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RESUMO DE FILOSOFIA.

A princípio, a Filosofia surge como um pensamento normativo que irá sistematizar os


valores especulativos e procurar compreendê-los de maneira racional. Ela traz um
pensamento seguro e sólido criando uma razão instrumental fundamentada na lógica
que irá contrapor a religião, o mito e as opiniões. A busca por soluções para as
questões existenciais humanas, a reflexão sobre a vida e o universo acompanhadas
daquilo que os gregos chamam de thauma (admiração, questionamento, espanto),
promovem o surgimento da Filosofia.
Foi sobre a physis (ordem natural), que os gregos começaram a exercer uma reflexão
racional. A Filosofia nasceu assim como a Física e os primeiros filósofos também foram
físicos, entretanto, a Física para eles não é a Física tal qual a entendemos nos dias
atuais e sim no sentido de phyen (nascer, emergir, crescer). A incongruência analisada
pelos gregos se dá entre a physis (ordem natural) e o nomos (ordem humana). Por um
lado, as leis naturais inalteráveis e constantes e por outro, as leis humanas escritas,
orais, costumes etc.
Pré-Socráticos

Fugindo das explicações mitológicas a respeito da origem do mundo e contrapondo a


religião e opiniões estabelecidas. Citamos os filósofos físicos, a saber:

 Tales de Mileto
Considerado o primeiro pensador grego, “o pai da Filosofia”. Ele inaugura a corrente
de pensadores físicos. Para Tales, é preciso investigar um problema para obter uma
resposta válida e assim se volta para responder à Aché filosófica, ou seja, a origem de
todas as coisas. A ÁGUA seria, para ele, a origem de todas a coisas, pois tudo depende
da vida e o que mantém a vida é a ÁGUA.

 Anaxímenes
Concorda que a água é indispensável para a vida, conduto, Anaxímenes afirma que a
origem de todas as coisas seria pneuma (ar), mas no sentido de espaço. Para ele, a
água está no AR, ou seja, no espaço.

 Anaximandro
Afirma que a origem de todas as coisas não seria necessariamente água ou ar e sim
APEIRON (infinito). Quando passou a analisar o mundo, Anaximandro percebeu que
além da igualdade tudo possui o seu contrário. Quando analisamos a água e o ar do
ponto de vista da igualdade, estamos percebendo estes elementos numa perspectiva
finita. Ao conceber a água e o ar no âmbito da diferença, estamos utilizando uma
perspectiva infinita.
Nós seres humanos não percebemos o infinito porque nossos olhos e razão são finitos.
Logo, a origem de todas as coisas seria o infinito, pois ela não pode ser limitada e o
finito não suporta o infinito.

 Zenão
Zenão apresenta o paradoxo que é a corrida entre um homem e uma tartaruga. Nessa
corrida o homem ficaria em um ponto A e a tartaruga em outro ponto B, a sua frente,
mesmo o homem sendo mais rápido ele nunca alcançaria a tartaruga porque quando
ele chegasse no ponto B da tartaruga ela já estaria em uma distância na sua frente,
ponto C e dessa forma o homem nunca a alcançaria. Diante disso, Zenão voltava-se
para a ideia de que o espaço e o tempo são infinitamente divisíveis.

 Pitágoras
Para Pitágoras, a origem de todas as coisas descende da Matemática (essência dos
números). O número figura como a causa de cada coisa e explica a relação de cada
coisa com outra. Levando em consideração que tudo é número, então tudo seria
ordem e o nosso universo é numérico. Para Pitágoras, o número seria o elemento
básico explicativo da realidade e isso se dá a partir da música. A harmonia musical
reflete a concepção de Pitágoras, que afirma existir uma proporção ideal em todo o
universo e isso pode ser percebido na escala musical e sua harmonia, por meio dos
sons emitidos por cada nota musical. Por fim, são as leis numéricas que refletem o
ciclo da vida, as estações, os meses, os dias e o desenvolvimento biológico e é a partir
desses números que eu apresento e represento as coisas do mundo. A razão por meio
da matemática é representada de forma simbólica.

