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Bruna Ribeiro PEDAGOGIA DAS MIUDEZAS: SABERES NECESSARIOS A UMA. PEDAGOGIA QUE ESCUTA Copyright© Astor tres ‘Todos 0: dios garnidos Cuaiue pre dt oben poe ser repaid ‘wren ara de qc ead om cia ce i daa doe edogogisdos Minera saber ncetirio au edagogia qu set ‘Sip Caro Peco joo Etoey 322 Mp. lexan ISBN; 76558602978 impress] 1. Pegi ir mids. 2. Pedagogies 3. Shes cms Pron nics 5 Eg I Ii. caps: eco Desi oor da capa: Marprids de Sous Batons tage: Clashes acon Fick Catalog io Miso Pj CRB 88598 Diagrmaria Diny Ako Lse tore: Pao Amaro de Mra Boi & Jodo Rodrigo de Moura Bo ‘Const Cenc da Feo & Jo Etre: “Auaso Ponto Bin Joo Wandevey Geral (Uni esi Hao ‘Maroo Pa (UFPEBranl rs Ie de Moura (UPSCaBaiy ai a Pa Rare da Cota (UPS Vale Ms (UCase Clint Sovaoes (UNESPBsaraBema Marya Lina de Alnee (UES? Bay Jot Kasia (UNIDESTEaat, Maro! Barn de Mle (UPB Cara Cal Sema (UF Ls eras Sue Za (US, Pedro & Je Eatoes sw perogonoedine me "BS8578 Si Caos SP mam Por uma Pedagogia das Miudezas que celeb a Granceza das Cangas. Agradecimentos. ‘Atos que de alguna forma fzeram parte do percurso da pesquisa ‘que culminow neste lize, em especial, Sindee M. Zaki Lian Sous, Alfredo P. Hoyuelo, Julia Olvtra-Fermorinho, fio Formorinho, as Patiipantes do GT Achadows de Innis © os bebés e criangas Pequeras que tanto me ensina, OS CEM OUVIDOS DO/A EDUCADOR/A Bruna Ribeiro ‘Sea crianga 6 feta decem...cem linguagen, com mods de se express, se comuniar, se elaconar ese encanar com ¢ mundo. (Como captar, ouvir, intrapieeerelaciona com tanta inguagens, em ‘ermon com ouvides? ‘Ouvios qu escutam, que veem, que Sener se emoionam eebram ‘as descobertaseaprendizgens das cians, ‘Ouvidos que provocam edesafam, (Ouvidos que se transformam em uma em, aloes, Orthas verdes, abertase disponives (Que saber que para adentraro univers da escuta «preciso disponiilidade. Disponibilidade para ouvir, compreender, provoca lgitimaro pono de vista das range 6 preciso abrir mio. |Abrit mao de nosso vcio de ensina, eos clocarmos em posi de ‘quem, de repent, pode aprender. precio coragem. CCoragem para evista nosto papel deal constrindo uma tla ‘de compartilhamentoeclaborago. “preciso estar junto. Estar junto das criangas,inteios, nos asombrando eee marayihando ‘com o mando, prio apolar. Apoia encore as criangasadescobrzem novas formas de expresar| seus ponts de vista e sua emo, precio reepeltar Respeitara clang, seu tempos eepags formas dese relaclnare| ‘tar ne mundo. preciso eer (Cerna capacidade, na forza na ancl e competinca das ciangas. ‘precio ainda estar aberto a mudanga etansformardes Porque escutar as rang eva a ansfomaces em noe ito de Pensa, em nossa manera de educareconceber seduces, Somente quem esata 0 outro pode, deat, dalogar com o outro. Esomente quem dslog pode esta juno como outro, Somente quem est unto do outro pode camitar com cl, "Esomente caminhando juntos chegaremos mais long. © ve id Sane SUMARIO PREFACIO Jilla Oveir-Formosinho ‘cata da cranga como sustenticulo das pedagogias artipativas Joie Formasiho APRESENTAGAO Retomando nozsaorlha verde iNTRODUGAO ‘Aescuta para além das paavras CAPITULO1- PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS. 1.1 A roupa nova dosmperador © que podemes aprender com aecriagae? 112 roupa nova da pedagogia: as pedagogias aricipatvas| 113 Pedagolasparcpatvas: por onde compa”? 140 caminho da partiipaio: onde etamoe? 1S Breveistrico da proviso proto partcpaglo 115Do mondiogo a dsiogsO papel da essa nas pdagorianpaticipativae 1161 Relate de experéncla: O desvelar dos mands la rans por meioda escuta CAPITULO2- A ESCUTA COMO MATERIA-PRIMA, DAS PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS 2.1 As pegs do Monaco: alguns constructs tro da ‘composi da Matriz de Saberes 22 Artculando as peas do Mosaic: «busca por uma Imetodolgia que no fragment oconbecimento © Incl distintos aberes 6 ” B a a 88 2 ° 23 Mati de Saberes sobre esata e prtcpaso na ‘stuagio ivan 2.31 Sabres necessirio uma paagopia que scat: Fundamentos da esata 2.32 Saberesnecessrios a uma pedagogia que exc Papel do alto 253 Sabres necessris a uma pedagogia qu esc a pseudoesuta 241A esata como matiria prima da Pdagogia dats) Iain) CAPITULO 3- A PEDAGOGIA DA COTIDIANIDADE 1A podagogia da tansformacSocomo a pedagogia do cotiano 32.0 extrardiniio no