You are on page 1of 149
Cole Cision do oso iB CCaordendon: Tin Ramo Freana— Universidade Federal do Rio Geande do Su Bp = ler Cerguci Santon Universidade Federal de Serpe ka Diu Bichara Universidade Federal da Babin Jos Basa Freie ~UniveradeFxtadoal de Campinas Maria Bora Soe ~ Unive de Barcelona Mii Storck Pana ~ Universidade Federal do Rio Grande do Sal “Tuauko Morchids Kshinoe - Universidade So Plo = 0 brincar da rian stud sobre odeseneoviment fat Philippe Guron = Simbiome 080 ‘iron Nein cd atidade itlctual e motos pels gos edustvns ‘be Onde Decroly Sa Eugenie Monchamy Ah brncae crn om dexemeeonent Catherine Garvey Sogn ees ~Asadotcas Jean Val ‘ado Internacinsn de Catalgas ma Palen (CIP) (CimaraBrascirado Live, SP, Bras) ‘Garvey, Catherine ‘Ate ing m devine Carine Garey teal de Aen fee Papal RI: Vos, 2015, (Cle Css do go) “Ti rina ings: Py the developing hil Isa oreass2esins.s 1 Mince Asolo pois 2 Chagas Desenaiinene 3 Jogos 4 Psa inant 1 Til I Soe Ince ja log net: a etn: Dessvovinen Psicologia nl) 1554 Catherine Garvey A brincadeira A crianga em desenvolvimento Tradugio de Vera Joscelyne y EDITORA VOZES | Petropolis, (© 1977, 1990 by Catherine Garvey ~ Edo ampli “Tizlo orginal inglés: Play ~The Developing Child Diritos de publica em lingua poreuguest ~ Bas 2015, Editors Vous Leda ua Fei Ls, 100, 25689:900 Peels RJ sro voues.com. br Brasil, “ado os drcitos reservados. Neahuma pare dest obra poe se epradida ou transits por qualgue forma ef quasguer meos {elednico on mecinic,nsuindo forespiaegravagio} ‘ow arqivada em qualquer sistema ou banco de dados se permis seria da editor Dirctoreitoral Frei Anno Moser ditres Aine dos Santos Cari Jose Maria da Sea iho Pere Maniac Lotsine Oleik Secrets excutvo ‘oo Baits Krewe aitonagios Mara da Concigio B. de Sousa Diagramagio: Sandra Bee Caps WM design ISBN 978-85-326-5005-4 odio Brasleea) itd confrme 0 novo acordo ortagrfce, ste lve fo compost impress pela Edtoea Vous Leda Agradecimentos Grande parte do trabalho de pesquisa para este livro reve 0 apoio de bolsas concedidas pelo Instituto Nacio- nal de Satide Mental (Departamento de Sade dos Estados Unidos, Educagao ¢ Bem-Estar). A cooperagio de virios jardins de infincia e de suas criangas brinealhonas, que dlevem permanecer andnimos, € agui reconhecida com gra- tidio, Devo muito também a Rita Berndt, Sandra Bond, Robert Hogan, Alicia Lieberman, Clementine Kaufman Stuart Hulse por seus valiosos comentarios sobre as pri= miras versdes do liveo. Uma nota especial de agradeci- mento € devida a Fred, um gato idoso, mas ainda com uuma fértil imaginagdo, que me ensinow muita coisa sobre a brincadeira, Sumario Apresentagio da colegio, 9 Prefico a edigao ampliada, 13 © que é a brineadeira2, 17 A historia natural do sorriso, 43 [Abbrineadeira com movimento ¢interagio, 55 Abbrincadeira com objeto, 81 [A brincadeira com materias sovais, 139 [Avbrineadeira com regeas, 175 [Atbrincadeira ritualizada, 187 Aprendendo a brinear, 203, 10 A brincadeita e 0 mundo real, 239 Sugestio de letras, 281 Caritas, 285 Indice remissivo, 287 1 2 3 4 5 A brincadeira coma linguagem, 111 6 7 8 9 Apresentagao da colegdo AA rea de estudos sobre jogo, bringuedo, brincadeira « ludicidade, a despeito da erescente quantidade e varie- dade de oferta de titulos no mercado editorial, clama por ampliar © acesso, na lingua portuguesa, a obras por vezes ‘muito citadas, mas pouco conhecidas de seu piibico leitor, quer por encontrarem-se com edigio esgotada, quer por no contarem com tradugio em nosso idioma. A intengio da Colegio *Clissicos do Jogo” & pois, re nir obras consideradas fundamentais nessa ‘rea, tornando: as acessiveis aos interessados pelo tema Seus tiulos sio, hoje, independentemente de sua ant: ‘guidade, clissicos ~ naquele sentido aventado por Canetti 2009)’, de