 Demócrito
Demócrito, sintetizou as quatro teses (água, ar, infinito, matemática) e a matemática
passa a ser o centro das investigações. Todas as coisas seriam limitadas para chegar a
essa conclusão ele utilizou a matemática da seguinte maneira: quando tento dividir
algo ao meio posso representar de maneira matemática como ½ e se tentar
novamente dividir obterei ¼ e a assim sucessivamente ( ½, ¼,1/8, 1/16 ...). Quando
tentamos dividir algo ao infinito chegamos ao átomo que é a menor partícula da
matéria. O átomo seria, então, a origem de todas as coisas; é o limite do finito e ao
chegar a esse limite eu tenho o todo, ou seja, o infinito.
É a partir da junção de vários átomos que posso nomear todas as coisas. O ENTE seria
finito e o SER infinito.

O SER em:
 Parmênides
Parmênides é contrário ao mobilismo, diz que o ser é estático e isso é importante pois
é a partir dessa estabilidade que percebemos o ser. Parmênides caracteriza o
movimento como uma mera aparência das coisas e se formos além da nossa visão
imediata das coisas perceberemos que a realidade é única, imóvel e imutável. Através
do pensamento devemos buscar aquilo que permanece na mudança, pois só podemos
perceber a mudança se ela possuir algo permanente. Para ele o que se mantem
permanente e imutável é o SER e é o mesmo, o SER e o PENSAR. Para conhecermos o
SER, devemos seguir o caminho da verdade (razão) e não da opinião, porque a opinião
muda e não permanece.

 Heráclito
A instância heraclitiana é a do SER. O SER está em constante movimento é fluxo, móvel
e mutável e por esse fato ele não é possível em si mesmo de ser observado. Tendo em
vista, que o SER é eterno movimento ele nunca é, pois movimento não pode ser
definido. O que não muda no ser é a sua capacidade de mudança, ou seja, a logos (lei
que rege a transformação das coisas). Para sustentar seu pensamento podemos
destacar algumas de suas falas, são elas:
Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio; nada permanece estável e definitivo na
natureza; tudo muda continuamente; cada coisa é e não é ao mesmo tempo.

A realidade para Heráclito é eterno conflito entre o SER e não SER, mas isso não é
negativo pois garante o equilíbrio e a união dos opostos

Os Sofistas
Possuem uma grande importância, pois assim como Sócrates e Platão, tiraram a
Filosofia do rol metafísico e transcendental e voltaram a Filosofia para a própria
condição humana, centram o pensamento no sujeito. Buscavam trazer a sabedoria
para a realidade, deixando aquelas questões de explicação improvável e trazer uma
utilidade ou proveito para o conhecimento repassado para os demais.
Etimologicamente, sofistas vem de sofos que significa sábios.
Trazendo o contraste, analisado pelos gregos, entre a Physis (ordem natural) e o
Nomos (ordem humana), ou seja, as leis naturais inalteráveis e constantes e por outro
lado, as leis humanas escritas, orais, costumes etc. Os Sofistas afirmavam que o Nomos
era produto da convenção humana e não algo divino e absoluto e sim no arbítrio do
homem.
Os Sofistas eram detentores do bom uso da palavra, eles objetivavam educar para que
os homens assumissem sua condição de cidadão. Entre os Sofistas, podemos destacar
Protágoras e Gorgia que pronunciaram algumas frases emblemáticas, a exemplo de: “o
homem é a medida de todas as coisas”. Diante disso, o homem é a condição para
trazer a verdade para outro homem e não uma verdade que provém de um
conhecimento misteriosos a partir de divindades, mitos ou fantasias. É na condição
humana que a verdade é proposta, seja ela a mais profunda ou superficial. Assim,
desmentem verdades concebidas e tornam falsidades concebidas em verdades.
O Sofista pensava no que é útil e proveitoso e dá uma dinâmica para a sociedade
resolver os seus problemas. Por meio da retórica falavam a respeito de qualquer
assunto contra todos. Utilizavam o saber como uma mercadoria e a vendiam. Logo, por
essa categoria de mercadoria imposta no saber não podemos afirmar que essa
verdade seria pura. Em linhas gerais os Sofistas ganhavam dinheiro com a relativização
da verdade. Quando jovens bem nascidos queriam obter conhecimento para se
tornarem cidadãos bem sucedidos, eles procuravam os Sofistas e pagavam muito
dinheiro pelo conhecimento que lhes eram transmitidos.
Os Sofistas não eram verdadeiramente filósofos, pois relativizam a verdade e não
construíam um conhecimento puro e verdadeiro que trouxesse uma condição para
dizer que determinadas falas e argumentos sejam profundamente verdadeiros e não
podem está a critério de uns e detrimento de outros. O filosofo propriamente, não traz
uma verdade imediata ou prepara a verdade para uma situação momentânea e sim
procura um conhecimento denso e amplo, que leva muito tempo.

