You are on page 1of 28
4 Uma teoria da estrutura Dualidade, agao e transformagags “Estrutura” € um dos termos mais importantes e elusivos no Vocab crencia social corrente. O conceito € central ndo somente em €5colas ‘tio g, como a do funcionalismo estrutural, a do estruturalismo ea do pe ralismo, mas em praticamente todas as tendéncias do Pensamento on soctal. Mas se os cientistas sociais acham impossivel prescindir do termo' a ‘ura, tam achamos quaseimpossiveldefini-lo adequadamente ya" nos certamente ja nos encontramos na situagao de sermos questionados aa aluno “ingénuo” sobre o significado de estrutura e achamos embatacadoramey, te dificil definir o termo sem usar a palavra “estrutura” ou uma de suas Varianes em sua propria definicao. Por vezes, encontramos o que parece ser um sindnimy aceitavel - por exemplo, “padrao” -, mas todos esses sindnimos carecem da(s. «a retorica do original. Quando se trata de indicar que uma relacao é podeas ‘ou importante € certamente mais convincente designa-la como “estrutural di que como “padronizante”. O termo estrutura da poder ao que ele designa. Estrutura, em seu set tido nominativo, implica sempre estrutura em seu sentido verbal transite Qualquer aspecto da vida social que designamos como estrutura € postll! como “estruturando” algum outro aspecto da existéncia social - se ¢4 ast que estrutura a politica, 0 género que estrutura as oportunidades de empres? #s convengOes relOricas que estruturam 05 textos ou discursos, ott 0S "=" de producao que estruturam as formagées sociais. Estrutura opera 00 iS" so cientifico social como um poderoso mecanismno metontmico, iene alguma parte de uma realidade social complexa como explicando ° **? uma palavra muito importante nas ciéncias sociais, De fato, estrutu'a € ia? um conceito preciso do que um tipo de metafora fundadora ou episte™ wil soil fo publicado originalmente com o mesmo ttl na American Jour 9 , ra CU ot 1-29 Durante suas muita revisoes o capitulo foi beneficiado pela leit pela erica construiva de varios ami 'gos € colegas. Embora eu tenha as vezes falta uk onjects 1a aS gratoa Elizabeth Anderson, Jltey Alexander, Rona Inden, Doind Paine, hs feaay Evans, Neil Fligstein, Steven Gudeman, Rona Peat Lavan barbara Lac, Michael Kennedy, Sherry Oriner, Sylvia POON a len Sewell Theda Skocpol ‘Ann Swidlet, John Urry, Loie Wacquant ea vatios " * Este capitulo 6 1992 p we tilico social - ¢ do ate clenttlico!, Por essa razao, nenhuma (ol pode ser bem-sucedida em fixar o significado do termo. a il? 1 qratura continua seu trabalho essencial, embora tm tanto miste aa dO conhecimento cientifico social ade : se ic es © social a despeito dos esforcos foot em defini-lo. ore? wen anudo, Wes problemas no uso corrente do termo que faz a teorizacao got oa . ~ Wa inte SODTE OS significados de estrutura parecer valer a pena, O proble- wes fundamental € que argumentos estruturais ou estruturalistas tendem a i 8 enminismo causal muito rigilo na vida social, Aquelas caracterit, sort saree social denominadas estruturas tendem a ser reificadas e tratadas ca as, rigidase mvs, como as vigas mestras de uma edifcacao, em. «oe gacontecimentos ou processos sociais que estruturam tendam a ser vistos saeeandarios esuperficiais — como a “pele” externa de um edificio—ou como i “dentro de restrigdes estruturais “rigidas” — como o atranjo de escritorios re res definido por um esqueleto de vigas mestras. O que tende a se perder alinguagem da estrutura €a eficdcia da agdo humana — ou “agéncia”, para usar remo correntemente preferido. Estruturas tendem a aparecer no discurso cien- sfzo social como impérvias 4 agéncia humana, a existir separadas, dos esforcos dstransagdes motivadas que constituem a superficie experienciada da vida so- cal embora determinem sua forma essencial. Uma ciéncia social aprisionada em uma metafora ndo examinada de estrutura tende a reduzir os atores a autématos tahlmente programados. Um segundo e intimamente relacionado problema com ‘enogao de estrutura é que ela torna estranho lidar com a mudanga. A metafora Gesrutura implica estabilidade. Por essa raz4o, a linguagem estrutural se presta Pontamente a explicagdes de como a vida social é moldada em padroes consis- oe mas nao a explicacdes de como esses padrdes mudam ao longo do tempo. a ws esata, a mudanea € comumente localizada fora das estrutueas, ®suemae telos da historia, em nocées de colapso ou em ‘aliecsacing exogenas M questo. Consequentemente, mover-se de questoes de estabilidade Fata a, ‘estes de mudanca tende a envolver mudaneas epistemologicas estranhas, EQ i*tio problema 6 de uma ordem muito diferente: o termo estrutura XY *Scléncias naturais e sociais (ef. FOUCAULL, 1971: 132138) 133 S como o lugar preeminente da estnutura, No uso ANtropologieg cstrmira se refere ao dommio da cultura, exceto quandy ¢ m adjective “socal”, Como consequéncia, ciemistas sociais de Sea iIyotive “nena hn ferentes cama Theda Skocpol ¢ Marshall Sahlins podem sep desi Jerentes come | " “estas por sas respctnas dsipinas. Socidlogos egy ‘ i uma, tendem a visualizar a natureza