Aula 4º

SIG – Sistema de Informação

Geográfica

Caros(as) acadêmicos(as),
Nesta aula, aprenderemos sobre o sistema de informação
geográfica, os principais componentes desses softwares e os
tipos de arquivos gerados ou lidos no processo de mapeamento.
Boa leitura!

Bons estudos!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• identificar os sistemas de informação geográfica;

• compreender o processamento de dados;
• conhecer os principais tipos de dados utilizados no processamento.
 Geoprocessamento e Georreferenciamento
Seções de estudo
1– Sistema de Informação geográfica
2– Tipo e feições de dados
1- Sistema de Informação geográfica
A representação gráfica de um espaço ou porção da
superfície terrestre é realizada através de mapeamento. Esse
mapeamento, por sua vez, pode ser feito através de programas
computacionais denominados SIG. Nesta aula, abordaremos
o que são SIGs, como são caracterizados, sua estrutura e os
tipos de dados que são manipulados nesses softwares.
Geoprocessamento, definido por INPE (2006) como
um conjunto de tecnologias voltadas a coleta e tratamento
de informações espaciais com objetivo de gerar mapas, tendo
como atividades executadas por sistemas específicos mais
comumente chamados de Sistemas de Informação Geográfica
(SIG). Ou seja, a ideia de espaço geográfico e seus detalhes
são representados através de softwares denominados SIGs,
Sistemas de Informação Geográfica (FITZ, 2008) ou GIS
(Geographic Information System).
Esses Sistemas de processamento de dados são
obrigatoriamente destinados a dados referenciados
geograficamente (ou georreferenciados), desde a sua coleta
até a geração de saídas na forma de mapas convencionais,
relatórios, arquivos digitais, etc; devendo prever recursos
para sua estocagem, gerenciamento, manipulação e análise.
Por sua vez, esse georreferenciamento é realizado por meio
de Coordenadas e Datum, abordados com detalhes nas aulas
anteriores (INPE, 2006).
1.1Conceitos e características de
um SIG
A forma digital por meio de softwares é um fator que
possibilita a utilização de computadores para o processamento
de dados geográficos, seja por imagens ou dados coletados
a campo, por exemplo, representando com qualidade o
espaço terrestre com algoritmos matemáticos, estatísticos e
probabilísticos, proporcionando precisão nos mapas gerados
(FORMAGGIO e SANCHES, 2017).
Os Sistemas de Informação Geográfica tem basicamente
a seguinte estrutura (Figura 1):
• Hardware: computadores com processador
adequado para suportar a base de dados que será
destinado ao mapeamento
• Software: programas de computador que fazem
o processamento de dados com coordenadas
georreferenciadas;
• Dados: dados como imagens satelitárias, análises de
solo ou quaisquer outras características, desde que
tenham coordenadas georreferenciadas e inseridas
num Datum adequado.
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Figura 1. Estrutura inicial de um Sistema de Informação
Geográfica (SIG).
Fonte: autora.
O desenvolvimento dos SIGs deve-se principalmente
à evolução dos computadores (hardwares) e programas
específicos (softwares) que quantificam e executam os
mapeamentos, sendo um sistema que processa dados gráficos
e não gráficos (alfanuméricos) com ênfase a análises espaciais
e modelagens de superfícies (INPE, 2006).
Quando se desenvolve um SIG, dados de diversas
fontes sempre com dados de características geográficas, são
integrados em um único sistema onde esses dados podem ser
cruzados gerando novas informações úteis para diversas áreas
de estudo (MEDEIROS, 2020). Nesse contexto, os SIGs
armazenam, processam, recuperam, manipulam, visualizam e
analisam os dados inseridos no programa (FITZ, 2008).
Alguns dos mais conhecidos Softwares que fazem esse
tipo de processamento são o AgroCad, AutoCad, ArcGIS,
QGis dentre outros, porém o que tem uso gratuito e que
usaremos em aula será o QGis (Figura 2.).
Figura 2. Layout de alguns programas utilizados no
processamento de dados.
Fonte: Medeiros, 2020. adaptado pela autora.
1.2 Atividades e Estrutura de um
SIG
Praticamente todos os atributos podem ser mensurados
e, se estiverem com suas coordenadas, mapeados (FITZ,
2008, ALISSON, 2017).
Como exemplo de atividades geradas pelos SIGs
podemos listar:
• Ferramenta para produção de mapas;

