You are on page 1of 23
ssw 01001961 ‘rion Au ooedenario ‘ems Ansuna Avo Wass © eco dbuifoda Feo Rv oe Tuts (Os colaboradrs det Revs gozay dais al bere de piso ‘deers, cabendo hea esponsabildde Weiteconetes emis ‘mses tab. Dietorevponsivet do Bose 20 — Bar Funda Grp o1i36-00- so alo So Fvlo~ ra Tooos evens reewoos. ride 2 predugso toa ou patel por qualquer meio cu poco Lo 2610996 Commas oe Recon RE [atendinet, em dase das hs 178) “ol 0900.7022433 ‘a de tender so consmidor ‘Seercomiy Vie nas ste * ' ‘recom ‘Sitoalerta@e.combr Diagramagio eat: Ofna ds eae® CM}02991 3100-85 Inpresoeacabrento: Grin Ena ges id, CNP 0048041600015¢ Impezo no ei 842010) Fratesonat Fechaments dea aco: 09.11.2010 @ — I. DoutrINA NACIONAL 1. Breves consideragbes sobre a politizacio do Judiciério sobre © panorama de aplicacio no direito brasileio = Anilise da convergencia entre o civil aw e o common law e dos problemas da padionizacao deciséria ‘Huma T0080 Jos, Dims NUNES & ALEANORE => Baoan 2. Flexbilizagio do binémio “processo_adicional'/ *processo coletivo": breve analise da presenga do indivi- duo em processos coetivos| Bruno Saves ne Oued 33 3. Arepercussdo geal do recurso extraorinéio ea constru- (0 do processo civil na era da solidariedade social Ls Auwerto Rucir 88 4. Aspectos da prescrigzo na ag3o popular e a regra do at 37,852, dah ‘Luz Manoa: Gowts Junior, Justa Su Asss Bors Nass Feneoea ¢ Miu ecco CHU 101 . Douraina INTERNACIONAL 1. Princtpios das Lets Processuais, Wat vox Husacsor IL, Diretro Comparano 1: £1 proceso monitorio: una vsién espafola y europea de la tutela ripida del erédito JOAN Pied UNO 129 Doutrina Breves consideragées sobre a politizagao do Judiciario e sobre o panorama de aplicacao no direito brasileiro - Anilise da convergéncia entre o civil law 0 common law e dos problemas da padronizacao decisoria UFNG, serio de ‘eadea Mino de tas eas, do inst de vogados fe" Mins ‘Gente, ao titan. ee iro. Compara ine: Fase, do Iaito beside" eto Poses fo lberoumrano de Derecho Proce «Sr erations) ‘Asclon of Procedural tam, Desembarador Spenco ‘hAsogno Mate. Dirris Nunes. ‘outer em Ditto Proce pes PUC Minar deg Sta doa "Us sapiens Mose on Duet Poser pals PLC Mins. Ptessr Adjuno ne UEMG, ra FOSM en PUC™ inst Membre do OP edo AMG: Abogado Lexan Bava fala UPC. Professor do Poyame de Westado en Dike a Feud de eio dS! dots FSW ‘ran v0 Dano: rocesual 10 RESTA DE PROCESSO 2010 REPRO 189 see 0 pes gt ag ty tee Ecce ns ote Peters Sect ee rake OLS gee a Stel astceedoveume cet ong ne Eeashleescton atria Rae Spaced orm hekaokalsnre "ana fair hsm egret ade eee lon TEmekeots ese TRY Solon te eel Sage Camaro ee Sen el i Sc Reine Setar uneeehe decane Se fain See raderah sedis ge Serpe LO ee Pe ies etiee oy ie Stews eet ed Sami Gumseatna. cou hatte ented Sate Cease, Shin Tenet SLeL Lae kerr ce me Mediere spt Way sa wh wer Greecaemirentde me tcntebr cet Shave cide San. ln fd ad scapecitpaerems ‘ayn epi das cee essa ely Se patti cc Sema Lee asada Wels ee ‘cone ed na proper way. Pauercuve: Ci aw — Common law Kaworos: Civil law ~ Common law "Tyecadentss Novo Cigo de roces: ~ Pecedens — New Brion Chil Soi Padenaco dees Procedure Rules ~ Sandarczaton of scsons ‘Sono: 1. Consderagiesinicins problema do comparativo wa Cre das neues 2.1 Crise do Pode cir: 2.1.1 Di ‘versie de Iiglosdager: a tendéncia de padkonzacio deca, 211.2 Ura nova aco da Teegese! = 3. Aurela da pereepeso de ‘sagem de stems jriico © Brasil ete o cil nw e commen law A euséncia de ra teria basa dos precedents adil anor iterpetatva eo desespeto a uma “posse” stra insitcional 9 marco reo das inerpretagoes pees Tribunals Be. Slleios ~ 4. © consequencalism declsina ~ 5. A Publ nerest Ingato no det compara: brevescorsideragbes = 6. Consioe- ragbes