You are on page 1of 37
oN Dirctoa de Contes Fr Operates tori, Gor Mentone Kain de Narn i, Con Saree Mame. Cretan Coreses Sete te tara, Ds: Eitri ni Marea Pal duConts Sine raga Case eer Sour ‘AthtenteFdhoret France uceta Convo be Seng Producto Fdtorot ce fat AM Lm ona, ler Teenica de Qvotitode Fesitoriot Nora, Arigtiice Leite: Anatoto de Pojetos arse Gongs de Mourn ora gine Dt ve Ma ele a Son. reas, Mets ra Rt tn nt Anotistos de Openostes titers 12 dos Santos Maria Eduarda Siva Rocha, Mayara Macion! Pinto ave Sompaio ‘Anolistos de Quota Editorial Carina Xavier Daniels Medeiros Goncalves Meta ‘Stogirios-Angtica Andrade, Mism da Cota Lite, Nios Eugenio AimeideBueroe Sthefany Moria Barres Capa: Owsley Fueiredo Adgptasbo de cope:tinotec Controle de Quotidade de Diogromarde:Carla Lemos Equipe de Conteido Digital ‘Masceuo Axrowo Mastrotosa Prono ‘Anatstos:Ana Paula Cavalcanti, Jonatan Souza, Luciano Guimardes¢ Rafael Ribeiro Administrative ¢ Produgde Gréfia Coordenagio ‘Mauna Awes Move Analista de Produgbo Gréfca: Aine Ferarezi Regis Dados Internacionais de Catalogacao na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Marinoni, Luiz Guilherme Comentétios ao Cédigo de Processo Civil: (arts. 926 20 975VLuiz Guilherme Marinoni, Daniel Mitdiero. ~ 2. ed. rev. e atual.. - S30 Paulo: Thomson Restos Guat 2018, (Colegdo comentérios a0 Céaligo de Processo Civil. XViditeqao Luts Guilherme Marinoni; coordenacao Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero) Bibliografia. ISBN 978-85-5321-191-3 1. Processo civil ~ Legislacao ~ Brasil 1 0, Daniel. Il. Arenhart, Sérgio Cruz, Il Titulo, IV, Série, 18-19319 CDU-347,9(81)(094.46) ‘6digo de Proceso Civil comentado Indices para catélogo sistematico: 1. Bra: 347.9(81)(094.46) 2. ‘Cédigo de Processo Civil: ‘Comentérios: Brasil 347.9(81)(094.46) Cibele Maria Dias — Bibliotecéria - CRB-8/9427 oe yaeent Mest jaticulo a0 exercicio dla resciséria, nada impede que se acolha o pedido de wien rescisio’” ; o fata de 0 cédigo nada dizer sobre a impossibilidade de se voltar a decidir rea coisa julgada nao pode ter 0 efeito que Barbosa Moreira extraiu. O cédigo faano tem previsio expressa acerca do ponto para evitar que alguém caia no 1 etyoco de imaginar que é possivel negar o que jé foi discutdo e decidido pelo "Ora, se 0 juiz decidiu que nfo havia coisa julgada a obstar a formagao da coi- it jana, obviamente no se pode fingir que nada foi decidido, £ por isso que, $1) eo dircito brasileiro, nio se deve admitiy ago resciséria para rediscutir a aii de coisa julgada anterior que foi Tejeitada pelo juiz. ‘ ‘Trata-se simplesmente de se ter em conta a obviedade de que nao se pode retender rediscutir questio para rescindir © que ja foi devidamente discutido ' ceexpressamente decidido, Docontrario, admitir-se-iam duas discussdes e deci- ses sobre uma mesma questao, o que é completamente fora de Propésito. Ora, é completamente irracional entender que, se no processo em que se formou a segunda coisa julgada discutiu-se para se decidir que nao havia uma primeira ' coisa julgada a obstar a decisao sobre o mérito, é Possivel voltar a discutir a mesma questo e dar a outro juizo oportunidade para rescindir a segunda coisa julgada. Diante do art. 503, § 1., isso se torna efetivamente impossivel. Sea questaoda anterior coisa julgada foi discutida e rejeitada no processo, hd coisa julgada sobre ainexisténcia da primeira coisa julgada, 0 que certamente impede que se pretenda rescindir a segunda coisa julgada sob o fundamento de existir a primeira, Se isso ocorresse, ai sim haveria violacao da coisa julgada. 10. Violar manifestamente norma juridica 10.1. Da violagdo de literal disposicio de lei violagao de norma juridica. Oart. 485, V, do CPC/1973 afirmava que a decisio de mérito podia ser rescindi- daem caso de violagao de “literal disposicao de lei”. A norma correspondente do CPC/2015 ~ art, 966, V — diz que a decisao de mérito pode ser rescindida quando ‘Violar manifestamente norma juridica”. : Salta aos olhos da comparacao entre os dois artigos a relacao entre “literal tisposicao de lei” e “norma juridica”. Seria possivel imaginar que o legislador alu- diva “norma Juridica” para evidenciar que a aco resciséria nao é cabivel apenas &M caso de Violagao de lei, mas também na hipotese de violagio de principio ou 120 Jog wy a 20 ose Carlos Barbosa Moreira, Comentérios ao Codigo de Processo Civil, cit, p. 130. Comentitios 90 Cédi90 de Processe yy XG SS ee MAO + Mog de norma consuetudiniria. Essa ideia nio é apenas simplista, mas antes de ita reducionista da complexidade de uma questao tedrica da mais alta importincia A comparagio entre “literal disposigio de lei” e “norma juridica” Pernit uma intima relagio da norma do inc. V do art. 966 com a evolucao da teoria interpretagao. Seria muito improducente, em termos deaperfeicoamento do dip, a to, alterara legislagdo processual sem liberté-Ia de teoriasjuridieas ultrapassada, mantendo-arefém de conceitos que nao mais devem ser utiliza. 4 ie a “violago de literal disposigao delet” é propria a uma cultura juridica que ne? mais existe, ou melhor, a una teoria da interpretagéo que hé muita se meee” incapaz de dar conta da realidad da atvidade do intérpretee dojuie Exatamente por isso, ler o inc. V do art. 966 como se apenas houvesse trocad, Aispesigio delepornorimjuridcaovestivessefalandodeleiemsentdomeica ~ édeixar de dentiicar um problema teérico que nunca permit ouso adequad agio rescis6ria e, mais do que iso, nao contrbuir para o desenvolvimento dodina’ 10.2. Violagao a literal disposigao de lei como fenémeno tipico do “forma- lismo interpretativo". A teoria formalista da interpretagao - também chamada cognitiva — tem sustentacao nos principios do Estado legislativo, em que a tarefa do juiz submetia-se a do legislador. Para essa teoria, a interpretacao, enquanto atividade, tem natureza cognitiva. Investiga-se para descrever. O juiz, a0 inter- pretar, investiga o significado do texto legal e entao o descreve."2! Entende-se quea “norma juridica” esta implicitano textolegal. O juizinterpreta para afirmar 0 que est gravado no texto. Esse tipo de interpretagao tem ao seu lado as ideias de completude e coeréncia do direito. Portanto, o juiz nao atua com qual- quer discricionariedade. Ao decidir, sempre esta preso a uma norma preexistente, De modo que a interpretacao, enquanto produto, é um mero enunciado descritivo, sujeito ao teste da verdade e falsidade; ha apenas uma interpretagao correta.2 Na teoria formalista a interpretacao esté presa 4 norma que est no texto legal. A decisio é inteiramente determinada pela lei para que os valores do Estado legis- lativo sejam observados. A estrita aplicagao da lei é 0 sustentaculo da seguranca juridica. Na verdade, como adverte Jerzy Wrdblewski, sea interpretacdo judicial esti 121 "Secondo la teoria che converremo di chiamare ‘cognitivistica’ - ma talora della ‘formalistica'- le quale risale alle dottrine giuridiche dell'Iluminismo, l'interpretazione (ivi inclusa quella giudizale) € atto di scoperta o conoscenza del significato’ (Riccardo Guastini, Interpretore e argomentare Milano: Giuffré, 2011. p. 409). . 