e a localizacao da estrutura 2 crepantes, mutuamente incompativeis, na verdade?, Tm vista de todos esses problemas com a nogdo de estrutura, ¢ cx qe emo dea sinlesnent se deseatad, Ma jo © imypossivel: estrutura € um termo tao retoricamente poderoso ¢ on ft «qualquer temtativa de legisla sua aboliao seria fail. Alem disso trutura denomina, embora problematicamente, algo muito importante soy relacdes sociais: a tendéncia de padrdes de relagdes serem Feproduzidos, pat quando os atores envolvidos nas relagdes nao sdo conscientes dos Padroes oy deseyam sua reproducao. Em minha opiniao, a nocdo de estrutura nao pod, hem deere nid do dscurso da cinta socal, mas necessiaserere extensivamente, Neste capitulo, tentarei desenvolver uma teoria da estrutura ge supera as trés fraquezas cardinais do conceito como é normalmente empregeds na ciencia social. A teoria tentara (1) reconhecer a agéncia dos atores sociais,( construir a possibilidade de mudanca no conceito de estrutura, e (3) supe divisao entre as visoes semiética e materialista de estrutura, Minha estratégia sei Comecar com o que considero as formulagdes mais promissoras existentes -2m» ‘ao de Anthony Giddens da “dualidade da estrutura” e, num ponto posterior do argumento, o conceito de habitus de Pierre Bourdieu — e desenvolver uma teat ‘mats adequada por meio da critica, reformulacto e elaboracao’ My nara A dualidade da estrutura: uma critica e reformulacao da teoria de Gidde® fr . eoria Soci! Os esforgos mais continuos Para reconceitualizar estrutura na Teoria a tecent¢ tan sido feitos por Anthony Giddens, que vem insistindo, desde m* 2 Essa bufurcagéo do significado de estru eat repos de clemusta socais cus projet jeaga ene ura especialmente inibe a comnica® ey o mney os parecem convergentes, mas que a 0 Tr San vento um 20 ou: grupo escent de scsags que 80 Posen uke Culturats da vida social eos antropslogos que estdo insistindo na impor oder ¢ da prauca na compreensto da cultu socsologus cultutal, of, Lamont e Wuthnow observa, bes de Ortner (1984: 144. 160). mn resi a. Para uma avaliagdo do campo e™ ed wal (1990). Para tendéncias na antropologl2 * pout ni 1500 BO at 3 Nav emicu proposite desenvolver uma critica ou apreciagao completa de Giddens °° a A Wicatute nica sobre ambos esd em rapido crescimento Held e Thompso" bs Gilde (an (i991) vocluem nao somente um amplo leque de ences xo tall® trio esd Proctnunentes, mas também listas bibliograficas ueis de erica seu ae ardicu od DiMtexsi (1979), Brubaker (1985), Lamont e Lareau (1988), W056 Calhoun, LiPuma e Postone (1993) ‘Wacquant (1989) fornece referencias exte™* enucos sobre Bourdieu. 1 nic as estrulura as deve mse jal 1970.41 ai, 1 Ho7d; 1981; 1984). Com is + consider 1 ct ° "aldo das priticas sole pretence rt citicas que c le lua" ve eget eat SmanieRe oeiea S 1 6 i ass pessoas ae constituem mas iticas dacy sistemas sia" (Gy oli o se ear reprosduzem) see mas iais” (GID. 4 2 ee v4 As estrutiras S80 d a, longe de as estrut sao tamber “es Gi lecretadas serem o} ae sno ios” (ie., pessoas que sat pelo que Gidk pees, de fato “a visio esueasen ee em prllcasel benlei lens chama agentes heme pao. ASS, as estruturas nao de ica eu conecie fazer ecom tes huma- edo resticbeS agencia I Se eee ee 10 fazé-lo), € e hu cituali ‘aria : sg 16)- Esa ee ada puna mas com ualizadas como amente estrut- : . 0 aca simple ies implica que esse oie humanos ¢ @ capacitando” mplesmete rene formadas em pratica de (0 capazes de como “informad GIDDENS, sete de pessoas, ot Mes modbs criativos Por suas capacid os" “cap aeeinovador, sta 2¢20 io slguas qu 2 inoxadres os strut 0 SE : uras que Thes derama As le ter a consequé poderosas o ba um numero in, potencialment . apacidade encia de astante, age Teoria da Estrut fe mutaveis. Nao € Para agir. As e transformar as » age de turagio”, ind or strut S pro] seamed como . indicando — que Gid pes sio Fae Gomo Capac re etre at: Giddens um historiador no como um ygismo que a “est teoria de adhor a dualidade da social teoricamen eatade a deve a social poems el a . wwito timo: ente acho a nocd Lmalterado na consistente com s quarenta anos te congenial Grande aa oo de Dalton sig a teoria de Gi lotou uma estraté pare da cadas de cae que e ificativamente iddens. Os hist raregia (eorica le cor 0s oriadores mde 1960 mecara conceitos lores so stin 1971 m a tol sociolégic tala “etm be ad emprestado ho a €antropo- eae inis lo que ‘em escri avidamente : ae evend ente M. 8S eg lemon: por escrti lo provavel as, ra strara pulos tedri wavelmente Tas SA im com jedricos mle mais, nl consider : i gentes aaa de fato ae em uma grande v en os his ae ts na cos sa is: com variedade de * $a nascem pee Sac tamrlees de tempor ting Uturalme como mstitwid sAMENLOS, Pos € tuturalm —— dos pelas cul motives ¢ i ma ente culturas e i culturas eit ten 1 Cettas j mold: ras @ instil nstituigdes Teun i Rae ituicdes si jes Sociais aly, DOVar ‘unstanci: restringidas d sto reproduzic wale fe mod aS, 0s age! as daqueles agente: das pelas tr es Prépriag, careaeaie podem (ow A eee também POF mei es nte model io