ondinisorembusce de uma pagent da coiianidade 135 Aerts par alm da crang:exeutano.e investigandoo context educativo 34 lnvestgando o cotidine:o instrumentos de gestio ‘o cotdiano 35 Olgar de-ero da experimentaio na pedagogia da antcipagio 351 Relato de experiania: A escuta como proceso CAPITULO 4~-A ESCUTA DE CRIANCAS COMO. BASE PARA A QUALIFICACAO DAS ACOES, ‘COTIDIANAS E DAS POLITICAS PUBLICAS. “41 documentaio pedaggica como aude permanente de escutaeinvestgacdo 442 Planejamentoe escta de crancas:Aticulaio possival enacesila 413 Plaejameno por meio da Carta de Intenso ua forma de planepr por meio da escta das ciagas do cana 4310 process de esrita da carta a inten que no 432 Ente intense tenses: busca pela harmonizagio das Vozes de adultos «ciangas see g us. 109 us 15 8 10 m1 1m 433 Oque ascrangas tim a dev? Intenges das ‘ana da educar infant 4.4 Poltea de escuta ea ext como politica 441 Relato de experinen: consents da ecuta CCAP/TULO 5 -TRANSVENDO 0 MUNDO COM AS CRIANGAS. 5:1 Trarever para wansfrmar [52 Inventeo de esouros materi da infra Un Inbutoa Maro de Andrade 1521 Av unidades de educaio infantil come guandiis do patriméio material das cence eds infncas 522 Inventariando e inventandooeotidinno conn as cangas:a Pedagogia das Mies 523lnventndo osnventirio: mstoologi tli 53 Relato deexperincn arte compromins de ouvir o terra que habitats: possblidades de ‘scat da comunidad 54 Compreendendo o mundo pelos hose defini das cians POR UMA FEDAGOGIA DAS MIUDEZAS QUE (CELEDRE A GRANDEZA DAS CRIANGAS, [REFERENCIAS ANEXO ma 155 ass, 199 10 182 13 166 mm 7 PREFACIO Illia Oliveea-Formosinho Universidade do Minho Universidade Catia Portugues, Este livro resulta da tese de doutorado de Bruna Ribeiro Inttulada 4 escute como matéria prin das pdagogis participations: a canstugao de saberespraxeligices de uma paige qu esc! que et acompanh com gost. Representa um camino de pesquisa que a Bruna fez caminhando dentro de perspetivas. soco-histéricas culturais © pedagigicas que se vdo elas priprins dinamncamente reconstruindo, em processos de procura da qualidade do cotdiano, Estes processos que sie longos esto abertos aes cantributos dde quem descobre a grande importincia da educagto de infancia «quando de qualidade. De quem descobee também que a sua beleza © seu desafio residem no dup dislogo que se faz aderindo aos Propésitos de uma cultura pedagégica secular, mas também sscutando os atores loeais com quem se almeja transformar a ‘qualidade ~crianga, professors, pais. Escutemos Goethe (escrito, poeta ecientista aero do sculo 18) quando mos lembra que “O que tens de heranga de nossos avs, sganbao de novo para the poderes dhanares teu". Para. podermos chamar nossa a essa riquissima heranca pedagégica, no nos ppodemos limitar a repetila. Essa heranga universal honra-se Alesenvolvendo-alocalmente, construindo uma praxis de (qualidade. Hoje conhecemos as caracterstcas de tal praxis — Informada mas situada, conhecendo o universal mas recriando-se "RIBEIRO, Brana A sn como marin de peg paitins « sonst de sets yong de me peg ge, 202 Tee ‘Doutordo, Univentae do Sto Pas, So au 2021 Dopo ene pal! vee unpre daponieal SASL 634 ED) 5 no contexto local, convidando todos & participacio na étca do respeito pelos saberes de cada um e pelos saberespartilhados, Desejo que este lio sea ido e compreenido no coragdo dos desafios de quem se abera da Pelagogia como amplo espago para aprender, para partihar aprendizagens e para respeitosamente dlesafiar a comunidade profssional e a comunidad académica a mais aprender. Usando a minha expresso, Bruna dispdese neste processo & sprener em compan almejando tansermar ms conan. $8 asim se poxlem percorrer es caminhos longos de transformagso como 08 cexigidos pela reinvengio do cotidiano pedagégko ~ escaa plural, Aidlogo miitipos,conhecimento e respeito pela realidad lca E este o grande desafio da praxis pedagégica enquanto agio «que se cria na procura de saberes que a sustentam e na ética da Felagio eescuta que nos permite conhecer os popéstos, os anseio, (os sonhos dagueles atores sociais com quem desenvolvemos a praxis trnsformadora Precisamos de convocar uma energia crativa para pensar 0 homer, a humanidade eo papel da educasSo no desenvolvimento pessoal e coletivo, Precisamos de acreditar que a educagio deve ‘constituirse numa via democritica onde todos