122 Riccardo Guastini, A interpretagao: objetos, conceitos, teorias. Das fontes és normas. Séo Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 139 e ss. volume XV Arts 926 20 975 yinculada alei, a decisio consegue ser t; dive até mesmo, que a lei é quem deci qrata-se de posicionamento jy tabalhos da Bscola da Exegese, desenvolvider” historicamente associado do codigo Civil francés. Nesse Periodo, mot i wa juizes™ e amparados na ideia de Fespeit 40 estivel e s¢ de 0 caso con lermendy ‘gura quanto ela, pos i creto,!23 Podendo-se al certai ic ~1974, p. 3225s. ‘gal certainty, Anuariode, Filosofia del Derecho, XM, 1973+ 1nd: Aidela esta traduzida no parecer elaborado pelo Trib 4 tagao do projeto de cddigo. Nesse document 'bunal de Apelac3o Rouen, logo apésaapresen- projeto de cod 0,05 juizes 3 te. que primero. debilitan, depois minam poy ons 38° pretagao que viola Quando se passa a admitir que o texto legal abre oportunidade a varias inti pretagdes, a depender de uma série de circunstancias, torna-se nao apenas S i = cado, mas na verdade impossivel, pensar em violagio de disposieas ells é que o Supremo Tribunal Federal, ao responder & indagacao de se uma deciséo viola disposi¢ao de lei, valeu-se de um conceito negativo, precisamente o de que nio haviolagao de disposicao de lei “quando a decisao rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretagao controvertida nos tribunais” (Simula 343-STF)."” 146 ‘.molte disposizioni ~ quase tutte le disposizioni in verita ~ hanno un contenuto di significato complesso: esprimono non gia una sola norma, bensi una molteplicité di norme congiunte. Ad ur'inica disposizione possono dungue corrispondere pits norme congiuntamente" (Riccardo Gua- stini, Interpretare e argomentare, cit., p. 65-66). \47 Publicada nos anos 1960 do século passado, a Sumula No caso, a Cooperativa Central dos Produtores de Leite, havido violagao a literalidade do art. 76 da Lei de Faléncias pel atotado uma das interpretacbes possiveis acerca do dispositive. Em seu voto. & Ministro Vietor Nunes Leal afirmou que a adogao de uma das interpretagdes admitidas pela doutrina e pelos tribu- ras nao poderia configurar ofensa literalidade do aispostivo (Leandro Ruteno, Apdo Resciséria Por violagda 4 norma juridica, Dissertagao de mestrado, Universidade Federal do Parana (UFPR, 2016) Extersamente sobre a Siimula 343, STF, ainda, Luiz Gullnerme Marinoni, A intangibilidade aco'sa ulgadadiante da deciséio de inconstitucionalidade, cit; Daniel Mitidiero, Cortes Superiores Cortes Supremas, cit. sustenta-se no julgameento do RE 50.046. ré na agao resciséria, alegou que nao teria Jo fato de a decisio rescindenda ter Comentérios a0 Cédigo de Processo Ciy; Yes fa Tire Note-se que essa stimula, 0 ponto-chave ase le fs ee Poh resciséria baseada em “violacao a disposicao de lei’, nao s < ceo is que o texto legal pode abrir oportunidade a varias eae ransauds ha = de que a violagao de disposigao de lei é a negacao da “clara Pre. ‘ago da lei. Isso demonstra que a stimula dis o jado do discurso das stimula distinguiu o enunci ‘ao dak monstra que issoci ispos fontes do enunciado do discurso do intérprete, dissociando disp texto de interpretagao ou norma. a 7 Assim, bem vistas as coisas, a stimula elaborou a ideia de que 0 juiz, a0 chegar no resultado-interpretagao, edita uma norma que nao se confunde cei 0 texto ou com o enunciado legislativo. Essa norma nada mais é do que o signi _ ie traido do texto legal pelo juiz. Portanto, pode ser chamada de ie juridica ou, caso se prefira tomar em conta 0 seu emissor, de norma judicial. ihe S€ 0 texto ou a disposicéo de lei constitui linguagem da fonte ¢ a norma é linguagem do intérprete, quando o intérprete é 0 juiz nada impede que 4 norma seja acrescidg © qualificativo de judicial. Quando o juiz interpreta a lei o resultado sempre sera uma “norma’. A linguagem da fonte nao varia; a linguagem do intérprete é que passa a ter um intérprete-juiz. Nao ha diivida, dessa forma, inclusive em face da Simula 343-STE, que o problema da agao resciséria estd ligado ao fato de que um mesmo texto legal pode dar origem a uma multiplicidade de normas juridicas. Ora, quando isso ocorre nao hd como ver vicio na decisio judicial e, assim, obviamente nao ha motivo para pensar na sua rescindibilidade. Surgem, entao, as questdes que realmente interessam: sea decisio rescindfvel ~ ha perspectiva ora considerada ~ sempre é uma decisio interpretativa, quando essa decisio pode violar uma norma juridica? Tendo em vista que podem existir miltiplas normas juridicas editadas pelos juizes e pelos tribunais, é Possivel pensar numa norma juridica produzida pelo Judiciario, que pode ser violada por uma decisao? 10.7. A fun¢ao das Cortes Supremas e a norma Juridica. J4 se percebeu no civil law que, exatamente por nao ser o juiz um mero aplicador da lei, essa nao é sufi- ciente para garantir a igualdade ea Seguranca juridica, Se a lei abre oportunidade a uma multiplicidade de interpretacdes ou normas juridicas e, assim, a decisées diferentes para casos similares, nao hd como nao se Preocupar com o problema da coeréncia do direito ou das decis6es judiciais, elemento imprescindivel para se ter igualdade perante o Proprio direito, a geraca modo como as Cortes Suprema, Beracao de processualistas ©, portanto, s eram vi gares e por alguns, ainda s30 concebidag ns ne Pom POUCO tempo e, em las, ' . sobre 0 alguns luy gmbora o grande professor florent ira interpretagao que d rtedefinira in que deve pre 0 Corte devesse fixat, a partir dose “cer no territério nacional, a interpretagao que revela o a : eval Cc mo sea gevidae unica identidade,” ‘A definigao da interpretacio que deve 2 5 ' Prevalecer, i in jxacio da interpretacio que efetivamente corresponde a teee ‘ nha, equivale & Cassacaio, embora voltada & uniformiza texto dallei. A tarefa da i . '¢40 da interpretacio, descobrit e declarar o sentido da lei. A uniformizacao, com olegislador. A pretensio de uniformizacao da interpretacio da lei, pactua com a dissociaao entre lei e norma nem ¢ aberta al mas, ao evés, busca responder & concepeio classica de jurisdigao ~ prépria a Cal mandrei’® - em que o juiz simplesmente aplicaa lei ao caso concreto, incumbindo 4. Cassagao, por consequéncia, somente declarar “oficialmente a verdadeira’!s! interpretacao da lei em nome da unidade do diteito objetivo. Como a jurisdi¢ao se limita’a‘declarar a vontade concreta da lei nao hd motivo para falar em igualdade perante as decisdes, Basta a unificacao da inter- pretacdo para garantir a unidade do direito objetivo e, por mera consequéncia, também consistia em assim, ocorre para tutelar em tal contexto, nao logica argumentativa, 148 A obra de Calamandrei (La cassazione civile, 1920) tem uma dimensao que desborda os limites usuais dos trabalhos doutrindrios, constituindo a élaborago de um modelo tedrico que néo s6 veio ser recepcionado ~ ainda que em parte — pela legislagSo italiana, mas também uma premissa ou fundamento para quase todos os trabalhos que tém sido escritos sobre o tema, Sobre o tema, Luiz Guilherme Marinoni, 0 STJ enquanto Corte de Precedentes, cit; Daniel Mitidiero, Cortes Superiores Cortes Supremas; cit. U8 Resta evidente, mesmo na investigaca6 de cardter histérico-dogmatico realizada por Calaman- dre, grande preocupagdio em evidenciar a necessidade de a Corte de Cassacéo realizar fungao de unificago da interpretacéo da lei. Porém, Calamandrei deixou absolutamente claro ave @ ule alee 0 garantia de uniformidade sdo faces de uma mesma moedo e, assi, que Of dete Cassagéo, quando definem a interpretacdo, fixom 0 exato e dnico ‘sentido da lei. N30 Hy par ou tp mmativo que