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[TEORIA DAS PROVAS NO PROCESSO PENAL] INTRODUGAQ| 1) Gonceito de _prova: prova é todo elemento objetivo ou subjetivo capaz de convencer 0 juiz sobre a existéncia de um fato; 2) Ato de provar: provar, no proceso acusatério, é o ato da parte (acusadora ou defendente) que produz elementos objetivos ou subjetivos nos autos capazes de convencer 0 juiz sobre a existéncia de um fato; 3) Finalidade da prova: capturar o convencimento do sujeito competente para julgar uma causa; 4) Sistemas de producdo/gestao da prova (Franco Cordeiro) a) sistema inquisitério/principio inquisitivo (art. 156, CPP); b) sistema acusatério/principio dispositivo; 5) Sistemas de avaliacao da prova a) Juizos de Deus; b) Provas Legais ou Tarifadas; ¢) Intima conviegao; d) Convencimento motivado; 6) Objeto da prova: Questées de fato e questées de direito/narrativa do fato e narrativa do direito (Da mihi factum dabo tibi jus ou Jura novit curia); 7) Dialética da prova: teoria dos jogos, teoria da situagdo juridica de Goldschmidt e o processo em contraditério; 8) Standards probatérios: Ou modelos de constatagdo. O processo judicial moderno nao trabalha com o conceito filoséfico da verdade, mas com modelos pragmaticos de constatagao que estabelecem niveis tecnicos de prova necessarios para uma condenagao. Esse tema foi muito debatido na jurisprudéncia norte-americana e deu origem a uma divisao célebre: + No processo civil em causas de disputas disponiveis: standard da preponderance of evidence (preponderancia de provas/demonstragao, pela parte que possui o énus da prova, de que um fato/argumento tem mais probabilidade de ser verdadeiro que falso). + No processo civil em causas de responsabilidade civil: standard da clear and convincing evidence (evidéncia clara e convincente). + No processo penal: standard da beyond a reasonable doubt (além de qualquer divida razoavel) * Pesquisa rapida: https://en.wikipedia.org/wiki/Burden_of_proof_(law) 9) Principio da comunhao da prova, art. 371, primeira parte, CPC: Art. 371. O juiz apreciaré a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, ¢ indicaré na decisdo as razdes da formagao de seu convencimento, 10) Classificacéo das provas: diretas ¢ indiretas, objetivas e subjetivas, casuais ¢ pré-constituidas REGRAS PROBATORIAS GERAIS| 1) Interpretacao extensiva e aplicagdo analégica: das regras do CPC no processo penal, art. 3°, CPP; 2) Meios de prova: art. 369, CPC: Art, 369. As partes tém o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legitimos, ainda que ndo especificados neste Cédigo, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa infuir eficazmente na convieg&o do juiz. 3) Fato notério demanda prova? No processo civil, art. 374, CPC; no processo penal, art. 158, CPP (prova legal ou tarifada); 4) Prova do Direito: Art. 376, CPC. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinario provar-the-d o teor e a vigéncia, se assim o juiz determiner. 5) Prova _emprestada: art. 372, CPC (& uma prova precaria, porque ainda nao submetida ao contraditério no processo tomador do empréstimo. Aproveita-se a prova, mas nao se aproveita o contraditério, que deverd ser efetivado nos autos tomadores); 6) Convencimento do julgador: nao é livre, mas técnico, art. 155, CPP e 371, CPC; > Convencimento/motivagéo técnica 6 a que respeita os standards probatérios; > Exemplos: principio da interpretagao restritiva; estado de inocéncia/énus da prova, in dubio pro reo, etc. > Criminalizagao do ICMS como apropriagdo indébita tributaria; teoria do dominio final do fato como aplicada no STF; teoria da cegueira deliberada; valorizagao absoluta da palavra da vitima no crime de estupro ou violéncia contra crianga e adolescente, em todos esses casos prevalecem presungdes que de alguma forma invertem o Gnus da prova; > Regras de motivagao e fundamentagao da sentenga penal condenatéria: art. 315, CPP, pena de nulidade, art. 564, IV, CPP. 7) Avaliacao da prova no Processo Penal: regra geral da confissdo no proceso civil, art. 391, CPC e no processo penal, art. 197, CPP. Art. 197. O valor da confissdo se aferira pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciagSo o juiz devera confronté-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordancia. Art. 198. O siléncio do acusado nao importara confissdo, mas—pedera 8) Falta de controvérsia: a falta de controvérsia nao leva a certeza da culpabilidade. Mesmo que o réu confesse esta confiss4o tem de estar corroborada por outras provas (art. 197, CPP); 9) Poderes instrutérios do juiz: 0 coragao do sistema inquisitério, incisos do art. 156, CPP: vv vvyv y y y Art. 186. A prova da alegag&o incumbira a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de offcio: |= ordenar, mesmo antes de iniciada a ago penal, a produgao antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequago e proporcionalidade da medida; I= determinar, no curso da instrugéo, ou antes de proferir sentenga, a realizago de diligéncias para dirimir divida sobre ponto relevante. Art, 5, I, CPP: Instauragao de IP por requisigao judicial; Art, 127, CPP: decretagao do sequestro de oficio; Art. 149, CPP: decretagéo do incidente de insanidade mental de oficio; Art. 168, CPP: determinagao de exame complementar de oficio; Arts. 185 e 188: interrogatério do réu pelo sistema presidencial ou inquisitério; Art. 209, CPP: determinagao de oficio de testemunhas do juizo; Art. 212, CPP: mesmo estabelecendo a inquirigao direta pelas partes confere ao juiz poderes exagerados de controle do depoimento e das perguntas; Art. 234, CPP: produgao de documentos pelo juiz de oficio; Arts. 241 e 242: determinagao da busca e apreensao de oficio; Art. 400, CPP: poder de controle sobre provas consideradas por ele como irrelevantes, impertinentes ou protelatérias na audiéncia de instrugdo e julgamento, 10) Gnus da prova: regra geral nos arts. 373, CPC e 156, “caput”, CPP, mas a modulagao € dada pelo art. 386, VII, do CPP (principal standard probatério do processo penal). 11) In dubio pro reo: decorréncia légica do estado constitucional de inocéncia: Att, 386, 0 juiz absolverd o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconhega: Vil—ndo existir prova suficiente para a condenagao. 12)Nemo tenetur se detegere: art. 379, CPC e art. 5°, LXIIl, CF/88; 13) Prova: fias e derivadas): art. 5°, LVI, CF/88 e art. 157 e seus §§, do CPP. Novidade do Pacote Anticrime foi o § 5°, suspenso pela ADI-6298/DF: § 5° O juiz que conhecer do contetido da prova declarada inadmissivel néo podera proferir a sentenga ou acérdé. 