e cada um tém slitetoa mats ser, mais fazer, mas também a mals aprender, Com a amizade da Julia Formosinho, 16 ‘Acescuta da crianga como sustentéculo das pedagogias participativas Joo Formosinho Universidade do Minho Associaho Cranga Ensinar o mesmo conteiido a todas as eriangas ao mesmo tempo da mesma manera fol visto durante muito anos nio $6 ‘como a solugio mais racional e cientifica para © ensino, como também como modelo de realizagio da igualdade de ‘portunidades educativas, [sta conceyo de igualdade de oportunidades educativas era luma mistura de um conceto ideoldgico de igualdade (vista como tratamento uniforme para todos) com a tradigio burvcritica da administrago pblica de radio latina Esta mistura de racocinio burocriticoe valores “igualtérios lraduz-se numa concegdo de igualdade como unifirmidade. Isto & igualdade de oportunidade quereria dizer o mesmo tratamento ‘para todos, independentemente das suas diferentes competéncas, Interesses, necessidades, propésits ou variagies no progresso da aprendizagem, As pedagogias partcipativas rompem com este modelo bburocritico, pois a sua principal finalidade centrase no ‘envolvimento da criangano se prosesso de aprendizagem. Assim, a escuta da crianga é a matériaprima das pedagogias partcipativas, pots situa cada crianea em relagio ao seu proprio rocessoe situa o seu progressonesse proceso de aprendizagem, ssa idea participativa implica também a partcpagio do professor. Na educacio infantil, a participagio desse educador de Infancia implica a sua capacidade de harmonizar as vozes ~a das criangas a sua propria ~ no desenvolvimento do processo de aprendizagem. "7 A Iogica buroeritica da organizacio ria obstéculos 20 Drogresso dessa partcipagio (quer das riangas quer dos profisionals), pois baliza a ago pedagégica mais pelo ‘umprimento das regras processuais oa normativas do que pela anilise do progresso das aprendizagens da crianga ~ de cada crianga edo grupo. No mundo contemporines, o dominio dos processos de aprendizagem e a competéncia para constrir projtos de agio consequentes € muito importante, © mundo contemporineo & muito diferente daquele que, no século passado, eros esoidifico ‘© modelo burocritico como instrumento do Estado para expandir ‘econsolidar o modelo da escola para todos. Devido a globalizagio, Asmigrases massivas ed livre cculacio decapitais, bens, servigos «© pessoas inerente a globalizago, est presente nas escolas aus uma importante dimenséo intercultural. A dimensio cultural ¢ ‘comunitiria da escola tomouse tio importante como a sua imensio intelectal. As escolas, quer vistas como comunidades de profissionais {quer vistas como comunidades de cviangas em aprendzagem, si0 hoje Bens sociis e culturais essencais a uma sociedade plural. A cscuta tomou-seincontorvel na Pedagogia. ‘A tese da Bruna revela grande sensibilidade & escuta © Aispomibilidade para tomar a escrita auténtca no mbito dos processostransformativos. APRESENTACAO Retomando nossa orelha verde! ‘As orias verdes srvom part ouvit as peas, oe sarin eas concer ds range (vi, San) Este livroé fruto de encontros! [Encontro com adultos com cranes, com a clanga que fai que fomos, ainda reside em née! Encontro com distintos saberes © conhecimentos provenientes de uma poifonia de vozes. Encontro ‘com meu eaminho e minha esotha profsional ede vida que sempre cesteve eet) ligado basen peloespeito s riangase suns infin. Mas este liv também é frato de confrontost Confronto entre saberes advindos da Academia e do cotiiano, da teoria e da pritica, de especalisas, profissionais © criangas, confronto entre ua ciénca mais postvistae cartesiana versus. paradigma da complexidade. CConfrontos entre dstntossaberes que me fizeram questionar e buscara consrugio de um conhecimento menos compartimentado & feagmentado, menos autritirio e mais gob, rato de um Todo que, _noentant, mais do que soma das pats. Encontros e confrontos provenientes de extensa pesquisa tesrica e empirica que envolveu revisies bibliograficas © locumentais a respeto da temitca da escua, partcipagio infantil « pedagogias partipativas, mapeamento da produso cientifica 1A posi do talon Gian Hod nada“ hom de osha werd 6 consierda = meifra maior para sinter ua pedagogue ela Park 1” racional e estrangeira, reflexes sobre experiéncias em curso, ‘vista a unidades educacionais em quatro