forgados a) peionign a Stratus odelado: impro- eg «SME le um, uras que 1s que reconliy . re interes a critic: ‘os constituem. G iguram sig ig, ere tno) ‘a teoric: uem. Gide! int Ma ese mesg ca que vis lens cheg - sl ect YOU a ess. Gida, Pelo traba lologia com M waa reconciliar fe a le alho de hi Marx, Durkheim ¢ Wel nomendlogi istoriadore: «Weber; ele most adores socais, Tova, 2 ome avi, actedito que a umentte © qe > i St toto oe Md an res ns mel a dual toy Cal talida is ide logos (e em da estrutura sub histo, anos recente a subscreve teorle Ticos) fa sites muitos sociol | zeta pric logos historicas, sds O que écstnutura? - Mas. a despeito de sua promess @ teoria de Giddens presenta fn neti persist 20 Tango Us verses mi, da teoria. Mais surpreendentemente, estrutura -0 termo central i ro Giddens = permancce frustrantemente ndo especificado. Dilerente Ma : istas sociais, ele nao deixa o termo completamente sem defini aig faca seu trabalho magico usual nas mentes dents plesmente permite que \ Fapeilmente em Cental Problems in Social Theory (Problemas cena hs na Social) (1979) ele discute “estrutura” com certa profundidade, Mag tt que cle elabora af ou em outra parte se hy a que o conceito de estrutura ce a a Sug denpte claro ou robusto para servir como a fundacao de um sistema tere Giddens define estrutura formalmente em varios lugates, inclusive no. sario a The Constitution of Society (A constituicdo da sociedade): ahs, Estrutura. Regras € recursos, recursivamente implicados na rep cao de sistemas sociais. A estrutura existe somente como tracosdem, moria, a base organica do conhecimento humano, e como ‘instanciaj; na acao (1984: 377). Essa definigao longe de cristalina requer alguma exegese. Os termos “regas ¢ recursos", a despeito de sua simplicidade enganadora, so muito obscunse terao de ser discutidos em detalhe. Vamos, portanto, comecar com 0 resto da definicao, que € arcanamente expressa, mas de significado relativamente dren Por “sistemas sociais”, Giddens pretende dizer praticas sociais empiricamene observaveis, entrelacadas e relativamente delimitadas que vinculam as pss no tempo e no espaco. Os sistemas sociais abrangeriam o que para a malo dos cientistas sociais significa “sociedades”, mas também incluiria unidadess* ciais maiores (p. ex., 0 sistema mundial capitalista) ou mais limitadas (pe a comunidade vizinha) em escopo do que o Estado-nagao. Os sistemas sociais de acordo com Giddens, no existem fora das praticas que 0S constitu s essas priticas so reproduzidas pelas execugées “recursivas” (i.e, repetids) estruturas, Estruturas ndo sdo as praticas sociais padronizadas qué consti pa 0s sistemas sociais, mas os principios que padronizam essas praticas: ES portanto, possuem somente o que ele em outra parte denomina uma a ot “virtual” (p. ex., 1984: 17). Estruturas nao existem concretamente 2° cer No espaco exceto como “tracos de memoria, a base organica de cont (i.e., somente como ideias ou esquemas alojados nos cérebros humane> s4o “instanciadas na a¢ao” (i.e., postas em pratica). dos cient i et Estruturas como regras Estruturas sao, portanto, “virtuais” e so postas em P reproducao da vida social, Mas de que consistem essas estruures* com a definicao de Giddens, elas consistem de “regras e rectrS05"* 136 vas é derivada em grande patte do estrun claro em New Rules of Sociological Method (Novas tegen co) ¢ Problomas centrais na Teoria Socal. Em amber ee ja bastante em uma analogiatipicamente estruturshon cen incdo entre estrutura De acordo com essa mrratura esté Para pratica como langue (as Tegras abstratas que tor- cee vel a producao de sentencas gramaticais) esta para parole (fala, owt a rigao de sentencas reais, 1976: 118-122). Estrutura, Portanto, como langue, po plexo de regras com tna existencia “virtual”, enquanto prtica, como gum na execucao dessas FegFas NO espago e no tempo. Para um estruturalisa eS cstratura € um complexo dessas regras. Por exemplo, estrutura pode it ao conjunto de regras que permitem que oposigées binarias sejam sr qdas em mitos (LEVI-STRAUSS, 1963a), Em Problemas centrais na Teoria Seal (1979: 62-64), Giddens afirma a similaridade de seu conceito de esteutura nde Lévi-Strauss. Mas também tenta se distinguir dos estruturalistas franceses, cm parte a0 insistir que, como as estruturas “vinculam” tempo e espaco, elas devem ser conceitualizadas como incluindo nao somente regras, mas também ecutsos (1979: 63-64). Contudo, Giddens deixa sua discussdo sobre regras em saspenso,¢ falha em dar exemplos de regras que subjazam a quaisquer priticas suas reais. Tudo 0 que sabemos de Problemas centrais na Teoria Social € que regras sto virtuais e que de algum modo geram praticas e sistemas sociais. tralismo francés, Isso ssureana. Giddens compara sua propria dist sic ‘ym a distingao saussureana entre langue e parole lc sa ac Em A constituicéo da sociedade, uma apresentagao posterior de sua teori Giddens se afasta ainda mais de uma concepcdo lévi-straussiana de tegras. Par- tnd, agora, de Wittgenstein, Giddens simplesmente define regras, mas, em mi- ZePinio, com