a sua obra deixou imortalizada a célebre idea de que a fungao da Corte de assis € definir o “sentido exato da lei’ = 180 V.PieroCalamandrei, La genes logica della sentenza civil, Opere Giuridiche. Nap Vol, 1 1 ‘+ 1 Aexpressdo & de Calamandre. oli: Morano, 1965, “- Comentarios a0 Codigo de Processo, Cra Ciel) Mion = Hina a igualdade de todos perante a lei. Nao ha necessidade de te cose obri. Galdrios, mas apenas um sistema que permita a correcao das antes da lei, ae A despreocupagao com a coeréncia do direito no ent 7 eden oa i so de que os tribunais, inclusive os Stig Sequéncia da desgastada suposigao est limitadosa procurar a interpretagao que revela 0 sentido da a cat oe aes discutem apenas sobre a exata interpretagao da lei, nao pode 3 tae ee no direito produzido pelo Judicidrio, mas apenas equivoco na ap ie 680 da le, Sea norma juridica esta implicita na lei e é Preexistente a interpre nic Nao hg incoeréncia entre as decisées dos tribunais, mas inadequada ap! ae ‘da norma do legislador: Dai porque nao se dispensa atencao A incoeréncia das cae judi. ciais. Hd somente Preocupagao com a correo das decisées que equivoca: lamente aplicam a lei, Porém, quando se percebe que a interpretacdo nao pode definir 0 “sentido exato da lei” ~ fim da Corte de Cassa¢ao para Calamandrei ~, mas deve realizar valoragées para definir 0 sentido atribuivel ao texto legal, é obvio que a fungao da Corte Suprema tem que passar a ser outra. A Corte Suprema, diante da explosa de decisdes interpretativas no seio do Judiciario, nao mais pode ser Viste como um 6rgao que visa a garantir uma mitica racionalidade do ordenamento juridico, fruto de uma razao iluminista que tanto ja seduziu.!52 A Corte Suprema, hoje, sé pode ter a funcao de atribuir sentido ao direito ¢ dar-Ihe desenvolvimento de acordo coma evolucao social, A necessidade de co. € orientar a vida social e regular ‘a, 0 sentido do direito delineado pela Corte néo pode deixar de pautar a solugao dos casos iguais ou similares, vinculando ou obrigando os juizes e tribunais, delineou, oferecendo as melh condi¢ées iguais, Merecem Estado pode obter Para lhes i Stet on 152 Gaetano Silvestri, Le Corti Supreme ne Preme. Milano: GiuFf C gli ordinamenti Costituzionali contemporanei, Le Corti Su- re, 2001, p. 45, Zz or ; valor cons! prises ane ae pe tucional tutelado Por esta nova Corte § ‘0, i i : ; ridade do ireito obj ptiB0 mito atrés do qual s mribsthccec it danlatdvetintonjeneree, ord ‘¢ esconderam instancias *, a rem a ij ual; iz os vince ena uss aun eat name ema, ¢ dependente da evolugio da vi ‘ sorte SUP i 10 Ca Vida social, aby to ao dinami 7 ster voltado Aatuagio de Princfpios fundamentais fnuldeg ‘ namismo de oa axiolégica e atento & devida Percepcao das diferencas, Unidos de inesgotavel 5 » porém, que bast: i . Nio se pense Porems que basta substituir o critérig da « ; i? pelo do “sentido do direito” para continuar adm: i a euanaed, te Suprema é de correcio. Ha dbvia di indo que a fungao da ytoritar al diane @ suprema. Note-se que, como os Precedentes consolidam 0 direito que deve ser observa- dopelos tribunais, a atividade de “corregao” das deciso destina-se a reafirmar a fungao de interpretacao e de ssa atividade de “corregao’, que é meramente Supletiva, subordina-se & funcao deatribuicao de sentido ao direito e de garantia da sua unidade. Assim, nao se pode pensar que uma Corte Suprema, na atualidade, deva ter fungao de corregio. Como é dbvio, é completamente contraditério atribuir a uma delineia o direito a fungao de corrigir as decisdes.'* Por outro Angulo, ao se supor que os precedentes da Corte que atribui sentido ao direito nao precisam ser observados, a existéncia da Corte Suprema torna-se desnecessdria. Realmente, nao ha motivo parase ter uma Corte cuja funcaoé definir ainterpreta¢ao adequada quando os tribunais podem delalivremente divergir. Nesse as0 nao apenas bastariam os tribunais, como a Suprema Corte nio teria motivo algum para atribuir sentido ao direito e, portanto, para estar presente no sistema juicial.' Fechar os olhos para a verdadeira funcdo que deve ser desempenhada Corte Suprema que Seen "53 Cf Gaetano Silvestri, Le Corti Supreme negli ordinamenti costtuzionali contemporane, Le Cort Supreme, cit, p. 45, : "St Michele Taruffo, Precedente e giurisprudenza, Rivista Trimestrle di Dirtt eProcedura Civile 2007, 8.718; Michele Taruffo, Le funzioni delle Corti Supreme. Cenni general, Annuario di Dirtto Com- otato ea Studi Legislativi Napoli: Edizioni Scientifiche Italiane, 2011 Ih 5 Soha Logica em dar a “ultima palavra" quando essa é a “ultima” para todos os ie nes Me estéo paraafforar.O contrério seria supor que uma Corte tem posigao de vere ¢ 08 8 ‘itma plavra por acaso, Qu ainda que cabe & Corte Suprema dara dltima palavra pena 397 |— Arts. 926 a0 975 vote XV ‘ Prema re, mentos textuais © extratextuats da ordem jar oem Oi , « "i em juridica.™ i ” or assim dizen a “definicdo da reconstrucag? gine Suen ie Palavra ot jelinear ou definir ~ mediante as “melhores razdeg"i0 = Sra ala ae deorientar a vida social ¢ regular 9s casos futuros é d Mouths edo Supremo Tribunal Federal, A as nara lo Superior Tribunal de Jus- tiga " ‘ na juridica que pode ser dita do Poder icidrio - fora raras excecdes (ver adiante j ea ipa item 8.9) - esté nos Precedentes das los jueces ala de los leaisladores hasta aquelto: lad te : rem rina ofrecen un modelo de actividad judicial que resists cy comparaion con la realidad, cecnon ney el contrario que cierto grado de creacion del derecho es inevitable y que en ironic tales si ¢/ Tribunal Consttucional y el Tribunal Supremo fo Creatvidad judicial se osimiia lo funién del leqisladorento quese ha enidollamandolegislacién negative UEmesto Vidal Gi Cristina Gores Pascual, Creacién Judicial del Derecho, Sey i ntido y razén del derecho ~ enfo 3 lasociedad democrético, Madrid: Hacer Editorial, 1992,p. 148-146) Vn eee eledo Perrot, 1979, p. 24 ¢ ss: Giovanni T: ie = dellinterpretazione: una formulazione i ni Tarello, Il ‘problema’ tn Aambigua, vista internazionale di filosofio delaltto, 1966, p.388. 159 Humberto Avila, Teoria dos princpis, 12. ed Sao Paulo:Malheros, 201, .31-35; Riccardo Guasti Interpretare e argomentare, cit,, p. 413, 160 Como diz Tarufo (La Corte di Cassazione ela legge verticeambiguo,Soggisull Cassazione civile. Bologna: Mulino, 1891, p. 103), afrmar que a interpretaco determina o significado “ested uma norma € uma afrmacdo privada de sentido, uma vez que a interpetagao pode determine apenas 0 significado fundado no emprego correto de rts de elegto acetives, ou seja, 0 Sigificado fundado nas “melhores fazbes’ A interpretagdo fundada nas melhores razbes tom 2 ver com a correggo do procedimento de eleicdo € com a accitabilidade dos criterias em que ela se funda, nao se ligando & corrego do resultado i interpretativo, Fala-se, entéo, em ‘exatidao do método" de interpretacdo da lei; 0 método € cortet '0 quando a decisdo ¢ racionalmentejustificada Sob 0 perfil interno ~ de coeréncia entre as premissas e'conclusdes ~ e sob o perfil externo - de fundabilidade ¢ aceitabilidede das premissas. A devida justificativa das opcdes interpretativas faz ver a racionalidade da interpretacao ¢ da decisdo. Portanto, “decisio adequada” é a dotada de ‘acionalidade, para o que ¢ imprescindivel "raz6es apropriadas" ou as "melhores razbes' A justifi- ‘ative ou @ qualidade das razbes depende