14) Presungées legais: poderdo ser relativas ou absolutas. As absolutas independem de prova. Quanto as relativas, a parte a quem elas beneficiam deve produzir a prova correspondente. Exemplo 01 (crime sem presungao, regra geral) Art. 213. Constranger alguém, mediante violéncia ou grave ameaca, a ter conjungao carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusdo, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 12 Se da conduta resulta les4o corporal de natureza grave ou sea vitima & menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusdo, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. Exemplo 02 (crime com presungao, excegao): Estupro de vulneravel Art. 217-A. Ter conjung&o carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos Pena -reclusdo, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1? Incorre na mesma pena quem pratica as agdes descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiéncia mental, no tem o necessério discernimento para a pratica do ato, ou que, por qualquer outra causa, néo pode oferecer resistencia, ‘Sumula 593 do STJ: crime de estupro de vulnerével configura-se com a conjung&o carnal ou pratica de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vitima para a pratica do ato, experiéncia sexual anterior ou existéncia de relacionamento amoroso com o agente. 15) Integracéo_imaginaria_da_prova: papel das madximas de experiéncia e presungées, art. 375, CPC: Art, 378, O juiz aplicara as regras de experiéncia comum subministradas pela observagio do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiéncia técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. 16) Minha critica 4 prova no processo penal brasileiro: Provas x evidéncias no caleidoscépio do proceso. MEIOS DE PROVA| > Sao os instrumentos subjetivos ou objetivos aptos a trazer ao processo a convicgao a respeito da existéncia ou inexisténcia de um fato. Segundo o CPP, sao meios de prova: 1) O exame de corpo de delito (arts. 158-184, CPP); 2) O interrogatério do acusado (arts. 185-196, CPP); 3) A confissao (arts. 197-200, CPP); 4) As perguntas ao ofendido (art. 201, CPP); 5) Os testemunhos (arts. 202-225, CPP); 6) O reconhecimento de pessoas ou coisas (arts. 226-228, CPP), 7) Aacareagao (arts. 229-230, CPP); 8) Os documentos (arts. 231-238, CPP); 9) Os indicios (art. 239, CPP); 10) A busca e a apreensao (arts. 240-250, CPP); Esses sao os meios legais, porque previstos em lei. Mas os fatos podem ser provados por qualquer forma de prova admitida em direito, vale dizer, ndo contraria a lei. Ex: inspegéo judicial, Ver art. 369, CPC. [DAS PROVAS EM ESPECIE — DAS PERICIAS EM GERAL] Pericia € 0 exame analitico-descritivo levado a cabo por pessoas que detenham certo conhecimento técnico, cientifico, artistico ou pratico, acerca dos fates, circunstancias ou condigées pessoais intrinsecamente ligadas ao fato punivel, com a finalidade de afirma- los ou infirmé-los. [DA MATERIALIDADE E DO CORPO DE DELITO| Materialidade: é 0 conjunto das evidéncias materiais que demonstram a existéncia do fato criminoso. Art. 386, I, CPP. Que é corpo de delito? V Joao Mendes Junior. “E 0 conjunto de elementos sensiveis do fato criminoso” V Farinacio. “E 0 conjunto de vestigios materiais deixados pelo crime”. Y CPP: §3°, do art, 158-A: Vestigio todo objeto ou material bruto, visivel ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona a infragao penal. Objeto Juridico. Bem juridicamente tutelado. Ex: vida e patriménio Objeto Material. O suporte onde se concretiza, se corporifica o bem juridicamente tutelado. Ex: corpo humano e coisa furtada. Corpo de Delito # Exame de Corpo de Delito = Pericia > y y v v v y Laudo de exame de corpo de delito. © corpo de delito é o conjunto dos vestigios deixados pelo crime. Os expertos analisam, a partir dos seus conhecimentos cientificos, 0 corpo de delito, chegando a conclusées como causa do crime, consequéncias do crime, circunstancias do crime etc. Mas como o corpo de delito nao pode ser juntado aos autos, eles precisam relatar em um documento formal o que viram e 0 que concluiram. Dai a necessidade da realizacao de um documento, © laudo pericial, que sera anexado nos autos e servira de atestado da prova. O laudo nao é a prova. O laudo é a descri¢do pelos expertos do estado da prova Fundamentagio do laudo. Arts. 160, 181, CPP c.c o art. 564, IV, do CPP. Vide também: art. 170 e o paragrafo tinico do art. 179, CPP. In pensabilidade, Arts, 158 e 184, CPP (sistema das provas legais — garantia para o réu) Motivo Histérico. Erro judicidrio. Ex: Imaos Naves. Conseqiiéncias do desrespeito a indispensabilidade. Art. 564, III, “b" do CPP, se a pericia ainda puder ser produzida e art. 386, II, do CPP, em caso contrario. Espécies: 1) direto e; 2) indireto. Exame de corpo de delito direto. E o exame realizado pelos peritos sobre o objeto material do crime e sobre os seus vestigios secundarios. Exame de corpo de delito indireto, Na impossibilidade absoluta de se produzir o exame de corpo de delito direto, admite-se que a prova da materialidade seja provada através do testemunho (art. 158, c.c 0 art. 167, CPP). Confissao. Nao faz prova da materialidade (art. 158, CPP). Alias, faz prova imperfeita de autoria (art. 197, CPP). Autoria da pericia. Eo perito oficial (art. 159, “caput”, CPP) Auséncia de perito oficial. § 1°, do art. 159, CPP (2 pessoas idéneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na area especifica, dentre as que tiverem habilitagdo técnica relacionada com a natureza do exame) Compromisso. Somente para os peritos nao oficiais (§ 2°, do art. 159, CPP). Sua falta causa nulidade nos termos do art. 564, IV, CPP. > Numero de peritos. Um (art. 159, CPP). Mas em pericias complexas sera admitida a nomeagao de mais de um perito § 7°, do art. 159, CPP. > Divergéncia entre peritos. Art. 180, CPP. v Indicagao de perito, Sera realizada pelo juiz ou delegado (art. 177 e 276, CPP). v Iniciativa. Pode partir do delegado (art. 6°, VII, CPP), do juiz ou das partes. 