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17/03/2024, 11:57 Versão para impressão - TEORIA DOS JOGOS

TEORIA DOS
JOGOS

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Apresentação 
Vamos estudar, nesta unidade, a Teoria dos Jogos, um método um
tanto “divertido” para analisar as estratégias que as firmas podem
utilizar, de forma a trazer o maior número de benefícios para si. Os
jogos competitivos, também, são uma forma de manter as firmas
no mercado diante das ações das suas concorrentes.

Será interessante perceber que os modelos de concorrência


imperfeita, estudados anteriormente, participam de uma disputa,
na vida real, semelhante aos jogos simples que desde a infância
conhecemos. Mas que tipo de “brincadeira” é essa? Fiquemos
atentos para aprender e contem comigo!

Objetivos
Entender o conceito de Teoria dos Jogos e como ela funciona
no mercado mediante o comportamento das firmas.
Conhecer a matriz de prêmios ou payoffs de cada empresa
ao tomar uma decisão simultânea ou sequencial com sua
concorrente.
Compreender que cada estratégia pode resultar em um
equilíbrio dominante entre as empresas rivais.
Conhecer o ponto de inflexão de Nash como forma de
otimizar a tomada de decisão mediante o comportamento da
outra firma.
Entender sobre os carteis e de que forma eles podem ser
regulados em benefícios da livre concorrência.

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Desafio 
Realize uma pesquisa intensiva sobre os mais importantes
julgamentos sobre carteis no Brasil. Em seguida, redija um texto
(entre 5 a 10 linhas) apresentando o nome das empresas
envolvidas, suas condenações e qual o método utilizado pelo
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para apurar
o ato ilícito contra a livre concorrência.

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Conteúdo 
Jogos estratégicos

Ao estudarmos a concorrência imperfeita, concorrência


monopolista e oligopólio, em um modelo com duas empresas,
observamos que suas ações à procura do lucro máximo estão em
função da sua rival, situação essa que difere do modelo de
competição pura. Stiglitz e Walsh (2003, p.321) explicam que “No
modelo básico de concorrência e no monopólio, o comportamento
estratégico – decisões que levam em conta as possíveis reações
de outros – não desempenham nenhum papel”.

Em um cenário, onde há um número elevado de empresas


tomadoras de preço e que de forma individual não tem força para
modificar o mercado, o preço é a variável importante para a
tomada de decisão e o alcance do equilíbrio.

O que vamos estudar agora é o comportamento da relação


estratégica entre firmas em um cenário de concorrência imperfeita,
formada pela concorrência monopolista e oligopólio. O estudo
dessas interações faz parte da Teoria dos Jogos.

Essa relação estratégica pode envolver um número significativo de


jogadores e diversas decisões, todavia, vamos simplificar
adotando, apenas, duas empresas para analisarmos essa teoria. O
comportamento adotado por cada uma delas será chamado de
estratégia e os resultados alcançados de prêmios ou payoffs.
Observe os exemplos.

Duas empresas ALFA e BETA precisam decidir se deverão ou não


aumentar ou diminuir seu preço. Se Alfa diminui seu preço e Beta
não, Alfa aumentará seus lucros em 1.000 reais, enquanto Beta

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nada lucrará. Caso Beta diminua e a concorrente não, Beta terá


lucros de 1.000 reais. Contudo se as duas diminuírem o preço,
cada qual terá rendimentos de 500 reais e se nenhuma baixar o
valor dos bens, não haverá lucro para ambas. Veja a seguinte
tabela.

Tabela 1- Matriz do jogo estratégico das empresas Alfa e Beta

Empresa BETA

Diminui Não diminui


preço preço

Empresa ALFA Diminui preço 500, 500 1000, 0

Não diminui 0, 1000 0, 0


preço

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

A ação de diminuir ou não os preços são as estratégias das


empresas desse jogo, e os prêmios são os valores em negrito. O
valor do prêmio à esquerda da vírgula é da empresa Alfa e o valor à
direita indica o prêmio da empresa Beta.