paises, conversas com renomados especialistas do Bras, Portugal, Espanha e Ilia, ‘studs de aprofundamento in loco nesses paises, prncipalmente, didlogo, debate eescuta de ciangase profisionais que atuamh na educagio infantil e que eulminaram na tese! de doutorado, Aefendida ma Faculdade de Educacio, da Universidade de Si0 Paulo, eque serve como ponto de parti deste livre. Mas este livronasceu muito antes... Nasce de uma trajetéria {de mais de 20 anos dedicados a buscar compreendet © escutar as ‘riangas e suas diferentes infincias em nosso imenso e, ainda dlesigual, Brasil. Em minha trajetria como pesquisadora. das infincias, professora universitivia, formadora, assessora em diferentes municipios brasileiro, fundadora de um Instituto? de pesquisa e (transformagio educacional tive a oportunidade de ‘escutar € aprender com bebés e criangas de diferentes Estados © municipios brasileiro que vivenciam distintasrelidades:escolas ura, urbanas, escolas adaptadas em situagdes de extremo esrespeito e descaso pelo poder pablico, mas também experifneias de extreme respeito e comprometimento com as criangas, frjadas por profisionais compromissadas e também desejosas de institu um cotidiano e uma pedagogia que respeite as ciangas seus direitos fundamentais, ‘Assim, est livro €fruto de experincias passadas e presentes ‘queme atravessam por isso mesmo impactam meu olha. fruto de muitas mios, olhares e vozes, provenientes de ‘encontros proficues que tive com profsionas de diversas partes do Brasil, mas cit, em especial as profissionais que atuam na ree de ‘ducoso infantil paulistana (onde atuei por mais de sete anos como assesora peagogica do municipio) que compuseram 0 Grupo de So eretagio da Prof DP Sande Matis Zikin Lian Sous (USPBrh © supevsao evrangara do prof Or Aledo Hoyusl Panilo (Pnpons: Espen) Prof Deli Ot Femi (UCP Porta, "tuto Pahari de (areas elucaera pawn asboo ‘exmiCentobateda cana ‘Trabalho Acatours dis Incas que tive o privilgio de coordenar. Essas proisionas inguitas e comprometias foram essenclas rt coeta de pate dos dados que me enssjaram reflexdes posterior. Obviamente, no poderia deixar de ctar as aizes dese estudo nas vozes das mais de 300 crangas escutadas da rede de educacio infantil do municipio de Sio Paulo e nas demais criangas que tive ‘© privilégo de conhecere partihar momentos de escta ativa, ‘Assim, todos os encontros, tropegos, percalgos,tenativas, eros, nova tetativase confronts dessa jomada tiveram como fio ‘ondutor a minha lesldade 8s criangas. Flvia Rosemberg. nos lembra que & preciso escolher nossa leakdade,eacrescento, de que Jado estamos: da pedagogia tradicional ou de wma pedagogia que reconheca os bebés € criangas pequenas como protagonistas, sueitos com agnciaedireito& partcipasio? Escother estar 20 lado das criangas, no atual moment histérico, significa a recusa por uma educagio para a passividace © anestesiamento coletivo e a atuagio dia apés dia para que uma peslagogi da participacioe consequentemente, da escuta se instaure ‘egane vida no cotdiano das instituiges de educago infant. Este livo busca compartlha parte dos achados dessa busca por uma pedagogia mais coerente com as potencalidades das ctiangas, mas ressalto que essa busca néo se encerrou Provavelmente, nao se encerar jamais, pos as criangas sfo 0 que ‘existe de mais novo na humanidade, © que nos convoca e desafia constantemente a buscarmos compreender sua maneiza propria de ‘pensar, ver, se expressar, se relacionas, ser e estar no’ mundo, ‘maneita esas, dstntas dos adultos. ica aqui convite pra que mais pessoas se juntem essa busca! Para que aionemosnossas orelhas verdes, peguemos nossa enxada & Sejamos dariamentecagadores de achadouros da infincia, ‘Sou hoje um caader de achadours de nna ‘Vou meio dementad eencada i conte a 2 cavar no quintal vestigos dot meninos que fms (Manoel de Baron) Bos leitural Bruna Ribeiro INTRODUCAO A cescuta para além das palavras. eft sobre escuta no Ambit da educa infontl &adentrar um universo compleo, pemeado por ditints abordagens © sigfcges No enfanto, a escuta abordada nest vo no se configura como mero recurso. diditieo ow procedimento retodokigco a ser utizado em ocsies epecfins © pontuais A esquib (RIBEIRO, 2021 que deu orig aoivo situa acacia como elemento essnchl, como matérinprinaindispersivel para cfetivagio de toda e qualquer