• Suporte para análise espacial de fenômenos;
• Banco de dados geográficos, com funções de
armazenamento e recuperação de informação
espacial.
E consequentemente:
• Mapeamento de municípios;
• Zoneamentos ambientais, agrícolas, turísticos,
socioeconômicos entre outros;
• Estruturas elétricas, de esgotos e águas;
• Controle e ocupação de terras;
• Adequação de transportes;
• Estruturação/otimização do processo de
licenciamento ambiental com análise de dados
georreferenciados;
• Implantação de sistemas para fiscalização com
análise de desempenho dos fiscais (controle de
metas) e distribuição espacial sistematizada das áreas
a serem fiscalizadas;
• Sistemas gerenciais com consolidação de dados em
tempo real de simples acesso através da visualização
de mapas temáticos dos trabalhos realizados.
Por definição, os SIGs integram numa única base de dados
informações geoespaciais e oferecem ferramentas (algoritmos)
para manipulação de dados. Oferecem mecanismos para
combinar as várias informações (processamento de dados),
através de algoritmos de manipulação e análise, para consultar,
recuperar e visualizar o conteúdo da base de dados e gerar
mapas (BOSSLE, 2016).
Os principais componentes de um SIG são o usuário
(pessoa treinada e capacitada para execução do programa),
entrada e integração de dados, processamento gráfico e
estatístico, plotagem (geração de figuras), armazenamento
(banco de dados) e recuperação de dados (INPE, 2006).
O usuário define como o sistema é operado e controlado
(Figura 3.), posteriormente no nível intermediário, um SIG
deve ter mecanismos de processamento de dados espaciais
(interface, entrada, edição, análise, visualização e saída), e no
nível mais interno há um sistema de gerência de bancos de
dados geográficos, que oferece armazenamento e recuperação
dos dados espaciais e seus atributos (INPE, 2006).
Figura 3. Arquitetura de Sistemas de Informação
Geográfica.
Fonte: INPE, 2006. adaptado pela autora.
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2- Tipo e feições de dados
2.1 Conceitos
Os dados utilizados no geoprocessamento podem ser
provenientes de diversas fontes geradoras e de formatos
apresentados, com interações espaciais entre si, como a
topologia - estrutura de relacionamentos espaciais que se
pode estabelecer entre objetos geográficos. Dados podem ser
genericamente separados e os processos de geração desses
mapas necessitam de análise espacial entre dados geográficos
que possuem uma localização geográfica (expressa como
coordenadas em um mapa) e atributos descritivos (que podem
ser representados num banco de dados convencional). Dados
geográficos não existem sozinhos no espaço: tão importante
quanto localizá-los é descobrir e representar as relações entre
os diversos dados (INPE, 2006).
Na Figura 4 estão apresentados o organograma de tipos
de caracteres (espacial ou alfanumérico) e os resultados desse
processo, podendo ser vetorial, matricial, gerados a partir de
uma tabela de atributos.
Figura 4. Arquitetura de Sistemas de Informação
Geográfica.
Fonte: INPE, 2006. Adaptado pela autora.
2.2 Tipos de dados
Em todo Sistema de Informação Geográfica (SIG),
dois tipos de dados são inseridos para que, posteriormente o
geoprocessamento seja realizado. Esses dados são divididos
em dados Espaciais e dados Alfanuméricos (BOSSLE, 2017).
Os dados espaciais descrevem as características
geográficas da superfície, descrevendo um fenômeno associado
a alguma dimensão espacial (coordenadas, posicionamento
na superfície terrestre). Um dado geográfico ou geoespacial
ou georreferenciado é um dado espacial em que a dimensão
espacial está associada à sua localização na superfície terrestre,
como coordenadas, em determinado instante ou período de
tempo (IBGE, 2017).
Esses dados basicamente podem ser representados pelos
formatos Vetorial e Matricial. O arquivo vetorial é formado
por vértices de coordenadas X;Y. Quando há apenas um par
de coordenadas, o vetor é chamado de Ponto, se há dois ou
mais pares de coordenadas é chamado de Linha, e quando
houver mais de quatro pares de coordenadas, e o primeiro
 Geoprocessamento e Georreferenciamento 22
par e último coincidirem, temos estão o Polígono (BOSSLE, Figura 7. Feição Tipo Ponto, Linha e Polígono no
2016). formato Matricial.
Esses dados Vetoriais têm como geometria primitiva
ponto, linha e polígono (Figura 5). São possíveis os seguintes
relacionamentos espaciais: entre pontos; entre ponto e linha;
entre ponto e área; entre linhas; entre linha e área; e entre áreas
(IBGE, 2019).
Figura 5. Feição Tipo Ponto, Linha e Polígono no
formato Vetorial.

