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EE _ 11.2. Breve incurs sobre clissicos da teoria da sociedade: acontecer. Por isso, a5 alternativas tém de sey Durkheim, Marx ¢ Freud ‘€e508 dé Hecisao. No entanto, 9 Direito, daqg wtiplicadas nos pro- moderna, detém ainda outra iif = complexidad social Neste capitulo, vamos estudar alguns pensadores cléssicos ‘Gecepetes geradas por um processo de decay: ype eee SS mediante uma breve abordagem de concepgdes tedricas de Emile Por envolverem comportamentos, no Poder ger, eine ‘questdes, Durkheim (1.2.1), de Karl Marx (1.2.2) e de Sigmund Freud (1.2.3), reducionista. stas numa dtica relacionando-as aos processos de consenso, competicio e conflito en O Direito, tal como 0 individuo, & tide ‘tre individuos e agrupamentos sociais, resultaficto-alguumas inser assivel de aprimor: eneste sentido sobre palleae Tesitinidade no Direto. ‘© homem}, Para entender a diferenciacao day completo quanto As reais condigdes de possibilidade do Direito, enquanto estru- terizagao de seu direito vamos buscar algunas 5 lades para a carac- dores dlassicos. suposigdes em pensa- tura do sistema social, tém de ser analisadas a partir de uma diferen- ciagao entre ele (0 Direito) e a sociedade, tendo em vista grau de complexidade das sociedades modernas, ao qual o Direito tem de dar resposta. Em outras palavras, queremos entender a. lade como “wm conjuntg-estruturado de acSes significaticamente relacionadas’ que tem no Direito a estrutura que ihe confere o maior grau de esta- jrom cert seperti iailey, [titi ge: tisecove pa wocrengy fu 1 de divergir da nocio de“ 1.241. Emile Durkheim e a solidariedade sooiqy las : 40” do funcionalis- ‘Ocorre que, enquanto estrutura e sistema de acdes significativa- ad nal moni olen des Sn ne onions enti oho mee af a pres ‘monte ordonadas, socal ose confunde com ohomem cones ¢ lo € conscerado fundader da Eacola Sees 4 out de M0), o . do-se destacar as seguintes obras: Divisig qe sist Francesa, poden- ‘As Regras do Método Socioldgico, 1895; 0 gi tfabalho Socal, 1893; Elementares da Vida Religiosa, 1912. A. énfase, ne ae sas De sarle- que ascimm vito oD Fanaa Assua tese de doutoramento: “Divisao do trabaiig os shag se4 dada justiga e legitimidade precisam ser revistas. A legitimacio, par exem- _ No seu primeiro grande livto, "Divisdo dy trebatno social”? flo, edge tim processo de declsao legalmente previsto, nao podendo Emile Durkheim j estocava sua preocupasy, ©, tabalho social” ea rte eater alacie cee peito as relagies entre o individuo e a colgye MSIE & que diz res- aceita de Dieito. ergunta: como ima eOleeho de individiog cone a, Colocavarse a ais do quo fatose& mais do que noras.E sobre- Como cg a eta concicto 3 ein uma sociedade? tudo, um conjunto de elucubragées conceituais que maniém estabili- cans uae — zadas expectativas comportamentais de modo contrafético, pois que “ios tém necessdactes, tem consciéncia delas, e devem resolvé. sua vigéncia nao esté determinada pelo contetido em sida discussi0 {dau comectincs eve resolvélas dps em necessiaales, dorlltioss e nom pela fstica de diego, mas sim porque @Diralto 6 > SHG dlrs pac ph a eR RT“ ‘apaz de gerar uma prontidio generalizada para a aceitacio de deci tam fato social que s6 pode ser bem conhecigg, eta 4a socilogia. sobsatuda consilerando-ee &certera da qua alguna decisso ira efeitos sociais" Por intermédio d eee Ao estudar a solidariedade, Durkheim a dig & capiuabasendo no cap Il de OLIVEIRA JUNIOR Jot Alebinds dD ao de cme mentos: a solidariedade mecanica e a solidarjeq tN BUB EM cltc tem em aces felt egitmlade wo Dirt, Oventador Oneida Ferret de Mel. : a iedade Organica ‘hereto (nesta), Urdversdade Federal de Santa Cetrin, Moiatdpols, 199 (as edapta- fades ei {Sesforam relizndas pr Lenard ds Roch de Souza. ‘ EERRAZ JUNIOR Técio Sampaio. preentaio in LUHMANN, Niklas Lasting pel pro- © DURKHEIM, Ene aad iturdo Brando, Sto Pal: Martine codfmont. Trad. de Maria da Cancegte CBete Rea. Brass: Eaitora Universidade de Beal Fonts, 1938, 1980p. “idem, p38 ‘oad Alias de Ora fior Sociologia do Dire 40 Teosrda de Raha de Sosa cesenos Comoros aL em grande medida em seus pensamentos, possuindo 03 mesmos valo- res, etc ‘mais acentuado, e que comecam a surgit diferentes fundacées em seu interior, cada uma com sua especificidade, mas sem diferenciagao em A conservacio da vida’ oc las oa ‘sando fins que nao Ihe sao proprios, a fazer concessées, a aceitar compromissos, a levar em conta interesses superiores aos seus”." O Direito positivo é uma decorréncia da ideia coletiva de solidariedade, juéncia das forgas sociais. jo maior ou menor grau de ‘0 consenso que Vai determinar o maior ou 0 ‘meno! de do indiviciuo. Durkheim estabeleceu formas diferenciadas de Direito conforme o grau de diferenciagio das socie- 1 78 que, Pel fato de que multiplica as sang6es, manifesta a forca dos sentimentos comuns, sua extensao e sua particularizagao. Quanto mais ampla a consciéncia coletiva, quanto mais forte e particularizada, maior seré 0 ntimero de atos considerados como crimes, Isto é, atos que violam um imperativo, ou um interdito, que ferem diretamente a consciéncia da coletividade.™ Yeo Dito Raia pine opto das sodas or snicas, pois es cade earacterizavam-se pelo atimento-da complexidade devido a divisto do trabalho, necessitando de um Di- reito que ndo apenas aplique uma sancio ao culpado, mas que restitua odano principalmente.® Assim, 0 direito restitutivo deve ser interpre- 2 DURKHEIM El. Dib do Tabula Suc 9, 99-109. * dem, p.217 5 ARON, Raymond. As sims de emsrtto sali p 298, Pars Raymond Aron ese con cepeio cc errs em Durkeli nio signifies que culpa asim o se perante Deus, 0 com. ‘elas a nossa propria concepeio de juste, a numa sociodade deteminada onde tena ‘lena de obedeca as leis do Estado dem p. 308.304 Tod Alebinds de Ooi fuior 42 Trova ds Rocha de Svc tado de forma ampla, como Processual, Administrativo e Constit io A teoria societaria de Durkheim supde a presenca nas sociedades complexas de uma acentuada diviséo do trabalho social. Essa divisao altera por via de consequéncia a consciéncia coletiva, numa propor- cdo imediatamente inversa & ocorrida nas sociedades mais primitivas. Isto resulta num aumento da institucionalizagéo de certos padrées comportamentais, na medida em que tem de ser assegurada a dife- renciacio dos atores sociais. Concorre com essa ideia, paralelamente, anecessidade do aparecimento de certos valores comiuns, como a li- berdade. Esse sentimento (0 da liberdade) como é de dominio ptblico, particularmente integra as sociedades modernas (ocidentais) que tam no individualismo sua mola propulsora. Durkheim muito bem apre- ende essa situagio mostzando que a diferenciacio entre os homens determina a conscientizacao individual, entre o fazer ¢ 9 esperar algo. do outro, Mas isso nio "fxa de ‘set, para Durkheim, uma eats eterminada pelo pano de fundo das crengas e dos valores comuns, consciéncia coletiva, que, aliada a um suporte metafisico de justica, asseguraria a manutenco da coesio social. A estabilidade da socieda- de estaria dada pela normatividade, pela sancdo, que modificaria de acordo com as variagdes das sociedades. E preciso que se confronte agora, as nogées tedricas de Emile ‘Durkheim com posicionamentos que ora as estendem, ora as colocam como insuficientes e parciais. Assim, optamos, no sentido politico da necessidade deste didlogo, por Karl Marx e Sigmund Freud, em detri- ‘mento por certo de outros tantos nomes nao menos expressivos. 