fn. DOUTRINA NACIONAL 1D 1. ConsperagOts incius ~ 0 PROBLEM DO COMPARATIISMO. A guist de introducto, necessitamos pontuar que qualquer abor dagem acerea do tema seria educionista pela complexidade da temstica da poltzago da Justia ou da judicializago da politic (da economia © dhagenda institucional) em outros pases © espectaiente, no Bras Seria reducionist se abondissemos a questo a part do dislogo ene os defensores de um ativimno judicial ou daqueles “partidios"de uma concepsio de autorrestziio (sefrestrnt) ~minimalisas. Isto porque, ambas concepeoes, vistas de modo extrema, podem condusir @ uma credulidade nas vrtudes do decisor solipssta (Poder Jdicdri), na primeira hipétese, 0 resi o papel da xfer procesual ¢ judicial na busea de direitos fundamentals nio olertados sos cidadios, no segundo caso ‘Tambem sera uma abordagem lmitada se tratissemos a polémica sobs oticadadenominadaLitgancia de lnerese Publico (Public intrest Litigation), como vem sendo feito em inumeros pases partir do trabalho de 1976 do Professor Abram Chayes, ra Harvard Law School, no qual este se referia a pratca dos advogados nos Estados Unidos que proc ravam preciptar a mudanga social através da propositrn de denatdas «que envolviam a restuturacao de nstiruigdes importantes do governo, Incluindo escolas publica, hospitais de sade mental, posts de sade ¢ prsoes,aletando milhres de pessoas. Tal diseussio vem se tornando importante em paises como a Aftica do Sul? Fuigpia? Indiat entre outros? ao discutr 0 papel da via judicial € processual para a oblencio de diritas fundamentals pelos grupos & 1. Gus, Abram, The Role of the Judge in Publ Law Ligation, vol, 89 HarvandLaw Review, 1281, 1976. Hoskofe, Helen, Pblic interes Ligation Selected Issues and Examples, Disponvel em: wow] worldbaakorypublic Sectorega/Publcnteestl gation. Acesso en 26 112004, 2 Jatin, Vinod. Esteatégiss de igo de intesese publica para © avanco ‘des direitos humanos em sistemas domesticos de dreit. SUR ~ Revista Internacional de DiteosHhamanos, a. 1, ano 1, 1* semestee de 2004, p 1et49, 4. Bow, Yoseph Mulugets, Public Interest Litigation as practiced by South ‘Afvican Human Rights Ngo any lessons for Ethiopia? tthe Community Lav Cente, Fculyof Law, University ofthe Wester Cape, 2003, 4. Bauaxisoves, KG. Growth of public interest Higation in fda. sever, Armin; Jaosn, Michal, The Delhi Pollution case: The Supreme Coun of 12 RIVA OF PROCESSO-2010 - REPRO 109 camadas sociais? marginalizados ou que mio obtem espago nas arenas publicas instituctonalizadas (como vg. os Parlamentos) pars defesa dos seus direitos. O processo judicial como espago contramajoritario de obtencio de diretos fundamentais [No entanto, existe uma referencia constante nas benesses imple- rmentadas pela Corte presidida por Earl Warren na Suprema Corte norte-americana, com indicagdes de precedentes como o de 1954 & 1955, Brown vs. Board of Education of Topeka, no qual o aludido Tribunal ddeclatou inconstitucional a segregacto racial aos estudantes de escola ‘publica. Como noticia Hershkoffo precedente Brown “den inspitacio a uma geracio de advogados que enxergavam o direito como uma fonte de Iiberacao e transformacio para grupos marginalizados", ou sej, como dito, enxergavam na via processval umm mecanismo contramajorittto ‘mediante ¢ quel os grupos marginalisados e ndo detentores de espaco ras arenas politicas poderiam abter direitos nfo assegurados pela Admi- nistragao Publica ‘A referéncla marca hem tum dos pontos (¢ equivocos) recorrentes na discussio da aludida ltigancia: a eredulidade de que « escolha de ‘magistrados virtuosos pode promover de pe sia promocao dos direitos fndamentas, mas que caso conte com Juizes conservadores poderia conduzie a resultados indesejados, como’se o born funcionamento do sistema dependesse somente dessa escolha. No entano, esa abordagem também seria reducionsta India and the limits of judicial power, Columbia Journal of Environmental ay, vl. 223, 2003, 5. Motor, Jonathan T. An old judicial roe fr a New Litigation Era The Ye Lay Journal, vl. 113, 2003, 27-118. 