das caracteristicas basicas da cultura juridica ou, mais Bropriamente, da propria cultura geral que apela & racionalidade Uerzy Wroblewski, Ideologia dela Atlicaciin judicial del derecho, Sentido y hecho en elderecho. México: Fontemara, 2008, p83). Nao héiinterpretagdo exata da lei ou interpretagao correta se, com isso, pretende-se algo. que independe {de juizos de valor subjetives. H4, isso sim, interpretagdo que, a partir de dretivas € de juizos de ‘alr, € devidamente justificada; existe *deciséo adequada" ou “decisto racionalmente aceitéve Substtui-se, dessa maneira,a ideia de interpretagao correta pela de “interpretagaodotada de rae Propriadas’ Tutela-se a legalidade mediante a pratica argumentativa e a busca da anne ‘ CF Luiz Guilherme Marinoni, 0 STJ enquanto Corte de Precedentes, 2. ed,, cit, Part Il, Capitulo 1, item 1.9; Daniel Mitidiero, Cortes Superiores e Cortes Supremos, cit 399 Comentarios 20 Cédigo de Proces5g Manon > eT 10.8. Violago de norma juridica editada pelas Cortes subremas ° oben, da identificagdo da ratio decidendi. Contudo, é preci ra aa tela para rca que a norma juridica nao esté em todae qualquer decisio de sie ea decisao sé define a interpretagao de uma norma quando a maioria do Coleg compartilha da mesma interpretagao. Assim, por exemplo, nio basta que uma decisio dé ou negue "Orme, a um recurso especial para constituir precedente ou ter a decidena; Un deciséo que afirma a contrariedade ou nega a deena de uma tej ia ratio decidendi quando a maioria dos membros do colegiado compartihg den ‘ Im, mento para a conclusdo a respeito do significado da le eran mesmo fund: i e decisio. Afirmar que uma lei foi contrariada ou nao foi contrariada com bas fundamentos varios, sem que nenhum deles seja suportado pela maioria, Condy, a uma afirmagao privada de autoridade ou de valor enquanto entendiment, ou voz da Corte. Constitucional em recursoextraordindrio, S6é quandoa maioriadaCorte Compattih, do mesmo fundamento e, Por conta disso, atribui ao texto © mesmo Significadg, hA ratio decidendi, Da mesma forma, quando em recurso extraordindrio uma le € admitida como constitucional, dando-se a ela “interpretacao de Acordo’, 56 hs interpretacio de acordo” é baseada em fundamenty Sustentado pela maioria. Em outro caso, existirao “interpretacées de acordo” nig referendadas pela Corte, Por outro lado, quando 0 recurso extraordinario declara a inconstituciona. lidade ou emprega as técnicas da interpretacao conforme e da declaraco Parcial de nulidade sem reducao de texto, a decisado da questao constitucional faz Parte da ratio decidendi, Ainda que a Corte tenha tesolvido que a lei é inconstitucional Por diversidade de fundamentos, sem com que nenhum tenha sido compartilhado Pela maioria, hé eficcia precedental Para todos os casos futuros que tratarem da mesma lei, Porém, o fundamento Para a declaracao de inconstitucionalidade Ou parao emprego das referidas técnicas de controle de constitucionalidade terd importancia quando 0 juiz do caso futuro tiver diante de si uma lej diferente, mas substancial- imilar, a exigir a adocao do mesmo fundamento que foi utilizado Para se chegar a decisao, Caso a decisag tenha sido tomada a partir de mais de um fundamento, sem que nenhum deles tenha sido Sustentado pela maioria, nto haverd ratio decidendi ou Precedente capaz de tegular 0 novo caso, spe XV Arts. 92620 975 vol eli Adecisao de inconstitucionalidade, aint jal de nulidade sem reducio de textq i lerpreta jo 4 propria lei discutida, Mas, tats efeito ender de o fundamento da conclusig store de compartilhado pela maioria do colegiado, eaq nent ni © em tals casos Pode nao existir ratio decides 1 esto env vendo outra lei - ainda \ io decidendi para regular ara obstaculizar decisao diferente soby jdade de uma porgao da decisao se, ode concordar sobre o destino do t texto legal s ; Pos pa tanto ‘gal sem harmonia quanto aos funda- to conforme ea declaragao obrigatério ou vinculante em Outta lei, 0 efeito obrigatério Mesto constitucional ter sido arc) A situagao pode ser comparada coma a distincao entre 0 dispositive da decisio ratio decidendi ou os fundamentos deter: fonttole principal.'*' Lembre-se que o Su 0s fundamentos determinantes da decisao Proferida na ADIn 1.662 teriam efeitos obrigatorios. Chegou-se a conclusio de que a ratio decidendi da decisa tomada em aco direta de inconstitucionalidade obriga os demais dite tratando de reclamagio, ° Supremo Tribunal Federal declarou que na decisio reclamada estaria presente “violacao ao conteudo essencial do acordao a. decisao do Tribunal, em substancia, teve sua autoridade desrespeitada de forma alegitimar 0 uso do instituto da reclamaco. Hipétese a justificar a transcen- déncia sobre a parte dispositiva dos motivos que embasaram a decisio e dos principios por ela consagrados, uma vez que os fundamentos resultantes da interpretacdo da Constituicao devem ser observados por todos os tribunais ¢ autoridades, contexto que contribui para a preservacao e desenvolvimento da ordem constitucional”.'? Essa decisiio, que claramente declarou que os fundamentos determinantes de decisio proferida em aco de inconstitucionalidade tém eficécia obrigatéria, foi rafirmada pelo plenario do STF na Rcl 2.363. Nessa ocasio, 0 relator, Ministro Gilmar Mendes, argumentou que “a aplicacao dos fundamentos determinantes de ‘um leading case em hipdteses semelhantes tem-se verificado, entre nds, até mes- mono controle de constitucionalidade das leis municipais. Em um levantamento da acio direta quando se percebe > Cuja eficdcia & erga omnes ~ ea minantes da decisdo proferida no premo Tribunal Federal discutiu se —Shietanta 181 Luiz Guilherme Marinoni, Precedentes obrigatoric item 4.4, "82 ST Pleo, Rl 1.987, rel. Min, Mauricio Corréa 0/21.05:2004 4, ed. S80 Paulo: Ed. RT, 2015, Capitulo IV, ™~ Comentitos 0 Cédio0 de Process Gy, i Mision» Mimosa Precirio, pude. Constatar que muitos juizesdesta Corte tém,constantemente,aplicag, €m caso de declaragao de inconstitucionalidade o precedente fixado a situace idénticas reproduzidas em leis de outros municipios. Tendo em vista o diggs NO caput e § 1.°-A do art. 557 do CPC/1973, que reza sobre a possibilidade de ° relator julgar monocraticamente recurso interposto contra decisio que estejae ° confronto com stimula ou jurisprudéncia dominante do Supremo Tribunal Fede ral, os membros desta Corte vém aplicando tese fixada em precedentes Onde se discutiu a inconstitucionalidade de lei, em sede de controle difuso, emanada Per ente federativo diverso daquele prolator da lei objeto do recurso extraordinirig sob exame’.'