1.2.2. Karl Marx e a ideologia dominante (O que objetivamos analisar em Durkheim e agora queremos fazé- -lo em Marx, ¢ tentar compreender o “ser” da sociedade, ou seja, por que. como ume “coleco deindliduos” encontraefaz coincial auas cansciéncias individuais com a coletiva, to 6, encontra uma identida- de de consciéncias. Por que ocorre essa coexisténcia e por quais meios cla é mantida e continuamente reforcada? Qual 6 0 papel do Direito ‘Um inicio de resposta esta em descobrir de onde a sociedade bus- ca ou justifica a legitimidade do Direito. Podemos observar que aquilo DURKHEIM, Elle. Divi cd Tabi Soi p92 Sociologia do Direito Desire Eovrexrontnee 43 que flguns autores spontam como egitinasio de soriedare nora zestringe-se a substituir ou a preencher “lugares vazios” (do ponto de vista politico) por instifuiges que permitem operacionalizar a refe- rida coexisténcia (mais ou menos consensuialmente) aceita dos indi- viduos. Por isso, 0 que Marx acrescentou a discuss4o sobre a teo: societatia diz respeito ndo a descoberta do virus da politica em tais relacdes, pois a dimensao politica do social foi trabalhada por pensa- dores sabidamente conservadores (Durkheim e Hegel). Oproblema nao estd no fato de que as instituig voliticas, eco micas nu Senin posta ut centundo caster pollca as iue elas, justamente por seem sociais, estado vinculadas a uma ideo- Ibgia conesponstonten ceterminadda cattada social hegemOnicae que Isso nos remete & oposigio levantada pelos saberes positivistas ‘que defendem a oposigao da ciéncia contra a ideologia. Na verdade, sabemos que esta opasi¢io néo pode ser sendo fruto da malversacio iis jens, poe cs Soca dco 16.08 bacaTes. Cor soante Veron, “o conhecimento cientifico e sua histéria dizem res to. ‘a umn caso pafticular da produgio de algo muito especifico; o senti- Gro catce te ecanies ds tans alo meal to DU, poe exemplo, é sempre valorada e ideologizada, Portanto, o que se pode ‘opor a um conhecimento que se pretende cientifico (mas que na ver- dade € ideoligico) s6 pode ser um conhecimento critico, isto &, que coloque tal conhecimento em situacao critica. Temos de considerar denise ma comspio deicelag apart: domandene spo mite uma critica aos procedimentos ditos cientificos, de forma que “a sg detach cigar sociads hoa dare. tipel da duno; 0 que ésothinnite Pemniheckdd camo-p-discirad pradieia por 6 sas instituigées [...] e, para falar com rigor, nada existe que nao seja 0 curso ideologico” PRE mon pemgpecien, emcee eared accep junto de crencas que determina o modo de agit e do sentir dos sujei- tos sociais assume o papel-chave de fator alienante. De certa mancira, este é um fator que Marx colocou como fundamental na caracteriza- ao da ideologia como falsa consciéncia, isto é 0 fator alienante do discurso produzido pelas instituigdes. Q termo “consciéncia” estaria osto entao, como identificado a ideologia burguesa, numa tentativa {eallenscis dos sujeltos com relacao aoe fardaeventos que permitem A configuragdo de uma “colegio de individuos”, VERON, Eseo.A Praduo do Sent, p 105 dem, p 108105 Jest Alsbinds de Olio anior a4 “Lonard de Roc de Sousa Em linhas gerais, podemos dizer com José Eduardo Faria® {1 que para um enteque pragmatic do problema da domecracia (ed crt), capae 4 perio exame da quoi rltva go contort ene segura eiberiage & enteabi toda sua ratureza tpice,exge um moro que nda ignore nem a possi. dade de ifereiesniveis de cansensa, nam as tens6ese as mudangas. As peas pressupdem que a coortvidade oxstante om queue sistema soil corsponde- Fa, quase sompre, @ um consenso e geval sabre oS valores. Jos segundos tom, como pono depart, o rassupeso da qua a coifito decorente da desialdade 8 rate soc air os homons, 0 a realdaca ima de vida so oo conaneo, reals dina de vida so- cil De ta fora quo, encarando mn produio de coer, aca: bam reduzindo 0 poco, o social @o cual anscantmloa— ‘Marx traz um enfoque preocupado com as injuncées da dialética, como forma de reverter 0 “real”, interessado em revelar as relacoes de violencia que apoiam as ideologias da legitimidade. 1.2.3. Sigmund Freud, a psicandlise e a sociedade Sigmund Ereud entendeu a sociologia como psicologia” com- preencendo agociedade tomando por base a ideia de “inconsciente”. tas cnactetstce Hotere oe au concnte do agen aseu leans ccs (eee ay ena eelacte eatin ea tite. ope de crengas e dacios culturais. Aquilo que Weber pretendeu resolver desde fora, Freud procurou explicar desde o interior. Assim, Frew uma investigacio que vai além dos crité vis da molduta fthacenal ade sede a hisnee volvimento cultural da espécie humana (seu processo civilizatério), Isto quer dizer que devem ser levados em conta, no processo de co- existéncia, momentos em que a sociedade apresenta transformacSes SSTARIA, Jost Eduardo. Rei Poin olgts Democrtic, p 19-149, IABERMAS, Jigen. ConueinanteIntree Rio de janet Zaher, 1982, . 28, Em seus est esti sl leur oppo red nin afirma-ecomosoctloga, Ferm Gee tense is cpa ams Ganda caSecas Porcute udo, fami i pel enc uaa soe pg led Vor Al ROSS, Sobre el Derecho y Ta Justicia, p. 318-319. ~= ° Dentre outs 260s, Feud 50 pode sr eclido de nossa despretesioss anise pois sua teoria serve depano de ind so wba desaites ncn como Paso, Martone "isbeomas,Inclsive dagueles que nko se cosicram fcionalisas, foma Castaic. Socialogia do Direito DeSIPOS CONTENDS 45 Bek Roop nadatio a geld a exatire guniion ob eet eulogy ope (deterioragao de certos pressupostes fundantes) e que se refletem na ‘mente humana, o que faz com que essas alteragves possam ser estuda- das através do individuo.” ‘Um aspecto fundamental retirado da teoria freudiana diz respe- to distingao entre fungSes manifestas e fungGes latentes, com o que pretende explicitar o desenvolvimento do repositério cultural de uma dada sociedade. © problema da culfura diz respeito al ndi- ‘vidual e coletiva das fransformacSes, que pode levar ao set _Tecimento, Fsse problema esté relacionade & produgao de s Tinguagem.” Toda produgio de sentido depende do social ¢ se configura como algo