0 EXAME DE CORPO DE DELITO NAO PODE SER NEGADO PELA AUTORIDADE (art. 184, CPP). v Vinculagao do juiz a pericia, O juiz é 0 “peritus peritorum’, art. 182, CPP. v Assistentes técnicos. §§ 3° a 4°, € 5°, |, do art. 159, CPP. > Cadeia de custédia: novidade inserida pelo Pacote Anticrime, art. 158-B, do CPP. Cadeia de custédia é 0 conjunto de procedimentos que devem ser realizados pelos sujeitos encarregados da coleta da prova para garantir a sua integridade juridica e probatéria. NECROPSIA| E 0 exame interno realizado no cadaver, a fim de se constatar a “causa mortis". Um exame externo sera simples atestado de ébito. > Tempo/momento. Art. 162, CPP (06 horas apés o ébito). Morte aparente (catalepsia). > Causa de dispensa do exame interno, Paragrafo unico do art. 162, CPP. Em nossa opinido o exame interno deve sempre ser realizado, por prudéncia. Ex: Eduardo investe com uma faca contra Paulo, seu antigo desafeto em virtude da paixdo em comum por Vera, Paulo saca um revélver e Ihe desfere um tiro certeiro no corago e foge. Vinte minutos apés, Paulo retorna ao local e desfere mais 05 tiros no corpo, “ad cautelam’. A pergunta é: no momento dos 05 tiros, Eduardo estava ou nao morto? Se estivesse morto, Paulo seria beneficiado com a legitima defesa tranqiiilamente. Porém, se estivesse vivo, caracterizado estaria 0 excesso de legitima defesa, podendo Paulo responder por homicidio qualificado. Um exame meramente externo pode dizer com certeza que a morte foi causada por disparos de arma de fogo, mas nao poderia revelar qual dos disparos foi o causador da morte. EXUMACAQ] Exumar é desenterrar o cadaver sepultado, para a realizagao do exame de necropsia (arts. 163-166, CPP). E 0 anténimo de inumar. EXAME COMPLEMENTAR| Realiza-se exame complementar em caso de crime de lesdes corporais em 2 hipéteses, previstas no art. 168, CPP: 1) defeito do laudo anterior; 2) verificagao da ocorréncia de possivel qualificadora do art. 129, do CP. (OUTROS EXAMES DE CORPO DE DELITO ¥ Exame sobre instrumentos do crime. Arts. 6°, Il e 175, CPP. v Exame sobre vestigios de incéndio criminoso. Art. 173, CPP. v Exame de gradagao alcoélica. Ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. ¥ Exame cadavérico. Art. 162, CPP. ¥ Exame sobre moeda falsa. Numerdrio em geral v Exame de avaliagdo. Arts. 171 € 172, CPP. Crimes patrimoniais. ¥ Exame merceolégico. Realizado sobre mercadorias, geralmente contrabandeadas. ¥ Exame toxicolégico. Sobre substancias toxicas. V Exame grafotécnico. Sobre caracteres langados pelo punho subscritor de determinada pessoa, para verificagao da autoria do escrito. Art. 174, CPP. v Exame de local. Arts. 6°, | e 169, do CPP e arts. 166 e 347, do CP. v Exame documentoscépico. Documentos em geral. Y Exame de conjungao carnal. Estupro. Etc. [(OINTERROGATORIQ O interrogatério é a inquirigéo do réu, pelo juiz, ou do suspeito, pelo delegado, acerca de um fato criminoso. Trata-se de ato de defesa e nao de meio de prova, como esta exposto na sistematica do CPP. E neste momento que se esboga a tese de defesa. O interrogatério é uma forma de se obter a confissao, esta sim, prova da autoria, mas lembrem-se, prova imperfeita em virtude do art. 197, CPP. > Direito de permanecer calado. Art. 5°, LXIl, da CF/88 e art. 186 e paragrafo tinico, do CPP. Vide o art. 198, CPP (a sua segunda parte é inconstitucional). v Oportunidade. Na audiéncia de instrugao e julgamento > Forma. Art, 185-196, CPP. > Surdo, mudo, surdo-mudo e estrangeiro. Art. 192-193, CPP. > Mentira. Se a testemunha falta com a verdade podera ser processada pelo delito de falso testemunho (art. 342, CP). Mas e 0 réu? O réu tem direito a mentira? Sim. O direito a mentira poderd até ser contraproducente e prejudicar a defesa do acusado, mas 6 decorréncia do direito de permanecer calado (art. 5°, LXIll, da CF/88), e da ampla defesa (art. 5°, LV, da CF/88). Por outro lado, a CF/88 preceitua que aos cidadaos é permitido tudo que nao seja proibido (art. 5°, I!) [CONFISSAO| A confisséo ndo é meio de prova. E a propria prova, consistente na admissdo da autoria por parte do acusado. A confissdo jamais faz prova da materialidade, tao-somente da autoria, art. 158, CPP. Suas caracteristicas sao: > Retratabilidade. O acusado pode, a qualquer tempo, retirar a confissao realizada anteriormente; art. 200, CPP. > Divisibilidade. Significa a possibilidade de 0 juiz considera-la apenas parcialmente; art. 200, CPP. > Relatividade de valor. Ao contrario do civel, a confisséo nao toma os fatos incontroversos. © magistrado criminal deve confrontar a confiss4o com as demais provas dos autos, verificando se ha coeréncia entre umas e outras. Art. 197, CPP. Inexiste no proceso penal a confissao presumida, decorrente do siléncio ou da revelia (comparar o art. 198, CPP com o art. 5°, LXIll, da CF/88) [TESTEMUNHOS E PERGUNTAS AO OFENDIDO| Testemunha € a pessoa desinteressada que presta depoimento sobre fatos que possuli conhecimento, pertinentes e relevantes ao julgamento da causa. Seu valor probatério sempre foi posto no cadafalso. Entretanto, é com certeza, a prova mais importante no processo penal, pois é com base nela que se fundamenta, na maioria das vezes, as decisées criminais. No processo penal sero ouvidas pelo juiz testemunhas (eu prestam compromisso de dizer a verdade) e informantes. > Quem pode ser testemunha? Art. 202, CPP. > O testemunho é obrigatério? Art. 206, CPP e 342, CP. v Proibigao. Art. 207, CPP. v Testemunha. Aquela pessoa que prestar o compromisso de dizer a verdade (art. 203, CPP), sob pena de falso testemunho (art. 342, CP). Presta depoimento. y Informantes. Séo pessoas que possuem ou podem possuir algum interesse na causa, auséncia de isengao de animo em virtude de relacionamento positive ou negativo com o réu, 0 ofendido ou outros sujeitos processuais. So informantes: 1) O ofendido; 2) Parentes préximos do acusado. Art, 206, CPP. 3) Parentes préximos do ofendido. Art. 208, CPP (criagao jurisprudencial) 4) Doentes, deficientes mentais e menores de 14 anos. Art. 208, CPP. 5) Pessoas contraditadas como suspeitas de parcialidade ou indignas de f8. Art. 214, CPP. > Testemunhas numerarias. Sao as regularmente arroladas pela acusagao e defesa, S40 em ntimero de oito para cada réu e para cada fato, no procedimento ordinario e no sumario de culpa do TJ (art. 398, CPP). E cinco no procedimento sumario e no plenario do juiri (arts. 417, § 2°, CPP/421, paragrafo unico/art. 539, “caput” e §1°). > Testemunhas do juizo. Art. 209, CPP. v Intimagao a testemunha. Pessoal por mandado. v Sistema de inquiricao da testemunha. Inquirigao direta (art. 212, CPP) e direto no TJ (art. 473, CPP, salvo quando formuladas pelos jurados, sera presidencialista § 2°). v Condugao coercitiva, Art. 218, CPP; art. 10, da Lei 13.869/2019 (Abuso de Autoridade). Nas ADPFS 395 e 444 o STF julgou nao recepcionado pela CF/88 0 art, 260, do CPP, que possibilitava a condugao coercitiva de acusado, v Substituigdo. Art. 397, CPP(revogado). STF, na Ado Penal 520/DF, decidiu que continua possivel, por aplicagao analégica do art. 451, CPC. > Intimidagao em audiéncia. Art. 217, CPP. > Estrangeiro. Art. 223, CPP. > Mudo, surdo, surdo-mudo. Art. 