® Na acio direta ha clara distingdo entre o dispositivo que declara a inconstj. tucionalidade e a ratio decidendi; o primeito diz respeito a lei atacada ea segung, pode se expandir para regular leis substancialmente similares. Note-se que um, decisio pode violar o dispositive ou a ratio decidendi da decisio do Suprem, Tribunal Federal. Uma decisio que, por exemplo, afirma inconstitucional ei dita constitucional em acao de constitucionalidade viola o dispositivo da deci ha decisio que deixa de aplicar outra lei, distinta da que foi declarada constitucional, mas a ela substancialmente igual, pode ser dita violadora da ratio decidendi ¢ acdo declaratéria de constitucionalidade. Ja no recurso extraordinario, 0 dispositivo, além de se referir somente aos litigantes, apenas da ou nega provimento ao recurso. A conclusao sobre a incons. titucionalidade da lei é sobre uma questao que importa 4 resolugao — parte dispo. sitiva - do recurso, encartando-se, do mesmo modo que os fundamentos para se chegar a conclusao sobre a inconstitucionalidade, na fundamentagao da decisio e, quando for o caso (maioria), na ratio decidendi. Em outros termos, é preciso ter claro que a questao constitucional, além de estar também na fundamentagio, pode ser resolvida por maioria, ainda que com base em fundamentos compartilhados por minorias, quando apenas a solucao da questo constitucional estara na ratio decidendi. Pense-se, agora, no recurso que, para ser resolvido, depende do enfren tamento de diversos fundamentos, cada um deles bastante para o provimento. Imagine-se, por exemplo, recurso especial fundado em alegagao de contrarie: dade a trés leis federais distintas - obviamente que com fundamentos também distintos. Num colegiado composto de cinco Ministros, seria possivel pensit em provimento do recurso com base em trés votos, cada um sustentando que 163. STF, Plendrio, Rc! 2.363, rel. Min. Gilmar Mendes, D/ 01.04.2005. rts, 926 20 975 | Art. 966 contrariou uma das trés Jejg fe te Nenhum dos y ‘si0 . ec com que a mesma lei tenia auras Sem com q spines Sido contrar; com lama atengao. racional Prover uy Ontrariada, Esse &0 pri ‘otos, que gem com que a maioria do colegiade NSO destinado s Cn® Ponto rer 2 Ta ado. 08 tutel eet fed! ito federal? Ou, mais claramente, *enitenda qe houve ¢ . do direito “e prevalecer, Sob o argumenty q acional decta intratiedade git nao chega a conclusio — mn d b uando 0 de que a lei a lei foi De modo que, numa situacdo como essa, legais afirmados contrariados pela decisao recorrida para que 0 julgamento se de- genvolva mediante a discussao e a votagao em separado de cada uma das alega ses Casocontrario, nao apenas nao haverd discussio adequada be doceaialeeaee dadecisio a lei, mas sobretudo no se decidir sobre qualquer das. alegacées de contrariedade realizadas pelo recorrente. o relator deve delimitar os textos Nao ha qualquer dtivida que, quando os membros do colegiado podem de- dir diretamente o recurso a partir de varias alegacdes de contrariedade, nao ha decisio colegiada sobre o significado do texto legal dito contrariado em face da deciséo recorrida. Hi, isso sim, uma ou outra decisio individual dos membros do colegiado. O colegiado e, portanto, a Corte Suprema, simplesmente no decide ou, 20 menos, nao finaliza a deciso que tém o dever de proferir para 0 desenvol- Vimento do direito. rescindivel no caso em que esto em rmativos. Note-se, porém, o emprego de decisto de de declaracio parcial de __ Adeciséo em separado, portanto, ¢ imp! '0go alegacdes de contrariedade a diversos textos no! We néo hd a mesma necessidade quando se considera "constitucionalidade, de interpretagao conforme ou c=) a Comentétios 20 Cédigo de Proceso, Gi Maron = Ninoy araGio de sobrea interpreta, ¢ nulidade, Nesses casos a tutela do direitg so em separado, ao da maioria e 'm relagdo aos fundamentos Utilizados ‘Ariedade a um text 0 tem a ver com a necessidade de sei, i s s espeito do seu sini Quid eee blema na an © Tecurso, portanto, o prol Giannas ‘io. Nao Tso nem a necessidade de reforma da decisio. ‘asta ido. Ii tariado e, assim, se o recurso deve ser provido, Mporta na decisao do recurso. im do recu direito foj conti 4 voz da Corte Quando se quer sab obviamente nao basta per olhar para a Justificativa, hd que se Justifica validade do fund identificar id dovdine cr 0 entendimento da Corte sobre o riatadoeee ae ici fant : i tuigdo foi con untar se alei oua Consti Nay € Por outra razao que, numa Corte se ect , ‘40 votos. A justificativa deve demi rar a r fundamentos, ¢ ni eee rrente e dissidente.' Alias, nao convém permitir variag 'o. Isso comumente ocorre quando a justi. e nao com o fundamento sustentado Por um ) rts. 92620 975 Lo i ge sovre~ por exemplo ~ a contrariedade 4 geste trés ulgadores afirmam contrariedade a arse "ent0S distintos, 0 recurso especial deve ser jam . Ronni ° gan pciaendi. Haum sea Majoritario ~ sustentado por d ti0 te - adotado por um -, or dois = . rah 19 COROT inibecesanle mm ~,€um fundamento dissidente tay a dat nt or dois. Bi a Notar que o fundamento majori ambém gust mento dissidente. Nao ha fundamento que possas a er ditodo funda z Stax im embora 0 recurso seja provido, nao ha ratio decidendi. 166 is Para se prover ou nao o re- ainda que com base em dois r Provido, embora nao se forme io empata colegiado. tras normas juridicas delineadas pelo Judiciario que en 40 ers ia. ne Podem ser violadas as slg Leer ran de outras stmulas do Superior Tribunal de Justica e do Supremo ‘Tribunal a i" " definidoras, respectivamente, de matéria infraconstitucional e de m: teri rst cional ( art.927,1elV, CPC). Recorde-se, porém, queatécnica a tieuikat seve se qualquer éxito, a servico das Cortes de correcao. A stimula foi pensada afd sedimentat, mediante um breve escrito, entendimento que, representando o conjunto de varias decisées num mesmo sentido, pudesse permitir o controle das trariedade & norma é, ainda assim sia protamada anes de contariecade jzar 0 provimento do recurso" (Luz Guilherme Marinoni, OJulgamento nas Cortes Paulo: Ed. RT, 2015, Capitulo Vi, item 6.18). ibunais estadunidenses se mostram angustiados com as decisbes majoritrias damentos compartilhados por minoris.Is0 por terem dfeuldade de admit configure ratio decidendi ou precedente. Quando se parte da premissa de decidir sem formar precedentes, hé realmente problema quando a deciséo no € proferida com base em um fundamento sustentado pela maioria do colegiado. Fentm oso parece ser um equivoco préprio do diretoestadunidens,é que nose pode upor que num julgamento de que participam nove Justices sempre se tenha que ter um fundamento Cmparthado por cinco. Isso equivaleria @ nao se poder ter uma decsto de cinco baseada em aie um fundemento, Em verdade, i380 significa confundirresolugso do caso com frapa9 do entendimento da Corte. Mesmo num sistema de common Jaw nao deveria haver motivo vo gone se encontrar maioria para sustentar um fundament (otodecidend, no devant auestio em aberto perante os juizos inferiores. Sobre o tema das plurality opinions da Suprema Core dos Estados Unidos, ver Linda Novak, The precedential value of Supreme COUr Piuality Oetsons Columbia Law Review, vol 80, n. (May, 1980) p-761 essohnF Davis e William L Hepalds ‘urdicalCripples: Plurality Opinions in the Supreme Court Duke Low eure va 8, [2740.67 ess; Adam S. Hochschilé, The Modern Problem of Supreme Court Pal Dest eee in Historical Perspective, Washington Univesity oral fo Fo hit een Tenet 6 Sager Os Krmhauser Lawrence 6 “03 Counts, Caifornia Lae Review Vol 8,109, p. TLE pubic ’ The many as one: integrity and group choice 17 paradoxical cases, M ors vol, 32, 2004, p. 249 e ss. teria visto con! copaz de viabil supremas, S30 166 Adoutrina € os tri ancoradas em fun uma deciso que ndo de que a Corte nao po fan) Comentérios 20 Cédigo de Processo Ci) AG O3 Marinoni Mimoieag, decisdes dos tribunais inferiores. Constitufa, assim, um enunciado abstrato, com- pletamente indiferente aos casos € As suas particularidades. Ora, foi exatamente esta neutralidade ou abstragdo que impediu aos tribunais analisar a aplicabilidade das stimulas aos novos e diferentes casos concretos, tornando-as completamente destituidas de