Devemos perceber que se Alfa escolhe a estratégia de não diminuir


preço e Beta tenha feito essa escolha, os prêmios ou payoffs serão
os valores da segunda linha na primeira coluna, correspondente a
(0,1000). Isso significa que Alfa não terá lucro algum, enquanto
Beta lucrará 1.000 reais.

É importante ressaltar que na Teoria dos Jogos o objetivo mais


importante é que cada participante encontre a sua melhor
estratégia, ou, sua estratégia ótima. Pindyck e Rubinfeld (2010, p.
426) afirmam que “A estratégia ótima para um jogador é aquela
que maximiza o payoff esperado”. Veja o seguinte exemplo.

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Jogos desse tipo não se limitam, apenas, a duas estratégias e dois


jogadores. É possível utilizar um número maior de participantes,
assim como um número maior de estratégias. Todavia, nessas
condições o jogo fica mais complexo e é preciso ter mais atenção.

Veja um exemplo adaptado de Vasconcellos, Oliveira e Barbieri


(2011, p. 240) com três estratégias em um jogo bem simples:
pedra, papel e tesoura.

Serão dois jogadores, Rafa e Ana, apostando o valor de 2 reais.


Cada participante deve escolher entre as opções: pedra, papel e
tesoura, e a escolha de ambos é simultânea, ou seja, deve ser feita
ao mesmo tempo.

As regras são bem conhecidas e as estratégias são apresentadas


por meio do formato diferente da mão dos jogadores. E quem
ganha? Vamos lembrar.

Papel vence pedra;


Pedra vende tesoura;
Tesoura vence papel;
Escolhas iguais geram empate.

Ciente disso, vamos ao jogo. Considere a seguinte tabela.

Tabela 2 - Matriz do jogo pedra, papel e tesoura de Rafa e Ana

ANA

Pedra Papel Tesoura

RAFA Pedra 0, 0 -2, 2 2, -2

Papel 2, -2 0, 0 -2,2

Tesoura -2,2 2, -2 0, 0

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

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Ao analisarmos a tabela e verificarmos os prêmios, concluímos que


em todos os valores (0,0) há empate, logo, não há ganhos e nem
perdas. Contudo, haverá as seguintes possibilidades se
observarmos o jogo de Rafa (linhas) e Ana (colunas).

Pedra perde para papel (-2, 2);


Pedra ganha de tesoura (2, -2);
Papel ganha de pedra (2, -2);
Papel perde para tesoura (-2, 2);
Tesoura perde para pedra (-2, 2);
Tesoura ganha de papel (2, -2).

Os valores de 2 significam “ganho de dois reais”, e os valores de -2


significam “perda de 2 reais”. Os valores à esquerda da virgula, na
matriz, são os prêmios de Rafa e os valores à direita são os
prêmios de Ana. É um jogo simples e bem realista, contudo, estou
certa, que agora você consegue enxergar, mesmo que de forma
parcial, o comportamento das firmas no mercado. O seguinte
exemplo é de um jogo criado por Martin Shubik.

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Considere o seguinte jogo criado por Martin Shubik. Uma


nota de um dólar é leiloada, mas de forma pouco usual. O
responsável pelo lance mais alto receberá o dólar em troca
do valor do lance. Entretanto, o responsável pelo segundo
lance mais alto também deverá pagar o valor de seu lance –
e nada receberá em troca. Se você estivesse participando
desse jogo, qual seria seu lance?

Experiências em sala de aula mostraram que os estudantes


quase sempre acabam fazendo lances superiores a um dólar
pela nota. Em um cenário típico, um participante faz um
lance de $ 0,20 e o próximo, um lance de $ 0,30. Dessa forma,
aquele que fez o lance menor deverá agora perder $ 0,20,
mas ele imagina que ele poderia ganhar o dólar e assim faz
um novo lance no valor de $ 0,40. A escalada de lances
continua até que os dois jogadores chegam ao lance de $
0,90 pelo dólar. Agora, aquele que fez o lance de $ 0,90
deverá decidir entre fazer um lance de $ 1,10 pelo dólar ou
pagar $ 0,90 para nada receber em troca. Geralmente, ele
eleva seu lance e a escalada de lances continua. Em alguns
dos experimentos, o “vencedor” acabou pagando mais de $ 3
pela nota de um dólar (PINDYCK e RUBINFELD, 2010, p. 427).