grande promessa: “Vamos considerar as regras como provedi- 2). aes aplicados na execucdo/teproducio da ea oe Cisse: ® ncuie inicao de regras como procedimentos generalizaveis pee er al : ¢ f ess dade Tegras de transformacao de Lévi-Strauss, mas tambern tpl ; cite 2 Fegras de um amplo espectto de tipos. Giddens, contulo, nae ‘eis ae ou desenvolve tipologias dos tipos de procedimentes serene lan i tem em mente, Consequentemente, sua oe e regs ¢ se MMS entra empobrecida em A constituicao da sociedade do que ar a sa Stas, ¢,°4 oria Social, que ao menos implicava uma analogia com et Medien 2s Penso que sua definigao witigensteinians de regs como Meenesg pos Senetalizaveis pode ser usaca como umn fundamento p Mais robusta, on nogdo de que os sig 5° dE sta teoria, Giddens coloca um peso grande 1 > informados, Presumivelmente, € 0 conhecimento ts a her Vout rei Capazes de agir. Mas Giddens nio deseuvolve (alles YT cab peclfcar o conteido do que as pessoxs saber sé eke tio assim esta, de fato, prontamente disponts: | tow sitet recur? Hz respeito aos esquemus senda mudlles POE CY 1 oa ais oC we sustemtam os esquemas. CI. adiscussto de hh i M9 Ainterseqdo de estraturas. ‘Uma razao pela qual arranjos de. ser mierproiadosem-mais de um modo 6 que eStrUlras.oy om jurats se intersectam ¢ se sobrepoem. As estruturas da Sociedade inclucm tanto um modo de produgao baseado na propriedade mt Inet como um modo de onganizacao do trabalho baseada ny "aa no local de trabalho, A {abrica figura como um recurso crucial om teu sas estruturas, ¢ seu significado ¢ consequéncias tanto para os trabgh ~ como para os administradores €, portanto, aberta € contestada, Ain "dg de esinuturas, de fato, ocorre nas dimensdes do esquema e do recy somente um determinado arranjo de recursos pode ser afirmadg mt is tes atores inseridos em diferentes complexos estruturais (ou. diferen®® afirmado pelo mesino ator inser em complexos estruturais diferenay esquemas podem ser emprestados ou apropriados de um complexo ein ¢ aplicados em outro. Nao s6 trabalhadores e proprietarios de fabricas ri pelo controle da fabric, como também Marx se apropria da economia is para a promocao do socialismo. as Estruturas, portanto, séo conjuntos de esquemas que se sustentam mun, mente ¢ de recursos que empoderam e restringem a acao social, e que tenden ser reproduzidos por essa aco social. Mas sua reproducao nunca é automitic, Estruturas esto em xeque, a0 menos em certa medida, em todos os encontns sociais que elas constituem - porque estruturas sao muiltiplas e intersecions: das, porque esquemas sto transponiveis € porque recursos so polissémicist se acumulam imprevisivelmente. Colocar a relagdo entre recursos € esquems culturais no centro de um conceito de estrutura torna possivel mostrar coos mudanca social, nio menos que a estase social, pode ser gerada pela execu de estruturas na vida social. Agencia Essas execugdes de estruturas implicam um conceito particular de a aquela que vé a agéncia néo como oposta a, mas como constituinte 42, Eis ra, Ser um agente significa ser capaz de exercer algum grau de controle relagoes sociais nas quais alguém se encontra imerso, o que por sua ve a habilidade de transformar em certa medida aquelas relacdes S0Ci8 ver, agentes sto empoderados para agit com e contra outros pelts possuem conhecimento dos esquemas que permeiam a vida social € €™ 4 2 uma cera quantdade de recursos humanos e nao humanos. A 8° do conhecimento de esquemas por parte do ator, o que significa # Mi de aplicé-los a novos contextos. Ou, inversamente, a agencia SUB€ 4° a de recursos por parte do ator, 0 que significa a capacidade para reinter la mobilizar um arranjo de recursos em termos de esquemas difere™™> ut que constitulam o arranjo. A agéncia é implicada pela existencia e 190 que a capacidade pata a ag ntaria en tivamente = é inerente (nica ~ para desejar, formar 4 todos 0s huumanas, Mas en ‘OM somente uma capacidacle a sua capacid, 7 lade para usar a ate BO capacidade linguisti nll assim como a CaP Buistica se manifesta quando nos tor. wats competent, i agua lingua particular francés, ou érabe, on ns mardt4 agencia € formada por um ntimero especifico de esquemas e ln alturais dispontveis no meio ce Particular de uma pessoa. As for- "eificas que aagencia eee variam enormemente e fi jqurale historicamente leterminadas. Mas uma capacidade Para aagéncia soc gualmente dado para os humanos como a capacidade de rspiat «a ls os humanos na verdade exercitam aagencia na praca ¢ demons- van minha satisfacdo, pelo trabalho de Erving Goffman (1959; 1967a). magn mostra que todos os membros da sociedade empregam repentirigs coplexos de capacidades de interacao para controlar e sustentar relacdes so. sre ontnuas. Ele também mostra que pequenas agOes transformadoras ~ por cmplo, intervir para salvar de apuros um interlocutor que interpretou mal a stugio - terminam sendo necessarias para sustentar mesmo 0 intercurso mais twdinério do cotidiano (GOFFMAN, 1967b). Uma vez mais, 0 conhecimento de exuemas culturais (nesse caso, de rituais de