problemético e essencial ao mesmo tempo. Essencial por- ‘que o fenémeno de sentido esta relacionado ao trabalho significante de uma cultura ¢, por conseguinte, de uma sociedade determinada. Problemético porque nem sempre tem sido facil extrair daf todas as Sonsequéncias para uma teorit do sentide Em outras palavras, 08 saberes corroboram para uma indefinigao e uma generalidade nesse campo Como a linguistica atravessa o social, oferece boas condigées ‘para a conservacio da crise gencralizada em que o social esta submer- 50, O sistema da lingua oferece mecanismos cuja produgio e trans- formagdes esto submetidos a um tempo histérico bastante longo. ‘A diferenciagdo entre os niveis linguisticos ¢ realiz Ferdinand ussUre, que sistema da lingua diz respeito a0 social, € ‘A psicandlise, ao tematizar 0 social por meio do individuo, ou seja, da sua subjetividade, do inconsciente, teve de langar mao da lin- guagem. Oni jeito, da fala, na linguagem, é decorrente de um cédigo, a lingua, que ¢ fechado, que nao admite investigagées sobre seus fundamentos, Poder-se-ia dizer nesse sentido que a psicanilise (tal como tantas outras ciéneias burguesas) nao tematiza as condigbes pelas quais seu conhecimento se produz. Em outras palavras, aruptu- tana linguistica pode tracuuzir, assim como pode silenciar, problemas politico-sociais, ainda mais quando relacionado ao corthecimento psi- Canalitico, pois nele a solucdo terépica se encontra mais no sujeito do 5 HABERMAS, Jorgen. Conciente Tnteres, p 288. VERON, Eliseo. Produ do Seis So Paulo: USP/ Cale, 1980, * Tdemp. 173058 gem, p.175 © SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linpilition Gra. 27. od, Trad, Anno Chetini José Paulo Pas edo Elkan. So Pale Cult, 2006, que na sociedade. Assim, a lingua cumpre dogmaticamente o papel de repositério cultural estavel, e toda a teoria que se dirigir exchusiva- mente a fala ¢ ideol6gica, segundo Verén. A psicandlise procurou romper com a simples oposi¢do exterior entre objetivismo e subjetivismo que aparece nas obras de Durkheim ¢ Weber na explicitaco dos fundamentos do social. Freud elaborou as categorias funcionais “manifestas” e “latentes” por supor que as fransformacées culturais, politicas e hist6ricas da sociedade aparecem ‘¢ podem ser avaliacas interiormente no individuo. Assim, para Freud, o sujeito determina o surgimento das institui- ‘es sociais por ser ele fonte e fundamento da sociedade. Mas 0 com- portamento do sujel ém pode ser avaliado como “: a “patolégico”, quando conduzir-se de forma sociaimente indesejada pols colstividade, Preudteotou veciar essa quesiao conftuoea das relagies entre o sujeito ea col dade e desvio.* Nesse sentido, o Direito & considerado a estrutura social e his- t6rica que impée uma normatividade (um dever-set), 0 que impli- ca numa definigao de normalidade (que ocorre quando se segue o Direito) e numa fonte da repressio dos desejos. As constelagdes de padrdes coletivos que levam 0 individuo a neurose motivam a s0- Giedade a erigir institu lisse, até mesmo, que o conhe- cimento das doencas ida As nog6es de anormali- 4 uma solugao social”. Enfim, Freud procurou construir sua ciéncia através do reposité- tio tradicional cultural do individuo, onde se sedimentam os conteti- dos desejantes e inconscientes que foram reprimidos. Com isso, Freud explica € conceitua a repressao, ora como sublimacao, ora como pro- veniente de atitudes irracionais. Se considerarmos a investigacao de Freud de forma ampla, poderiamos vé-la como uma técnica terdpica para o indivich ‘HABERMAS, Josgen Conecineto enters, p13 * Schr ico asunto ropressto dos deseo, sinblico eautenomia do individu, vor: OLIVEIRA, JUNIDE, José Alcesindee do. Harmonia oe SublimagSn: nat para tsa cen uric inst tuldo. Consign, ° 2/3 Santa Crax do Sul, Faculdade irtogradas de Santa Cruz do Sul/ ‘Associagio Latino-Amerscana de Metologis do nina do Det. 78-87, 1983. HABERMAS, Jirgen.Conheciments Inte p- 123. Jou Alin de Ooi ior 46 “eon da Rohe de Soa Salo do Dri Sons tarashns a7 za 1.24, Andlise conjunta Tivemos @ oportunidade de levantar ao longo deste capftulo algu- mas suposicbes relacionadas & melodologia de autores classicos qué, no intuito de explicitar as problemdticas relac6es entre o individuo ea sociedade, assim como de suas estruturas normativas (especialmente 0 Direito), acabaram por demonstrar 0 alto grau de complexidade em que estamos envolvidos. ‘Vimos que, para entender a sociedade, precisamos perceber a diferenciagao inerente a0 aumento da diviséo do trabalho social, e a identidade das consciéncias individuais com referéncia 208 pel € ao lugar que cada autor ocupa dentro da hierarquia social. A sociol: gia cumpre a duiplice funcao d je estabelecer a diferenciacio ao mesmo tempo em que assinala a identidade que fornece “sentido” as condu- {as socials, Além disso, uma teoria do conhecimento sobre a sociedade “eo Direito tem de “ser” uma correlacdo entre sujeito e objeto, ou seja, nao pode elidir essa problematica, privilegiando apenas um aspecto. Deve-se considerar com relagio a isso 0 forte papel (simbélico e material) desempenhado pelo Estado modem, no que se refere 20 discurso e ao social em movimento, no qual o Direito cumpre um im- portante papel de sintese,* ou de estabilizacao ou, ainda, de repres- Sho de desejos. Nesse sentido, tanto 0 Direito como o poder de uma maneira geral nao provém apenas do Estado, mas trata-se de uma gama bastante grancle de possibilidades alteraveis e, principalmente, difusas.® A posicio de Durkheim ¢ Weber (visto no préximo capitulo) representa a calcinada oposigdo entre objetivismo /subjetivismo, Es- tado/individuo. A intengéo de Durkheim, segundo nos parece, a0 sa- lientar a nogéo de “consciéncia coletiva”, foi a de vincular o individuo Anormatividade a plenos gestos positivistas. Quer dizer, a um direito que, mesmo evolutivo, é invariante, pois que nao considera que a ins- 0 alsa jurtica, como ensina Leone Severo Rocha st nimamente raclonedo a ae «es de deminago na soiedade (ROCHA, Leonel Sever. Pate frac: Ua nod {Bo Teansdsdpline Porto Alegre: Sergio Anton Feb, 1965.37). seguimos aqui para consstuaro Dirsit, azoriefagSes eos trsbalhosde Luis A. Wart Assim, «© Dito como fda pric soil uma avntr hisrica que deve ser ta como um m0 ‘mento em tm context de orentagtes vals iden dgleas «poles, «nao como ua abs {rag Cnectul apenas, Waratdenarsiou com liridero"teorema” das sigan, ‘neyo foes extuatentusts do discs urcionceniic, fim outea ola aadnonsbs {qe Sneseo cio dopmsc oclta em avr de su racionalidads. Como dave Warst."O {Fe realmente undone Go apego a cma concep juridcn do mundo, pera pss a suntenar ‘Nmportacia dena coneepglosclst-histrics da Direo” (WARAT, Las Alberto, © Dire $ ingugen, p10. [ost Alobiadsde Oli Jor 48 “eon da Rocka de