De certa maneira, os Sofistas contribuíram para estimular a Filosofia.

Sócrates
Sócrates foi morto, pois acreditavam que ele era contra Deus e a Política, mas em
nenhum momento ele foi contra, apenas procurou buscar uma verdade ou
conhecimento para explica-los. Sócrates não se colocava na condição de detentor de
todo o saber muito pelo contrário, ele afirmava que nada sabia e buscava
incessantemente o conhecimento. A técnica por ele utilizada era a de se colocar na
condição de desconhecedor para que as pessoas apresentassem suas verdades e com
isso ele passava a questiona-las, despertando no interlocutor que ele não sabe o que
pensava saber.

Para Sócrates devemos nos conhecer no sentido profundo mergulhando-nos na alma,


no conhecimento mais elevado para que assim possamos compreender o que as
pessoas dizem sobre nós e por qual motivo. Tudo isso traz um novo paradigma para a
Filosofia que deixa de ser cosmológica e passa a ser antropológica, buscando entender
como o homem é e trazer a Filosofia para a condição da razão humana.
Outro grande aspecto é a MAIÊUTICA SOCRÁTICA que significa “dar à luz ou parir o
conhecimento” e aprofundar esse saber a partir do questionamento e assim a
dialética.

Platão
Platão desde a sua juventude, tinha interesse em participar da política, entretanto, a
partir da convivência com Sócrates ele reformulou o seu projeto de participação
política. Platão acreditava que sua atuação política deveria passar por um projeto de
purificação e iluminação socrática. Quando Sócrates foi condenado a morte, Platão
percebeu que sua cidade apesar de democrática estava longe de ser justa. “Fazer
política, torna-se assim, para Platão projetar e tentar construir essa cidade ideal digna
de Sócrates. A Filosofia passa ser a procura dos fundamentos teóricos desse projeto
político”.

A Filosofia, até Platão, vinha procurando entender a origem de todas as coisas ou as


primeiras raízes do universo. A dialética platônica procura explicar a situação atual do
universo e não as situações anteriores, tudo isso por meio de causas não temporais
que sempre explicam o que cada coisa é. Isso é comparado ao método geômetras que
quando existe um problema, levanta-se uma hipótese para resolve-lo e verifica-se a
existência de outra hipótese para substituí-la e assim sucessivamente buscando uma
última hipótese.

Platão divide o conhecimento em dois âmbitos; o sensível e o inteligível. O âmbito


sensível possui a sombra (primeiro mundo) que seria a repetição ou representação
mimética e a opinião (segundo mundo) que surge quando a partir das representações
passa a elaborar opiniões. O âmbito inteligível possui a matemática (terceiro mundo) e
por ultimo e mais importante, apresenta a dialética (quarto mundo) que seria o mundo
das ideias, onde podemos alcançar as verdades transcendentes. É na dialética que
alcançamos o demiurgo onde toda a verdade está posta, a última instância do
conhecimento. Para Platão, um conhecimento estável e seguro só é possível quando
saímos do nível das sensações que nos são dadas.

Aristóteles

Aristóteles busca a sabedoria, mas não qualquer sabedoria e sim a primeira de todas
as sabedorias; um saber de todas as coisas e todas as causas, um saber pelo saber.
Aristóteles é uma reação aos Sofistas, procura superar as oposições entre Parmênides
e Heráclito, ou seja, mobilismo e imobilismo. Ele afirmava que é possível conhecer o
ser se definirmos anteriormente o que pretendemos conhecer desse ser.
Para Aristóteles a Filosofia implica no abandono do senso comum e o despertar da
consciência crítica. Essa Filosofia enquanto ciência do ser, deve enunciar as suas
causas. Aristóteles mostra quatro, são elas:

 1ª material; a matéria de que alguma coisa é feita.