interacao) implica a habilidade para sgr criativamente. Atores, é claro, variam na extensao de seu controle das rela- ciessociaise no escopo de seus poderes transformadores, mas todos os membros dasociedade exercem alguma agéncia na conduta de suas vidas diarias mbém que OS humanos nascem ¢ Contudo, € igualmente importante insistir em que a agéncia exercitada por Gierentes pessoas esta longe de uniforme, que a agéncia difere enormemente tzloem tipo como em extens4o, Que tipo de desejos as pessoas podem ter, que “etgbes podem formar e que tipo de transposigées criativas podem realizar jee iamaticamente de um mundo social para outro, dependendo da na- ing gi estuturas particulares que permeiam aqueles mundos socials. Sem tovto de céu e infemo uma pessoa nao pode aspirar pela admissio a0 vEomente em uma economia capitalista modema podemos tentat fazer en eteado de futuros; seo acess ese plea €negulo Is tengig > S€ CONcentrardo na vida privada. A agencia sabe : Pe gens CTE AS sociedades como dentro dela. A ocupast deferens ‘Sci, clase, “als ~ como definida, por exemplo, por genero, rique a, pres ve Misnescon CMicidade, ocupacdo, geracio, preferencia sexual ou formagio ~ Wnidadee ¢MREcimento de diferentes esquemas €acesS0 a aes tos ‘ er = Pit80S €, por conseguinte, a diferentes posi ais Ose lerentes go °SCOPO ou extensdio da agencia tbe ae wo mays temas Sociais, mesmo para ocupantes ¢ pi a Nisticg on Baleria de arte em Saint Louis tem muito anes il eticano do que o dono da maior galeria de art € renieia NO os Ange: 151 tes: © presente do Chae tem muito menos poder sobre a poy, global do que o presidente da Russia, Estrutras, em suma, emo. mh, diferentemente, © que também implica que incorporam seus dese am ay ¢ conhecimentos de modo igualmente diferente. Estruturas, bem ead ng cias humanas que elas instituem, esto carregadas de diferencas de poy ay, ey, Finalmente, ew insistiria em que a agencia € coletiva assim, ¢, dual. Nao concordo com Barry Hindess (1986) que o termo “agenters in, aplicado aos coletivos ~ que agem como unidades corporativas na vie” % (partidos polticos, firmas, familias, estados, clubes ou sindicatos) — 90% sentido em que ¢ aplicado aos individuos. Mas vejo a agencia comp 5, st mente social ou coletiva. As transposigdes de esquemas e remobijgne recursos que constituem a agéncia sdo sempre atos de comunicagag cm A agéncia envolve uma habilidade para coordenar mossas ages com gyi contra outros, para formar projetos coletivos, para persuadir, para coagire monitorar o efeito simultineo de nossas proprias atividades e das aia, de outros, Alem disso, a extensio da agencia exercida por pessoas india, depende profundamente de suas posi¢des nas organizacoes coletivas. Nowsy \ extremo, os caprichos ou disputas pessoais de um monarca podem afeurg vidas de milhares (cf., p. ex., SAHLINS, 1991). Mas € também verdadeiro quz agéncia de pais, executivos ou professores é grandemente expandida pelos i gares que ocupam em familias patriarcais, corporacOes ou universidades, ep sua autoridade consequente para vincular a coletividade a suas ages. A agéncia, portanto, caracteriza todas as pessoas. Mas a agéncia exercitada por pessost coletiva tanto em suas fontes como em seu modo de exercicio. A agéncia pes! é, portanto, carregada de diferencas de poder coletivamente produzidas e imple cadas nos conilitos e resisténcias coletivos. Variedades de estruturas " Occonceito de estrutura que elaboro neste capitulo € muito geral ¢ Pom ; Sferonte —varil poderia ser aplicado a estruturas de cardter amplamente diferente ~ """ i " mento em importancia de estruturas que moldam e restringem 0 desenvolvimem 8 poder militar mundial aquelas que moldam e restringem as priticas d® Py de um grupo de camaradas de pescaria de domingo ou as priticas ene um casal. Essa imensa variag3o no escopo e carater das estruturas as be conceitos deste capitulo podem ser aplicados € apropriada, tendo ys premissa de que toda acio social € moldada por estruturas. Mas ela SH3°" as necessidade de alguns meios de distinguir o cardter e a dinamica €@ CN tipos de estruturas. Nao oferecerei uma tipologia detalhada — por@° € curto e porque acho que tipologias deveriam surgir fora de andlise® de mudanga e reproducao sociais. Em troca, simplesmente in e mensoes importantes que variam com as estruturas: profundidades 8 | 152 af in ayema das eSITUITUS, € Poder, Ue se Mra que pensar em teeMos de prof ; re inamicas ¢ durabilidades muito d ve a uiras: as da linguagem, dos estado: BE eg de tefere a dimensio recurso. nulidade © porter porte aju- diferentes de tres tipos im: : 5 € do capitalismo, ade tc" sido ha muito uma metafora-chave do discurso linguis- resent una estutua como “profunda” implica que ela oe 1 certa quanti acl, : estruturas de “superficie”, assim como © ras subjazem ¢ geram praticas. No discurso estruturalista, estruturas os on aqueles esquemas que subjazem a estruturas ordinarias ou de wp 8 sentido de que estruturas de superficie sao um conjunto de “et es das estruturas profundas. Assim, os esquemas estruturais para j mr eum