Sx titucionalizagao (sempre concordancia de terceiros) dessa consciéncia, pode em dado momento, subverter a ordem existente, Freud _percebeu a institucionalizacao relacionada as como a forma encontrada pelos indivicuos para solucionarem a Ze Bess de desejos, pois si0 as insituigdes que oferecem uma solugio Social a essa repressio, Nesse sentido, o Diteito surge como una &- ‘WRUTUFA que diz a0 sujeito o que ele deve fazer e 0 que ele nao pode fa- er, consubstanciando-se em um instrumento de repressio de desejos Se para Durkheim ¢ a consciéncia coletiva que vineula o individuo a normatividade, para Freud é 9 inconsciente (individual) que faz essa_ pa (Os assuntos ligados a 4rea do saber, nao obstante, nfo so (ou pelo menos ni ie dos homens. Essa é a ideia ‘que transparece en saber que domina com relagao a um outro que é dominado, num jogo Kidico que ora individualiza, ofa Scetiviea os saberes: dé acordo Goma convenidncia Mast contces nao 6 um brinquedo que podemos instituir ao bel prazer no campo das ideias, sendo que 0 campo das ideias ¢ uma instituigao do proprio engendramento social. Pierre Bourdieu num estudo das interrelagdes entte 0 simbélico e o material, trata a questio dos fundamentos do po- der e nos fala justamente das relagies tebricas entre os classicos: {128 teorascléssicas, dos undemertos o poder, as de Marx, de Duka ede We- ber, sufcento reaproximar para ver quo as condipes que ona posse a consi {uigo de cada uma das excuem a possbidade de consugo da objeto que operam as outa. Asin, Mans ope @ Durkheim no que ela pereabe como o prod de ua donominagio de classe onde Durkin (que ndo exo lanals to Garamens ‘um fascia sci exoto om mata de socilogla da lugr prvlgiado, 4a isto co conse) ndo v8 send o eit de un constang mento soc ndio. Sob cto pisma, Marx Durkheim se opdem a Weber quando contadiom, pl eu abies me ,ateriagdo de ver nas relagSes de poder apanas elagdes “PERE cotonis vcs orton Satoetntowes pe (glic, exondmic ) coma diversas maaldades darelagdo80- cciologicamente diferénciada do poder (Macht) de um agente dobre um outro. Piorre Bourdieu segue dizendo, ainda, que a relagdo contra as 1e- presentacdes artificialistas da ordem social leva Durkheim a enfatizar jade da coercio, Enquanto isso, Marx esia interessado ent ideologias da legitimidade e as relagdes de violéncia que as apoiam, tende a minimizar em sua anélise 0s efeitos da ideologia dominante, a eficdcia real do esforgo simbélico das relagdes de forca, " TOURDIEU; Pier; PASSEKON, Jean. A Rrpalues: ements pas una tov do sista de ens, p1920, Sociologia do Direito Destro SoMTEPOHANEDS 49 Froud eo quaklom {que implica no reconhecimento pelos dominados da legitimidade da dominagéo. : Bourdieu levanta também a oposicéo de Weber a Durkheim, como ainda a oposicéo com relagao a Marx, por ser Weber o tinico a ‘analisar a contribuigao espeeffica que as representacies de legitimida- de trazem ao exereicio e & perpetuacao do poder, “apesar que, fechado numa concepgio psicosocioldgica dessas representacdes, ele ndo pos- sa se interrogar, como fez Marx, sobre a verdade objetiva’.” As posi- goes de Weber ¢ a forma como ele entenclew 0 Direito e a sociedade sero objeto do préximo capitulo. 1.25. Para aprofundar o estudo HAUS, Denis de Castro digces da socologin uses Irv FERREIRA, Lier res; CUANABARA, Ricardo; JORGE, Viadimys ong). Curso de sacio- logis jit, Rio de Jano: Elsevier, 2011, p. 41-98. Conpwor LUHMANN, Niklas, Ssiloiasa Divito | Trad. Gustavo Bayer. Rio de Janeiro: Tem po Briere, 1983 -TREVES, Renato. Socilgia de Diz: origens,pesquisas ¢ problemas. Trad, Marelo Branchir. Barer 3: Mane, 2004 1.2.6, Questdes essenciais 2) Por que o Dieito é considerado a estrutura que confere omaior grau de estabilizagio a sociedade? 1b) Qual a diferenca entre solidariedade mecanica e solidariedade organica em Durkheim? ©) Segundo Marx, qual a influéncia das ideologias na formagio do Direito? d) A partir do estudo de Freud, qual a relagio entre o direito e os desejos? 1.2.7. Filmografia Ficha técnica: Perea CRASH. Diresto: Paul Haggis: Roto: Paul Haggis (striae Paul Hagats© so. Mate: Mark cham: Foogeai: James Maro. Intepretes: Sande Ballo ck Don Cheadle, Mat Dillon, Jenifer Esposito, William Fichtner, Brendan Fre Se, Terrence Howard, Ladacis, Thandie Newton, Ryan Philippe, Larenz Tate, 5 BOURDIRU; Pere: PASSERON, Jean. A Repro. p 1920. Ton Alba de is ior 50 Teamar da Rah Soa el Qeveror89 0 Fim der De Shaun Toub, Tony Danza, Keith David, Loretia Devine, Nona Gaye. Produtora ‘Lions Gate Films. 100 min, 2004 (Ame) * Neste capitulo estudamos as propostas de alguns socidlogos clés- sicos para a vida em sociedade, envolvendo a solidariedade, a com- plexidade da sociedade ¢ a ideologia dominante. Por isso, indicamos i |, Por representar uma producio i aproxima los choques que ocorrem nas sociedades complexas. No varias histérias de vida se cruzam, com momentos de solida- riedade e de egofsmo, outros de compreensao e de desprezo, com um “relato no qual os personagens vao entrando e saindo, vao se encon- trando com seus medos e incertezas; com sua complexidade, seus pro- cessos de individualizacgo, seus medos e inseguranca, suas misérias € ‘stias necessidades do outro”. Percebemos, por meio do filme, como nossas vidas esto interligadas de tal forma que uma pessoa pode ge- rar um dano e, aps, precisar fazer parte de sua solucao. Além disso, a ‘Vida em Sociedade gera um desequilibrio, podendo, até mesmo, fazer com que mudemos riossos valores, julgamentos e comportamentos dependendo da situacao. 1.3. Max Weber, 0 Direito e as sociedades modernas” Diversas sAo'as teorias que tentam explicar a origem das socieda- des hy .s) Algumas delas defendem que as sociedades surgiram ‘a passagem de uma situacao de naturess (ait estado mais tint vo) para uma situacao civil)* passagem essa mediada por normas ou regras.™ De © fato 6 que, 7.Cz, SAN MARTIN SEGURA, David SUSIN BETRAN, Ras coords). Dae y Paitin ml sociated eg 8 proposes de ne Legros, Expen: Univeral de La Ri, Seve de Poblcacinen S02, "SUSI EETRAN, Rad Custines sci n tomo a scindad dlseago. La seg dia! dela neste ese, p30 Topicoasendo em OLIVEIRA JUNIOR, Jost Aleiades: Poder judi ” oa contrite de Nas Weber angen Hatesmse fas ceo fo “REGRRS MFCR (Org), sud IT Congres Nal dp CONTEDL. vandps/SC Funaco Bou, 200, pr 201-2024 (a adapogie fora reaiadas por Leonardo Rocha Seton * HAARSCHER, Guy. Fn dos Die de Homes. Tradl. Armando Perera da Sv, Lisbow: Insuito Paget. 958 7 DOUZINNAS, Castes O fn dos das mans, . 208 Sociologia do Dirito Besanogcomenrow Neds 1 omnis da ong Le seocedadin Inner’ Do ponto de vista das ciéncias sociais e humanas ao menos trés grandes grupos de questionamentos tém sido feitos sobre essa situa- sao: 1) Quais s8o os fundamentos dessa ordem a qual estamos sub- _metidos? Por que é necessario que ela exista? O que leva os sujeltos a ‘aceilar ou contestar a submissio a essa ordem? (Algumas bases para a reposta estao na ética em sentido préprio ou em sentido politico-ju- ridico). 