16. Vale lembrar que o precedente teve como grande anticuladot © recém empossado Jsice Warten, que soube convencet seas pares de que 0 dieto ‘le gunldaceconsagrado na 14° Emenda nto comportva a discriminaco, tal como, hi mate de 30 anos hava afrmado a Suprema Corte ens Pes = Fergunsonaoestabeeceradoutrina des iguas, mas separados™.O Presidente da Suprema Corte consegulu alo apense revogst aguele precedente, as tami que a detsao fsse unanime. Ess posta "alvista” da Suprema Con, entreunt, teve fim apes a sida de Warren e, desde os anos 80 0 “Tura assum uma postura conservadora, Ver Rososrap, Michel, Les decisions constiutonneles dela cour supreme amérisine pout la session 1998-1999: redeinrles limites du feerane au deviment des droits Indiviels, Revue de Droit Pablic n.5. Paris sept-oet. 2000, p. 1329-1342, DOUTRINA NACIONAL 13 tsa airmagto se basela na impossbilidade de se fazer uma anise complet das concepedes seja de teora do direto (em Habermas? Ganther? Alexx? Dvvorkin." Waldron," Har,” Posnes”® Garapon.* ot «qualquer outro) oudalidgancia de intressepublico, com seus impacts, por exemplo, nas denominadas vradas avis (como na india), sem Perceber as pecilaridades © problemas da temdtica em nosso pal, {que poderiam torar a apicaio comparatstica pobre e desprovida de adequacto, 11 dese insstirnesse ponto porque 0 corte metodologico dessas breves dgresaes deve partir das perspectiaseidiossincrasias de nosso sistema juridico, dos nosos desis e da percepeao mais adequada da utlizagao de uma visto comparatisica pra consolidagao de sso Estado Democrtica de Dirt. 7. Hasenus, Jurgen. Foktiae und Geltang: ele sur Diskurthcarie des Rechts und des Democratchen Rechssaas, Frankfurt: Suhrkamp, 1994, Idem, Reply to simposiem participant, Benjamin N. Cardozo school of law, Cardozo lnw Review, 1986, p. MT7-1557, Idem. Verdad y justification, ‘Madkid: Tota, 2002 ‘Gove, Klas, The sens of appropriateness: aplication discourses Moray cand Law. New York Sate University of New York, 193. Idem. Jusifction ‘application unierslstes dela norme en droit et en morale Trad. Herve Pouttois. Archives de Philosphie du Dot, Pars Sy, 1992, 37 9, Aura, Rober Balancing, constitutional review, and representation. Intema tional Journal of constatonal Law, vl. 3. a. 4. Oxford University Press [New York University School of Las, 2005. Idem. Teoria da anuonentagao rds a tora do dears racial como teria da jusifcago Juridica 80 Paul: Landy, 2001 Idem. Derecho y razon praca. Mesica: Fontamara, 1998, 10, Dworiny, Ronald. Taking rights serisly. Cambridge: Harvard University Press, 1978 dem. O inpéio do dive. So Paulo: Martins Fontes, 199, 11, Watonon, Jeremy. A digidade da legslacdo, Sto Paulo: Martins Fontes, 12. Hg, Hesbere L.A. conceit de dre, Tad Anmindo Ribsiro Mendes 2 LUsoa: Fundagio Calouste Gulbenkian, 1994 13. Poow, Richard A. Problemas de filsofa do dito. Sto Paulo: Martins Fontes, 2007. 14, Garston, Antoine O juice demacracia. Rio de Janeiro: Revan, 2001, 14 REVISTA DE PROCESSO 2010 REPRO 189 ‘Como ja dissemos em outras oportunidades,” nao ¢ mais possivel fazer uma anise acurada do direito comparado com incursdes pontais 2 Instituto, téenicas ou teses sem promover uma andlise macroestru- ‘ural [esse sentido, o primetro passo, anterior & propria comparagao, € de se entender © quadio institucional brasileiro e, nesse ponto, nossos problemas sao muitos. 