Esse comportamento se dá, em sua maioria, pois o participante


não pensa na escolha futura dos outros jogadores e nos valores
dos resultados seguintes, a cada lance. Então, essa seria também
sua reação?! Provável que sim!

Classificações dos jogos

Nesta Teoria há diversos tipos de jogos, são eles: cooperativos, não


cooperativos, de soma zero, simultâneos, sequenciais, repetidos e
de informação perfeita. Atentemo-nos à definição de cada um.

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Jogos cooperativos acontecem quando os participantes podem


negociar entre eles e desenhar uma estratégia juntos. Por exemplo,
a loja LiLa vende roupas para crianças, em especial, vestidos. O
valor de custo da peça é de 45 reais, enquanto preço final chega a
100 reais. Uma mãe interessada em um dos vestidos, negocia um
valor e em acordo com a vendedora consegue um preço menor na
sua compra. Qualquer que seja o desconto que deixe o valor do
bem entre 46 e 99 será benéfico para ambos os lados, que
terminarão o negócio com uma margem boa.

Já nos jogos não cooperativos, ocorre o inverso da situação


anterior, pois não é possível a negociação. O exemplo das
empresas Alfa e Beta descrevem bem esse tipo de jogo, pois não
há comunicação e nem acordo entre os jogadores. A diferença
entre o cooperativo e não cooperativo está na possibilidade de
negociação ou implementação de contratos.

Vasconcellos, Oliveira e Barbieri (2011, p. 241) explicam a definição


de um jogo de soma zero:

[...] caso um jogo seja tal que o ganho de um jogador


resulte na perda do outro, como nos jogos de par ou
ímpar e papel, pedra e tesoura, dizemos que se trata de
um jogo de soma zero: o perdedor paga um real ao
vencedor.

No que concerne à classificação de simultâneos e sequenciais é


importante saber que nos jogos simultâneos, cada participante
escolhe sua estratégia desconhecendo o comportamento do rival,
ou seja, sem saber qual decisão ele irá tomar. Já nos jogos
sequenciais, há uma ordem para que cada jogador decida sua
estratégia, melhor dizendo, há uma sequência que deve ser
obedecida. Como exemplos, os jogos de damas e xadrez.

Os jogos repetidos assumem esse nome, pois são jogados mais de


uma vez e podem ser simultâneos ou sequenciais. É possível que
se saiba a quantidade de repetições ou não.

Por fim, o jogo de informação perfeita é aquele em que os


jogadores, antes de decidirem qual estratégia utilizar, conhecem o
que se passou nos jogos anteriores. Todavia, se esses mesmos

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jogadores souberem os prêmios de todos os participantes em cada


estratégia adotada, podemos dizer que é um jogo de informação
perfeita.

Estratégias dominantes

Dentre os conceitos e definições sobre jogos que aprendemos até


agora, uma é essencial, pois demonstra o melhor comportamento
que se deve adotar diante de um cenário competitivo. Ela se chama
estratégia dominante. Afinal, independente da competição, o
objetivo é vencer, ganhar mais, dominar o mercado.

Varian (2003, p. 536) diz que temos uma estratégia dominante


quando há uma escolha ótima para cada um dos jogadores, não
importando o que o outro faça. Em outras palavras, tomar a melhor
decisão, dar o seu melhor, independente da situação em que esteja.

Considere mais um exemplo. A empresa CORDA BAMBA e a


empresa PULA-PULA devem decidir se entrarão ou não no
mercado. Ambas oferecem o mesmo tipo de serviço e irão disputar
por maiores lucros e por um número crescente de clientes.

Nessa situação, temos dois jogadores: CORDA BAMBA e PULA-


PULA e cada qual tem duas estratégias, entrar ou não entrar nesse
mercado. Sabendo que os dois darão o melhor de si, independente
da ação do concorrente, veja os prêmios.