2) Con gcorrer ienado cor ordem? (As respostas desenvolvidas devem levar em conta que a or ‘dem social politico-juridica aparece de modo mais visivel e unitério a partir da centralizagéo do poder nos estados modemos e da identifi- cacao do Direito com esse poder, relacionada ao monopélio do poder estatal). a 3) Quais as consequéncias ou impactos dessa ordem sobre os in- dividuos eo conjunto da sociedade? Este capitulo nao conseguira adentrar em todas essas questdes, mas buscara algumas orientagdes para respondé-las na obra de Max Weber, como forma de prosseguir 0 estudo da relacao entre Direito ¢ Sociedade nabalhada nesta Unkle, Veremos qué osaber coco ‘ico aplicado ao Direto tem se apresentad Por um lado, como um _¥> conjnto de preocupagbes macrossociais relacionadas ao direito € 4 legitimidade do poder (1.3.1), e, por outro, com um conjunto de ‘cupagGes microssociais relacionadas com a racioni str ‘sao do Direito 5 estudarmos a sociologia individualizante “e compreensiva (1.3.3) e as categorias, conceitos ¢ tipologias basicas da sociologia de Weber (1.3.4) seré possivel perceber as preocupagées com as grandee Ringoes do Direito na sociedade, as discussies a res- peito de como sociedade se vé {o, € que poderia ser pensa- do para uma maior aproximagio entre realidade e Diteito. GL oDireito e a egitimidade do poder ‘Weber, trabalhando o subjetivismo individual para chegar & ar- ticulagio de sua teoria da ago, pretendeu demonstrar que a objet Fane a be THEVES, Rete Sil fo Di orgs peu cle: sar, Trad. Marcelo Brinch, Barve SP. Mano, 204 prTole segs Pris deste pico esd ‘Babeado mo capa Il de OLIVEIRA JUNIOR, fot Alcebiades de. De noe de conaéne coetiva fm gules cea e egiiade no Dots, Orentador Osvaldo Ferra de Mato. Dsearagio {Grestado}, Universidade Baden! Go Santa Catrina, Flactandpole, 1984 (es aaptagies foram eslizads por Leonardo da Hoch de Sou) ot Alain de Oi ior 52 . ‘Leanarde de Rocha de Souza vidade era posstvel. Em outras palavras, que era vidvelatingirem-se conscientemente certas metas, mesmo que para isso fossem introdu- \ racionalidade weberiana visa estabelecer a ordem do agir e do sentir consideranc ici valoradas struturadas” (como diz Pierre Bourdieu”), e nao como possibilidade ‘de um habifus estrutural-estruturalizante, € que sua teoria toma como estagnadas as determinag6es sociais. Explicando, a metalinguagem weberiana no intuito de compreender a aco social e todas as suas injungdes, ate susie Dirt Slaborou Um odlgo do modeloda pri “mieira nguistica,fechado, invariante, Eo caso dos “tipos ideais” fema da legit a partir dos compo! tamentos ¢ nao como uma questio a priori, tal como o fez a filosolia ——<—_ A.capacidade de se impor que traduz a ideia de poder foi analisa- da por Weber a partir de trés tipos ideais: o carismatico, 0 tradicional ¢ o racional-legal. Embora essa irilogia ténha sido construfda para os, Ilustrativamente, 0 tipo ideal re- Tacionado com femoristra que a dominacdo pode aparecer elo care jual se apresenta ou, entdo, como justificada pelo cardter sacro com o.qual se apresenta ou, entdo, como ‘Wexpressio de uma forcacheroica, bem como pelas condigees excep- lonais da pessoa do lider. Na encontramos a difusdo da crenca no carater sacro das tradigées validas desde sempre. Por fim, na dominagao racional-legal diftunde-se a crenca na lei e, por consequéncia, a crenga naqueles que so chamadlos a exercitar 0 po- der. Nés estamos submetidos a um “aparato administrativo” (a uma burocracia) que se desenvolve camo forma mais sofisticada de justi- 7 SQURDIELL Heme. Suclain p1f.e 8. As Upologlas weberanas sao bem conteldas. Das rma nportanis tnos adi “aultine” ea do “puter” O poder ¢coman aad 3 auton dele lo 6 oma vrei rmaicadade acl Col gona gar sate sin conta Sur Hor ons arenes angina pe selon wo papel do ogo & tol rompmeenives explcvels eee "Parana nde aprfandada sobre as diferentes facia do pcr Cf. BARRETTO, Vicente de ‘Plo, As Mase da Per Sk Laopolo/ RS: ator Unisine, 2012 Sociologia do Direito DESAFOSEONTERPORNEDS 53 f Lew S@ rccabpgce. ficagao ¢ legitimacao do poder, por sua atuagio impessoal e através de papéis enguanto uma organizagio hierarquica de competéncias. ‘A outra preocupaczo macro_da sociologia weberiana pode ser dedusida lesan ondlses acerca deleplimidade ca dominngSaicg- ialegal, on aie, quests gers de zacionalidade-propriamente. dita @ racionalidade no Direlto de modo especifico. Em apertada sintese, € possivel Star qe ae Cae uma racionalldade informando a aco ow 0 agir social, entendida como um conjunto simbélico de informa- ‘es, lal como nos demais paradigmas interpretativos da dominacao, dla se foca nas condicées excepcionais de uma ordem fundada na lei. 1.3.2. A racionalidade na construgito do Direito” Poucos observaram com a acuidade de Weber a sociedade, sua complexidade, as relagtes entre 0 iadividual e o coletivo, entre o eu ¢ o outro. Nok obRxencontramos a nogao que nos importa de pexto, considerando as estruturas e as institui- Oes sociais como a-atividade multiforme.da homem, que é a0 mes- ‘mo temp ead ignificacies. Ao contrario de Durkheim, esta ja ao individuo, que no mais 6 apenas res{duo do coletivo.” ‘Um fator fundamental em Max Weber é.0 de que,.na busca de uma sociologia compreensiva, tenta definir@ atividade sociah da for- ma mais_racionalmente possivel. Nao haveria-mais lugar’ para um instrumental de pesquisa que nao atendesse as exigéncias te6rico-me- todolégicas, que ndo mais seriam referentes as concep¢des global {65 do social tal como ocorria em Durkhei _ Assim, era fundamental uma relatividade significativa para a Gociologia weberiana,o que, em outras palavras, quer dizer que nBo fiecessarlamente omgente de sciéncia do sentido de seu com: ortamento quando ele se-orienta segundo o de outrem, e que em IMiuilos casos isfo se dé de forma inconsciente. Essa questao, da rela- _s0/ opasicio entre consciente//inconsciente aparece com ‘obra de Weber. A soluicao, porém, émecanicista (e exterior 20 especialista descobni a relatividade inconsciente.