liveos sem os quaisj 10 & possivel viver. Se tomssemos as palavras de Schopenhauer para defini-la, disiamos que a Colegio constitai-se daqueles livos eseri tos pelos “verdadeiros autores, os fundadores ¢ descobri ores das coisas, ou, pelo menos, os grandes e reconbeci dos mestres na rea” (2008, p. 61) entifics-los, porém, nao € rarefa facil, ainda mais em uma época marcada pela valorizagio do novo, em que im- pera a cultura da obsolescéncia na qual tudo fica “velho” rapidamente, sendo logo substicuido por alguma novida- de, Nessas condigdes, nem mesmo os clissicos querem ser lassicos, como declarou Gadamer: “nao quero que se aga dde mim um clissico, do qual se coleciona tudo que uma ver se tenha dito, ¢ se deixa de lado” (GRONDIN & GA- AMER, 2000, p. 221)’. Ao contro: vale, aqui, a maxi ‘ma eunhada por Barthes (1992)* de que clissica € a obra que se dé a ler a0 longo do tempo. Por isso, sem concorrer com os demais titulos relacio- rnados ao tema do jogo, que se prestam a introdugdo a0 assunto ¢ a orientagio de praticas, os titulos da Coleco “Clissicos do Jogo” pretendem contribuir para adensar rea, oferecendo, com a sua I acesso aos fundamentos e6ricos mais profundos desse campo temitico. Além do mais, haja vista a sua interface com outros temas, tais como fantasia, imaginagio, écio ¢ lazer, por exemplo, sua amplitude tematica acena com a possibili- dade de um amplo leque de ttulos, o que permite divisar a longevidade da Colegio. SGHOPENALER AA re deserve rt ere: LPM, 208, (0, fie as ge Pet Sasi [le LEP Pace. 479) 2 GHONDI, & GADAMER,H-6.Envewsta de an Grain 2H: Gian" trope digs ba rei su itr de eta I: ANEDA, CLS lea ements: ibs de Hr ea Gace Porto Alege "BARTHES, R12 ie anes Noa 10 Queremos exer que a publicagao dessas obras pode vir a colaborar para revigorar 0 estudo do jogo no Brasil e nos: demais paises de lingua portuguesa, oferecendo novas ¢, 20 mesmo tempo, ja consagradas fontes bibliograficas 20s interessados. Tania Ramos Fortuna Goordenadora da Coleco *Clissicos do Jogo” ” Prefacio 4 edigéo ampliada [A brineadeira atrai professores, pais, cientistas sociais e eriangas pela mesma razao ~ ela permite um mimero ii- ritado de possbilidades de experimentar ideias novas € claborarideias antigas recombinando-as retrabalhando- a5 4 luz de novas descobertas. Desde a publicacio ori nal de Play, virios fatores se combinaram para aumentar idade infantil 6 interesse nessa esfera to variada de ati “Mudangas na economia, nos estos de vida, e nas popula- Ges tiveram como resultado um aumento considerdvel da cdemanda por assistincia a grupos de eriangas, ¢ a urgente nnecessidadle de prepararse para prover o bem-estar, a edu- cagio ea diversio de um niimero crescente de criangas ‘pequenas de tipos diferentes de origens é um estimulo pars uma preacupagio renovada com © papel da brincadeira no desenvolvimento, Outro é a crescente apreciagio entre --relagao da brincadeira, especialmente 0 faz de conta e a brincadeira social e 0 cientistas sociais da possivel in bbem-estar das criangas. Pesquisas sobre o desenvolvimento dda competéncia social, da disponibilidade para a escolari dade formal e da capacidade para lidar com o afeto intra pessoal e interpessoal; sobre relacionamentos ¢ processos familiares; e sobre os problemas de criangas com deficién- cia, problemas mentais ou ateaso em seu desenvolvimento, frequentemente envolveram estudos de atividades lidicas ‘ow identifcaram a brincadeiea como uma influéncia positi- vva em outras dreas de desenvolvimento, Ainda outro fator sio os avangos em reas aparente- mente no relacionadas que fizeram com que fosse possi vel para os pesquisadores realizar investigagBes mais deta- lhadas da comunicagio, da metacomunicagao ou de sinais| sobre comunicacio ¢ © envolvimento social de eriangas brincando e das