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-~+- + ewer eewe B 1. Poderia TC pronunciar-se sobre eventual constitucionslidade da norma “¥", mesmo que fal ndo the (enh sido requerido pelo PR? E quanto & Fundamentagio adotads pelo TC, esti obrigado a seguir a que the seja ‘nvocada no pedido de apreciagdo feito pelo PR? Justfique. Nio, © TC alo se poderia pronunciar pela inconstitucionalidade especificn desse ‘outro precita se tal the mio tivese sido expressamente requeride pelo PR. O pedide deve indicar as normias cuja inconstitucionalidade se dese fiscalizar, bem como as ‘armas ou principios consttucionaisalegadamente violados por elas (51° LTC). O TC pode conhecer de outros vicios de inconsttucionalidade de que paderam as ‘mormas cuja apreciagio Ihe ¢ requetida, diferentes dos invocadas no pedido, mas ‘ado pode apreciar a constitucionalidade de outras normas por sua prépriainiciativa, OTC s6 pode apreciar as normas cuja apreciasio the tver sido requerida (principio do pedido), nBo tendo poder de conhecimento oficioso, “O Tribunal Constitucional s6 pode dectarar « inconsitucionalidade ou a ileglidade de normas exja apreciagao ‘enka sido requerida, mas pode fac-to com fundamentasao na violagdo de normas ou Principios consttucionais diversas daquelescuja violasdo foi invocada” (art. S1°,m°5 4a LTC). Por forsa da segunda parte deste preceto,o TC no esté obrigado a seguir *fundamentacdo que Ihe tena sido inyocada no pedid de apreciagio feito pelo PR. fundamento da sua decisio, 0 TC pode invocar normas e principios Ou seja, pa constitucionais diferentes dos invocados pela parte que the tenha solicitado a aprecinglo de constitucionatidade (no. 80 sub judice, 0 PR). B~ Suponha agora que o Presidente da Repiblica promulga 0 decreto-lei sem o submeter a fiscalizagio preventiva da constitucionalidade € que 0 cidaddo A foi notificado de um despacho do juiz de 1. instin {que manda reabrir © proceso {em que ele tna sido acusado de uma alegada agressio a sua esposa, da qual tinha sido ilibado em 2015, 2, Identiique e caracterize © mecanismo de controle de constitucionalidade que 0 visado pode desencadear 0 Ministerio blico seria obrigado a recorter para 0 TC no caso de a referida norma ser dsapicada pelo ribunal, pr inconstitucionalidade? ‘Sim, mesmo admitindo \constitucionalidade da lei, 0 MP 6 obrigado a recorrer sempre 1 por inconstitucionalidade, seja recusada » aplicago de uma norma 0 (art, 280", m." 3 da CRP), Tratando-se de um decreto-lei Jo em tribunal por inconstitucionalidade, 9 MP seria obrigado a fem ato legisla ‘que foi desaplie 4. Em caso de recurso, quais os efeitos de uma eventual dcisto de inconstitucionaidade por parte do TC? us aplicdvel apenas inter partes, ou seja, a norma juridica mio se aplica a caso sub juice (art? 204° dn CRP), mas mantém-se plenamente em vigor, podendo vir a ser aplicada em outros casos submetidos a jalgamento, sdecisto em sede de iscalizagSo sucessivaem concreto tem forsa de caso julgado Notas: () Pode consultar a CRP e a Let do TC (no anotades); (Pode alterar 4 ordem das pergunias, mas deise sempre uma linha de interval entre coda resposta} niki nna nee en a ee ke ee ee ee Direito Constitucional sere ane 1 Defina sucmamente seis dos seguinies concenos (12 valores): 1. Consttuigdo ndo esria ‘nao codificado de normas sobre o poder (es da implementagio Constitwisio mio escrita & 0 conju Politico, umas escritas outras consuetudinérins,existentes de constitucionalismo moderno, pela Revolusio americana (1776), pela Revolugio Francesa (1789) c, em Portugal, pela Revolucio Liberal de 24 de agosto de 1820, ‘Trata-se de constituises materiais que regulam o poder (por exemplo, a sucesso inistica, » convocasio das cortes), bem como as relagées entre o poder ¢ 0s ‘membros da comunidade, impondo direitos e deveres para ambas as partes. ‘Nilo raro, o Reino Unido é apontado como paradigms da Constituigio nio eserita, rador dos séeulos XVII-XIX, dispensando 0s sobre © poder pol documento constitucional formal, aprovade em assembleia constituinte. © seu I radica Em costumes ancestraise diversas textos eseritos de este a Magna Charta Libertatum até varias leis de contetido substrato constitu ‘exséncia constitucion onstitucional aprovadas a0 longo dos séculos, 2. Poder constitute autocritico te procedimentoconsiuintedemocritico (em que a consttigaa¢ fit por uma assembleia cons leita), no procedimento constituinte autocritico ou atoritiie, 4 constuisdes sto. deceetadas dirctamente pelo poder politico ‘stabelecido (caso da Carta Cons onal de 1826, que foi outorgada por D. Pedro IV) ou slo sprovadas em plebisctos autoritéris, sem verdadeiea debate Aemocritico (caso da Consttuigdo de 1933), ‘Apear de cmitdas de modo autecrético, as costticses podem nto instituie um tocritico, como foi 0 caso da Carta Constitucional, ue restabeleceu a FR pee cies rcs rect cneent como Comin en BVA PRPs 91 cc Coernnse pnt i 112 eis crc om 152,» yours {idle om tok Sceciy, geunnese spared © patron, ia fede fl ee ee eee ee poder executivo, que pertencia ao rei ¢ era exercido sob a sua autoridade pelos lade politica peranteo partamento; eo poder £30" da Constituigho de 1822, “eada sceretirios de Estado, sem responsal judicial, que pertencin aos juizes. Segundo o art ‘um destes poderes & de ral mancira independente que um nao poderd arrogar a si as atribuigdes do outro”. Nem 0 rei podia dissolver as Cortes nem as Cortes poderiam demitie 0 Governo. 4, Poder moderador. © “poder moderador", teorizndo pelo constitucionalista francés Benjamin Constant, consste num quarto poder que foi aerescentado & separacio elissica dos poderes(legistativo, executivo e judicial), de forma a garantir uma certa autoridade arbitral do monarca no sistema politico constitucional, deivando de chefiar o poder ‘executivo, o qual estava subordinado & Constituigho 4 lei aprovada no partamento, Entre as prerrogativas do poder moderador constava 0 poder de veto legstativo eo poder de dissolugio partamentar, assim como 0 poder de nomear ¢ demitir 0 Governo. (© poder moderador foi pela primeira ver insttuido na Consttuiglo brasileira de 1824, donde passou para a Carta Consfitucional portuguesa de 1826 ~ ambos os {estos constitucionais foram outorgados por D. Pedro, o primeiro como imperador do Brasil (D. Pedro 1) ¢ 0 segundo como rei de Portugal (D. Pedro LV). Todavia, em —-—=-- => esvio dos principios estabelecidos por AAcumulava o poder moderador com o poder executivo. © poder moderador do chefe do Estado te da Republica na Constituigio de 1976. Embora sem ser nomeada com ‘aracteriza hoje os poderes do Presid 5. Principio da lacidade Laicidade quer dizer Estado laco, ou soja, 0 Estado onde nao existe religido ofc ‘© Estado € neutro em matéria religions e existe liberdade religiosa e separagio entre ‘Estado e as igrejas. Os principais corotirios ligico-materiais da Inicidade do Estado (nogio que deve ser istinguida do Jaicisme ideoligico) surgem plasmados inequivocamente na Constituicio, ado somente no principio nuclear da separasio entre o Estado € 25 ‘igrejas (art. 