™” "Rare deste tpico cotéheseado no capitulo ill de OLIVEIRA JUNIOR, José Alcebades de. De sods oblast om user pic ¢ ema no Drea, Orne: Osvalo ‘sis de lo, Drag ena), Univer Feral de Sent Clas, Foanopl, Tse as aapagos fram reales por Leura a Roca deSouza) ‘*EREUND ulin Scle de Mae Wer, . ae 9.78. : | Aas ete ar ny 2 2 tot eae Nelocan/p porese Conn aark fan rere te heuer see 2 Toned sou Entretanto essas quesides, num primeiro momento, tém de ser vistas como uma revalorizacao considerado a partir das valorizacSes sociais, dos julgamentos de valor, enfim, dos problemas se ares A relatividade significativa implica uma ‘fentativa de fogmas presentes na produgao do conhecimen- fo.a.essa época, ¢ também numa tentativa de explicitagéo social da agio.qu speito afins, respeito a fins, a teo- & % “Gedo agente, quer sfa ela uma “atividade tacional por finalidade”, uma “atividade racional par valor”, uma “atividade ate ¥ “atividade tradicional”. $6 para exemplificar essa iiltinia espécie de . comportamento, a atividade tradicional consiste em explicar que uma + conduta pode ocorrer determinada por uma obediéncia inconsciente Je de certo costume. A autoridade, por exemplo, estaria baseada na tra , quer dizer o_poder esta garantido pela autoridade ¢ nao pela Vibe. So { racionalidade, pelo menos em principio. 3 As ages jf no 80 apenas reflexas, mecnic ~ rkheim; elas so orientadas em razao de finalidades! ah, fecuar caged Aa. Dessa forma, “a explicaca ‘sociais s6 se tornam possfveis quando anali 08 padrdes.culturais forjados pelos grupos aos qi estio ligados”.” ‘Weber entende Clem; ured re reconhecendo que nunca se chega a aniqui- lar o irracionalismo, dada a irredutibilidade dos valores. Entretanto, E inegavel que o grau de abstragéo com que Weber analis (metalinguagem) o permite fazer orer muma possivel eliminacdo das contradig6es. Nao é, por outro lado, nenhuma autoridade tradicional ‘que estabelece os contornos do Direito; ele se funda num proceso ece a ordem de forma leaftim © José Aloebiades de Oliveira Junior, Revisitimde Max Weber: emt busca de ratzes da diversidade cul- tunel frp Sociol ‘esa ~ wi ia do Direito PORES L ior poten. f a existéncia de um mandato. Grosso mi liga ne ‘no primeiro caso-a.obediéncia Ihe é devida por ser esta a vontade do coeatoTe andy or er lida como uma necebsidade das sosiecades moder ‘nas, Opéracionalizada pela jogo dos sistemas juridico-politicos susten- {adios topicamente pela eleicao, isto é, pelo mandato. Mas o problema consiste em como adequar, em termos institt- cionais, 9 individual e 0 coletivo, o proibido eo permitido, a liberda- de e a obrigaco? Como compatibilizar as exigéncias de um minimo de eficiencia na gestao de sociedades complexas com um maximo de participagio social? Como, enfim, a conseiércla jurfdica pode harmo- nizar as consciéncia’ individuais para institucionalizar uma conscién= cia social em condigdes de dar ao controle social vigente o timbre e a coberfura melaféricos de um teor ético e consensual que legitima a aoiminagao politica” jiedades antigas assim como nas modernas, ‘san- fo ou a coercao nao se iretamente & fade, simbélicos que cumprem seu desiderato até mesmo-numa snissiva comercial. A racionalidade do Direito e do poder do Estado se encontra na multiplicidade com que o Direito se a cidade, Os fundamentos desse poder ainda continuam um problema a ser resolvido. A racionalidade (equilibrio entre meios ¢ fins) trata de um pro- cess6 que esta na base do desenvolvimento histérico e que tende, es- sencialmente, a_realizar um tipo de organizacao da vida s AS relagies dos homens entre sie com o seu ambiente sio diferenciadas e coordenadas de tal modo a fazer-com que os meios empregados sejam previstvals em seus efeitos e, portanto, aptos a aleangar os objetivos fesejados." Consciente da ambivaléncia da racionalidade no mundo moder- no, como possibilidade de desenvolvimento e emancipagao da socie- dade e como forma sofisticada de dominacao, Weber dedica-seavé-la desde o prisma institucional e desde o prisma das individuos, Tomandoo ireito como objeto, pode-se explicitar que o seu pro- cesso de racionalizagao visto pelo lado institucional, pode ser apre- endido a partir de quatro “estados” em seu desenvolvimento: “o da tiagio carismatica de norihas por obra dos profetas juridicos (ancidos S FARA, jost Bavaro Rei sot Demers, p19. TREVES, Renato. Sacco, p12. Jost Alea de toa por 56 29-90 2 Me on We [1 ntl farce Stanek ‘Gx matin De Dike PT do grupo, magos ou sacerdotes); 9 da producdo empitica de regras [por obra de notaveis juristas (producio jurfdica mediante. jurispru ‘Encia cautelar e de precedentes); 0 da imposicao do direito por parte de um imperium secular e de poderes teacraticos, isto 6, dos principes ¢.dos chefes religiosos; eo da Anstituigio-sistemstica do dircite eda administragio da justica especializada por obra de juristas profissio (O desenvolvimento das formalidades no Direito é essencial nes- se processo, desde que democratico, ou seja, desde que provenienie de di 1 sociedade. Por outro lado, 0 contetido do Direito de dislogos cam a sociedade. deve evoluir do casufsmo para uma condigio de dedugao geral de aplicabilidade a tados- ‘Em contrapartida, como a sociologia nfo se ocupa apenas de o5- tnutiraseinsttngBe nas wanbem dos Somipartamenioe- raconale zagho que Weber detecta como expectativa das sociedades medemas ppTevia encontrar campo fai também com.os operadores do Disc, "Resse sentido, quanto mais profissionais forem, quanto mais prepa- sien baglempiete, tls wellan pourein eee ver do Teiga dos jurados no Tribunal do Jari ~~ a-qos iene emnsear4 quarwhatpede ser idtoceme precursor de uma série de questoes hoje discutidas e que interessam 3 Protegao dos direitos humanos fundamentais, dentre as quais: a mo- Foaldede, a necessidade de inovagbes insituclonals quesinpUBquem a forma, 0 didlogo com a sociedade, uma adequada formagao de ju ee 1.3.3, Sociologia individualizante e compreensiva A aparente dispersio da obra de Weber é 0 resultado de sua preo- cupacao coma andlise rigorosa, minuciosa mesmo, que separa o que é logicamente incompativel e estabelece as relacées que se impoem por forga do estado da pesquisa. Em sua época, como a ciéncia se encon- trava exposta a constantes corregdes, modificaces e reviravoltas por forca do caréter indefinido da pesquisa enquanto tal, seria impossfvel querer construir grandes sistemas cientificos, fazer previsdes ¢ futu- rologia. Para Weber, 0 sabio pode unir provisoriamente certo nfimero ‘5 IREVES, Renato, SociolgicdoDiet, p.62, Sociologia do Dieta deems Comrones 57 de relagdes, mas ndo pode construir, em sia qualidade de sAbio, uma ‘unidade global do saber no sentido de um sistema total.” Por outro lado, o pensamento de Weber implica correspondén- ‘ias conscientes ou inconfesséveis entre os temas que parecem mais antinémicos, ¢ daf criticas a sua postura de dissociagao entre conhe- ‘cimento e acho, entre ciéncia e politica. Contudo, a separacao estrita, que ele acredita encontrar entre valor e fato, entre vontade e saber, tem por objeto nao somente delimitar claramente a esséncia légica de cada uma das duas atividades, seu respectivo dominio e, por conse- ‘guinte, a natureza dos problemas que cada uma delas ¢ capaz de re- solver com os meios