podagogia de mati paricipativa, emiasada em uma imagem de raga potent, capaze com géncin ‘Nese perspeciva, a escuta diferentemente do mero ouvir, relaionado apenas capacdade auditva, val exigir conhecimentosespecifces e profsionais para sua conseouo no cotidiano pedagégico das unidades de educa infant previo aprendermosa excuse! -Asprendizagem da esata se fr necesita do ponto de visa da manutengio da nosa humanidade como da perspectva do exericio da profisonaidade docente na edueagSo inant [No entano,& proio aprendermos a escutar para além das plavras buscando construir uma escuta (om todos o sentido) que basca compreender 3) inficia(s)em sia rela om 9 ‘mundo (MALAGUZZ1, 194 spud HOYUELOS, 208, p30). Mas como percorzer cainho do mero ouvir para a escuta profissonal? Que saberssdonecessrios para esa raves? Que _graatice peg? sustenta esa travessin?E qual agramstcn da tse us, © cpus de conhecmentosindispensivels para “paiva ect fens ergo lain cal engin cur con ten, Teno ciao por Ove Formein (20180) consecugio de uma pedagogia da © que escuta no eotidiane pedagogico das unidades de educagio infant? ‘Visando investigar que conhecimentos seriam esses e assim lelinear uma Matis de Sabees (ow Mosaio) a respeito da escuta na educagio infantil composta tanto de saberesoriundos de aportes tedrieos consolidados, como de diferentes vozos de distntes atores, buscamos uma metodologia fundamentada na. “construgSo” coletiva epartilhada de conhecimentoe no na mera “extragso" de conesimento, Para tal, buscamos caminhos metodolégicos que nfo 0 da racioalidade clentiica totaitria, que como afima Santos (1888, pls), "nega o carter racional a todas as formas de conhecimento {que se no pautarem pelos seus principios epstemol6gicos e peas suas regras metodoldgicas” (SANTOS, 1988, p.8),fechando-se, assim, a multas outas formas de saberes do mundo. ‘Tinhamos convicgo de que a investigago 36 fara sentido se Imbuida do objetivo de produzir saberes e conhecimentos pedagdgicos que ausiliassem na vida cotdiana de protissionais que atuam na educacio infantil, melhorando, assim, a vida de Debi erangas pequenas esse sentido, comungamos com a ideas de Boaventura de Sousa Santos (1988, .69), que afrma que “Todo 0 conhecimento ‘entifio visa constituirse num novo senso com" Por esa afiemagso, 0 autor ndo pretend afirmar queaciéncia poemodema deve desprezar 0 conhecimento cientifico, mas sim que ela deva “dialogar com outras formas de conhecimento deixando-se penetra por elas" (GANTOS, 1988, p70), pois todo “onhecimento se deve traduzit em autoconhecimento™, ou sea, ser apropriado pelas pessoas e nfo ficar preso nas Acdemias, Iaboratérios...O conhecimento, nessa perspeciva, deve estar a servigo da vida, dos seres humanos eda humanidade SANTOS 198 p97, TeV SANTOS 198 P70 Tes 4 Falar que a clgncia deve “sensocomunizarse” ¢ falar da aproximacio dos saberes cotidianos e cientificos, produzindo assim um saber pritico que ajude as pessoas a viverem melhor & que contribua com suas vidas. ‘Apés uma longa busca por metodologias transgressoras a favor da escuta de adultos, bebés ¢ criangas pequenas € que ‘optamos metodologicamente pela realizacSo de uma investigacio praxioldgica (FORMOSINHO, 2016; OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2016), apoiada em uma abordagem polivocal de métodos riltiplos - Mosaic Aproachh (CLARK, 2017; CLARK; MOSS, 2O12), tendo como inspiragio © paradigma da complexidade (MORIN, 2000; 2005; MORIN; CIURANA; MOTTA, 2003). ‘A inwestigaclo praxilégica tem san ggnese relacionada & necessidade de uma investigagio educacional itil para a transformacio de contextos e processos e para a construgio de saberes praxioligicosvisando promover, fundamentar e pesquisar tuma prixis pedagégica transformadora (FORMOSINHO, 2016) além de buscar “fundir a ago a investigaso,ineluindo as vozes dos partcipantes’ (FORMOSINHO; MONGE; OLIVEIRA: FORMOSINHO, 2016, p18) Optar, metodologicamente, pela investigaglo.praxioligica significa assumie a9 caratersicas de contextualidade, ‘omplexidace, holicidade, conectividade, subjetvidade € ntersubjetividade da agSo humana (FORMOSINHO, 2016) No entanto, frente 20 nosso contexto especitico de investigagio permeado por ealidades mulifacetadas, pensamos ser Gil nos apoiar,além dos aportes da investigac3o praxioligica (este entendido como sustenticule