 2ª forma; o ser ou o conjunto de determinações que permitem identificá-lo.
 3ª motor; aquilo que possibilita o princípio do movimento e dá origem ao
processo de constituição do ser.
 4ª o fim; a própria perfeição do ser.
Para resolver a questão do movimento, Aristóteles apresenta dois tipos de movimento.
O primeiro movimento (kineses) atinge os acidentes (lugar, quantidade) e não altera a
identidade do Ser. O segundo movimento atinge a própria substância do Ser e dá
origem a um novo Ser. A partir desse segundo movimento, Aristóteles apresenta duas
definições:

 Potência; disponibilidade para receber determinações.


 Ato; a forma enquanto realizada.
Todo movimento traz uma atualização da forma. O Ato (fim) antecede a potência e é
mais perfeito que ela. Aristóteles afirma que o primeiro Ato é Deus, mas não podemos
dizer o que ele é, entretanto, podemos dizer o que ele não é. Como Deus é perfeito
não comporta nada acidental, sendo excluído imperfeição, limitação ou divisão. Então,
primeiro existe Deus sendo a primeira causa, é potência e possibilita todo o
movimento que impulsiona a existência do todo. Deus é Ato e Potência ao mesmo
tempo.
Aristóteles considera que existe toda uma organização cosmológica e o homem faz
parte dela e para compreende-la, o homem deve procurar entender toda a lógica de
funcionalidade do movimento divino, movimento que impulsiona a existência do todo.
Quanto mais próximo do entendimento mais próximo estou do saber.
Platão traz a sua Filosofia para o mundo das ideias. Já Aristóteles, centra a sua Filosofia
no mundo real, ou seja, a realidade onde estamos, aquilo que percebemos e sentimos
enquanto palpável. Para confrontar essas coisas reais, Aristóteles resgata o principio
da identidade que é o Ser estático e a partir dessa estabilidade podemos identificá-lo;
aquilo que É permanece SENDO (A=A) e a partir dessa percepção do ser, posso extrair
a verdade.