capacidades cognitivas que esse compor tamento sugere, Tanto 0 uso generalizado de gravagoes em videos para estudos observacionais nos lares, nas salas de aula € nos patios de recreio e abordagens mais sofistica- das para a analise de conversagio, de interagio social, de relagies interpessoais ¢ de diferengas culrurais esto con- tribuindo para uma compreensio cada vez maior da brin- cadeira ede sua significa ia para a erianga em desenvolvi-= mento. Além disso, uma apreciagZo relativamente recente dda brincadeiea social como uma realizagao interacional cextremamente especializada por si mesma evidente na cobra de um nimero de investigadores. Esta edig20 amplia- da de Play apresenta algumas dessas avenidas promissoras de estudo e resume as conelusdes de um niimero de inves tigagdes recentes, Ele contém dois capitulos adicionais e uma selegio atualizada de livros sugeridos para a leitura. O novo capt 4 tulo 9, “Aprendendo a brincar” compreende duas sessies [A primeira discute as primeiras experiéncias da crianga pequena com brincadeiras na familia © 0 papel de pais ¢ irmios na descoberta que a crianga faz das possibilida- dles de brincars observagdes recentes forneceram evidéncia crescente das influéncias sociais sobre 0 desenvolvimento dle variedades de brincadeiras. A segunda descreve algumas das caracteristicas do faz de conta social, uma brincadeira que veio a ser considerada algo muito mais complexo {ascinante do que se imaginava anteriormente. © novo capitulo 10, “A brincadeira e mundo real”, examina algumas das inimeras questées sobre o relacio: ramento potencialmente importante entre a brincadeica 0 desenvolvimento social ou cognitivo. Discute-se aqui as manciras pelas quais a identidade do género © os ¢s- silos de brincar podem se influenciar mutuamente; 0 re- lacionamento entre brincadeira ¢ amizade ¢ brincadeira popularidade, ou status entre os pares; ¢ Finalmente as similaridades e possiveis conexdes entre a brincadeira e o comportamento literato, especialmente aquele exemplifi- cado no ato de contar historias e na narrativa, Cada um esses t6picos & do interesse pritico de pais e educadores. E cada um deles também aborda questbes de importincia real ¢ imediata para as préprias eriangas, que estio en volvidas em adguirir estilos de brincar apropriados a sew sexo, que estio tentando conviver bem com seus pares & aprendendo a ter €a ser um amigo e que estio se confron- tando com usos novos ¢ cada vex mais especializados da Tinguagem nos ambientes escolares. 6 O que éa brincadeira? A brincadeira infantil pode as vezes parecer frig ¢ en. cantadora, bruta ¢ turbulenta, ingénua, ou, simplesmente, tola, ow preocupantemente perceptiva em stas represen: tagdes das agdes ¢ atitudes dos adultos. Se a observarmos mais de perto, no entanto, poderemos perceber padres de regularidade e coeréncia surpreendentes. Meu obje neste livro & mostrar o brinear da crianga de ama m por regras, que é de uma s6 ver, 0 produto © 0 re dla heranga biolégica do ser humano e de sua caps dle eriar cultura, O brincar é mais frequente em am perio dle desenvolvimento, Estou particularmente interessada em relacionar as estruturas da brincadeita aos usos produti- vos da linguagem, i que ambos sio influéncias poderosas| sobre a construgio da realidade da crianga. Mas comece- mos no inicio, com definigies. Um filésofo de Oxford, caricaturado (ou imortalizado) na pega de Tom Stoppard Jumpers, viu-se envolvido em I: “Sera que Deus exis- 1e?", ele se pergunton. Percebendo que a pergunta era uma pergunta extremamente dif irrespondivel, ele tentou uma trama ret6rica que muitas veves da certo, Reformulou a pergunta repetidamente, per untando a seguir: “O que é Deus?” efinalmente, de forma pouco gramatical, mas muito incisiva, “O que sio Deus?” ‘Vamos enfrentar 0 