que lhes sao préprios, mas também tornar mais, frutffera sia eventual colaboracio, por forga mesmo de sua distingao, por eliminagao das confusdes que sdo prejudiciais a umae & outra. Em Suma, conforme o intérprete considerado, apesar do rigor dos concei- tos e das demonstragées, “a ciéncia ndo est isenta da rivalidade entre hip6teses e da competicdo entre teorias”” Mas outro aspecto que parece fundamental na metodologia we- beriana diz acerca da possivel distingao entre uma sociologia cientifi cae outra reformadora. Deixando de lado uma série bastante grande de opinides preconceituosas e de senso comum sobre 0 que se pode- ria denominar de uma sociologia engajada ¢ outra ndo engajada, 0 que Weber compreendeu € que os socidlogos engajados (como Hegel, ‘Marx e Comte) partem de uma ideia da sociedade, da cultura e da ci- vilizacio entendidas como um todo, quer no sentido do espirito obje- ‘tivo de Hegel, quer no do materialismo dialético de Marx, quer, ainda, no da humanidade de Comte, Nesses casos, h4 uma pressuposiga0 a priori da historia passada e futura de maneira que nao haveria nenhu- ‘ma dificuldade de ler 0 pretenso sentido tinico e global do futuro. Ora, Weber rechaca essas pressuposicoes. F 0 que se admira nesse autor € a auséncia de qualquer doutrina preconcebida e de qualquer sintese priori. Com efeito, ele é um puro analista, preocupado apenas em co- nhecer bem os dados hist6ricos e em interpreté-los dentro dos limites controléveis.™ ‘Weber se impunha, enfim, tanto na pesquisa quanto em suas au- las, uma severa disciplina. Dizia que o professor deve evitar toda to- mada de posigio avaliativa e limitar-se unicamente aos problemas de sita especialidade, mas pode bancar o demagogo e o profeta na rua, ‘5 FREOND, julien, Soilagia de Max Weber, 2d, Trad.Lus Claudio de Casio e Costa. Rio de snr Rorense Universi, 1975, p.9-1. nas revistas e jornais, enfim, por onde quer que a livre discussio e a critica piblica sejam possiveis. O espirito weberiano se aproxima de um Beaudelaire, Schopenhauer, Nietzsche ou Dostoievsky, dentre outros, e 0 conceito dominante dessa visto pareceria ser justamente 9 da rrionalzagn,o qua vols ase comets cxbiel toda cra ‘weberiana.” Cabe ressaltar, ainda, seguindo Paul Hirst/* outro leitor do so- cidlogo aleméo, que a epistemologia weberiana pode caracterizar-se como um “positivismo neokantiano”. Como diz. Hirst, “empregamos este termo num sentido especifico, para nos referirmos A introducio dos métodos e problemas positivistas na tradigao das cléncias espiri- tuais/culturais’. Numa tentativa de resumo dessa complexa proposta, pode-se dizer que o socislogo estudado toma aspectos do positivismo, tais como a importancia da objetividade cientifica e a separacdo entre fatos e valores, porém sem reduzir ~ como faz 0 positivismo ~ 0 objeto da sociologia a uma natureza inerte a ser descoberta e que permitiria 0 estabelecimento de leis gerais. Ao contrério, considera que a cultura, en- quanto substrato das agGes sociais, nao permite a construgio de leis ge- zais, por se constituir em um conjunto de significados produzidos pelos ‘homens e governados por uma causalidade de propésito.” Daf se afir- ‘mar asua Sociologia como individualizante (tomando a acdosocial como objeto) e compreendente, como diz Tevres,* na perspectiva de captar 0 sentido, as raz6es, 03 motivos,a racionalidade dessa acio social, 1.3.4. Categorias, conceitos e tipologias bésicas da sociologia de Weber Nesse ponto, gostarfamos de iniciar com o reforgo de uma afir- macdo de Treves que parece didatica para uma possivel descrigo fe- nomienolégica da sociologia de Weber em movimento: 5 RREUND jl Seg Mas Wer, 1838 Vera i copia de br hry 0 ‘unto: Cri plies, dua vous. Tra. Lends Hegemberg e Oca slvara da Nota. Sto Paulo: Cults, 1988 Pee glyco sie ctguria sche Tend. Sin B. Sales Gomes ioe Janse: Zaha Eto eB pe 9 rast, Pal Ets. p55. ara uma eatca 2 metodologlaweberiana odes: con- salad: UNGER Roberts Manica, Diy mated Ro de Jr: Ek Cv apt Brae, 1979, Ver eapealmente opr Reon Wei cca quando o autor Speech cli omer oe a cee ee ire getup saa enn osae ee iteacigulas agate tats tbr nici cimece Ses een * TREVES, Ranato.Suilogie do Div, p 154 tdem,p. 9-1 idem, p15, Yost Aehie de tira Juniar 58 Teor de Roch de Suse Sexologa de Dist Siva Ubkgnve= dio Ee he Tee jyge Gece O PUSS Vse socnad ade Modtien, Tie aot Ss owl, Mawtice + ¢ Weber escreve transindo da visio global de andlise das estrtuas o instiuigdes {& possblidads de coher o significado do apr muitfonme do homem, que ca esses ctruturas @initugses,o prccurecompreender apartr do ileror como os homens {ug epreciam e iizam as vais relagSes soca Na mesma diregdo, Hirst nos mostra que as categorias sociol6- gicas weberianas acarretam e produzem 0 contetido de uma central pressuposigao transcendental: “o sujeito humano como ser livre para projetar significados e buscar fins esta na base da sociologia geral de Weber. A natureza do objeto da sociologia deriva dos atributos desse sujeito humano livre”. Assim, em “Economia e sociedade", ”. Logo a seguir, assinala que, por “acao”, entender-se uma conduta humana (ainda que consista em um fazer ‘extemno ou interno), sempre que o sujeito ou sujeitos da referida acao, tenha em conta um sentido subjetivo”. Assim, por “agéo social” “en- tende aquela na qual o sentido pensado pelo seu sujeito ou sujeitos esté referida a conduta de outros, orientando-se por estas em seu de- senvolvimento” ® Portanto, a ideia de “sentido”, entendido este como aquilo que € pensado e que integra a dimensao subjetiva dos sujeitos da cao, 0 qual, além de variavel, ¢ exitemamente eléstico, possui uma impor- tancia central para qualquer investigacdo que pretenda estudar, por exemplo,a integracao e a desintegracao social, a classificagao das con- dlutas conduzidas por uma razoabilidade ou simplesmente reativas, ‘ou mesmo que queira estudar 0 que se encontra na base das diversas formas de “leis” que vio sendo construidas social ¢ historicamente. Dada a complexidade e as possiveis confusdes sobre o que en- tender, como se originam e se propagam os sentidos, Weber assinala que a larefa essencial da “compreensao” do sentido da aco social equivale & captacao interpretativa do sentido ou conexao de sentido: a) pensado realmente na acio particular (na consideragao histérica); b) pensado como uma média ¢ de modo aproximativo (na conside- ragdo sociolégica de massa); c) construido cientificamente (pelo mé= todo tipolégico) para a elaboragao do tipo ideal de um fenémeno frequente. Isso possibilita, por exemplo, estabelecer como deveria se "-TRBVES, Renato, Saag da Dieta, p58 HIRST, Pal. BiG ocel. p 7 9 WEDER, Mx, Eoonomiay Soi. Tra Jose Ferater Mora elit Mésic: Fondo de Cultura conc 1984p. 5 {hs Alebades de Olea Jor 