Questões
1ª - A filosofia não é definida a partir de um teórico ou mesmo a partir de uma
única ideia. É sobre esse ponto que Heidegger procura fazer uma análise,
buscando o melhor caminho para pensar a resposta sobre a filosofia, nesse
sentido se contrapõe à tradição. Discorra sobre essa problemática levantada
no texto “Que isso, à filosofia?”
Heidegger entra em discordância com a tradição, justamente porque para ele a
filosofia tinha uma necessidade de conceituar tudo e para ele algumas coisas não se
conceituam por exemplo, o Ser. Heidegger afirma que a maioria dos filósofos não
pensaram a problemática do Ser e sim do Ente, mas fizeram isso acreditando que o
Ente era o Ser.
Heidegger diz que o Ser não é perceptível, não se mostra e não se define,
entretanto, é o Ser que possibilita o Ente e abre espaço para o Ente ser. O Ente, por
sua vez, é aquilo que é, que é perceptível, que acontece e podemos manipular. Para
Heidegger o Ser não se explica, pois ao tentar explica-lo, reduziremos ele a um Ente.
Heidegger por sua vez, busca reformular algumas percepções da filosofia, como por
exemplo o modo em que ela como ciência busca compreender o Ser através de um
método dotado do lógico, que é justamente o que contraria o que ele acredita em
sua corrente existencialista, a técnica, assim já questionada por ele. Segundo esse
filósofo, a melhor técnica para compreendermos o ser, é a qual deixamos ele livre,
para compreender a sua essência, o mesmo defende que é possível estudar e ter
uma técnica, mas que ela fosse para além disso, livre sem dispor de titulações.
A filosofia construída na perspectiva Heideggeriana é uma filosofia que tenta incluir
cada vez mais as particularidades do sujeito, o seu modo de existir, viver e ser, por
isso nomeada de “existencialismo”. Heidegger não só entrou em discordância por
causa da conceituação de Ser e Ente, mas também, por acreditar que a filosofia que
vinha sendo executada, era a mesma que deixava as particularidades fora dessa
compreensão, e para ele, não existe e nem tem como, pensar no Ser, apenas
universalmente, mas particularmente também, pois tudo funcionaria como uma troca,
sujeito e mundo, portando existiria um equilíbrio, onde um não anularia o outro. Essa
dialética, permitirá os estudos, pois traria a essência dos fenômenos. Portanto, essa
é a filosofia construída por Martin Heidegger, uma filosofia que não se fazia neutra,
como também, não se encontrava presa a uma técnica, o que logo, diferencia o que
era a técnica que a filosofia usava X (versus) a essência da técnica usada por
Heidegger.
Ao se manter neutro ou tentar prender os fenômenos a um método, não se chegaria
a lugar nenhum, desta forma, o existencialismo heideggeriano defende fortemente
que a técnica da filosofia fosse livre, e também se envolvesse com o fenômeno, para
enfim, compreende-lo, já que somos um ser, que quando lançado ao mundo (o ser
lançado no mundo ou o ser-aí), ou seja, o DEZEIN. Nos tornamos um ser com
outros seres dotados de particularidades, culturais, políticas, sociais e econômicas, o
que mais uma vez retrata a hermenêutica; método para investigar os fenômenos,
usados por ele.
Ainda, é possível perceber em meio a esta filosofia, o mundo acreditado também por
Heidegger, que é o mundo ontológico (essência do ser) o que difere de outra
perspectiva trazida pela filosofia, o ôntico (explicado, nomeado, ente). Por fim,
concluímos que a filosofia construída por ele, é a qual estuda o ser no seu modo
próprio, enfatizando as suas particularidades em suas totalidades, não o trazendo
meramente como um objeto de estudo, mas dotado de todo um contexto que permite
assim, o seu modo de ser no tempo.
2ª A problemática do "átomo" resume bem as questões da origem da filosofia,
Demócrito procura fazer toda uma síntese dos vários conceitos originários.
Sobre esse ponto, estabeleça um paralelo analógico com outros filósofos pré-
socráticos: Anaximandro, Anaxímenes, Tales e Pitágoras. Diga também por
que essa questão é tão importante e como ela se justifica na reflexão
filosófica?
O paradigma filosófico racional com esses filósofos pré-socráticos, provém dos
fenômenos naturais e é iniciado com Tales de Mileto quando afirma que é preciso
investigar um problema para obter uma resposta válida e assim se volta para
responder à Arché filosófica, ou seja, a origem de todas as coisas. A ÁGUA seria, para
ele, a origem de todas a coisas, pois tudo depende da vida e o que mantém a vida é a
ÁGUA.
Anaxímenes concorda que a água é indispensável para a vida, conduto, Anaxímenes
afirma que a origem de todas as coisas seria pneuma (ar), mas no sentido de espaço.
Para ele, a água está no AR, ou seja, no espaço. Já Anaximandro afirma, que a origem
de todas as coisas não seria necessariamente água ou ar e sim APEIRON (infinito).
Quando passou a analisar o mundo, Anaximandro percebeu que além da igualdade
tudo possui o seu contrário. Quando analisamos a água e o ar do ponto de vista da
igualdade, estamos percebendo estes elementos numa perspectiva finita. Ao conceber
a água e o ar no âmbito da diferença, estamos utilizando uma perspectiva infinita. Nós
seres humanos não percebemos o infinito porque nossos olhos e razão são finitos.
Logo, a origem de todas as coisas seria o infinito, pois ela não pode ser limitada e o
finito não suporta o infinito.
Para Pitágoras, a origem de todas as coisas descende da Matemática (essência dos
números). O número figura como a causa de cada coisa e explica a relação de cada
coisa com outra. Levando em consideração que tudo é número, então tudo seria
ordem e o nosso universo é numérico. Para Pitágoras, o número seria o elemento
básico explicativo da realidade e isso se dá a partir da música. A harmonia musical
reflete a concepção de Pitágoras, que afirma existir uma proporção ideal em todo o
universo e isso pode ser percebido na escala musical e sua harmonia, por meio dos
sons emitidos por cada nota musical. Por fim, são as leis numéricas que refletem o
ciclo da vida, as estações, os meses, os dias e o desenvolvimento biológico e é a partir
desses números que eu apresento e represento as coisas do mundo. A razão por meio
da matemática é representada de forma simbólica.
Demócrito, sintetizou as quatro teses (água, ar, infinito, matemática) e a matemática
passa a ser o centro das investigações. Todas as coisas seriam limitadas para chegar a
essa conclusão ele utilizou a matemática da seguinte maneira: quando tento dividir
algo ao meio posso representar de maneira matemática como ½ e se tentar
novamente dividir obterei ¼ e a assim sucessivamente ( ½, ¼,1/8, 1/16 ...). Quando
tentamos dividir algo ao infinito chegamos ao átomo que é a menor partícula da
matéria. O átomo seria, então, a origem de todas as coisas; é o limite do finito e ao
chegar a esse limite eu tenho o todo, ou seja, o infinito. É a partir da junção de vários
átomos que posso nomear todas as coisas. O ENTE seria finito e o SER infinito.
A importância de toda essa questão é o fato, desses filósofos físicos fugirem das
explicações mitológicas a respeito da origem do mundo e contrapondo a religião e
opiniões estabelecidas. Tudo isso, traz uma contribuição para que a reflexão filosófica
se torne como um pensamento normativo que irá sistematizar os valores especulativos
e procurar compreendê-los de maneira racional, trazendo um pensamento seguro e
sólido criando uma razão instrumental fundamentada na lógica que irá contrapor a
religião, o mito e as opiniões.