principal do estudo), em uma ‘utea abordlagem multimétedos denominada Mosaico (Mosaic Approach), fdealizada pela inglesa Alison Clark, pesquisadora da Unidade de investigagio Thomas Coram, do Instituto de Educag#o dda Universidade de Londres, com a contibuisio de Peter Moss (CLARK: Moss, 2011), *Parasber mai ver ap. (RIBEIRO 202 ‘A opsio por nos apolarmos em alguns contributes da Abordagem Mosaico ¢ sua ampla gama metodoligiea se dew por concordamos coma premissa defendida por Santos (2008 p.77-78) de aque “cada metodo é uma linguagem ea realidaderesponde nalingua «em que 6 perguntada’. Iso signtia que somente “ima constela0 ‘de métods pode eaptaro silnclo que persist entre coda lingua que pPergunia” € somente uma aberdagem caracerizada por uma luraldade metodolégica nos auxilara em nose inten, ‘© Mosaico (Matriz de Saberes) sobre Escuta apresentado neste tivo fol composto por distintas pecas, provenientes de distintas fontes e hase de dados ede diferentes vores e experincins, As dlferentes pegas do Mosaico foram artculadas tendo-se ‘como inspiragdo © paradigma da complexidade (MORIN, 2000; 2005; MORIN; CIURANA; MOTTA, 2003), onde buscamos um ‘Todo que & mais do que a soma das partes, um conhecimento ‘omplexo, no sentido original do termo (complexss) que significa “aquilo que foi tecido junto” e, por isso mesmo, nio pode ser colhado de forma fragmentada e descontextualizada ‘Assim, a Matrz apresentada neste livroexplicita um corpus de ‘onhecimento denso, plural, complex fruto do enconto da teoria ‘com a préxis e de uma polifonia de vozes © saberes distinos. CConhecimentos identificados como necesiris para afetivagio de ‘uma pedagogia participativa, que tem na escuta o seu dmago © 0 cotidiane como léeus prvilegindo de exsténca, demandando, assim, a assungo de uma pedagogia da cotidianidade, [No entanto,conforme explicitado no decorrer dos capitulos, situaraescuta como ceme das PedagogiasPartcipativas significa uma profunda mudanca de paradigmas que pressupie a revisio € fundamentasdo teérice-pritica em relaglo ao papel do adult, da crianga, da relagio ensino-aprendizagem, do curriculo, entre ‘outros, alm de estar alicegado em um projeto de educagio © sociedade caleado em valores democrticos. ‘A escula compreendida como ato politico ¢ cerme das pedagogias partcipativas nio é neutra e deve estar atrelada a um Projeto educative maior, um projto de transformagéo social que 2% atua na contramio de projeto de educagio pars a passividede, silenciamento eanestesiamenta coletive. [Nesse sentido, consideramos ser pertinente enecessério que a presenta da Matrzde esta foseeprecedida pela discussio do capitulo 1 (PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS) que situa a servigo dde qual pedagogia a escuta se coloca, qual sua relagio com a Pedagogias participativas e transmissvas, discorrendo sobre a dliferenga entre esses dois paradigmas,situando onde estamos em termos legals em relagio 4 escuta e participasso infantil e evidenciando que assumir uma “pedagogia que escuta” no se trata de uma escotha apenas metodoldgica ou didatica e sim de ‘uma escotha ética, profissional, politic, social relacionada a um projeto de educagioe saciedade. © capitulo 2 (A ESCUTA COMO MATERIA PRIMA DAS PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS), apresenta breves notas sobre 0s constructos terios e metodolégicos de costituigdo da Matra, para em seguida, discorzer sobre a Matris de Saberes a respeito da escuta © patticipagio na educagio infantil feuto da investigagio Praxiologica eda atiulacio de saberescomplexos e provenientes ‘de uma polifonia de vozes. A Matiz tem por objetivo auxiliat na ‘ransformasio do cotidiano, de modo a tomi-lo mais dialégico e partcipativo por meio da refleo econstrugio de wma pedagogia a cotidianidade, que tem como ceene a excita ‘A Pedagogia da cotdianidade & abordada no capitulo 3 (A PEDAGOGIA” DA COTIDIANIDADE), que evidencia a recessdade da escuta no 6 da rianea, mas também do contexto ccducativo, e propbe uma investigacio do cotdiano que permite cenxergar 0 extraordinivio no ordinério © que esté a servigo da transformagio. ‘A escuta das criangas como elemento essencial para o planejamento, registro, documentagSo pedagggica,enfim, para as ages votadas para as criancassejam elas ocorridas no interior das lunidades educacionas ou no