192, CPP. RECONHECIMENTO| O CPP prevé dois tipos de reconhecimento: de pessoas e de coisas. Por outro lado 0 reconhecimento pode ser formal ou informal. Informal é aquele que é realizado em audiéncia, e é parte integrante do depoimento. Formal é o procedimento previsto nos arts. 226-228, do CPP: Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se 0 reconhecimento de pessoa, proceder-se-é pela seguinte forma: |- a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento seré convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; Il- a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, sera colocada, se possivel, a0 lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhanga, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a aponté-la; Ill-se houver razéo para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidag&o ou outra influéncia, néo diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciaré para que esta ndo veja aquela; IV-- do ato de reconhecimento lavrar-se-4 auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. Parégrafo Unico. O disposto no n? Ill deste artigo néo terd aplicagdo na fase da instrugao criminal ou em plenario de julgamento. Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-4 com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicavel. Art. 228. Se vérias forem as pessoas chamadas a efetuar 0 reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma faré a prova em separado, evitando-se qualquer comunicagao entre elas. “Chiamata di corréo e riconoscimento sono le braccia della croce sulla quale si inchioda Vinnocenza" Genuzio Bentini. \CAREACAO| E 0 confronto entre quaisquer pessoas que prestem declaragdes no processo, a fim de dirimir contradig6es entre os seus depoimentos (art. 229, CPP). Art. 229. A acareagao sera admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declaragées, sobre fatos ou circunstancias relevantes. Paragrafo unico. Os acareados serao reperguntados, para que expliquem os pontos de divergéncias, reduzindo-se a termo o ato de acareagao. Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declaragées divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se daro a conhecer os pontos da divergéncia, consignando-se no auto 0 que explicar ou observar. Se subsistir a discordancia, expedir-se-4 precatoria 4 autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declaracdes desta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto, a fim de que se complete a diligéncia, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligéncia s6 se realizara quando ndo importe demora prejudicial ao processo e 0 juiz a entenda conveniente. DOCUMENTOS| Documento é todo objeto ou coisa do qual, em virtude de linguagem simbélica, se pode extrair a existéncia de um fato. Logo, é composto de um suporte material, no qual estao apostos os simbolos (art. 232 e paragrafo Unico). Para efeitos processuais sero documentos a fotografia, a gravagdo magnética de som ou de dados computadorizados, embora para efeitos penais nao o sejam. Possui valor probatério o documento auténtico e veraz. Autenticidade é a qualidade do documento materialmente integro, auténtico. Veracidade é a qualidade do documento que retrata, ideologicamente, a verdade dos fatos. A produgao dos documentos no processo penal pode ser feita a qualquer momento (art. 231 do CPP): Art, 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderdo apresentar documentos em qualquer fase do proceso. Ha uma excegao no art. 479, CPP: Art. 479. Durante o julgamento ndo sera permitida a leitura de documento ou a exibigéo de objeto que néo tiver sido juntado aos autos com a antecedéncia minima de 3 (trés) dias titeis, dando-se ciéncia a outra parte. [BUSCA E APREENSAO| Pode ser pessoal ou domiciliar (arts. 240 e seguintes, do CPP). > Busca pessoal, Ser realizada quando houver fundada suspeita de que a pessoa oculte consigo arma, coisas obtidas por meios criminosos, coisas de porte proibido ou de interesse probatério. E totalmente discricionaria/informal(subjetiva) em nosso sistema. Busca domiciliar. Somente pode ser realizada de dia e com mandado expedido y pelo juiz natural da causa. (art. 5°, XI da CF/88 e art. 245, CPP). A unica excegao a esta regra esta prevista no préprio inciso XI, do art. 5° = flagrante delito: Art. 5, XI, CF/88 - a casa é asilo invioldvel do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinagao judicial; Art, 22, Lei 13.869/2019. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou a revelia da vontade do ocupante, imével alheio ou suas dependéncias, ou nele permanecer nas mesmas condigées, sem determinagéo judicial ou fora das condigées estabelecidas em lei: Pena - detencao, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e muta. § 1° Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem: Ill - cumpre mandado de busca e apreenséo domiciliar apés as 21h (vinte uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). > Hipéteses de cabimento. Art. 240, § 1°, CPP. INDICIOS| Art. 239, CPP: Considera-se indicio a circunstancia conhecida e provada, que, tendo relagdo com o fato, autorize, por indugdo, concluir-se a existéncia de outra ou outras circunstancias. > Para poder declarar a procedéncia ou improcedéncia do pedido o juiz analisa a lide sob dois aspectos que se interligam reciprocamente: o fato e o direito. A sentenga contém um silogismo onde o direito é a premissa maior (norma geral de conduta) e 08 fatos concretos sdo a premissa menor. O procedimento é dedutivo, partindo do geral para o particular, do abstrato para o concreto (légica formal). Para o jurista a norma é sempre um “a priori" e por isso diz-se que o juiz conhece 0 direito que s6 precisaré amoldar ao fato. Da superposigao légico-formal de premissa maior e menor surge a conclusao. > A interpretagao do direito & tarefa importante, mas de nada valeria sem a ocorréncia de fatos que subsumissem o modelo previsto em abstrato. Portanto, a parte submete ao juiz um caso concreto e a ele incumbe dizer qual a norma juridica que ird regular a situagao (Da mihi factum, dabo tibi jus ou jura novit curia) Art. 121, CP (norma Antonio desferiu uma facada hipotética ~ em Jorge, dando causa a sua previsibilidade/juridica) morte Entretanto, para a Defesa: “LK > Anténio, ao desferir a facada em Jorge, Art. 23, II, CP (nao ha crime repelia injusta agressdo, atual ou iminente, a quando o agente pratica 0 direito seu ou de outrem, tendo usado fato em legitima defesa moderadamente de um meio necessario. propria ou de outrem) Para o Magistrado: Lf <> Preceito secundério do art Logo: Sentenga ti 121, CP ou art. 23, II, conclusao légico-formal do art. 386, VI, do CPP, ou magistrado ao amoldar o fato solugdo diversa 0 direito endo o contrério > Se 0 juiz conhece “a priori” o direito, para as partes, acusagao e defesa, mais importante que a interpretagao do direito é a prova dos fatos alegados. O Juiz nao julga 0 direito, mas os fatos, e por isso se diz que 0 objeto da prova sao os fatos e nao 0 direito. Esse o juiz aceita aprioristicamente como verdadeiro. Em nosso ordenamento o julgamento politico do direito incumbe ao legislador e juridico ao STF. [ONCEITO DE PROVA 1) Conceito de prova; 2) Ato de provar; 3) Finalidade da prova. > A prova é 0 elemento produzido pelas partes ou pelo juiz, visando estabelecer, dentro do processo, a certeza a respeito dos fatos alegados, em busca da verdade y 1) 2) 3) y v real. A prova no processo penal consiste em demonstrar ao juiz que 0 fato alegado existiu, seja no passado seja no presente. A certeza pode nao corresponder & verdade, visto que muitas vezes é impossivel sondar as profundezas do absoluto, mas deve-se sempre buscar conhecer a verdade real dos fatos Provar é fazer conhecer a outra pessoa a certeza de um fato conhecido por quem prova. Nés conhecemos. O outro nao. A finalidade da prova é convencer. E convencer quem pode decidir sobre a procedéncia de um fato que nos é favoravel. [LASSIFICAGAO DAS PROVAS) Provas diretas e indiretas; Subjetivas e objetivas Casuais ou pré-constituidas Quanto ao objeto as provas podem ser diretas ou indiretas. Provas diretas so as destinadas a demonstrar © préprio fato principal da demanda (0 cadaver no homicidio). Indiretas séo as provas que visam demonstrar fatos secundarios ligados ao principal (manchas de sangue, etc). Através da prova de fatos secundarios busca-se convencer o magistrado de que 0 fato principal existiu, Trata- se de um juizo dedutivo onde provo o geral e nao o particular. Sao os indicios. Quanto ao sujeito podem ser subjetivas ou objetivas. Subjetivas quando emanam dos testemunhos. Objetivas quando coisas servem de prova documentos, fita de video, fotografia, etc. Quanto 4 preparagao podem ser casuais ou pré-constituidas. Casuais quando foram produzidas nao com a finalidade de servir de prova (fotografia de familia). Pré-constituidas quando sua produgao tem finalidade probatéria (instrumento do contrato) [(OBJETO DA PROVA| Sao os fatos. Mas nem todos os fatos devem ser submetidos a atividade probatéria. Os fatos devem preencher requisites: v v y v Fatos pertinentes. Sao os que possuem relagéo com a causa e devem ser produzidos Fatos impertinentes. Nao se relacionam com a causa e sua produgdo deve ser indeferida. Fatos relevantes. Nao basta ser pertinente. Tem que ser relevante para a solugéo da causa. Fatos notérios. Nao dispensam prova. Ex: art. 158, CPP. Falta de controvérsia. Diferentemente do processo civil, no processo penal a falta de controvérsia nao leva a certeza da culpabilidade. Mesmo que o réu confesse esta confisséo tem de estar corroborada por outras provas (art. 197, CPP) Exemplo classico é 0 do homicida confesso, mas que nao se encontra o cadaver. (art. 158, CPP). Presungées legais. Poderdo ser relativas ou absolutas. As absolutas independem de prova. Quanto as relativas, a parte a quem elas beneficiam deve produzir a prova correspondente. Ex: art. 217-A, do CP (estupro de vulneravel ou menor de 14 anos). Ver Sumula 593 do STJ: “O crime de estupro de vulneravel configura-se com a conjungao carnal ou pratica de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vitima para a pratica do ato, experiéncia sexual anterior ou existéncia de relacionamento amoroso com o agente”, Em resumo, objeto da prova no processo penal sao os fatos pertinentes, relevantes e nao submetidos a presuncao legal de existéncia absoluta Direito consuetudinal analogia o art. 376, do CPC. municipal, estadual ou estrangeiro. Aplica-se por Direito federal. Nao precisa ser provado. O juiz é obrigado a conhecer o direito municipal e estadual do local onde judica, nao podendo determinar que a parte o produza. MEIOS DE PROVA| > SAo os instrumentos subjetivos ou objetivos aptos a trazer ao processo a convicgao a respeito da existéncia ou inexisténcia de um fato. Segundo o CPP, so meios de prova: 11)0 exame de corpo de delito (arts. 158-184, CPP). 12)0 interrogatério do acusado (arts. 185-196, CPP); 13)A confissao (arts. 197-200, CPP); 14)As perguntas ao ofendido (art. 201, CPP); 15)Os testemunhos (arts. 202-225, CPP); 16)O reconhecimento de pessoas ou coisas (arts. 226-228, CPP); 17)A acareagao (arts, 229-230, CPP); 18)Os documentos (arts. 231-238, CPP); 19)Os indicios (art. 239, CPP) 20)A busca e a apreensao (arts. 240-250, CPP); > Esses séio os meios legais, porque previstos em lei, Mas os fatos podem ser provados por qualquer forma de prova admitida em direito, vale dizer, no contraria lei. Ex: inspegdo judicial. PROVAS INADMISSIVEIS| > Provas ilicitas ou inadmissiveis sao aquelas que nao podem ser utilizadas no processo penal. A ilicitude pode decorrer: 1) do fato de o meio de prova nao ser consentaneo com os principios do processo modero (utilizagéo de juizos de Deus, como as ordalias, testemunhos de espiritos incorporados em médiuns, ete.); 2) ser imoral ou degradante moral ou psicologicamente para a vitima (reconstituigdo de estupro. Ver artigo 7°, do CPP); 3) ser impossivel ou nao recomendavel a sua reprodugao (incéndio ou inundagao); 4) ter sido 0 meio de prova obtido por meios ilicitos (art. 5°, LVI, da CF/88). Antes de 1988, a Unica disposigao acerca da prova ilicita no processo penal era encontrada no art. 233, do CPP. Prova ilicita é aquela que fere direito individual ou garantia legal do ser humano na sua obtengao. Antes de 1988 a jurisprudéncia designava como prova ilicita aquela obtida em afronta a Constituigao ou a lei federal, e prova ilegitima aquela obtida em afronta ao direito formal (ex: art. 479, CPP). Atualmente todas sao consideradas ilicitas. Direito de Permanecer Calado (art. 5°, LXIll, da CF/88) — fundamento do . O inciso Il, do art. 5°, da CF/88 é principio do “nemo tenetur se deteger expresso que ninguém seré obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em virtude de lei. Ninguém sendo obrigado a produzir prova contra si mesmo serdo ilicitas as provas onde a autoridade obriga o réu a produzi-las, como bafémetros, exame toxicolégico, de gradacéo alcodlica, provas extorquidas mediante tortura, retirada de sangue para realizagéo dos exames anteriores ou do DNA, ete. Séo provas ilicitas