utilidade. Ecurioso, portanto, queo Codigo de Processo Civil de 2015 afirme, em seu art. 926, § 2.0 que, “ao editar enunciados de stimula, os tribunais devemater-seascircunstancias faticas dos precedentes que motivaram sua cria¢io” Isso nada mais ¢ do que a admissao de que as simulas s6 tém alguma importancia quando identificadas as rationes decidendi dos precedentes que The deram origem, Por consequéncia, ainda que o legislador tenha insistido nas stimulas, ¢ dbvio que os precedentes das Cortes Supremas vao ocupar o seu lugar. As stimulas poderéo ter espaco, ainda que sem muita eficiéncia, nos tribunais. Embora seja evidente a impossibilidade de resumir precedente de Corte Su- prema a decisao firmada por ocasiao de julgamento de recurso repetitivo, uma vez proferida a decisao sobre a questao de direito objeto do recurso repetitivo todos os juizes de primeiro grau, tribunais e 6rgios fracionérios da propria Corte Suprema nao podem contrarid-la. A técnica do recurso repetitivo € voltada a solugao de questo prejudicial ao julgamento de recursos pendentes. Os arts. 1.037, II, 1.039 e 1.040 do CPC, ao exigirem a suspensao dos processos ¢ recursos, subordinando asua solugio a decisio proferida no recurso repetitivo, deixam clara intencéo do legislador (ver, adiante, comentarios “Subse¢ao II ~ Do Julgamento dos Recursos Extraordindrio e Especial Repetitivos”).!” De acordo com 0 art. 1.040, uma vez publicada a decisio: i) serd negado seguimento aos recursos especiais ou extraordinarios sobrestados na origem ~ se 0 acérdao recorrido coincidir com a decisao da Corte Suprema; ii) 0 érgao que proferiu o acérdao recorrido reexaminaré o processo de competéncia originaria, aremessa necesséria ou 0 recurso anteriormente julgado — seo acérdao recorrido divergir da decisio da Corte Suprema; e iii) os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdicéo retomarao o curso para julgamento e aplicagéo da tese firmada pela Corte Suprema. De qualquer forma, qualquer decisdo que negue a decisio firmada no recurso repetitivo, resolvendo a questéo de direito de modo divergente, e transite em julgado em primeiro grau, no tribunal o¥ 167 Em que pese nao existir filtro semelhante 4 repercussdo geral no Superior Tribunal de Justiga & certo que esse tribunal é uma Corte Suprema que deve funcionar mediante a instituigo ¢ precedentes. Assim, a suspenso dos recursos pendentes é legitima desde que a participaréo me amici curiae ~ cuja intervencao ¢ admitida no recurso repetitivo - seja suficiente para dar voz 20 litigantes perante a Corte. ad pune x= Ars 926 20975 vol! smo na Corte Suprema, c estd sujeita a aca . 4 aco resciséri ge norma juridica. 0 Tescis6ria com base em violagio le igualmente podem ser violades as decisdes profi eténcia (art. p S em inci sunci de comp’ » CPC). As decisées Proferid: incidente de as- satao de direito com grande repercussio social” « “relevant, 38 para solucionar arespeito da qual seja conveniente a prevengio ou a com le questo de direito recimaras ou turmas do tribunal’ previstas no art gue eee divergéncia 947, caput e§ 4.° do CPC, rme dispseo§ 3° } ent . 6: 7 en tod 0s julzese Orgs fraciondrioss oan yuo? Sejuiz0u orgiofacionsriocontraria decséodoseurnc uluerdesss quest0es ~ quando obviamente a deciso prof sue soWeu jeasuncio ndo foi superada por precedente firma Reineidatiee cd Gjagio de norma juridica, ° Por Corte Suprema -, ha do mesmo Entretanto, € importante perceber feade logo que a decisio proferida em jncidente de resolugao de demandas repetitivas nao é uma mera decisio efcicia obrigat6ria (ver, adiante, comentarios ao art. 976 ¢ ss) O incidents de rescugio decide questo de direito que € prejudicial ao julgamento de emai quese repetem. Portanto, o incidente julga questao que afeta diretamente a tutela do direito de varias pessoas, ou melhor, dos diversos litigantes das demandas repetitivas. Esses sujeitos obviamente tém o direito de discuti-la. A exclusio dos liigantes da discuss4o da questao de direito, sem que ao menos 0 “Tepresentante sdequado” participe do incidente de resolucao, configura inquestionavel violacdo adue process. Significa que 0 procedimento do incidente de resolugio tem que necessariamente contar com a participacao dos legitimados a tutela dos direitos individuais homogéneos, descritos na Lei da Aco Civil Publica e no CDC. Nessas condigies, corrigido o déficit de constitucionalidade do incidente, a sua decisio Poduz coisa julgada erga omnes. Isso quer dizer que, quando uma decisao julga demanda repetitiva e nega a tecisio sobre a questo prejudicial proferida no incidente de resolucao, hé ofensa a (oisjulgada erga omnes que recaiu sobre a questao. A agao rescis6ria, assim, deve “"Proposta com base no inc. IV do art. 966; nao com fundamento em “violacao oma juridica” (art. 966, V, CPC): wie decisio que néo pode ser contrariada - enquanto nao is aR ae do Supremo Tribunal Federal ~ é a decisao proferida no eS dente tig’ inconstitucionalidade (art. 948 e ss, CPC). Nos ee wick db &y ting 949, os érgaos fraciondrios ficam obrigados PTs “Jos‘os 6rghcs bec tig Proferida em incidente de inconstitucionali jade. aeaiégirém'incl *. €nao apenas aquele que submeteu a questao para Ke Comentarios a0 Cédigo de Process ¢ Mannion » Mines dente, ficam obrigados ou vinculados perante a decisio do plendrio ou do érgig especial, E isso nao apenas quando a declaragao de inconstitucionalidade, mag também quando a decisio é de constitucionalidade. A eficdcia obrigatéria g, decisio é consequéncia da regra do art. 97 da CF, que estabelece que a lei s6 Pode ser declarada inconstitucional pela maioria absoluta dos membros do tribunal ou do seu drgio especial. Significa que, quando uma decisio nega decisio proferida em incidente de inconstitucionalidade, nao importa se afirmando a constitucionalidade ouaincons. titucionalidade, ha violagao de norma juridica, De modo que é cabivel, também nesses casos, a aco rescisdria. 10.10. A importancia dos §§ 5.° e 6.° do art. 966 para a confirmacao do significado de “violagao de norma juridica". Lembre-se que os $$ 5.° e 6.° do art. 966 foram inseridos no Cédigo de Processo Civil de 2015 quase um ano de- pois da sua publicacdo. Esses pardgrafos claramente enfatizam a possibilidade de acio resciséria em caso de decisao que se pauta equivocadamente em stimula ou precedente. O § 5. afirma expressamente que cabe.agio rescis6ria, com fundamento no inc. V do art. 966, contra decisdo que, baseada em stimula ou precedente, nio feza distingao da questao discutida no processo, ou seja, nao percebeu tratar-se de outra questo ou caso. Em outras palavras, o § 5.° quer dizer, a principio, que a deciséo que julgou questao ou caso com base em simula ou precedente manifestamente inaplicaveis pode ser objeto de aco rescisoria. Como esta claro, 0 § 5.°entende que ha violagao.a norma juridica quando a decisao julgou caso que nao poderia ser regulado pelo precedente ou simula. A violacao da norma juridica, portanto, constitui violagéo de norma delineada pelo Judiciario — cuja eficdcia é obrigatéria. O $6. frisa que a aco resciséria pode ser utilizada diante de decisio que viola norma juridica produzida pelo Judicidrio. Adverte que a peticao inicial da acdo rescisoria, quando baseada no § 5.