ritual de fertilidade podem ser Considerados transformacses iolhado e seco ae de um conjunto mais profundo de oposigdes entre m eo feminino, que também subjazem a estruturas que pemeary iis institucionalmente distintas - da construcao de moradias a em- eamento pessoal e oratoria. Consequentemente, esquemas estruturais pro. fandos S40 também disseminados, no sentido de que sao suposicdes mentais ou soins de proceder presumidos que atores normalmente aplicam sem estarem conscientes de que os esto aplicando. Estraturas diferentes também variam enormemente nos recursos, e, por con- eguinte, no poder, que elas mobilizam. Estruturas militares ou estruturas que nodelam as financas estatais criam concentragdes massivas de poder, enquanto ‘sestruturas gramaticais de uma lingua ou as estruturas que modelam as brinca- deins das criangas escolares criam concentracoes de poder muito mais modes- 4s Esruturas também diferem nos tipos de poder que mobilizam. Por exemplo, ‘poder criado pela sucesso apostélica é baseado principalmente (embora longe eachsivamente) na persuasao, enquanto aquele criado pelo governo militar deum exército Conquistador € baseado principalmente na coercao. Linguagem a is Pensar sobre estruturas em termos de sta profundidade e de siden et evar a insights sobre a durabilidade e dinawica as exons Muias isch €xemplo, as estruturas linguisticas, que muitos estud ie ; ea Situs fo en2S usaram como o exemplo principal de estrutura n ger. As ide cae Buisticas, que tendem, é claro, a ser notavelmente duraveis, ie {erg 29S extremos das dimensdes tanto do poxler como da profunci- toflsgrs Hnutsticas sio inusualmente profundas. Esteuturas fle at ets Sintaticas e semanticas intrincadas subjazema seals ie com as en Vez, so agregadas a afirmacdes OU textos seit sie "Flog eee 8s discursivas da retoriea, da mara, da meu « S85 estrutuiras linguisticas sobrepostas subj 153 shee. cstruturas que repousam ao menos em parte Na fala e na &Serita o imensa preponderincia de todas as estrmturas, / mt , Todavia, 0 poder das estimtutas: linguisticas é inustialmente Peat eugao das estruturas fonologicas, morfolégicas, sintaticas e seman” a ovr ext om poss feos de recutsosrelatvamente moyq firma a pertenga do falante a uma comunidade lingutstica Creforca gs ty que tomam possivel a geracao de sentengas gramaticais, Assuminds “en, afirmagao ¢ feita a outros falantes competentes da lingua, Prong’ uma sentenca gramatical em si nao cria disparidades importantes ee mn mas estabelece uma igualdade entre os interlocutores. A lin, BUageM, 6 cl, Pol ve como um meio para todos os tipos de execucdes de relacdes de pode no nivel da fonologia, morfologia, sintaxe e semantica, ela é 0 mais Proxin Mas estamos provavelmente de chegar a um meio neutro de troca. Essq neutai relativa com respeito ao poder ajuda a explicar a outra peculiaridade das a turasfnguisticas: sua extraodiniiadurabilidade. Se a execucto doseage Iinguisticos serve somente para sustentar 0 empoderamento linguistico deste lames sem mudar acentuadamente os recursos em direcdo a alguns falantes para Tonge de outros, entio ninguém tem muito incentivo para se engajar inovacdes que transformariam as estruturas linguisticas. Se € verdade que as estruturas linguisticas so muito menos implicadas nas relacdes de poder e muito mais profundas e duraveis do que a maioria das ety turas, segue-se que deveriamos ter cuidado com a tendéncia difundida de ust as estruturas linguisticas como um paradigma para estruturas em geral. Ember a clegancia do modelo linguistico possa estabelecer um padrao invejavel, « (ruturas que operam mais proximas a superficie da vida social e que sto mis diretamente implicadas nas relagoes de poder podem ter principios e dinimics muito diferentes. Um perigo que surge de aceitar 0 modelo linguistico a mente € uma tendéncia a pensar as estruturas como compostas putamen esquemas, embora ignorando a dimensao recurso. Ao estudarmos as estrus simtaticas das linguagens, onde a execucdo de esquemas possui consequt de poder menores, néo importa muito se 0 aspecto recurso da estrus’ sligenciado. Mas quando tentamos dar sentido aos dominios da vida a meados pelas relagdes de poder, pode ser completamente devastador @P analogia linguistica e conceitualizar estruturas puramente como esque" Estados Candidatos particularmente lado ou as estruturas politicas, Pobres para a analogia lingu nk que comumente geram ¢ utilizam BF ie Centtasoes de poder e que estao usual da vida social. Estado e estruturas poli mantidos, disputados e discutidos em 5 da Hs mente um tanto proximas EYP cid 2 estab ticas sao conscientemente OF et 0 se Vez de pressupostos come 16 jo mundo, Embora possamos imaginar inicialn 7 clalmente que veis dl poder tendetiain a assegi caes de radi es ar verdadero de fata, Embraer ne ema vest PO eri Honan alos esos aces que nx ans cates Pose eles geralente nao tenham se mostrado yeralmel at Ragvado A ativamente descentralizades ou nao coetivus Compre obs dW pretanlha ¢a Franca entre 1750 ¢ 1850, os Estados Undo ‘woes 2 79 a 1950, a Costa Rica € a