Tabela 3 - Matriz do duopólio entre a Empresa CORDA BAMBA e a


empresa PULA-PULA

Empresa PULA-PULA

Entra Não entra

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Empresa Entra 1000, 500 1500, 0


CORDA BAMBA

Não 600, 800 1000, 200


entra

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

E então? Qual a estratégia dominante para cada firma. Lembre-se


que, na matriz, os payoffs à esquerda da vírgula são da CORDA
BAMBA e à direita da PULA-PULA.

Se ambas as empresas decidem entrar no mercado, CORDA


BAMBA lucra 1.000 reais, enquanto a PULA-PULA leva 500 reais.
Também, se ambas optam por não entrar, CORDA BAMBA terá
1.000 reais de lucro e sua rival 200 reais. Do contrário, se CORDA
BAMBA entra e a PULA-PULA não entra, a primeira lucra 1.500 reais
e a segunda zero. Todavia, se CORDA BAMBA não entra e PULA-
PULA entra, a primeira lucra 600 reais e a concorrente leva 800
reais.

Desse modo, devemos perceber, diante das possibilidades de


rendimentos apresentadas em cada estratégia combinada, que o
melhor resultado desse jogo é cada empresa entrar no mercado,
independente do comportamento da outra firma. Isso se dá, pois
ambas possuem estratégias dominantes e quando todos os
jogadores tem uma estratégia dominante, como esse exemplo,
chamamos a solução do jogo de equilíbrio de estratégias
dominantes.

Porém, há casos em que o jogador não apresenta estratégia


dominante. Veja a seguinte tabela.

Tabela 4 - Matriz do duopólio entre a Empresa CORDA BAMBA e a


empresa PULA-PULA sem o equilíbrio de estratégias dominantes

Empresa PULA-PULA (PP)

Entra Não entra

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Empresa Entra 1000, 500 1500, 0


CORDA BAMBA
(CB)

Não 600, 800 2000, 200


entra

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Nesta nova matriz de payoffs temos uma pequena mudança. Se a


duas empresas não entram, os prêmios são 2.000 para CORDA
BAMBA e 200 para PULA-PULA. Mas o que isso muda no equilíbrio
de estratégias dominantes?

Ao analisarmos de forma mais criteriosa, vemos que a empresa


PULA-PULA ainda lucrará 200 reais, enquanto sua concorrente terá
2.000 em rendimentos. Podemos ousar intuir que os custos totais
para a implantação da empresa CORDA BAMBA no mercado,
incluindo gastos com investimentos fixos, capital de giro,
pagamento de tributos, entre outros, possa ser de tal modo
elevado, que nesse momento, melhor seria desistir dessa despesa.

Assim, se não há uma estratégia dominante para as duas firmas,


nesse caso, não haverá o resultado de equilíbrio das estratégias
dominantes. Contudo, qual deve ser o posicionamento da empresa
CORDA BAMBA, já que não possui estratégia dominante? Simples.

Seu comportamento agora será de acordo com a estratégia da sua


concorrente. Se a PULA-PULA entrar no mercado, será melhor para
a CORDA BAMBA também entrar. Todavia, se a decisão da PULA-
PULA for não entrar, a CORDA BAMBA terá feito uma boa opção se
desistir desse mercado.

Mas se as decisões tiverem que ser tomadas de forma simultânea?


Ao invés de esperar a decisão de uma firma para a outra agir?

A solução mais coerente é a de que a empresa CORDA BAMBA se


imagine no lugar da outra empresa e pense como ela deverá agir de
modo a aperfeiçoar seus resultados.

Sabemos que a firma CB, na tabela 4, não apresenta uma estratégia


dominante, mas a firma PP a possui independente de como irá se
comportar sua rival.

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Lembre-se: Caso a Corda BAMBA entre, a Pula-Pula ganhará


500 se entrar e nada terá, se não entrar. Mas se a Corda
BAMBA não entrar, a Pula-PULA terá 800 em rendimentos
entrando e, caso contrário, terá, apenas, 200 se desistir.

Por fim, a empresa CB concluirá que sua rival participará desse


mercado, então ela poderá optar por também participar, afinal um
ganho de 1.000 reais é melhor do que 600. Logo, um novo
equilíbrio será gerado quando as duas firmas aderirem a essa nova
oportunidade.