®, deve evidenciar quea decisao rescindenda julgou caso que nao podia ser regulado pela norma editada pelo Judiciario, vale dizer, que julgou caso que, além de particularizado por hipétese fatica distinta 0% marcado por outra questao juridica, por conta disso impunha solugao diversa. Os dois novos paragrafos inseridos no art. 966 sao claras demonstragoes de que nao é possivel ler “violagdo.de norma juridica” como se’ lia “violagao ; disposigéo de lei’, luz do CPC/1973. Ha nesses pardgrafos confirmagao de a4 possivel violar norma juridica delineada pelo Judicidrio. yr me XV ~ Arts. 926 a0 975 Ls Art. 966 40.11. Decisto que se pautou equivocadamente (isto é, sem fazer dis ingdo) am precedente de Corte Suprema, decisio proferida em recurso repetitivo, simula © decisao de tribunal sobre questdo 7 ; 10.1.1. Significado da auséncia de consideracdo da “existéncia de distin- jo", 0 $ 5.° do art. 966 afirma que pode ser rescindida a decisio “que nao tenha Finsiderado a existéncia de distingao” entre o caso julgado e 0 “padrio decisério” quefoiutilizado para decidi-lo. Por “padtao decisério” entende-sea ratio decidendi _nocasode precedente Corte Suprema -, a decisao da. questao de direito objeto do recurso repetitivo, as rationes decidendi ou fundamentos determinantes das decisoes guederam origem & stimula, a decisio da questio de direito objeto do incidente deassungao de competéncia e a decisao do incidente de inconstitucionalidade. precedente, a simula e a deciséo de uma questo de direito sio sempre ‘interpretados”. Afinal, é preciso analisar se devem ou no regular 0 caso sob julgamento. Além disso, é preciso saber se o caso a ser julgado amolda-se a eles. [sso significa que o juiz nunca aplica irracionalmente um precedente, decisio de questio ou stimula. A adogao de qualquer um destes sempre depende de uma andlise racional e justificada, intimamente ligada as particularidades do caso sob solugio. Lembre-se, por oportuno, que 0 § 1.° do art. 489 do CPC afirma que “sao se considera fundamentada qualquer decisao judicial, seja ela interlocutéria, sentenca ou acérdao, que: (...) v-selimitar a invocar precedente ou enunciado de simula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta aqueles fundamentos; vi — deixar de seguir enunciado de simula, jurisprudéncia ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existéncia de distingao no caso em julgamento ou a superagao do entendimento”, stimula ou deciséo que nao Quando a decisio julga 0 caso eaplica precedente, a distin- podem regulé-lo ha exatamente oque se chama de “falta de percepglo d $io do caso sob julgamento”. Quando isso ocorre, a norma ou a solucio juridica Siospicadas equivocadamente, de modo que se pode afirmar que ha violacio de toma juridica para efeito de ago rescisoria. ee tee alude a deciso que “nao tenha co! td gt Aue a rescindibilidade também se apresenta Y — Preced le modo manifestamente equivocado, que 0 caso deveria ser reg nes lente, decisioou siimula,‘Toda vezem quea deciséo aplicaprecedente sn" 0 decies jica-se 0 ing ga’ 4 questio que manifestamente nao podia regular 0 caso, ne et att. 966, urna vez que a decisao “violou mani festamente norma j' hi , nsiderado a existéncia de distinga0” enta vidvel quando se en- = C= Cyt] Comentarios ao Cédigo de Processo Cha Mason = Minin, Note-se que até aqui se tratou de duas hipéteses de equivocada aplicagig Precedente, decisio ou stimula - uma em que nao é considerada a existéncia e distingao e outra em que se supée equivocadamente que 0 caso é similar oy ‘gu, Contudo, éainda cabivel perguntar se ¢é possivel falarem violagao de normajuridicg quando a decisio deixa de aplicar precedente, decisio ou simula, Sem divida, sim. Quando, por exemplo, a decisio deixa de aplicar decisig proferida em recurso repetitivo, hi violagio de norma jurfdica. E facil chegar g essa conclusdo quando se esta diante da mesma questao de diteito. Porém, no caso em que, também por exemplo, argumenta-se que nao se aplicou ratio decidend; ou precedente firmado pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justica em julgamento de embargos de divergéncia, a rescindibilidade da decisio dependerg de essa nao ter aplicado precedente que clara e indiscutivelmente aplicava-se ag caso. Note-se, desde logo, que a margem de aplicac4o de um precedente é Muito maior do que a de uma decisao a respeito de questao de direito. E interessante perceber que este problema permite voltar a ideia de zonas de luz e de penumbra, embora aqui com outra finalidade. Determinadas tationes decidendi sao absolutamente claras no sentido de que regulam determinados ca- sos. Outras, no entanto, podem deixar diivida sobre a sua aplicabilidade a certas situagdes, Seria possivel dizer que a ditvida esté relacionada & miltipla variagio dos casos, e nao ao texto do precedente, de modo que o problema nio teria relacio com a sua clareza. Sucede que um texto s6 se torna obscuro quando confrontado com a realidade ou com os novos casos que surgem: Quando a decisao justifica a nao aplicabilidade do precedente, somente quando ha manifesto equivoco, capaz de ser identificado em vista da clara e indiscutivel aplicabilidade do precedente, torna-se possivel admitir a rescindibilidade da deci- sao. De forma que a rescindibilidade de decisao que deixou de aplicar precedente caberé, a princfpio, quando a decisao nada disser‘a seu respeito, ignorando-e Porém, mesmo nessa hipétese, a rescisao ficar4 na dependéncia de a spe a, alémide obviamente poder inverter 0 resultado do precedente ser necess: decisio tomada. 7 pares ficagdo E claro que nao se pode pensar; pata efeito de acao rescisoria, em 4? and dequestio- a" equivocada de precedente —ou mesmo desiimulaoudedecisao g incabl seestd diante do préprio érgio judicial queo criou. Tal forma de einen quando se considera 0 6rgio competente para rever 0 precedente, vera des e a decisao em recurso repetitivo ou o érgio do tribunal que pode id proferida no incidente de assuncao de competéncia ou no incidente le cionalidade. Ou melhor, obviamente nao hd como supor viola? ou Yr S me XV ~Ats. 926 20 97 wi aad gimula ou deciso quando a Corte Suprema eo tribi unal esto em jugar adequados para poder afasté-los ~ ainda que etc nao definitivamente, 40.11.2. O problema em face de precedente di geCorte Suprema pode ter a sua aplicagio estendida ou restringida, conforme os novos casos. A Corte, ao instituir um Precedente, e nao obstante a necessidade deste dever ser moldado de modo a abarcar todas as situagdes que racionalmente exijam o mesmo tratamento, pode deixar de considerar alguma circunstancia ousituagao envolvida com 0 caso resolvido ou com 0 Proprio entendimento jurf- dico firmado. Ademais, em virtude de os casos variarem naturalmente, conforme as paticularidades que Ihe dao configuracio, é sempre possivel o surgimento de novas situagdes, nao tratadas no precedente, le Corte Suprema. Um precedente Porém, isso nao quer dizer que o precedente apenas pode ter a sua aplicagao estendida. A ndo percep¢do de determinada circunstancia, assim como um caso posterior, podem evidenciar que o precedente, elaborado de modo amplo para abrigar varias situa¢Ges, nao pode regular uma situacao especifica que estaria, a 168 Fale-se neste sentido em “universabilidade” do precedente, Quando se pensa em decis4o univer- salizével ndo se esta propriamente considerando 0 caso sob julgamento em face do precedente ji firmado, mas se apontando para a necessidade de a justificativa da deciséo conter razbes que demonstrem a possibilidade