Nicarigua, Fl Salvador, ow a Gua- can segunda Guerrit Mundial, ou {ndia e China ao longo do mesmo rl eA egmo estas relativamente estavels estao sujeitos a translormacies te icas. Emibora os Estados Unidos tenham tido uma unica cons fst 789, 0 pals experienciou uma sucessio de crises pola que cil menos cinco sistemas partidarios claramente distintos ao longo sre imos dois Séculos (BURNHAM, 1967). Podemos argumentar que estru- ® Terado sio Telativamente mutaveis precisamente porque seu tamanho oa (poder) ea superficialidade (falta de profundidade) de seus recursos os sarnam alos naturais para conflitos abertos. Masse a maioria das estruturas politicas € caracterizada tanto por alto poder cino por baixa profundidade, uma relacdo inversa entre poder ¢ profundida- dé absolutamente desnecessaria. Existem algumas estruturas politicas com inensis implicagdes de poder que sao, apesar disso, relativamente profundas ese tomaram “segunda natureza” € séo aceitas por todos (ou quase todos) «satores politicos como meios — essencialmente neutros em relacio ao poder & dos como garantidos — para fins politicos. Essas estruturas tambem parece srinasualmente duraveis. Isso pareceria ser verdadeiro sobre estrucuras politt- tam Pe como o sistema constitucional american, a burocricia publica Seay Ee) legais da comunidade inglesa cuja duracdo Margaret racou do século XIV a meados do século NIN. A durabilidade, tty pag Piteeria ser determinada mais pela profurrdidacle da esirutura do que Seu poder, 5 pode am. Copitatismy Com 0 est Pafandg got et4tAS com grandes efeitos de pouler se wornam ou permanecstt ? Espen : As spear PetarFamos, normalmente, que a solidez dos efeitos tormMese Sociais F & reagan’ COnscientes e dispostos a contestar 0s esquemus € AUTOS tt = a oo cased do Pali S25 estruturas, Abordarei essa questio examinunle oct J s aay far de uma es ey poder ¢ ainda ‘ “ acular d estrutura carregdat de ae lac vee comgne, © CAbitalismo ¢, certumet, aftanente Peri ente que os tiltimos duzentos ¢ cinquen’a LE , is O74) constitut alg tale aséeuloN seme Wallerstein, L274) cone le o século XVI, conlor : tunua de acumulacte ee mico, lodavta nts anos (oe alist @ Unificada com wma dindmica con 198 stnatura centval duradon capnal gunada por uma estintira MOO que no i, ary, apitalista de produgao, fr a échamadoo modo ' © proprio Mary observou o cantter extraordinatiamente din; do desenvolvimento eapitalista, mas ele via a mudanga conye, mecanizada, gerida por "thi, "Kinda ny, uiniea forma: a fabrica de larga escala, wimg casa vez mais homogenco, Desenvolvimentos recentes tenderam 4 iy tng bullae deo capitalismo parecer mais radical e permanente, Longe ty, © avanco da fabrica classica, a era corrente do crescimento COMAMcg, re Ry for caracterizada por um uso crescente de subcontratagao, Fabticas ‘in nas, terceirizacao ¢ “industria artesanal”, ¢ pela expansdo de SerVvigo My, da manufatura, Ao mesmo tempo, estudiosos tem assinalado cada», desigualdade, a contingéncia ¢ a abertura dos padres de desenygn " s olvim capitalismo, seja no passado (SAMUEL, 1977; SABEL & ZEITLIN, joy" gs capitulo 10, abaixo) ou no presente ¢ futuro (PIORE & SABEL, ms (1988) sugeriu inclusive que formas de mudanga econdmica na assi era capitalista sao tao indeterminadas que 0 proprio conceito de com sua implica de regularidade subjacent, € equivoco e deveria sera donado, Acho que Sabel esta certo até onde vai: uma ampla variedade de ara, institucionais e relacdes de propriedades sao compativeis com o “capitalism” t nunca em sua historia o capitalismo obedeceu a “leis de movimento” uniforms O desenvolvimento capitalista foi sempre uma atividade confusa e desigual. x acho que a confusio era em nivel de estruturas secundarias ou de superficie eqs abaixo da mutabilidade da superficie reside uma estrutura profunda mais esx) de esquemas que sio continuamente reforcados por fluxos de recursos mesa em ocasides em que estruturas de superficie so transformadas. 984), Sy, 7 chan, CPitalist, 0 I Diferente de muitos marxistas, vejo os esquemas centrais ndo como aqus que definem a rela¢ao de trabalho assalariado, mas como aqueles que goversat a conversio do valor de uso em valor de troca"!. © procedimento centtal do talismo a conversio do valor de uso em valor de troca ou a mercaclorizagi ® coisas ~ € excepcionalmente transponivel. Nao conhece limites natutais: Pos" aplicado nao somente a tecidos, tabaco ou panelas, mas a terra, trabalhos ae Uucos, pio, sexo, propaganda, emogdes ou conhecimento, cada um deles PX! ; convertido em qualquer outro por meio do dinheiro. A instabilidade de at Cie do capitalismo surge precisamente dessa interconvertibilidade, que os detentores dos recursos a comercializé-los Por outros recursos en “alotes relatives mudam e que sempre permite que recursos nso tratados Pe tuente como mercadorias entrem no circuito das trocas monetizalas. F" termos,a forma da mercadoria, ao tornar quase todos os rectrs0s eB" | mercadorias intercambiaveis, organiza uma intersegdo praticamem® univ’ 11. John Roemer (1982) provou, a austncia do