3ª - A dialética é o conceito mais importante de Platão, porém, ele inicia,


originariamente, em Heráclito, explique como esses filósofos se
complementam e se distanciam neste ponto, ressalte a problemática do Ser e
do conhecimento.

A instância heraclitiana é a do SER. O SER está em constante movimento é fluxo, móvel


e mutável e por esse fato ele não é possível em si mesmo de ser observado. Tendo em
vista, que o SER é eterno movimento ele nunca é, pois movimento não pode ser
definido. O que não muda no ser é a sua capacidade de mudança. Para Heráclito a
dialética seria uma guerra permanente no ser, ser e não ser ao mesmo tempo.
Podemos, ainda, entender a dialética de Heráclito como posições se contrapondo a
posições e a guerra permanente no ser seria a mãe de todas as coisas, pois é a partir
desse conflito constante que temos uma harmonia. Heráclito, possui uma frase
bastante famosa que é: “não nos banhamos duas vezes no mesmo rio”. Para Heráclito
a vida requer contradições e guerra, pois é a partir da harmonia entre os opostos que
podemos alcançar o conhecimento, a logos que rege a transformação das coisas, o Ser
originador de tudo, ou seja a razão e arché. Concluímos que a construção do
conhecimento sempre está em movimento.
A dialética platônica tem por base a “maiêutica” socrática, ou seja, a parição do
conhecimento. Quando existe um problema levanta-se uma hipótese para resolvê-lo e
se verifica se existe outra hipótese que possa substituí-la e assim sucessivamente
buscando uma última hipótese. Então, é a partir da oposição das ideias que
aprofundamos o conhecimento e tornamos ele cada vez mais verdadeiro, mas segundo
Platão nunca atingiremos a verdade universal. É a partir do questionamento que
chegamos à dialética alcançando a filosofia pura, onde toda a verdade está posta.
Por final, o ponto de encontro entre Heráclito e Platão se dá justamente na obtenção
do conhecimento por meio dessas oposições, conflitos de ideias que geram o
conhecimento mais profundo e que a partir dele, possamos chegar à razão das coisas,
as verdades transcendentes. O distanciamento entre eles ocorre, porque enquanto
Heráclito considera que o Ser é constante movimento, ou seja, tudo muda. Platão diz
que algumas coisas mudam, mas que essas mudanças são meras aparências, reflexos
daquilo que não muda – o mundo das ideias.