da sua aplicagdo em todos os casos dotados das mesmas particu- laridades féticas individualizadas como relevantes. Como escreve MacCormick, um ato s6 pode ser justificado como correto mediante universalizacao, uma vez que mostrar a sua corrego € evidenciar que, sob qualquer visdo objetiva do tema, o ato deveria ser praticado ~ ou mes- ‘mo deve ser praticado - em face das caracteristicas do ato e das circunstancias do caso (Neil MacCormick, Rhetoric and the Rule of Law. Oxford: Oxford University Press, 1995, p. 131 € ss) Auniversabilidade tem importéncia para propiciar a aceitabilidade das razdes justificadoras da deciséo judicial e para permitir a checagem de se as decis6es que Ine so posteriores ferem a igualdade, Desse modo a regra da universabilidade incide em duas perspectivas: para justificar a ‘aclonalidade da decisao e para identificar se uma decisio, posterior a firmada como precedente, "ega s razdes desse ultimo. Essa segunda perspectiva, contudo, ¢ uma consequéncia da adorso Geum critrio de racionalidade da deciséo, Mas, além de contribuir para a racionalidade juridica, JUniversabilidade certamente favorece a isonomia ¢ inibe a parcialidade. Ao decidir, a Corte sabe ue No poderd tratar 05 casos similares de modo diferente, Por isso & obrigada a proferi uma “etis4o que, considerando os fatos e fundamentosjuridicos relevantes, tenhavelidade pare re °S 2805 posteriores que se enquadrem na mesma moldura. Signifia que nao poderd decidir 0 Fb iulgamento a nao ser a partir de crtérios que tenham valiade para Se aie nigsie 24 impedida de decidir de modo parcial, isto é, considerando parte AN Ne S20 relevantes para uma decisdo universal e imparcial. Cf. Luiz Guilherme i ’nquanto Corte de Precedentes, 2. ed. cit, Parte ll, Capitulo |, item 1.10; Daniel Mitidiero, Cortes a .ssoa Pereira, Legitimidade des per 8 Cortes Supremas, cit; Idem, Precedentes cit. er Paula Pe “cedentes. So Paulo: Ed. RT, 2015. bei GD og CNC oe It) Comentai Maswom + Mines principio, sob 0 seu guarda-chuva. Nesse caso 0 precedente obviamente deve ter a sua aplicagao restringida. Nao ha dtivida que a extensao ou a limitagio do alcance dos Precedentes constitui forma de relaciona-los com novos casos. Dessa forma, desenvolve.se 4 significado do precedente, que passa a adaptar-se, sem rupturas, As situagdes que stirgem medida queo tempo passa." Na verdade, um precedente deve ser aplicad até osseus limites, E essa potencialidade, inerente a0 precedente, que torna possive| a sua adogao para a solugio de casos particularizados por outras circunstancias ou aspectos inicialmente nao tratados. Por idénticos motivos, se a finalidade dg precedente deixa de estar presente diante de nova situagao, nao ha como aplicé.Jo, O sistema de precedentes, quando visto a partir da técnica da distingdo, sem perder a sua fungao de preservacio da estabilidade, torna-se maleavel e capaz de permitir o desenvolvimento do direito, dando conta das novas realidades e das 5. tuagdes que nao foram anteriormente tratadas, sem que seja preciso 0 rompimento do sistema ou a revogagao do precedente que ainda é necessario e suficiente para tratar das situagées que contemplou desde a sua origem. Assim, a distincdo para aplicar ou deixar de aplicar um precedente é algo que milita, a um s6 tempo, para a estabilidade e para o desenvolvimento do direito.” Diante disso, a questo que realmente interessa 4 agao rescis6ria éa de quea ampliacao ou a restrigao de um precedente s6 tem racionalidade quando com- pativel com as suas préoprias razdes. O problema, mais uma vez, é o de quea necessidade de extensao ou restrigao do precedente nem sempre é clara ou isenta de divida. Alias, pode haver duvida mesmo quando o precedente nao esté diante de situago diversa da inicialmente contemplada. Ha hipéteses em que a divida esta centrada apenas em saber se 0 caso est sujeito ao precedente. Nao se parte da premissa de que ha caso distinto e, entao, pergunta-se se cabe a extensio ou a restrigdo do precedente. Indaga-se diretamente se 0 caso esta efetivamente sujeito ao precedente. Ora bem, como nio se pode rescindir decisao que nao viola manifestamente norma juridica, a solugao para a conclusio pela rescindibilidade esté na determ- nagao das zonas em que a aplicabilidade de um precedente é “certa’ e “nao certt E sempre possivel identificar, em face de um precedente, uma zona de cere’ positiva — em.que o precedente certamente deve ser aplicado -, ¢ uma 20m? de Ls tens: 169. Ver Frederick Schauer, Thinking like a lawyer. Cambridge: Harvard Univesity Press 2008 5,8e9. 170. Cf. Luiz Guilherme Marinoni, Precedentes obrigatorios, cit, Capitulo Il item 42- youn XV Ans. 926 20 975 Niet yy certeza negativa, em que o precedente nas hd uma 2008 de incerteza ou de Penumbra, £ lo. Entre esas duas diante de aplicagao extensiva OU Festritiva do precede aes que, quando se esta puis extensa- Nessa zona intermediétia ha duvida oer 128 de penumbra é ‘ode violar manifestamente a norma juridica, A decisio, Tanto, decisio que nao de penumbra, no entanto, terd deixado de aplicar precede estiver fora dazona asn.cont ase em precedente inaplicavel, E quando, em = © ou terd resolvido o violado manifestamente norma juridica, caberd acdo rece of tet & decisio V do.art 966 do CPC, clbrs bce oo M80 pode ser aplicad 10.11.3. A decisdo diante de stimula. Com as stimulas passa. vezqueasua correta aplicacao s6 pode ser determinada com Baise veeuicais quelhe dao origem. Nessa Perspectiva, atualmente positivada no $2. 4 enone GPG parase saber se uma stimula Caplicévela outro casoenscacae nie os fundamentos determinantes das decisdes que esto a sua base. Sema bu a i historia das stimulas jamais sera possivel té-las como auxiliares do. deseshohimictia do direito, j4 que nao existirao critérios racionais capazes de permitir a conclusio dequea simula pode, racionalmente, ter o seu alcance estendido ou restrito (dis- tingio) para permitir a solucao do caso sob julgamento, Nessa dimensao, € oportuno lembrar, por exemplo, como a simula 691 ja foiplicada no Supremo Tribunal Federal. Essa stimula afirma que nao compete ‘20 Supremo ‘Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra de- isto do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere aliminar’, Porém, no HC 85.185-1'7! decidiu-se que a Sumula 691 nao se opde 20 conhecimento de habeas corpus quando ha flagrante constrangimento ilegal. Enlendeu-se que, num caso como esse, é de se conhecer do pedido de habeas ‘orpus em nome do direito fundamental a tutela jurisdicional efetiva. A Samula 691 foi mantida Porque, como consta das decisées que lhe deram origem, ha de ‘enegar, como principio, a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal conhecer dehabeas corpus contra decisao de Ministro que, em sede liminar, indefere habeas ine segundo o Supremo Tribunal Federal, o direito ft S tah nota diante da situacao de flagrante ilegalidade, justifica o con! eg PHS 40 aplicacao da simula Significa que a existéncia ‘ 3 ‘4o da simula. Sig) q “Trane constrangiment eg!” su a partir de um fundamento de ‘grante constrangi ‘leoal”. Tangimento ilegal” sustentou, eae bere “onstitucional, uma distingao, limitando-se © alcance da sd isa ety Continuou em vigor, porém passou a abarcar menor nt ente aqueles em que nao ha flagrante ilegalidade. ho " Sip lendto, He 85.185-1, rel, Min. Cezar Peluso, 0/01.09.2006. > Cas)

You might also like