60. (rondo de Rests de St desenvolver uma conduta humana para que, em determinadas con- dices hist6ricas, alcangasse um determinado objetivo, atendendo a um “motivo” que, como diz Weber, seria “a conexio de sentido que para oator e o observador aparece como fundamento com sentido de uma conduta”® Como diz Weber, pode ser iitil ou necessério conceber o indi- viduo, por exemplo, como uma associagao de células, ou coma um complexo de reagées bioguimicas, ou sua vida psfquica construida por Varios elementos (de qualquer forma que se os qualifique). Agora bem, a captacao da conexdo de sentido da acao é cabalmente a objeto da sociologia” A anélise descritiva (ou mesmo empirica) das sociedades hist6ri- cas € realizada por Weber, a partir de “tipos ideais” construidos pelo cientista, Conforme o autor, ‘© método cenifco consstente na const de tipos que ivesigam e exptom todas ‘as conexdes de santo iracionas,aeiramente condcionadas, dos compartamentos ‘ue influer na. ago, como dasvios de um deservolimento da mesma, constuida ‘como puramente econal com respet a fins * A titulo de exemplo, a construcao tipolégica de uma agio tigo- rosamente racional com respeito a fins serve A sociologia como um tipo (tipo ideal) mediante o qual (se toma possivel) compreender as ages reais, quando influenciadas por irracionalidades de toda a es- écie (afetos, erros), como desvios do desenvolvimento esperado da gio racional. Com efeito, como diz Weber, somente em fungao dessas conveni- éncias metodolégicas (tipos ideais) para a observacao, é que se poderia denominar 0 método da sociologia compreensiva como racionalista, Nao ha em Weber nenhuma pressuposicao de que haja, por exemplo, um predominio do racional na vida cotidiana.* O método compreen- sivoe individualizante de Weber, por sua vez, nao significa nem uma vyaloragao positiva do racionalismo por parte do cientista, nem muito menos uma valoragio do individualismo enquanto tal; apenas que tal método, por exemplo, permite compreender que servico presta um rei, um funcionario, um empresaio, para que se possa construir uma acto tipica.™ = WEBER, Max. Eonar y Socio, 0. Lem, p12 Idem p. 12 dem 9.7. dom, p18 Sociologia do Direito Deseo CovrenPordos a Segue-se na obra de Weber, entéo, um aprofundamento de va- ios conceitos, dentre 0s quais 0 de acao social e relagao social. Sobre ‘2 agio social, tal como jé foi dito, Weber a define como aquela que se orienta pelas ac6es dos outros, passadas, presentes ou esperadas como futuras (vinganca por prévios ataques, réplica a ataques presen- tes, medidas de defesa frente a ataquues futuros). Os outros, diz Weber, podem ser entendidos como pessoas individualizadas e conhecidas ‘Ou ento como uma pluralidade de individuos indeterminados ¢ com- pletamente desconhecidos. Cumpre lembrar, também, que nem toda ago é social, sobretudo aguelas relacionadas tSo somente com neces sidades fisicas, senao que mais propriamente sociolégicas so aquelas norteadas por finalidades e, nesse sentido, podendo estar orientadas, além de outros sujeitos, também por bens materiais, como o dinheiro, ete” ‘Numa de suas classificagdes mais gerais, Weber fala das seguin- tes formas de agir social: a) oafetivo;b) 0 tradicional; c) o racional com relagio ao valor; ¢, d) o racional em relagio a um objetivo. (Quanto & “relagdo social”, devemos entendé-la como uma con- uta plural - de varios - que, pelo sentido que encerra, se apresenta reciprocamente referida, orientando-se por essa reciprocidade. Con- siste, pois, plena e exclusivamente, na probabilidade de que se atuaré socialmente em uma forma (com sentido) indicada.® Trata-se de um comportamento que envolve mais de um individuo e que se instaura reciprocamente de acordo com um contetido de sentido ¢ que pode ser orientado pelos participantes com base na representacio da sub- sisténcia de um ordenamento legitimo.™ ‘A agio social e a relagio social podem orientar-se pelo lado de seus participes na representacio da existéncia de uma ordem legiti- ma. A probabilidade de que isso ocorra de fato se chama “validade” da ordem em questio.™ A legitimidade dos ordenamentos & qual Weber faz referéncia pode se dar ou ser garantida desde o interior ou do exterior. No primeiro caso, trata-se de uma garantia que pode ser dada ou pelo afeto, ou de modo racional com relacdo a valor, ou mesmo por crenga numa religido. No segundo caso, pode haver dois tipos de garantia, por um lado a convencao, cuja garantia consiste na desaprovacio geral e praticamente sensfvel em determinado circulo [Sr EBER Max: Baar y Soca, p18. 2 mp2 © TREVES, Renato. Soci Dic, p. 158. DOS WEBER, Ma Esai y Sola, p.75- Jost Alsbindes de oie rior 2 Lemar do Racha de Suze de homens, ¢, por outro, o direito, cuja garantia é dada pela coer pelo aparato relativo a ela.*® on Pee Cabe reforgar que, segundo Weber, é a sociologia que constr6i ‘suas proprias leis, tal como assinala que as leis, como se costuma cha- mar a muitas das proposigdes da sociologia compreensiva, so deter- minadas probabilidades tipicas, confirmadas pela observacao de que, dadas determinadas situacdes de fato, transcorram, na forma esper da, certas ages sociais que sa0 compreensfveis por seus motives tipi- cas e pelo sentido tipico pensado pelos sujeitos da aca." Nessa Gptica, Weber extrai suas conclusées de que, sob a base das relagdes sociais, existe uma ordem legitima que as estrutura. Con- tudo essa suposicio, muito antes de eliminar, salienta 0 fato de que essas relagbes se estabelecem concomitantemente com relagdes de po- der, fendmeno que ele estudard em algumas de suas principais espe- Cificidades, através do conceito de dominacao. 1.35. Para aprofundar 0 estudo FREUND, Julien. Sociologia de Minx Weber. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1975, ‘TREVES, Renato. Sociologia do Divito: ovigens, pesquisas e problemas. Tad, Marcela ranchin.Baruer, SE: Manole 2004p. 151-168. WEBER, Max. Conceitos hfsicos de soebigia. Trad. Rubens Eduardo Ferreira Frias ¢ ‘Gerard Gearges Delaunay. Si0 Paulo: Centauro, 2002 1.36. Questées essenciais __ a) Quais sao as preocupagtes macrossociais relacionadas a0 Di- reito e a legitimidade do poder? 1b) Quais so as preocupagées microssociais relacionadas com a racionalidade na construgao do Direito? ©) O que significam sociologia individualizante ¢ compreensiva? 4) Disserte sobre as categorias, conceitos e tipologias bésicas di sociologia de Weber, i AE ee 1.3.7. Filmografia Ficha téonica: ERIN BROCKOVICH: uma muh 0. (Fin Brockovich). Diregto: Steven So- wT daibergh. Roteio: 5 sor Nica Stabe wah Grant Produgto: Danny DeVito, Mickel Shamberg Renato, Seopa do Diet p55. ° WEBER, Max. Eamonn y Sood, p16 Sociologia do Direito Desks EomTB.roniNEs 63

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