Confissao extorquida mediante tortura: art. 5°, Ill, da CF/88 e Lei 9.455/97; Detectores de mentira Narcoanalise; Interceptagao telefénica sem autorizagao judicial: art. 5° XII, da CF/88 e Lei 9,296/96, arts. 1° a0 10; Quebra de sigilo bancario sem autorizagao judicial: Lei Complementar 4105/2001, arts. 1° e § 4° e art. 10; A Lei complementar 105/2001 permitiu a transferéncia de dados bancdrios para o Fisco sem necessidade de autorizagao judicial. Essa transferéncia foi regulamentada pelo Decreto 3.724/2001. O STF, no julgamento da ADI 2.390/DF, considerou constitucional essa medida. Considerou também constitucional que a Receita Federal faga a transferéncia desses dados diretamente ao Ministério Publico, sem necessidade de autorizacao judicial. Busca e apreensao sem autorizagao judicial; Documentos apreendidos pela policia sem autorizagao judicial (crime de furto e abuso de autoridade); 8. Interceptagdo de correspondéncia pessoal: art. 5°, XIl, da CF/88, art, 233 do CPP eart. 151, do CP; * Principio da Racionalidade — a proibigao de utilizagéo de provas ilicitas se aplica a acusagdo de forma absoluta e a defesa de forma relativa. O acusado inocente podera utilizar provas ilicitas em seu favor, para provar sua inocéncia € se porventura vier a cometer crime na obtengao daquelas provas, podera até mesmo estar acobertado pela excludente de antijuridicidade do estado de necessidade. O art. 5° da CF/88 trata dos direitos dos cidadaos contra as arbitrariedades dos agentes do Estado (direitos humanos, individuais, do cidadao) e a posi¢aéo geogréfica do principio que estamos trabalhando ja nos indica que se trata de direito individual em face do Estado. Por outro lado, estéo em conflito dois bens juridicos constitucionais: 0 principio da inadmissibilidade das provas ilicitas e a liberdade do inocente, Deve prevalecer © ultimo * Gravagdo clandestina. E licita. Ex: estou sendo ameagado por telefone © passo a gravar as ligagées. Crime € a interceptagao de conversa telefénica entre terceiros, 0 que fere o direito a intimidade. * Prova ilicita origindria. A obtida diretamente de forma ilicita. Ex: confissao obtida mediante tortura * Prova ilicita por derivagéo. Embora obtida regularmente, deriva de prova originariamente ilicita. Ex: delegado tortura Eduardo que confessa onde guardou a prova material do crime (um documento, a droga, etc.). De maos dessa confissao, requer ao juiz mandado de busca e apreensdo para entrar em residéncia onde apreende a prova, Esta prova é viciada, é ilicita por derivagao € 0 juiz deve determinar o seu desentranhamento “ex officio” (art. 251, CPP). Se nao for possivel, haveré nulidade absoluta (art. 564, IV, do CPP). Se nao restarem provas suficientes nos autos, 0 acusado devera ser absolvido, pelo principio do “in duibio pro reu" (art. 386, VII, CPP). [ONUS DA PROVA| > Quer no civel quer no crime, a férmula de Carelutti de que ao autor compete provar os fatos constitutivos do seu direito, e ao réu os fatos extintivos, v v vy modificativos ou impeditivos do direito do autor, nao corresponde a realidade do sistema processual. As obrigagées do autor so bem maiores que a do réu, tanto no civel como no penal. Porque se o autor nao provar suficientemente o seu fato constitutive, perderd a demanda por falta de provas mesmo que o réu tenha produzido prova falha de suas alegagées. Ex: autor propée agao de indenizagao por dano moral contra o réu alegando que perdeu capacidade auditiva em virtude de atropelamento. No entanto, junta mero atestado médico e ndo requer em sua inicial a realizagao de pericia para comprovar o fato. Nao incumbe ao réu requerer a produgao da prova pericial para provar que o fato alegado pelo autor é falso, Porque incumbia ao autor provar cabalmente que o fato alegado era verdadeiro. Nesse caso, em nao tendo o autor provado o seu direito de forma cabal, ao réu incumbe se beneficiar da divvida decorrente da produgdo da prova falha pela outra parte. Cf. arts. 156 e 386, Il, Ve VIl todos do CPP. Logo, a divida milita contra a acusagdo. Se 0 MP nao provar cabalmente a materialidade e a autoria, o réu sera absolvido ainda que nada alegue! Dizemos entao que o autor tem Snus plene de prova e o réu, Snus imperfeito de prova, Porque, embora queria provar a sua inocéncia, basta-the gerar a duvida quanto a sua criminalidade. Nicola Framarino Dei Malatesta: “A acusagao nada teré provado se nao conseguir estabelecer a certeza da criminalidade, enquanto a defesa tem tudo provado se conseguiu abalar aquela certeza, estabelecendo a simples e racional credibilidade da inocéncia, por minima que seja. As obrigagées de quem quer Provar a inocéncia séo bem mais restritas que as de quem quer provar a criminalidade” (A Légica das Provas em Matéria Criminal) Principio da comunhao da prova. A prova nao pertence a parte que a produziu, mas aos autos. Momento da prova. 1) Momento do requerimento ou propositura; 2) momento do deferimento; 3) momento da produgao. PRESUNGOES, INDICIOS E MAXIMAS DA EXPERIENCIA] > Indicios (art. 239, CPP), O raciocinio nao é indutivo, mas dedutivo. Indicios sao circunstancias que visam demonstrar a ocorréncia de fatos secundarios que em principio haveriam decorrido do fato principal. > Presungées. José Carlos Barbosa Moreira qualifica a presungao como um fingimento. Finge-se alguma coisa. Ex: se o (a) jovem é menor de 14 anos e manteve relacionamento sexual, presumo que ele (ela) néo consentiu, logo foi violentado. v Maximas da experiéncia. Conclusdes extraidas da observagao do que geralmente acontece no mundo do ser ou do dever-ser (art. 375, CPC) SISTEMAS DE APRECIAGAO DA PROVA| > A apreciagao da prova, através da histéria, passou por diferentes fases, amoldando-se as convicgées, conveniéncias, costumes, economia e regime politico de cada povo Sistema medieval dos Juizos de Deus. “Juizos de Deus” era um sistema de apreciagao da prova, baseado na crenga de que a divindade intervinha para salvar o inocente. Foi largamente utilizado na Idade Média entre os europeus por influéncia do direito germanico-barbarico, Dividiam-se em orddlias (éleo fervente, chapa em brasa, afogamento, etc.) e duelos (com gladiadores ou animais ferozes). Ndo confundir com tortura que visa obter a confissdo. Nos juizos de Deus o magistrado se limitava a constatar a vontade divina. Era a arbitrariedade total baseada no sobrenatural Sistema das provas legais. Com a aboligéo dos juizos de Deus, fomos ao extremo oposto, atribuindo-se valores matematicos @ prova, transformando 0 juiz em aplicador mecanico de célculos aritméticos. Ex: uma