Rio do Janeiro — Quarta-feira, 19 de julho de 1989

imre j____ ;t.KJ» ~^§ Não pode ser vendido separadamente

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íag €mmmW- Fotos de Lucla Rito

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•construída no início do séóúlo XIV e dade de produção, entregando o restante

Lúcia Rito terminada $ô 200 anos depois, sempre aos donos das terras. È preciso um quilo
é uma cidade cheia de provoca suspiros. Os vitrais sâo magni-
histórias. Era lá que eram sa- ficos e iia capela axial há meia dúzia
de uva para se obter uma garrafa de
champagne, e para que ela chegue ao
Vignèrón^ Ò cl|ajÉtó ^êm à mèsâ
deles que foram especialmente pintados consumidor há todo um processo de pro- lado de fora é impossível.fazer qualquer alisaoèbígodesenquanto óonta.com reverênciàque
grados os reis da França, on-
Reims de St. Remis convenceu o rei' por Marc Chagàll em 1974, absolutamen- dução e fermentação que demora de 18 suas receitas de-porco e de'carneiro — àa carnes
previsão. 0 restauràiite-nâo tem nenhtiní''' 'bisicàs
Do charme. Ab" paredes sâo cor. de rosa cjaf o, náo
Clóvis a se converter ao catolicismo e ' te deslumbrantes. Às quintas-feiras'são meses a dois anos. diá região — são retiradas de livros também do
apresentados espetáculos de som e luz Em um dia é possível atravessar pelo há indicação do nome e os menos observadores sáo séoulo XV_tn. A cozinha ciwmpagooise não usa conser-
por tabela levar todo o pais a respeitar a
mesma crença, mas nem por isso a cida- que encantam adultos e crianças e a menos dez cidadezinhas de nomes que capazes de passar adiante sem ter sua curiosidade vas."' Todos os produtos são íreBcos e comprados de
de escapou de ser 80",, destruída na pri- igreja disputa com a Basílica de Saint soam familiares porque lembram os ró- despertada para o Interior. Mas assim que se ériiza a pequenos proprietários que vivem nas cidadezinhas.
meira grande guerra. Hoje Reims é, com Remis a preferência dos turistas. tulos encontrados nas garrafas de cham- porta da rua o clima exótico do Le Vigheron domina e próximas a Reims. As saladas são feitas com pétalas
a vizinha Epernay. conhecida como a Mas a grande maioria quer mesmo pagne: Villers Allerand, Montcharot, qualquer pessoa sente vontade.de sentar numa de da-flor da junquille, cozidas no bacon e no vinagre. Há
metrópole do champagne. E é em busca saber é do champagne. E dentro mesmo Rilly de Montagne, Verze Cligny, suas 15 mesas e passar ali pelo menos umas trés horas tnifas^da.-.doresta mais próxima maceradas com o
de suas relíquias e de um passeio ines- de Reims pode-se visitar, sem pagar na- Mailly, Verzenay. Ambonnay... As cida- se deliciando com a pouca difundida comida champ*g- vinho do champanhe e o menu é feito a base da oarne
quecível pela rota do champagne que da, as grandes caves de marcas famosas, dezinhas se sucedem praticamente uni- noi*.. Isso porque Uervé Liegent, 35 anos, o dono do ;de porco e carneiro. "Não há uma tradição da cozinha
milhares de turistas chegam à cidade no como a do champagne Pommery que formes em seu traçado simétrico: uma charmoso restaurante, apaíxonoü-se pelas histórias do champanhe", lamenta Liegent, "mas isso é muito
verào para desvendar seus segredos. fica num castelo inglês e tem 18 quilo- rua principal, ruelas que saem na verti- do champanhe e ampliando a pequena coleção pater- pòí falta de conhecimento das pessoas. O que nós
O fato de ficar a 143 quilômetros de metros de galerias construídas a 30 mil cal, muros de pedras cobertos de hera. na acumulou nos últimos 13 anos três centenas de quértmos aqui no Le Vigneron é revelar e resgatar
Paris e de ter apenas 250 mil habitantes metros de profundidade recheada de Moinhos em meio a plantações de uvas cartazes alemães, franceses, ingleses, italianos e ar- uma outra maneira de cozinhar que também era
menos do que a população de Petrópo- garrafas repousando, a de Taittingei_ tpene_»es sãu gentis t. güslum-da^^ gentinos dos séculos XVH e XVI11 sobre o champanhe. muito rica e é típica dos camponeses da região." Há
lis — não impede que o carioca leve um Veuve Clicquot, Ponsaróknnfi5Tta_et> contar histórias. A cada cave se prova São eles que enfeitam as paredes do restaurante. Com um tipo de queijo por exemplo — o sandre —- com
susto ao chegar. Porque Reims é uma céteras.-Quem além da grandiosidade um flute do champagne produzido ali ao ilustrações belíssimas de Mucha, Bonnard e outros características muito especiais de fermentação (con-
l_ulitde^lo--intciiiQr_da_F_ra_iça_mivs-tem--^estas caves famosas quer conhecer lado. A vida parece mais bela e esque- artistas de renome os cartazes chamam atenção e ta o folclore.que ele era feito com a urina das campo-
confortos que muitas vezes nem mesmo mais de P^10 a maneira artesanal de se cendo do cruzado novo — resista a fazer compõem um visual inesperado. . nesas) e a torta de pêra de sobremesa é feita com uma
a classe média alta que mora na zona sul produzir o champagne pode se embre- qualquer tipo de conversão — a viagem receita que foi servida ao rei Charles X quando ele foi
Além dos cartazes há no Le Vigneron um minimu-- sagrado Rei em Reims. Algo tão sublime que__foi-
do Rio conhece. Lá tem cinemas, lojas nhar pelas cidadezinhas próximas onde tem tudo para parecer um idílico conto
seu com os utensílios usados pelos camponeses no oferecido ao rei com a frase,, "receba o nosso vinho e a
de vídeo, telefones computadorizados e se encontram as plantações de uvas pi- passado no campo e tornar-se inesquecí- século XVIII no cultivo da uva e na produção do , nossa péra como a chave da nossa cidade." Os vinhos e.
ligados a toda a rede de serviços públi- not noir (pretas) e chardonay (brancas), vel, gravada para sempre nos instantâ-
utilizadas na produção do champagne. neoa de viagem. champanhe. Cestas de palha imensas (boMes), que p champanhe servidos no Vigneron também são espe-
cos e bancários, restaurantes com comi- eram usadas para colocar as uvas, o motor das anti- cialissimos, por isso uma refeição nio sai por menos
das típicas de várias regiões e facilida- As plantações se distribuem por toda gas prensas, decoram o teto e as pilastras e é nessa de NCzS 100,00 por cabeça. Mas vale a pena. Quem for a
des de transporte e turísticas comuns a a região e Báo cuidadas com reverência atmosfera campestre que a degustação de um menu Reims deve anotarvo endereço: Placé Paul Jamot,
pouquíssimas capitais brasileiras.
Uma ida à catedral de Notro Dame,
pelos camponeses que em geral ficam
com 2/3 da colheita, quando tem capaci-
? ? Pág. 2 também cheio de histórias é feita sem pressa. Hervé 5UÕ0, tel: 264-70071. -

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