problema de definir nosso tema com ‘uma tética semelhante, ¢ colocar a questo: “Quais sio as caracteristicas da brincadeiea?” Considere esse didlogo puramente imaginario entre uma ine e seu filho de seis anos: = Tom, quero limpar 6 quarto, Va brincar Ii fora = 0 que é que voc? quer dizer com isso, va brincar Ii fora? = Vocé sabe muito bem © que quero dizer = Nio sei no, = Bem, entio saia ¢ faga aguilo que voc’ faz quando cesta se divertindo tanto que no quer entrar para jantar. — Vocé quer dizer ficar jogando a bola de ténis contra «a porta da garagem? Terminar de pintar minha bieicleta? Praticar ficar de cabega para baixo? Implicar com a irma do Andy? Ver se © passarinho botou ovos? E melhor omitir a conclusio do didlogo, que poderia cenvolver violencia materna, 18 Na conversa¢io cotidiana, é geralmente injusto e pro- vocativo pedir definigdes precisas de palavras familiares Mas quando um conceito familiar como agressio, intel sgéncia ou personalidade passa a ser um objeto de estudo, cle precisa ser definido ou delineado, pelo menos de uma forma suficientemente clara para que aqueles que contr buem para o estudo © aqueles que podem se beneficiar dele saibam que estio falando sobre a mesma coisa. A brin- cadeira é uma nogio especialmente resistente, mas deve~ mos tentar especifcar o que 0 termo significa ~ pelo menos ‘como ele é usado nas paginas que se seguem. Um bebé sacudindo sev chocalho repetidamente, um gatinho correndo atrés do proprio rabo, um grupo de ‘meninos absortos em um jogo com bolas de gude, uma ‘menina preparando um banquete complicado para os ha- bitantes ce uma casinha de bonecas, uma crianga peguena alegremente fugindo de sua mie, meninas pulando corda a0 som de um ciintico rimado, ua crianga usando os de: ddos para pintar dois macacos se alternando para atacar-se « fugir,um menininho dando palmadas e repreendendo seu ursinho de pelicia ~ todos esses eventos, serio eles bri cadeiras? Que caracteristicas eles tém em comum? Existe alguma caracteristca peculiar as brincadeiras? A brinca- deira na infancia esta relacionada com a brincadeira de um adulto? E coma brincadeira de animais jovens? No uso cotidiano do termo, a nolo central parece bastante clara, mas as extremidades do conceito s20 bas- tance vagas. A brincadeira, como Proteu, fica mudando de forma. Varios estudiosos se fixaram a uma ou duas de suas formas caracteristicas e ofereceram uma variedade de eo: ras para explicar as origens, propriedades e fungdes dessas formas na vida do individuo ow de um grupo Por exem plo, o fato de, quase que universalmente, os jovens das espécies superiores se envolverem em um comportamento lidico que se assemelha as atividades adultas, mas que de alguma forma, incompleto ou imperfeito, lou um es tudioso a propor que o brincaréinstintivo, sua fungio sen: do exercitar as habilidades necessérias para a vida adulta Karl Groos, um filésofo, viu nas brigas de brincadeira de animais e no comportamento imitativo das eriangas uma preparacZo para o desempenho adulto, Um psicdlogo, G. Stanley Hall, observando as mesmas caractersticas e tam= bbém o fato de o comportamento lidico mudar com a ida- de, props a teoria da “recapitulagio”. Essa afirma que 0 brincar das criangas reflete 0 curso da evolugio a partir dos hominideos pré-historicos até o presente. A hist6rin da raga é recapitulada no desenvolvimento de cada crianga. ‘As duas teorias foram desenvolvidas na virada do século passado ¢ foram extremamente influenciadas pelo coneci- to de selegao natural de Darwin, [A pura exuberdncia é ourra caracteristica aparentemen- te universal de grande parte do comportamento hidico. Os jovens das espécies superiores pulam, galopam, saltam, dao cambalhotas, se envolvem em um pretenso combate, com todos 0s sinais de prazer e de bom humor & com nenhum objetivo utiltério aparente. Essas formas impetuosas de borinear sugeriram a Herbert Spencer um gasto de energia excedente. Em um dos primeiros livros sobre psicologia, Spencer levantou a hipdtese de que o excesso de energia se acumula (como um produto normal de um sistema nervo- 20 so saudavel) e precisa, entZo, ser descarregado. Nos casos em que nenhuma demanda urgente éfeita para a sobrevi- vencia (na eaga,na luta ou no acasalamento) a superabun- dincia de energia é liberada em exercicios que utilizam padrdes normais de comportamento, mas sem qualquer “objetivo imediato, Spencer tentou especificar um processo fisiol6gico que explicasse esse aspecto da brincadeira ¢jus- tificasse no $6 sva presenga em formas superiores de vida, ‘mas também suas manifestagbes em espécies individuais. Essas explicages ~ preparagdo instintiva, recapitula- io ¢ energia excedente ~ foram, desde ent, descartadas ‘ou revistas e adaptadas as posigdes tebricas mais atuais, mas os fenéimenos que elas tentavam explicar(semelhanga parcial ao compostamento adulto, aquisigao gradativa de novas formas de brincar,atividade exuberante) sio aspec- tos importantes da brincadeira. F hd ainda outros aspectos «que atrairam pesquisadores de areas cientficas e humanis- tas diferentes, Por exemplo, o faro de as eriangas, no faz de conta, muitas vezes expressarem inditeta ou simbolica- mente preocupacies ou medos urgentes € repetiem esses temas varias vezes, sugere uma visio da brincadeita como catartica ~ uma tentativa de reexperimentar e, com isso, solucionar ou dominar uma situaglo dificil. Esse aspecto dda brincadeira interessou particularmente aos psiquiatras «e psic6logos elinicos. |A diversidade de formas de brinear aliada as varias abordagens a seu estudo levou & profiferacao de ideias relacionadas com as causas do ato de brincar eas fungdes que ele pode rer, No entanto, a base de qualquer posigio teérica que tente responder as perguntas relacionadas 2 ‘com suas causas ou seu papel na vida de qualquer criatu- a, espécie ou sociedade, esta a especificacio do fendmeno fem questio. Como se expressou sucintamente Hughlings Jackson: ddo pelo estudo das coisas causadas”. De acordo com isso, estudo das causas das coisas deve ser precedi neste livro descreverei os varios aspectos do brincar das criangas pequenas antes de oferecer especulagses sobre ‘suas causas ou suas fungies no curso do desenvolvimento, Certas caracteristicas descritivas das brincadeiras sio amplamente citadas como criticas para sua definigio, A, maior parte dos estudantes da brincadeira aceitariam o se- juiinte inventiio: (1) A brincadeira 6 prazerosa, divertida, Mesmo quan- do nao realmente acompanhada por sinais de felicida- de, ela ainda € avaliada positivamente pelo brincante, (2) A brincadeira no tem metas extrinsecas. Suas moti- vvagbes io intrinsecas e nao servem a quaisquer outros objetivos. Com efeito, é mais um gozo de meios do que um esforgo dedicado a algum fim especifico. Em termos utilitios, €inerentemente improdutiva. (3) A brincadeira ¢ espontanea e voluntiria, Nao é obri- {gat6ria, mas é escolhida livremente pelo brincante. (4) A brincadeiea contém algum envolvimento ativo por parte do brincante, ieade situagdes outras além da brincadeira, © trabalho ow as ati Cada uma dessas caracteristicas ¢ parcialments Vidades artisticas so frequentemente realizados esponta: nneamente, mas ambos tém um produto de algum tipo: cada tum deles tem a intengao de mudar 6 mundo real de alguma ‘maneira perceprivel, O mesmo se aplica aos esportes orga: niizados, especialmente 0s profissionais © compettivos 2 Reclinar-se € muitas vezes prazeroso,livremente realizado «com bastante frequéncia no tem qualquer meta especi fica fembora possamos descansar a fim de recuperar-nos

You might also like