Fonte: Isabelle, 2011.

A qualidade do formato Matricial ou Raster depende

muito da resolução espacial, ou seja, do tamanho dos pixels.
Na figura 8 temos o exemplo de uma mesma imagem em
duas resoluções, 600 e 1200 DPI (Figura 8).
Figura 8. Representação matricial (raster) e comparação
com diferentes resoluções.

Fonte: Autora.

De acordo com o padrão da International Organization

for Standardization - ISO/ Open Geospatial Consortium
– OGC (IBGE, 2019) existem nove métodos de testar
relacionamentos espaciais entre objetos geométricos, na
estrutura vetorial, num banco de dados geográfico (Figura
6): equal (iguais); disjoint (disjuntos); intersects (interceptam);
touches (tocam); crosses (cruzam); within (dentro de); contains
(contém); overlaps (sobrepõem); e relate (relacionam-se).
Figura 6. Relacionamentos espaciais entre geometrias
tipo ponto, linha e polígono.
Fonte: Fotografiamais, 2019.
Isso fica mais claro quando observamos que o nível de
detalhamento muda de acordo com a resolução espacial de
diferentes sensores (Figura 9) (IBGE, 2019).
Figura 9. Representação matricial (raster) e comparação
com diferentes sensores.

Fonte: Borges, 1997.

Dados Matriciais ou Raster é formado por unidades de

resolução chamado Pixel. Cada pixel é uma unidade formada
pelo cruzamento entre uma linha e uma coluna (BOSSLE,
2016).
Dados no formato matricial são representados em
células de tamanho igual (pixel, tendo resolução espacial), em
formato de malha. A cada célula é atribuído um valor que
representa uma classe, elemento ou variação das camadas do Fonte: IBGE, 2019.

mapa, tendo como formato o Ponto, Linha ou Polígono.

A Figura 7 ilustra a representação geográfica na estrutura Logo, tanto dados vetoriais quanto matriciais podem
matricial (BOSSLE, 2017; IBGE, 2019). representar ponto, linha ou polígono (Figura 10).
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Figura 10. Representação Real (1), Raster ou Matricial 2 – Tipo e feições de dados
(2) e Vetorial (3).
Aprendemos sobre as feições de arquivos processados
por esses programas.

Vale a pena

Vale a pena assistir

Fonte: Isabelle, 2011.
h t t p s : / / w w w. yo u t u b e. c o m / wa t ch ? v = B z e _
Cada um dos elementos, seja ele ponto, linha ou polígono, RHpXo5M.
vetorial ou matricial podem apresentar, ainda, uma estrutura https://www.youtube.com/watch?v=crS7iLxq-ZM.
que relaciona cada entidade a um atributo digital ou banco de https://www.youtube.com/watch?v=crS7iLxq-ZM.
dados alfanuméricos, conhecidos também como Tabela de
atributos (FITZ, 2017).
Logo, dados alfanuméricos são representados pela Tabela
de Atributos dos dados Vetoriais Matriciais. Se, por exemplo,
tomarmos um arquivo vetorial de pontos, onde cada ponto
represente a localização geográfica das escolas públicas de um Minhas anotações
município, os atributos relacionados a elas pode ser endereço,
número de salas, número de alunos por sala, dentre tantos
outros (BOSSLE, 2017).
O atributo alfanumérico é qualquer informação
descritiva (nomes, classificações, números, tabelas ou textos)
relacionada com um objeto, elemento, entidade gráfica ou um
conjunto deles, que caracteriza, identifica um dado fenômeno
geográfico, conforme a Figura 10 (IBGE 2019).
Figura 11. Tabela de atributos gerada no software Qgis.

Fonte: IBGE, 2019.

Retomando a aula

Chegamos, assim, ao final da quarta aula. Aprendemos

sobre os Sistemas de Informação geográfica. Vamos,
então, recordar:

1 – Sistema de Informação geográfica

Conhecemos a estrutura geral dos SIGS.