ambito das plitias pablicas, 60 foco do capitulo 4 (A ESCUTA DE CRIANCAS COMO BASE PARA A QUALIFICAGAO DAS AQOES COMIDIANAS E POLITICAS 2 PUBLICAS), que apresenta ainda os resultados de uma escuta realizada com mais de 90 criangas, que se expressaram sobre seus dliteits fundamentais, ‘O quinto e timo capitulo (TRANSVENDO O MUNDO COM, [AS CRIANCAS) celebra as competincias das criangas © su capacidade de “transver”o mundo, convidando osas profissionals que atuam na educagio infantil a serem “profssionais do maravilhamento” e as unidades de educagio infantil a serem {guards do patrimOno imaterial das crianga e das infincis, ‘Ao final, sio tecidas, ainda, algumas consideragdes que cevidenciam que a escuta a porta de entrada para aconsecugio de ‘uma Pedagogia das Miudezas. CAPITULO 1 PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS cariruLoy PEDAGOGIAS PARTICIPATIVAS 1L1 A roupa nova do imperador: 0 que podemos aprender com as criangas? 0 RELESTA NUt Dise wma vo: bainha, mas gue comoa orga de tam tro evo edezon a muti perplexa Em wn prio momento, toes fram esandalzadosehororzados. Quem tee ous de flr {al heresia sobre 0 magnifico trae do rel? Quen ousri dizer tal cise? Somente wm insenseto,disiam uns... Mas que ousada, comentaoar utes. E, as poucs, de hororizades fara cursos para saber de onde provina tl fon, Quem teria tansenhaaudicie corage? Eis que, 4 uli se abe e uma pequenacrangase deste e olando nos ohos do ei eet em aloe bom som, pare todos oie: O re est nu! Mutos irae debocharan: ah, somente uma crane para dizer wm tarda deses, uma coisa desas! A matora no dew importa mas ‘medida que 0 rei camintave, algo no olhar da multidio foi mudando. ‘chicos comecaram garcoan forge ori est i. ore esté ma Até que firlmente, «multe, olkando pelos oes dacranca, no dia mais meyer 0 que vi: Sim, 0 rel estaca nu! No era mais pose! “no ver” o que eseoa su frente! O rei, ano, mas tentando manter a ordem, pensou que oir squeacrianga podria tar sua autoridde, por isso opto por continua 224 defile, pefrindo negar « verdade, mas no fndo ee sabia que @ rang tnha reco, ele fora um too estan Muitos, end sem querer ver, pensaram gue dara mito trabalho ouvir o que agua cianca dia, tram que fazer mits mudancs no seu ‘modo de se relacionar com ori prefeira ignorr. Outros, motioaios pelo olkar destemido © honesto da cringe, assarame eign eu olhr ecm iso sua sk do entormo mus, a ivan o re nue compreenderane que sua visio esta condlcionada plas ‘elas regrasdoimperador. Algo precisa se fit, ‘Assim como na histria, a eianga nos ajuda a ver aquilo que muita yeas permanoceoculo para ns 4 a preferimos negar, mas que est a nossa frente, Refletir sobre as diferentes vooes © olnaes da Fistéria A rug noe do imperedr: vor dori (discus dominant), dda multiddo (diseurso que legtima o discuso dominante) ou a da «rian (contradiscurso"), nos possbilia pensarmos sobre qual ohigat ddavordacsianga nasociedade contemporineae, mais especicamente, as tiades de cog nfatil. Eainda nos mobiliza a questionarmos sobre quais mudangas, no dmbito da peslagogia, escutaressas vozes nos convoca? Simy porque escuar as vozes infantis, assim como na hist, ‘nos conduz outra forma de olhar © mundo, vendo nuances antes imperceptveis ou até mesmo tidas como menores, Entetanto ter coragem de no secalardiante da nudez do rel, valorizando a vor da erianga mesmo conta toda ma mult, cenvolve uma série de dispositivos complexos como ver (observar a situagio real que se encontra frente, nlo se iando apenas no dliscurso do belo trae), escutar (sem preconceita, na caso, acrian), falar (compatihar o visto) e se posiionar diante da situagso (muitasvezes, eevendo seu olhare postr. Escutaro queascriangas timadizer ése abrir para outras formas de perceber,interagr,interpretar, sere estar no mundo, ampliando assim nosso olhar e nosso conhecimento a respeito desse sto, De ‘condo com DAHLBERG; MOSS; PENCE (2003, p.8),"somente a ‘rings owsa pensar © impensivel e, assim fazendo, conchima 0s ‘utros a entender © mundo de wma maneira diferente e a adotar um “contradiscurso” Sobre sso também nas fala Malaguzz (1994, apud * Verso contd pla autora ca itr oii de Hane Chistian Anders Tero ulado por DAHLBERG: MOSS PENCE 203 pa "tenis Malaguzl Tabet Lvs Malas, Young Chee jlo e198 32 HOYUELOS, 2009) que firma que aeransa & capaz de ir além para