kepilismus. En Unters o hungsprogram, in: Beitiner Debate nial +5 (2008) 1,59. Giovani A. Saavedra Doutor em ireto em Foscta pla Johan Woligang Goetie~Urivesit Frankf Wain. Proessor do Gory Parmannte da Progra 0 Pos-Gradvagin em Clecis Grima

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