testemunha masculina vale por quatro femininas; art. 279-280 do CP de 1890 que admitia contra a mulher adiiltera a produgao de qualquer tipo de prova, mas contra o homem, somente o flagrante delito ou cartas de amor escritas pelo préprio punho subscritor. Era o positivismo total baseado na lei Sistema da intima convicgéo ou “secundum conscientiam”. Voltamos ao extremo oposto, mas agora libertos da arbitrariedade do sobrenatural. Agora a arbitrariedade é do juiz, O juiz pode decidir conforme as provas, mas também sem provas e até mesmo contra a prova dos autos. E 0 sistema do “vistos e relatados estes autos de agao penal, condeno o réu & morte. Cumpra-se” Este sistema justifica-se no Tribunal do Juri onde o Povo exerce uma forma de democracia direta. (ler art. 472, CPP). Sistema da livre convicgao motivada. Chegamos ao equilibrio atual: 0 juiz é livre para escolher a prova que ira determinar o seu convencimento, mas precisa fundamentar a sua sentenga, permitindo que qualquer pessoa possa entender o seu raciocinio. (art. 93, IX, da CF/88 e arts. 155, 182, 381, Ill, do CPP). [DAS PROVAS EM ESPECIE — DAS PERICIAS EM GERAL Pericia € 0 exame analitico-descritivo levado a cabo por pessoas que detenham certo conhecimento técnico, cientifico, artistico ou pratico, acerca dos fatos, circunstncias ou condig6es pessoais intrinsecamente ligadas ao fato punivel, com a finalidade de afirma- los ou infirma-los. [DO CORPO DE DELITO| Que € corpo de delito? V Joao Mendes Junior. “E 0 conjunto de elementos sensiveis do fato criminoso”. V Farinacio. “E 0 conjunto de vestigios materiais deixados pelo crime’. V Vicente Greco Filho. Lembra que a expressao possui dois sentidos: 1) historicamente corpo de delito é a propria infragao no que ela tem de exterior, confundindo-se com a atividade criminosa; 2) tecnicamente, corpo de delito é o conjunto de modificagées fisicas no mundo exterior provocado pela ago delituosa, ou seja, os vestigios deixados pela infragao. V Evidentemente, a prova por exceléncia, no homicidio, é 0 corpo da vitima. Mas no é 0 tinico, Cf, arts. 158 e 169, CPP. Objeto Juridico. Bem juridicamente tutelado. Ex: vida e patriménio. Objeto Material. O suporte onde se concretiza, se corporifica o bem juridicamente tutelado. Ex: corpo humano e coisa furtada. > Indispensabilidade. Arts. 158 e 184, CPP (sistema das provas legais — garantia para o réu) > Motivo Histérico, Erro judiciario. Ex: Irmaos Naves. » Conseqiéncias do desrespeito a indispensabilidade. Art. 564, III, “b” do CPP, se a pericia ainda puder ser produzida e art. 386, II, do CPP, em caso contrario, Livre convencimento motivado (art. 157, CPP) X Sistema das provas legais = v garantia contra o erro judiciario. v Espécies: 1) direto e; 2) indireto. Exame de corpo de delito direto. E 0 exame realizado pelos peritos sobre 0 objeto material do crime e sobre os seus vestigios secundarios. Exame de corpo de delito indireto, Na impossibilidade absoluta de se produzir 0 exame de corpo de delito direto, admite-se que a prova da materialidade seja provada através do testemunho (art. 167, CPP) Confissao. Nao faz prova da materialidade (art. 158, CPP). Alias, faz prova imperfeita de autoria (art. 197, CPP). Autoria da p icia. S4o os peritos oficiais (art. 159, ‘caput’, CPP). Auséncia de peritos oficiais. § 1°, do art. 159, CPP. Compromisso. Somente para os peritos nao oficiais (§ 2°, do art. 159, CPP). Sua falta causa nulidade nos termos do art, 564, IV, CPP, Numero de peritos. Dois (art. 159, CPP). Vide simula 361, STF. Divergéncia entre os peritos. Art. 180, CPP. Indicagao de perito. Serd realizada pelo juiz ou delegado (art. 177 e 276, CPP). Iniciativa. Pode partir do delegado (art. 6°, VII, CPP), do juiz ou das partes. O EXAME DE CORPO DE DELITO NAO PODE SER NEGADO PELA AUTORIDADE (art. 184, CPP). Vinculagao do juiz a pericia. O juiz é o “peritus peritorum’, art. 182, CPP. Assistentes técnicos. Nao ha previsdo no CPP. Pode-se requerer aplicagao analégica do CPC (art. 3°, CPP). Laudo de exame de corpo de delito. © corpo de delito é o conjunto dos vestigios deixados pelo crime. Os expertos analisam, a partir dos seus conhecimentos cientificos, 0 corpo de delito, chegando a conclusdes como causa do crime, conseqiiéncias do crime, circunstancias do crime etc. Mas como 0 corpo de delito nao pode ser juntado aos autos, eles precisam relatar em um documento formal o que viram e 0 que concluiram. Dai a necessidade da realizado de um documento, © laudo pericial, que ser anexado nos autos e servira de atestado da prova. O laudo nao é a prova. O laudo é a descrigdo pelos expertos do estado da prova Fundamentagio do laudo. Arts. 160, 181, CPP c.c 0 art. 564, IV, do CPP. Vide também: art. 170 e o paragrafo tinico do art. 179, CPP. > Momento da pericia, Art. 161, CPP. NECROPSIA| E 0 exame interno realizado no cadaver, a fim de se constatar a “causa mortis”. Um exame externo serd simples atestado de bito. > Tempo/momento, Art, 162, CPP (06 horas apés o ébito). Morte aparente (catalepsia). > Causa de dispensa do exame interno. Paragrafo Unico do art. 162, CPP. Em nossa opiniéo o exame interno deve sempre ser realizado, por prudéncia. Ex: Eduardo investe com uma faca contra Paulo, seu antigo desafeto em virtude da paixéo em comum por Vera. Paulo saca um revélver e Ihe desfere um tiro certeiro no coragao e foge. Vinte minutos apés, Paulo retorna ao local e desfere mais 05 tiros no corpo, “ad cautelam”. A pergunta é: no momento dos 05 tiros, Eduardo estava ou nao morto? Se estivesse morto, Paullo seria beneficiado com a legitima defesa tranguilamente. Porém, se estivesse vivo, caracterizado estaria 0 excesso de legitima defesa, podendo Paulo responder por homicidio qualificado. Um exame meramente externo pode dizer com certeza que a morte foi causada por disparos de arma de fogo, mas nao poderia revelar qual dos disparos foi o causador da morte. EXUMAGAO| Exumar é desenterrar 0 cadaver sepultado, para a realizagao do exame de necropsia (arts. 163-166, CPP). E 0 anténimo de inumar. EXAME COMPLEMENTAR| Realiza-se exame complementar em caso de crime de lesées corporais em 2 hipdteses, previstas no art. 168, CPP: 1) defeito do laudo anterior; 2) verificagao da ocorréncia da qualificadora prevista no art. 129, § 1°, |, do CP. (OUTROS EXAMES DE CORPO DE DELITO ¥ Exame sobre instrumentos do crime. Arts. 6°, Il e 175, CPP. ¥ Exame sobre vestigios de incéndio criminoso. Art. 173, CPP. v_ Exame de gradagao alcoélica. Ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. v Exame cadavérico. Art. 162, CPP. ¥ Exame sobre moeda falsa. Numerdrio em geral ¥ Exame de avaliagao. Arts. 171 e 172, CPP. Crimes patrimoniais. V Exame merceolégico. Realizado sobre mercadorias, geralmente contrabandeadas. ¥ Exame toxicolégico. Sobre substancias toxicas. Y Exame grafotécnico, Sobre caracteres langados pelo punho subscritor de determinada pessoa, para verificagao da autoria do escrito. Art. 174, CPP. ¥ Exame de local. Arts. 6°, | e 169, do CPP e arts. 166 e 347, do CP. v Exame documentoscépico. Documentos em geral. Vv Exame de conjungao carnal, Estupro. Ete. (0 INTERROGATORIO| O interrogatério é a inquirigao do réu, pelo juiz, ou do suspeito, pelo delegado, acerca de um fato criminoso. Trata-se de ato de defesa e ndo de meio de prova, como esta exposto na sistematica do CPP. E neste momento que se esboga a tese de defesa. O interrogatério é uma forma de se obter a confissao, esta sim, prova da autoria, mas lembrem-se, prova imperfeita em virtude do art. 197, CPP. > Direito de permanecer calado. Art. 5°, LXIl, da CF/88 e art. 186 e paragrafo nico, do CPP. Vide o art. 198, CPP (a sua segunda parte é inconstitucional). > Oportunidade. Geralmente é designada audiéncia especial de interrogatério (arts. 6°, V; 394 @ 485, do CPP) > Forma. Art. 185-196, CPP. v Surdo, mudo, surdo-mudo e estrangeiro. Art. 192-193, CPP. v Mentira. Se a testemunha falta com a verdade poder ser processada pelo delito de falso testemunho (art. 342, CP). Mas e 0 réu? O réu tem direito a mentira? Sim. O direito 4 mentira poderd até ser contraproducente e prejudicar a defesa do acusado, mas decorréncia do direito de permanecer calado (art. 5°, LXill, da CF/88), e da ampla defesa (art. 5°, LV, da CF/88). Por outro lado, a CF/88 preceitua que aos cidadaos é permitido tudo que nao seja proibido (art. 5°, II). [CONFISSAO| A confissao nao é meio de prova. E a propria prova, consistente na admissao da autoria por parte do acusado. A confissdo jamais faz prova da materialidade, tao-somente da autoria, art. 158, CPP. Suas caracteristicas sao: > Retratabilidade. O acusado pode, a qualquer tempo, retirar a confissao realizada anteriormente; art. 200, CPP. > Divisibilidade. Significa a possibilidade de 0 juiz considera-la apenas parcialmente; art. 200, CPP. > Relatividade de valor. Ao contrario do civel, a confisséo nao toma os fatos incontroversos. O magistrado criminal deve confrontar a confissdo com as demais provas dos autos, verificando se ha coeréncia entre umas e outras. Art. 197, CPP. Inexiste no processo penal a confissao presumida, decorrente do siléncio ou da revelia (comparar o art. 198, CPP com o art. 5°, LXIll, da CF/88). [TESTEMUNHOS E PERGUNTAS AO OFENDIDO| Testemunha ¢ a pessoa desinteressada que presta depoimento sobre fatos que possui conhecimento, pertinentes e relevantes ao julgamento da causa. Seu valor probatério sempre foi posto no cadafalso. Entretanto, é com certeza, a prova mais importante no processo penal, pois é com base nela que se fundamenta, na maioria das vezes, as decisées criminais. No processo penal serao ouvidas pelo juiz testemunhas (eu prestam o compromisso de dizer a verdade) e informantes. > Quem pode ser testemunha? Art. 202, CPP. > O testemunho 6 obrigatério? Art. 206, CPP e 342, CPP. > Proibigdo. Art. 207, CPP. > Testemunha. Aquela pessoa que prestar 0 compromisso de dizer a verdade (art. 203, CPP), sob pena de falso testemunho (art. 342, CP). Presta depoimento, v Informantes. Sao pessoas que possuem ou podem possuir algum interesse na causa, auséncia de isengao de animo em virtude de relacionamento positive ou negativo com o réu, o ofendido ou outros sujeitos processuais. Sao informantes: 6) 0 ofendido; 7) Parentes préximos do acusado. Art. 206, CPP. 8) Parentes préximos do ofendido. Art. 206, CPP (criagao jurisprudencial). 9) Doentes, deficientes mentais e menores de 14 anos. Art. 208, CPP. 10)Pessoas contraditadas como suspeitas de parcialidade ou indignas de 18, Art. 214, CPP, > Testemunhas numerarias. Sao as regularmente arroladas pela acusagao e defesa, S40 em numero de oito para cada réu e para cada fato, no procedimento ordinario e no sumario de culpa do TJ (art. 398, CPP). E cinco no procedimento sumario e no plenario do juri (arts. 417, § 2°, CPP/421, paragrafo Unico/art. 539, “caput” e §1°). v Testemunhas nao arroladas pelas partes, Art. 209, CPP. > Intimagao a testemunha. Pessoal por mandado. > Sistema de inquirigéo da testemunha, Presidencialista nos procedimentos comuns (art. 212, CPP) e direto no Ti (art. 467 e 468, CPP). > Condugao “sob vara”. Art. 218, CPP. v Substituigao. Art. 397, CPP. v Intimidagao em audiéncia. Art. 217, CPP. > Estrangeiro, Art. 223, CPP. > Mudo, surdo, surdo-mudo. Art. 192, CPP. RECONHECIMENTO| CPP prevé dois tipos de reconhecimento: de pessoas e de coisas. Por outro lado 0 reconhecimento pode ser forma ou informal. Informal é aquele que é realizado em audiéncia, e é parte integrante do depoimento. Formal é o procedimento previsto nos arts. 226-228, do CPP. [ACAREACAQ| E 0 confronto entre quaisquer pessoas que prestem declaragdes no processo, a fim de dirimir contradigées entre os seus depoimentos (art. 229, CPP). DOCUMENTOS| Documento é todo objeto ou coisa do qual, em virtude de linguagem simbélica, se pode extrair a existéncia de um fato. Logo, é composto de um suporte material, no qual estao apostos os simbolos (art, 232 ¢ paragrafo Unico). Para efeitos processuais serao documentos a fotografia, a gravagéo magnética de som ou de dados computadorizados, embora para efeitos penais nao o sejam. Possui valor probatério o documento auténtico e veraz. Autenticidade é a qualidade do documento materialmente integro, auténtico. Veracidade é a qualidade do documento que retrata, ideologicamente, a verdade dos fatos. ‘A produgao dos documentos no processo penal pode ser feita a qualquer momento (arts. 231 e 400, do CPP). As excegées estdo previstas nos arts. 406, § 2° e 475, do CPP. BUSCA E APREENSAO| Pode ser pessoal ou domiciliar (arts. 240 e seguintes, do CPP). > Busca pessoal. Serd realizada quando houver fundada suspeita de que a pessoa coculte consigo arma, coisas obtidas por meios criminosos, coisas de porte proibido ou de interesse probatério. E totalmente arbitraria em nosso sistema, > Busca domiciliar. Somente pode ser realizada de dia e com mandado expedido pelo juiz natural da causa. (art. 5°, XI da CF/88 e art. 245, CPP). A tnica excegao a esta regra esta prevista no proprio inciso XI, do art. 5° = flagrante delito. > Hipéteses de cabimento. Art. 240, § 1°, CPP. INDICIOS| Confira art. 239, CPP.

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