trabalho assalariado, 156 significa que mudangas em tma estruitura — uma acumulagao o que pinuida de recursos Ot UM Nove procedimento = ou dim | i podem afetar «wo indefinidamente vasto de outtas estrutiiras que se intersectam por ‘a ae snc. Mudangas em tm ponto do citcuito de intercambio darao ce efeitos © inovagdes de recurso em outra parte. F essas mudancas nao cariamente forcadas a seguir alguma forma particular, contanto que 0 neers Assim, 0 surgimento da industria automobilistica estimulou 0 «t vm dvimento simultaneo das plantacdes de borracha baseadas em trahalho, joc eado, operacdes de montageny de automoveis baseadas em fabri rid or das por proletitios assalariados © uma proliferacio de oficinas de das por pequenos capitalistas autonomos, a as get nc P im os aaminist fl cP instabilidade ou imprevisibilidade cronica das estruturas de supe Mas ¢ss4 pital fie doc at ¢ . if ieee git a ong da vasa eas do ercmio de mescadors i um novo incitamento para investir; a logica inerente na forma da mercadoria toma qualquer novo arranjo de recursos ou novo procedimento uma oportuni- Bee pencil de lucro. E, € claro, qualquer novo investimento resulta er mais se jancas. Mesmo investimentos que falham em criar novas oportunidades que sesam ser aproveitadas seguindo os procedimentos normais do investimento € inercambio capitalistas — quando uma firma vai a faléncia ha uma fabrica e equi- panentos a serem oferecidos por precos baixos, um mercado residual a ser explo- rao pelos ex-concorrentes da firma, ¢ assim por diante. Consequentemente, os priprios procedimentos so notavelmente resistentes as ~ na verdade, paradoxal- nente, so reforcadas pelas — falhas de empresas ou industrias capitalistas parti- culares. A substituicao de tecelées pelo tear mecanico ou do carvao pelo petroleo pode ter destruido habilidades, arruinado negocios ou deteriorado as economias de cenas localidades. Mas simultaneamente provou que seguit a logica da forma damercadoria cria riqueza para aqueles que o fazem, ¢ inclusive ~ no longo pr: a despeito de excegdes locais importantes — para a economia capitalist como aa he alguns casos, as estruturas podem combinar profundidade com Tre oder e, consequemtemente, podem moldar as experigncias de sociedades Por muitas geracoes. Jismo na verdade reforga suas estruturas mais profundas, Uma alte- Conclusao mines premissa de que a estrutura é una metafora epistemicainey stave “truturas, socials, tentei especificar como essa metafora deveria ser entendula Bsa OM argument, S20 constituidas por esquemas culturatis mucus sce lentados e conjuntos de recursos que enponteram e essing 8 19 Stuturag. gant 2 SeF Feproduzidos por essa agao, Agentes S20 empoderades por A nopach AM pelo conhecimento de esqucmas cura, ele os Cae Fecursos, como pelo acesso a rectursos que Os capacitam a exeCULAE 197 hay, we s. Isso difere do uso sociologico ordinatio do termo — Porgy Queeanna um fendmeno profundamente cultural ~ ¢ dg Uso 4 ini tint = porque insiste em que estrutura en do cap hy buigao de recursos no mundo cotidiano. A su UI i inamica, ys “ o resultado ¢a matriz continuamente em evolugdo de um process. social, Mesmo a reproducao mais ou menos: petite de estruturas ¢ y, profandament temporal que requeruma conta humana inven ‘ ta, Mas a mesma agencia inventiva que sustenta a reproducao de ¢strutina ‘s bem toma possvel sta transforacio por meio de transposigs de “ty ¢ remobilzagdes de recursos que fornam novas estruturas Teeonhecvesent transformaccs das antigas. Estruturas, Sugiro, ndo S40 categorias Teifcada, ‘ quais podemos recorrer para explicar a forma inevitével da vida social Recon a earutrascomoas defini agi €exigir uma anise crtca das interagn ticas por meio das quais os humanos modelam sua histéria. Oe iva eng 158 ———— © 2005 by The University of Chicago glés: Logics of History = Social Th Tatu orginal em ingles: Logis of History = Social Theory and Sig Weencrade pot The University of Chicago Press, Chicago, Mino tn Direitos de publicagao em lingua portuguesa — 2017, Editora Vozes Ltda. Rua Frei Luis, 100 25689-900 Petropolis, RJ ‘www.vozes.com.br Brasil Brasil Todos os direitos reservados, Nenhuma parte desta obra podera ser reprod transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletronico or nee incluindo fotocopia ¢ gravacdo) ou arquivada em qualquer sistema on." banco de dados sem permissao escrita da editora ou CONSELHO EDITORIAL Diretor Gilberto Gongalves Garcia \ Editores Aline dos Santos Carneiro Edrian Josué Pasini José Maria da Silva Marilac Loraine Oleniki Conselheiros Francisco Moras y Leonardo A.R.T. dos Santos Ludovico Garmus Teobaldo Heidemann Volney J. Berkenbrock Secretario executivo Joao Batista Kreuch Editoracdo; Fernando Sergio Olivetti da Rocha Diagramacao: Mania de Criar Revisdo grafica: Nilton Braz da Rocha Capa: Juliana Teresa Hannickel Arte-finalizacao: Editora Vozes ISBN 978-85-326-5341-3 (Brasil) ISBN 978-0-226-74918-1 (Estados Unidos) | Editado conforme o novo acordo ortogratico. Este lio foi composto e impresso pela Editora Vozes Lt

You might also like