Assim, cada empresa desse duopólio irá tomar sua decisão ótima
baseada na decisão de sua concorrente.

O equilíbrio de Nash e o dilema dos


prisioneiros

Sabemos que nem todos os jogos possuem um equilíbrio de


estratégias dominantes, pois há jogador que em uma matriz de
payoffs não apresenta uma estratégia dominante. Todavia,
aprendemos que, em casos como esses, a melhor solução é
esperar o comportamento da firma rival para depois agir, ou
quando o jogo é simultâneo, o participante deverá escolher a
estratégia que otimiza seu resultado em função das ações de seu
concorrente.

Essa ideia é chamada de Equilíbrio de Nash e foi apresentada em


1951 pelo matemático John Nash, que em 1994 ganharia o Nobel
em Economia junto com mais dois colegas.

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John Nash desenvolveu a noção que leva seu nome


quando tinha apenas 21 anos de idade e era estudante
de matemática na Universidade de Princeton. Os
economistas consideram que o conceito do equilíbrio de
Nash é extremamente útil para prever o resultado de
jogos e entender problemas econômicos (STIGLITZ;
WALSH, 2003, p. 323).

Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 429) continuam:

Lembre-se que o equilíbrio de Nash é um conjunto de


estratégia (ou ações) no qual cada jogador faz o melhor
que pode em função das ações do oponente. Uma vez
que cada jogador não possui estímulos para se desviar
de se equilíbrio de Nash, as estratégias são estáveis.

Um exemplo desse equilíbrio é o caso, das empresas CORDA


BAMBA e PULA-PULA, na tabela 4. Nesse cenário, o equilíbrio de
Nash está nas estratégias de ambas as firmas adentrarem no
mercado. Isso se dá, pois em função da decisão tomada pela
concorrente, cada firma está realizada por ter escolhido a melhor
estratégia possível e não tem vontade de alterar essa decisão.

É importante salientar que o equilíbrio de Nash pode não ser


encontrado em certos jogos, assim como pode ser encontrado
mais de uma vez no mesmo jogo.

Considere mais um exemplo. Bia e Lia são amigas confidentes e


estão interessadas em André. Se nenhuma delas fala mal da outra
ao contar sobre suas infidelidades em relacionamentos passados,
o rapaz terá uma imagem boa das duas meninas. Mas, se as duas
falam mal uma da outra, nenhuma terá qualquer vantagem sobre
sua rival. Pois, Bia será prejudicada pelas fofocas de Lia e vice-
versa.

Todavia, se Bia não faz fofocas ou ataques à imagem de Lia, a


mesma levará vantagem aos olhos de André, mas ela poderá
ganhar vantagem se sujar a reputação de Bia. Da mesma forma,
Bia pode falar mal de Lia e Lia não replicar.
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Diante dessa situação, cada menina poderá pensar que se sua


concorrente faz fofocas, é melhor que faça o mesmo. E se, uma
delas decidir não fazer fofoca, a outra pode optar por fazer. Então,
entre todas as opções, a melhor é que ambas contem sobre as
infidelidades anteriores da outra para André. Assim, Bia e Lia têm
uma estratégia dominante e um equilíbrio de Nash ao decidirem
fazer fofocas uma da outra, mesmo prometendo não fazer.

Mais um exemplo: contratação de jogadores e salário dos atletas,


adaptado de Stiglitz e Walsh (2003, p. 324). Dois times de futebol,
Ceará e Fortaleza, competem para reter os melhores jogadores. Se
os dois times combinam de pagar baixos salários, os empresários,
donos dos times, ganharão mais. Porém, se o Fortaleza oferecer
remunerações mais altas e o Ceará não o fizer, o primeiro terá para
si os melhores jogadores e maior lucratividade. Enquanto, o
concorrente terá jogadores menos habilidosos provavelmente
perderá os jogos e sem torcida não há lucro.