4ª - Aristóteles, filósofo antigo, tem sido muito importante para o pensamento


ocidental, especialmente no que diz respeito a sua concepção lógica, assim
como a sugestiva aplicabilidade ética e política, tendo em vista a profundidade
desse grande pensador, discorra sobre essas contribuições, delimite,
especificamente, a partir da proposta da retórica.
Defendendo uma Filosofia voltada para a consciência crítica, abandonando o senso
comum e desenvolvendo um conhecimento voltado para o mundo material.
Aristóteles busca a sabedoria, mas não qualquer sabedoria e sim a primeira de todas
as sabedorias; um saber de todas as coisas e todas as causas, um saber pelo saber.
Fazendo o bom uso da palavra, Aristóteles por meio do diálogo procurava convencer
as pessoas, apresentando argumentos lógicos e racionais. Assim, Aristóteles deixa a
sua contribuição no campo político e ético.
Aristóteles afirma que o homem é um “animal social” e político por natureza, pois é
possuidor da linguagem e ela permite que o homem possa exprimir-se e isto torna
possível a vida social, fazendo que ele torne-se diferente dos outros animais e quando
esse homem se volta para aquilo que ele entende como fim útil e bom para todos, ele
já está fazendo política. Além disso, Aristóteles apresenta algumas formas de política
que ele chama de Constituição, que seria forma de organizar os habitantes de uma
cidade, sendo assim um ordenamento da mesma.
As constituições seriam:

 Monarquia; o governo de uma só pessoa visando o bem comum.


 Aristocracia; o governo de mais de uma pessoa, mas somente poucas,
porque governam os melhores homens com vistas ao que é melhor
para a cidade e seus habitantes.
 Democracia; quando a maioria governa a cidade com vistas ao bem de
todos.
Para Aristóteles, a ética seria a felicidade do homem e isso seria obtido a partir de uma
vida com sentidos. Para vivermos com sentido, devemos viver de forma racional
buscando um equilíbrio entre as virtudes e os vícios. Ele traz a virtude do homem
como uma condição de equilíbrio entre os excessos e as faltas, ou seja, uma justa
medida. As virtudes éticas seriam a coragem, a amizade, o amor próprio. Para ser ético
não podemos agir por impulso, pelas emoções, sem refletir sobre os nossos atos e
também não podemos perder a esperança.

5ª – A problemática do infinito encontra-se em vários filósofos pré-socráticos, vai


desde Anaximandro até Zenão, por que essa questão é tão importante e como ela se
justifica na reflexão filosófica dos gregos antigos?

Tales de Mileto e Anaxímenes procuraram responder à questão da arché filosófica. O


primeiro apresenta a Água como elemento que originou tudo, já o segundo traz o Ar
como elemento fundador. Anaximandro, afirma que a origem de todas as coisas não
seria necessariamente água ou ar e sim APEIRON (infinito). Quando passou a analisar o
mundo, Anaximandro percebeu que além da igualdade tudo possui o seu contrário.
Quando analisamos a água e o ar do ponto de vista da igualdade, estamos percebendo
estes elementos numa perspectiva finita. Ao conceber a água e o ar no âmbito da
diferença, estamos utilizando uma perspectiva infinita. Nós seres humanos não
percebemos o infinito porque nossos olhos e razão são finitos. Logo, a origem de todas
as coisas seria o infinito, pois ela não pode ser limitada e o finito não suporta o infinito.
Zenão apresenta o paradoxo que é a corrida entre um homem e uma tartaruga. Nessa
corrida o homem ficaria em um ponto A e a tartaruga em outro ponto B, a sua frente,
mesmo o homem sendo mais rápido ele nunca alcançaria a tartaruga porque quando
ele chegasse no ponto B da tartaruga ela já estaria em uma distância na sua frente,
ponto C e dessa forma o homem nunca a alcançaria. Diante disso, Zenão voltava-se
para a ideia de que o espaço e o tempo são infinitamente divisíveis.
A questão do infinito trazida por Anaximandro e Zenão, quebra a ideia dos filósofos
físicos que atribuíam um dos quatro elementos da natureza (terra, água, fogo e ar)
como sendo o essencial para a origem de todas as coisas. Logo, o que dá a origem de
todas as coisas seria algo ilimitado, infinito que seria capaz de agregar tudo o que
existe. Tudo isso promove uma mudança para a reflexão filosófica, uma vez que a
deixa-se de lado aquela cosmogonia, que explicava o mundo a partir de mitos, e busca-
se uma cosmologia, que vem pela razão e a lógica. Esses dois (Anaximandro, Zenão),
começam a estabelecer uma lógica racionalizada de ver o mundo e olhar para a nossa
realidade. Desta forma, começa a surgir um pensamento mais sólido que será
parâmetro para a razão fundamentada na lógica.

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