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Sanidade apícola

Epagri
Conhecimento para a produção de alimentos
Eng. Agr. Dr. André A. Sezerino
EPAGRI – Estação Experimental de Caçador
Capacitação para técnicos e reunião do projeto de apicultura e meliponicultura
Campos Novos, 17/10/2017
Missão
Principais Atividades
Conhecimento, tecnologia e extensão para o
desenvolvimento sustentável do meio rural, Pesquisa: promover o ganho de
em benefício da sociedade. produtividade da atividade agropecuária
• Desenvolvimento de novas tecnologias
de produção
• Estudo de condições climáticas

Objetivos-fins
Promover a preservação, recuperação,
Extensão rural – apoiar o desenvolvimento
conservação e utilização sustentável dos recursos
da atividade agropecuária
naturais.
• Apoio ao planejamento da produção de
pequenos produtores
Buscar a competitividade da agricultura
• Educação de novas técnicas de
catarinense frente a mercados globalizados,
produção
adequando os produtos às exigências dos
• Fomento à organização e
consumidores.
desenvolvimento social
Promover a melhoria da qualidade de vida do
meio rural e pesqueiro.

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CAUSAS DE MORTALIDADE

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MORTALIDADE NATURAL
Inverno: diminuição natural da população das colmeias
População média por colmeia por estação em regiões temperadas:

70000

Fase de enxameação
60000

50000
Número de abelhas

40000 Fase de
Preparo para o
desenvolvimento
inverno

30000

20000

10000
Inverno Inverno

Florada
0
Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho

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Por que as abelhas armazenam mel?
Inverno: escassez de alimento
40

35
% de espécies em floração

30

25

20

15

10

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
meses

Urubici São Joaquim

Porcentagem de plantas apícolas em floração ao longo do ano – Região


Serrana (SC) J. A. Salomé

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COLONY COLLAPSE DISORDER
(CCD)
É O ABANDONO REPENTINO DA COLMEIA NA QUAL
RESTAM APENAS A RAINHA, POUCAS ABELHAS JOVENS E
A CRIA E ESTOQUES DE MEL E PÓLEN.

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AGENTES DE MORTALIDADE
Principais causas:

• Utilização de agrotóxicos;
• Pragas e Doenças nas abelhas;
• Plantas transgênicas;
• Outros (frio, fome, estresse, radiação eletromagnética...)

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UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS
INSETICIDAS

• Apiários no Reino Unido: 42% das amostras coletadas positivas para


organofosforados e 29% para carbamatos (Fletcher & Barnett, 2003);

• Apiários franceses: 19 compostos de alta toxicidade para as abelhas em


amostras de pólen (Chauzat et al, 2006).

• Os mesmos ingredientes ativos são largamente utilizados na agricultura


brasileira.

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INSETICIDAS - Dose letal = muitas abelhas mortas

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INSETICIDAS NEONICOTINÓIDES - Dose subletal = sem
sintomas claros.

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UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS
HERBICIDAS
• A utilização de herbicidas atua na redução
de espécies de plantas utilizadas pelos
polinizadores como fonte de recursos
tróficos;

• Benedek (1972) relata baixo rendimento de


sementes de alfafa em campos de produção
devido ao controle super zeloso de plantas
invasoras

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UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS
HERBICIDAS

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UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS
HERBICIDAS

Colmeias expostas experimentalmente ao Roundup®:

• Morte da rainha em 1/3 das colmeias;


• Não construção de realeiras;
• Rejeição de princesas ou rainhas introduzidas;
• Alta taxa de postura pelas operárias.

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UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS
FUNGICIDAS - podem afetar o pólen armazenado

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PRAGAS E DOENÇAS:

Principais causas de mortalidade no mundo:


• Varroa • Loque Europeia
• Loque Americana • Nosemose

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PRAGAS NAS ABELHAS

Varroa destructor

Fotos disponíveis em:


http://topnews.ae/content/212935-varroa-mite-taking-its-toll-over-bee-colonies
http://anna-ento340.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html

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Varroa destructor

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Foto: Marcelo Venturi

Faz. Ressacada - UFSC


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Ciclo de vida - Varroa destructor

Haplótipos (“Raças”)

• J – Japonês-Tailandês (1970)
• K – Coreano-Russo (1990)

“K” potencial reprodutivo


maior que “J”

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Varroa – (%) em operárias adultas
Apicultor: D.S. - ACAP Apicultor: C. R. P.
Apiário: Modelo da ACAP Apiário: Pontes
Data da Coleta:14/02/2017 Data da Coleta: 17/03/2017
Localidade: Taquara Verde - KM 30 Localidade: Linha Benjamin Contant
Nº de Amostras : 5 amostras Nº de Amostras : 5 Amostras

Amostra Nº de abelhas Nº de Ácaros % de ácaros Amostra Nº de abelhas Nº de Ácaros % de ácaros


1 277 2 0,72 1 270 15 5,5
2 282 5 1,77 2 328 2 0,60
3 143 0 0 3 267 6 2,25
4 183 4 2,18 4 214 1 0,46
5 170 3 1,76 5 378 4 1,06
Média
1,76%
Apicultor: Elizete Apicultor: Glaci
Apiário: Elizete Apiário: Cachoeira
Data da Coleta: 01/04/2017 Data da Coleta: 01/04/2017
Localidade: Linha Cachoeira- Timbó Grande Localidade: Timbó Grande
Nº de Amostras: 5 amostras Nº de Amostras: 5 amostras