O contrário pode ocorrer também. O Ceará oferece altos salários,


atrai os melhores jogadores e eleva seu lucro, enquanto o Fortaleza
perde os jogadores bons, sua torcida e sua lucratividade. Mas se os
dois times pagarem altos salários, eles terão atletas de alto nível
divido nos dois times, porém o lucro para o empresário será menor,
visto que os salários aumentaram. Então, qual a melhor estratégia
para esse cenário? Vejamos!

O equilíbrio de Nash se dará quando os dois times oferecerem


altas remunerações aos jogadores, mesmo com os lucros menores
dos donos dos times, que teriam uma situação ruim se optarem
por oferecerem salários menores.

O dilema dos prisioneiros

Sem dúvida, um dos jogos mais famosos nesta teoria, o dilema dos
prisioneiros, explica de forma simples e com empatia o equilíbrio
de Nash e as melhores estratégias a serem tomadas levando em
consideração a opção escolhida pelo seu oponente.

A situação é de dois prisioneiros comparsas tendo que decidir se


deverão ou não confessar o crime, ao serem interrogados em
locais diferentes. Cada qual tinha a opção de confessar o crime

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com a participação do outro ou negar que tenha feito algo ilícito. Se


um dos dois confessar, este ganharia liberdade e o outro seria
condenado a 3 anos de prisão.

Caso os dois decidissem negar o crime, ambos ficariam apenas 2


anos na cadeia, mas se confessassem a prisão temporária seria de
1 ano.

Tabela 5 - Matriz de prêmios do Dilema dos prisioneiros

Prisioneiro 2

Confessa Nega

Prisioneiro 1 Confessa 1, 1 0, 3

Nega 3, 0 2, 2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Colocando-nos na posição do prisioneiro 1. Se o 2 nega que


cometeu o crime, seria melhor para o 1 confessar, pois assim será
libertado. Já para o prisioneiro 2, se decidir confessar terá direito a
uma sentença bem menor. Então, podemos concluir que
independente da decisão do prisioneiro 2, a melhor estratégia para
o prisioneiro 1 será confessar.

Para o prisioneiro 2, a melhor opção também é confessar. Logo, o


equilíbrio de Nash está na estratégia onde ambos os prisioneiros
confessam a participação do outro e a sua nesse crime. Da mesma
forma que há um ponto de Nash, podemos dizer que há um
equilíbrio de estratégia dominante, pois independente do que o
outro fizer cada prisioneiro fará o melhor para si.

Cartel

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Todas essas situações, jogadores e estratégias nos levam a


perceber um cenário bem conhecido, o famoso Cartel.

Os Carteis são uma espécie de “acordos comerciais” entre


empresas do mesmo ramo com o objetivo de controlar preços e
impedir a entrada de outras concorrentes em seu território.
Todavia, essas práticas, em sua maioria, não favorecem o
consumidor, mas o próprio empresário, que aceita esse “acordo” a
fim de manter sua cota de produção e seu espaço no mercado.

Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 415) nos explicam:

Em um cartel, os produtores concordam explicitamente


em agir em conjunto na determinação de preços e níveis
de produção. Nem todos os produtores de um setor
necessitam fazer parte do cartel, e a maioria dos carteis
envolve apenas um subconjunto de produtores. Mas, se
uma quantidade suficientemente grande de produtores
optar por aderir aos termos do acordo do cartel e se a
demanda do mercado for suficientemente inelástica, o
cartel poderá conseguir elevar os preços bem acima dos
níveis competitivos.

Estruturas de mercado oligopolistas e suas características


estimulam ou incentivam esse tipo de comportamento nas firmas.
Pois, independente do mercado e das regras, é provável que as
empresas encontrem uma forma de sempre maximizar seu lucro,
mesmo que essa atitude a faça “colaborar” com suas rivais.

Entretanto, vale ressaltar da fiscalização desse tipo de atitude


diante da concorrência. Aqui no Brasil, o órgão responsável por
regulamentar essas ações é o Conselho Administrativo de Defesa

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Econômica (CADE). Ele é uma autarquia federal ligado ao


Ministério da Justiça e com sede em Brasília.

Sua missão é de julgar, investigar e tomar decisões no âmbito da


defesa da livre concorrência em nosso país e exercer três funções
essenciais, a preventiva, repressiva e educativa.