2. Case ons IsUKgoES Quando analisamos a uilizagio corrente da juclicializagio em nosso pats para implementagio de direitos fundamentals no podenios desprezar a situagio de que tal fendmeno representa uma consequéncia cde um problema mais grave: a crise das instituigdes ce nosso pats. Vemos uma democracia representativa em crise ¢ um Parlamento sem agenda." Um Executive que nio promove as polices publicas 15, Como édsse em outrotrabathodeenfoquepursmenteprocesual:“Aandlise compartisticaadotada se embasa nes aporestericosdimensionados por Damasha (1991 e Trae seus traallios cientticos, els que nose busea a verifcacdo de microproblemas (pedacos) processuas em varios ordena ments, mis se almgjaa eaborag de esquetecompreensivs de anil dos sistemas processuals (Tazo, 1991, p. 10) com o delineamento dos Drincipais males processus da moderilade: Ubealsmo ¢ socialzacao processual. Apresettaramse,desse modo, as princpaisearctristicas € egeneragies esses modelos, de modo a subsidiae a delesa da perspectiva companicipativa, partindo-se de wim camparatismo integra que percebe | imporacia dos direitos fundamentals em todos os ssemas jrdlcas (Haauero, 2002, 'p. 52). Nao foram utlizado® os velhos esquemas de familias urea (lla versus comman la) ou dos sistemas pressuais (acustsres versis Inuistvios) reputadas superciais pata a devida compreensio da compleviade da disrussio juridin da aka moderidae, tspecialmenteno campo processual, em acd contraposgto ene aternito- Hlalizagio e a globaliacan,decorrente do muldculturalismo impostoe da vericaco de crulagao de modelos (Tanto, 20026, p. 23)" ~ Destacamos "Nosts, iere Jose Coelho, Process jursicional democratic. Curia Jerva, 2008, 16. Como vem slientando Bahia no grupo de pesquisa da Faculdade de Dizelto do Sul deMinas em indmers ates, come Portugal, Prlament,noinicio. ‘de ca legiltur, oferta vn pata (agen) e 20 na, prestaconts do (qu fol voado, Em nosso pals, nunca se sabe o objet de intreses de nosso Parlamento, Devemes,desse modo, repens, arse de nosss nstitugbese DOUTRINA NACIONAL 15 necessirias para garantia dos direitos fundamentais; em verdade, as polticas publicas deste ultimo se preocupam apenas com a tentaiva de redivisto de renda, mas nao com a consecucdo de todo o projeto consti- tucfonal de 1988 e de politieas de consolidagao de direitos fundamentis. [A Constituigto em nosso pais muitas vezes se amolda so detentor do “governo”, Temos acompanhado que cada novo governo a CRFB passa por uma série de emendas para permitira "governabilidade", quando ela ‘que deveria dita os fundamentos das politicas publicas. ‘A crise da democracia possui multiples fatores. Marilena Chau aponta alguns: encolhimento do espaco publico e aumento do privado {em razio do neoliberalismo); destruicao da esfera da opiniao publica; destruigao da discussio e do debate publicos (pelo marketing politico, {ue oferece solugées prontas ¢ ineseapsveis a um cidadio-consumider); 1 ideologia da competéncia (pela qual a politica deve ser reservada para experts ¢ inicialas)e 0s melas de comunicagao em massa.” Ademas, nesse aspecto, nio podemos negaro claro deficit historico que o Brasil possul em relagio a varios outros palses, devido a seu atraso ng assuncio de uma cultura constitucional. Quando tradicionalmente na Furopa a constitucionalizacao efetiva © inauguragio de uma epoca vocacionada A jurisdigto" se inicia no Segundo Pos-Guerra, com o declinio dos Estados Socais ea necessidade dde um penitenciamento em relacio aos desmandes que 0 Executivo (hipertrofiado ¢ totaitario) implementou; em nosso pals os ganhos dese constitucionalismo e da clencia jurdica como wm Cod, somente se colocam em nossas pautas de discussio a partir da Constituicio de

You might also like