lar novo significado aquilo que a rode, (© poeta Manoel de Barros em sua poesia “Olhar”,contaquetve ‘uma namorada que via “errado” ejustifiea explicando:"O que ela via ‘io era uma garga na beira do ro, 0 queela vi era um rioma beta de ‘uma gaa, Ela despraticava as normnas”. Esse lhar que vaialém das norms, que ultapassa fronteiras, também pode ser atribuido x criangas, 6 que nos fala Reveco, para quem “as criangas sna porque sonham se arevem a fazer coisas distintas, no adultotemos que recuperar essa capacdade de sonhar” e, por que ni dizer, recuperarnosss capacidade de ver eescutae “Recupera, (aprender... porque vere escuta as criangas no {algo natural, espontineo; para ocorrer precisa de olhos ouvides [preparados, disponiveis, apoiados em dada nogio de eianga, em. ‘uma intencionalidade edueativa, um propésito claro, firme e persistent de escutar, olhar, e, 2 partir dessa escuta, garantir © protagonismo, tori e participa infantil, Para escutar a crianga &necessério sai da posiglo de poder absoluto (re), da posgio de poder que os altos como categoria social geracional exercem sobre a categoria da infancia e nos dlispormos a compartlhar esse poder, © nessa parti, aprendermos mais sobre as eviangase suas formas de construsio de conhecimento. Escuar 0 outro exige que terihamos humildade para legtimar 0 ponto de vista do outro e ter coragem, como na histriaabaixo, para pedir ajuda para othar Diego nto conhaca © mas. O pa Santiago Kovadlotlvouo ara ‘que descobrise 0 mar. Vijaram para oS. le, © mat, etava ‘outro lado das duras alias, experando, Quando 0 menino € o pai fnfim alangaram aquolas altures de aria, depois de muito "Trecho enduro pola sutra da Confrtci de Ofin Reis de 1 Univeidad Cental de Chil, sobre "Tapas como tame de vii _ealanda no Congress Itrnaconal de Ec nel oda en Bacon ‘or dias 50 defanhoe | deno de 012 onanzado pla Aoi de Mess caminhar, © mar estava na ffente de seus olbos F fo tanta a Jmensido do mar, e tanto fulgr, que o menino Fos! mido de beleza quando fnalmenteconseuis falar, tromendo, gaguendo, edi a0 pat Me ajuda a alae! (GALEANO, 201). ‘Mas, quem sabe, nio sera 0 caso de subvertermos a bela Istria de Galeano , nés adultos, diante da imensidio & complexidade da infinci, pedirmos ajuda criangas para que clas nos ajudem a lhar! Eo quesora que elas tém a nos dizer? 112 A roupa nova da pedagogia: as pedagogias participativas ‘A PEDAGOGIA ESTA NUA! Anunciam e demsncism diariamente as eriangas nas unidades de educacio infanil de todo pais, Bo que isto significa? Significa que, talvez, como na histéria do rei, as criangas ‘steam nos mostrando diariamente algo que ests bem diante de rnossos olhos, mas que as priticas pedagégicas continuam Initerentes ‘A crianga, através de suas insimeras e miltiplaslinguagens, através de seu comunicar, sentir, fazer se relacionar, sere estar no ‘mundo, nos convida a enxergarmos © mundo de outra forma. E ‘quando passamos a ouvir e observar a crianga real a nossa frente, inevitavelmente surge um questionamento: estario as velhas edagogiastrnsmissivas e seus aparatos que colocam acrianga em lum lugar de passividade e submissio, dando conta de toda a potenciaidade infantil? Nao estardo as vozes, as brincadeiras, os fazeres das ciansas mostrando a insuficiéncia desse formato? Que escolhas pedlagigicas podem nos colocar em um caminho mais coerente ‘com uma visio poutada no dircito & “participaséo, autoria & protagonismo infantil"? "Appedagogia esti nua significa que, mesmo que uma mutidso fina no perecber as erangassabem o que esté acontecendo, elas sabom que muitos sleciam apenas por conivénca ou conveniéncia, para nio se indispor com 0 rei, no caso, a “tadigéo buroeitica insalada’, ou, nos dizeres de Formosinho; Araijp (207), para Perpetuar “a pedagogia de autor andnimo" do século XX. Sobre essa pedagogia de autor anénimo, Formesinho (2018, p19) elucida que cla é assim chamada "pois ado é possivel identfcar ‘sum autor como personagem individual para esta ‘pelagogia burocrtica. O pedagogo andnimo "ganha corpo” numa pluraidade de atores/autores sociais que, tendo interiorizado 0 saber construide pelos autoresatores da histéria coetiva, 0 “mateializam” (em decretos, normas, regulamentos, instrugbes, projetos educativos e projtos curriculares de escola, de turma,

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