Varian (2003, p. 543) nos apresenta um Cartel da vida real:

[...] o Comitê Executivo Conjunto era um famoso cartel que


estabelecia o preço do frete ferroviário nos EUA no final do
século XIX. A formação desse cartel precedeu a legislação
antitruste e era perfeitamente legal naquela época.

O cartel determinava a parcela de mercado que cada ferrovia


poderia ter do frete embarcado. Cada empresa fixava sua
própria cota, e o Comitê controlava quanto cada um
transportava. Entretanto, houve várias ocasiões durante
1881, 1884 e 1885 em que alguns membros do cartel
acharam que as demais empresas do grupo estivessem
reduzindo suas tarifas para aumentar sua participação no
mercado, a despeito do acordo. Nesses períodos, havia
guerras de preções com frequência. Quando uma empresa
tentava “burlar”, todas as outras reduziam seus preços para
punir as que haviam burlado. Esse tipo de estratégia de “olho
por olho” era aparentemente capaz de manter o acordo do
cartel por algum tempo.

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Finalizando a Unidade 

A Teoria dos Jogos é uma parte da economia que envolve os


problemas e soluções das relações estratégicas entre as
firmas em suas estruturas de mercado.

Cada empresa, como já aprendemos anteriormente, tem o


objetivo de maximizar seus rendimentos e não perder sua
fatia de mercado, assim como produzir o máximo possível
dentro de suas possibilidades.

A Teoria dos Jogos apresenta a interação entre jogadores e


suas regras, similarmente as empresas e suas leis de
mercado. Cada firma tem sua estratégia e seu prêmio
correspondente à decisão que irá tomar. As decisões podem
ser tomadas de forma simultânea ou sequencial.

Entre as possibilidades de ações entre as firmas, encontrar o


equilíbrio da estratégia dominante e o equilíbrio de Nash são
os pontos que mostram o comportamento ótimo de cada
jogadora.

O equilíbrio de estratégia dominante ocorre quando a firma


escolhe sua ação, independente da ação de sua concorrente.
Já no equilíbrio de Nash, cada empresa escolhe sua melhor
decisão em função do comportamento que seu concorrente
irá adotar. Essas atitudes ajudam essas firmas a manterem-
se no mercado e maximizar seus lucros.

Por fim, entender como o mercado funciona e se adaptar às


mudanças é um ponto de partida para lidar com ele. As
empresas monopolistas ou oligopolistas que burlam as
regras da livre concorrência adotadas em nosso país são
fiscalizadas pelo Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE) podem ser condenadas a pagar altas
quantias por abusar de seu poder para prejudicar o
consumidor.

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Dica do Professor 
Leia o artigo “CADE pede condenação da Elegê em suposto cartel
de leite.”  de Luci Ribeiro da revista Exame.com.

O artigo apresenta a suposta decisão do Conselho Administrativo


de Defesa Econômica (CADE) pedindo a condenação da empresa
produtora e distribuidora nacional de leite, Elegê, assim como
também as cooperativas e outros envolvidos nesse Cartel. Após a
leitura, pesquise de que forma a Elegê foi condenada e quais as
consequências para sua imagem no mercado de laticínios.

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Saiba Mais 
Assista ao filme: Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind), de Sylvia
Nasar, 1998. A história conta a vida do brilhante matemático Nash,
suas atitudes diante de sua doença mental e recuperação. John
Nash desenvolveu a teoria do equilíbrio de Nash e junto com outros
amigos ganhou o prêmio Nobel de Economia.

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Referências 
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. São
Paulo, SP: Pearson, 2010.

STIGLITZ, J. E.; WALSH, C. E. Introdução à Microeconomia. 3.


ed. Rio de Janeiro, RJ: Campus, 2003.

VARIAN, H. R. Microeconomia: Princípios básicos. 6. ed. Rio


de Janeiro, RJ: Elsevier, 2003.

VASCONCELLOS, M. A. S.; OLIVEIRA, R. G.; BARBIERI, F.


Manual de microeconomia. 3. ed. São Paulo, SP: Atlas S.A.,
2011.

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