Prática Jurídica Penal

1º Semestre de 2013

REVISÃO CRIMINAL
FUNDAMENTO JURÍDICO Art. 621 do CPP

CABIMENTO Hipóteses previstas no art. 621: quando a sentença

condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou
à evidência dos autos; quando a sentença condenatória se
fundar em depoimentos, exames ou documentos
comprovadamente falsos; quando, após a sentença, se
descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de
circunstância que determine ou autorize diminuição especial
da pena.

PRAZO A qualquer tempo, desde que a sentença esteja transitada

em julgado.

QUANTIDADE DE PEÇAS 01

ESTRUTURA Petição simples

DESTINATÁRIO Presidente do Tribunal que prolatou a decisão – TJ/TRF;

STJ ou STF.

TERMINOLOGIA Revisionando / Revisionado

VERBO Apresentar

TESE(S) A SER(EM) De acordo com o fundamento para a revisão criminal –

DESENVOLVIDA(S) nulidade, falta de justa causa, modificação na pena etc.

PEDIDO De acordo com a tese. Mencionar o art. 626 do CPP

OBSERVAÇÕES Trata-se de inicial, logo, no preâmbulo, as partes devem ser

qualificadas e deve-se fazer menção à juntada de
procuração.

Se restar comprovado o erro judiciário (quando o juiz decidir

de modo contrário ao texto expresso de lei ou à prova dos
autos), cabe pedido de indenização.

Material elaborado pela Prof.ª Ana Paula de Pétta

Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema
de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art.184 do Código
Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a
110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).
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1º Semestre de 2013
SITUAÇÃO PROBLEMA PROPOSTA:

Ruberlândio Frivolino Soares cumpria pena na Penitenciária do Forte, quando conseguiu evadir-
se do presídio. Já na rua, roubou um veículo Dodge RAM, ameaçando de morte o seu
proprietário, fazendo gesto de que estava armado, para tanto colocando a mão sob a camisa, e
utilizou-se do veículo na fuga. Como o pneu do veículo estourou, Ruberlândio o abandonou e,
novamente colocando as mãos sob a camisa, ameaçou Choelmma de morte, roubando seu
veículo Porshe Cayenne. Vinte minutos depois, quando trafegava pela rodovia, prosseguindo em
sua fuga, foi preso por policiais militares. Ruberlândio, então transferido para a Penitenciária de
Jacaré, foi denunciado como incurso nas penas do art. 157, § 2.º, I, do Código Penal, por duas
vezes, c/c art. 69, caput, também do Código Penal. Na audiência de instrução e julgamento,
Ruberlândio não foi apresentado, em virtude de falta de viaturas para conduzi-lo à cidade do
Forte, tendo o seu defensor dativo dispensado a sua presença. Ao final do processo, foi
condenado à pena de treze anos e quatro meses de reclusão, além da pena de multa, sendo
aquela assim fixada: quatro anos, acrescidos de ¼ pela reincidência, mais 1/3 pela qualificadora
para cada um dos crimes, tendo o juiz considerado, para fins de reincidência, um crime de
homicídio noticiado apenas em sua folha de antecedentes, desacompanhado da certidão
cartorária. A sentença transitou em julgado, em face da ausência de recurso da defesa. Anos
após, e ainda estando Ruberlândio preso, você é nomeado pelo juiz da Comarca do Forte para
arrazoar pedido feito pelo réu para que fosse revista sua condenação. Como advogado de
Ruberlândio, apresente a peça processual cabível.

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de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art.184 do Código
Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a
110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).
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ESQUELETO
1- Cliente: Ruberlândio Frivolino Soares

2- Crime: Dois roubos qualificados em concurso material - art. 157, § 2.º, I, do Código Penal c.c.
art. 69 do CP.

3- Pena: Abstrata:

Concreta: 13 anos e 4 meses de reclusão, além da pena de multa, sendo aquela

assim fixada: quatro anos, acrescidos de ¼ pela reincidência, mais 1/3 pela qualificadora para
cada um dos crimes

4- Ação Penal: Pública incondicionada

5- Rito Processual: Ordinário

6- Fase do Processo:
( ) Administrativa – IP
( ) Ação Penal
( ) Sentença sem trânsito em julgado
( ) Acórdão
( X ) Sentença com trânsito em julgado
( ) Execução de sentença

7- Peça: Revisão Criminal

8- Fundamento Jurídico da peça: art. 621, I, do CPP

9- Endereço:
( ) Delegado
( ) Juiz de 1º Grau
( X ) Desembargador Presidente do Tribunal (TJ/TRF/Turma Recursal)
( ) Ministro Presidente (STJ/STF)

10- Endereçamento por extenso

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de...

11- Tese de Defesa :

( X ) Falta de Justa Causa
( X ) Nulidade Processual - artigo 564 CPP
( ) Arbitrariedade
( ) Extinção de Punibilidade - artigo 107 CP
( ) Justa Causa

12- Roteiro de Argumentação:

a) Frase introdutória:
A defesa, segura do conhecimento de Vossa(s) Excelência(s) e certa de que nenhum detalhe escapará
da análise criteriosa dos autos em apreço, vem aduzir os argumentos que demonstram a nulidade
processual e a falta de justa causa para a condenação, senão vejamos:

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b) Conceitos e contraposição
a) nulidade - art. 564, IV, do CPP e art. 5°, LV, da CF - ausência do réu na audiência. O
defendor dativo não pode dispensar a presença do acusado preso.

b) Atipicidade da conduta - ausência do elemento subjetivo especial do tipo, consistente no

ânimo de assenhoramento definitivo.

c) Subsidiariamente - não comprovação da reincidência, inaplicabilidade da majorante

relativa ao emprego de arma, reconhecimento do crime continuado.

c) Jurisprudência:
Não há

d) Conclusão:
Assim, ante a exposição dos fatos supra, resta claro que a sentença condenatória transitada em
julgado imposta ao revisionando não encontra respaldo jurídico e não pode prevalecer.

e) Pedido:
Diante do exposto, requer seja a presente ação de revisão criminal julgada procedente para
determinar a anulação do processo a partir da audiência de instrução, debates e julgamento. Caso não
seja esse o Vosso entendimento, requer seja o revisionando absolvido nos termos dos artigos 386, III e
626, do CPP, expedindo-se o competente alvará de soltura em favor do revisionando e reconhecendo
o direito à indenização. Por fim, caso Vossa Excelência entenda por manter a respeitável sentença
condenatória, requer seja afastada a agravante da reincidência, bem como a majorante do emprego de
arma, reconhecendo-se a continuidade delitiva, por ser medida de justiça!

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