Amostra Nº de abelhas Nº de Ácaros % de ácaros Amostra Nº de abelhas Nº de Ácaros % de ácaros


1 201 9 4,47 1 296 6 2,02
2 203 1 0,49 2 190 4 2,10
3 262 1 0,38 3 336 14 4,16
4 389 12 3,08 4 264 0 0
5 345 3 0,86 5 440 6 1,36

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Nível de infestação - Varroa destructor

Época Índice tolerável


Entressafra Até 7% em operárias adultas
Até 14% em pupas de operárias
Safra Até 3% em operárias adultas
Até 6% em pupas de operárias
Fonte: Epagri

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DOENÇAS NAS ABELHAS
Nosemose
Nosema apis
Nosema ceranae

Fries et al. Natural infections of Nosema ceranae in European


honey bees. Journal of Apicultural Research, v.45, n.3,
p.230–233, 2006.

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Nosemose
- Causada por microsporídios;
- Parasitas intracelulares obrigatórios, fora da célula existem
somente como ESPOROS;
- Evidências moleculares os associam com FUNGOS.

media/Nosema_counting-hem-14.jpg
http://www.hawaiibee.com/site-
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Percent Nosema-positive samples, by month, in Spain for the years 1999-2005. Based upon samples received
in the Bee Pathology Laboratory (after Martin-Hernandez, et al. 2007).

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Ciclo de vida - Nosema sp.

http://www.scientificbeekeeping.com/images/stories/nosema/nosema1-1.jpg

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Cadeia do proceso infeccioso
ABELHAS INFECTADAS

FEZES FAVOS, CAIXILHOS,


CONTAMINADAS FUNDO

ABELHAS FAXINEIRAS

Trofalaxia Manejo

ABELHAS ADULTAS

Pilhagem, deriva OUTRAS


ABELHAS CAMPEIRAS COLMEIAS

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Diagnose – Nosema sp.

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Morfologia externa similar (tamanho e
forma).

Correta diagnose: técnicas moleculares


(PCR-SEQUENCIAMENTO)

N. cerane N. apis

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Monitoramento* - Nosema sp.
• Selecionar ao acaso um número nunca menor do
que 5 colmeias. Se o apiário tiver mais de 50
colmeias selecionar 10% das colmeias.
Não coletar:

• Colmeias despovoadas;

• Abelhas mortas;

• Abelhas do interior da colmeia.

* Protocolo de monitoramento proposto pelo Laboratorio de Artrópodos da Facultad de Ciencias Exactas y Naturales da Universidad Nacional de
Mar del Plata (2006). Este protocolo é baseado na técnica de Cantwell (1970) modificada por Fries (1984).

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Sarlo et al. Variaciones em la toma de muestra destinada a la evaluación del grado de infección por
Nosema apis Z. em colonias de Apis mellifera L., del Sudeste de la provincia de Buenos Aires. 2005.

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Monitoramento - Nosema sp.
Coleta das amostras:

• Dia ensolarado, entre 09:00 - 16:00, com as abelhas em


plena atividade de forrageamento;

• Tapar o alvado;

• Esperar que se acumulem campeiras;

• Coletar no mínimo 100 abelhas em um recipiente com


formol (4%) ou álcool 70 GL.

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Monitoramento – Nosema sp.
Teste de campo:
A

A – COM Nosema

B – SEM Nosema

Fonte: Thomas C. Webster. Kentucky State


University. Disponível em: <
http://www.extension.org/pages/27064/nosema-
ceranae-the-inside-story>.
SEM COM

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Monitoramento – Nosema sp.
Estimativa da PREVALÊNCIA (% de abelhas infectadas):

• Separar 20 abelhas da amostra;

• Extrair o ventrículo (puxar o ferrão) e macerar individualmente em 0,5ml


de água destilada;

• Tomar duas amostras de 50µl e


observar em microscópio óptico (450x);

• Os valores são registrados como


presença ou ausência de esporos.

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Fotos: André A. Sezerino 400x

1000x

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Monitoramento - Nosema sp.
Estimativa da ABUNDÂNCIA DE ESPOROS (Número de esporos
por abelha):

Fotos: André A. Sezerino


N= 60 abelhas

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Fotos: Santa Catarina
A. Sezerino
Contagem de esporos em câmara de Neubauer (hemacitômetro):

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Se apresentar mais de 1 esporo por quadrado pequeno, conte cinco quadrados grandes
(quatro cantos e o central).

ABUNDANCIA = Esporos/ml = 5 x 10.000 x n° de esporos contados

Se apresentar menos de 1 esporo por quadrado pequeno, conte os 25 quadrados grandes.

Esporos/ml = 10.000 x n° de esporos contados

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PRAGAS NAS ABELHAS
Pequeno besouro das colmeias

Aethina tumida
Coleoptera: Nitidulidae

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PRAGAS NAS ABELHAS
Pequeno besouro das colmeias

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OUTRAS PRAGAS

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Epagri
www.epagri.sc.gov.br

andresezerino@epagri.sc.gov.br

(49) 3561-6809

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