41,"-4), mas também na nio confessionalidade do ensino publico (art. (43-3)na proibicdo de beneficiar ou prejudicar alguém por causa das suas -conviesSes ou das suas creagas ou priticas religiosas, ou falta delas (art. 41-2), na roibisdo de os partidos polticas adotarem nomes ou simbolos religiosos (art. 1°, "3. Aba Estado face as religides, mas sim em relagdo a qualquer sistema de mun de natureza filosofica ou ideoligica. Parafrascando a proclamaglo lapidar do art. 43°, a propési erdade de educasio, 0 Estado laco é uquele que «ndo pode programar a educugio ¢ cultura segundo quaisquer diretrizes floséficas, estétices, Jade do Estado ¢ tanto uma garantia lade do Fstado nao tem a ver somente com a autonomia ¢ neutralidade do politicas, ideoldgicas ou religiasasy. © i basica da liberdade religiosa como da propria liberdade de conseigncia, fem que impede a existéncia de posigdes oficiais em matéria de religido ow de medida Jeoligicas ou doutrinivias, ‘no identificagio do Estado com nenhuma convieges filosifc Dimensdes do principio da lacidade: religido; (i) a liberdade ¢ iguuldude religios tado perante as Igrejas; (iv) nio confessionalidade do ensino pablico, (iil) a separagao © neutralidade do 6. Lei orginica A categoria das leis orgiinicas foi introduzida na Constituigio com a revisto constitucional de 1989, Sdo leis ordiniias de regime especial (logo, no so leis aprovagao das Icis importantes relativamente a0 parte das leis orginicas € feta no plenirio ¢ nio em comissio, como & regra (art. 168."4); (i) \s por maioria absolute dos deputados em ia de 23 as leis orgdnicas tém de ser aprova efetividade de FungBes (art. 168." 5), €€m alguns casos, mesmo por mai (art, 1682-6), ¢ no por maioria relativa, como s demais leis; (i) a sua confirmagio apés eventual veto presidencial carece da maioria de 2/3 dos deputados presentes, dese que superior A maioria absoluta dos deputados em efetividade de fungBes (art. 136.3}; (i) a fscalicacio preventiva da constitucionalidade das leis orginicas pode ser pedida aio sé pelo Presidente da Repablica, mas também pelo Primeiro- ide de Fungdes (art. 278." 4), Além disso, sendo leis reforcadas (art. 112°-3), as leis orgiinicas tém de ser respeitadas por outras leis, sob pe Aiscalizagio judicial se aproxima do regime da fiscalizacio da constitucionalidade, sendo também competéncia do Tribunal Constituc Ministro ou um quinto dos deputados em efet 7. Revisio consttucional extraordintia, ‘Além de poder ser revist revisto ordindria (art, 284° em qualquer momento, 4 ttulo ordinario decorridos cinco anos sobre a dtima 'D, CRP pode ser objeto de revisio extraordiniria ‘lesencadeada por decisio de uma maioria superqualificada te 4S dos deputedos em efetividade de fungbes (art, 284°, n° ‘wtraodindrias no interrompem a contagem do 4 ‘efoma do poder de revisio ordinavia, Como nome indica as revisbesextruardinitias sb se © sua convocagio deve indicar 2). As revises wénio necessirio para a Justificam em caso de urgéncia ‘ormas a rever na Constituicao, =~ ean 2anaaAAPAAAHRARARARAAK n Em qualquer caso, tal como na revisdo ordinirio, uma vez deliberada a assungio de Poderes de revisio extraordindria, 0 procedimento de revisdo constitucional é aberto pela apresentagio de qualquer projeto de revisio, devendo os demais ser apresentados no prazo de 30 dias, ¢ as alteracdes constitucionais devem obter maioria de 23 dos deputados. Nao existe prazo para a conclusio do procedimento, 1. 167%, 0" 5). ‘mas 0 procedimento caduca com 0 termo da leyislatura (cfr. Ml, Leta atentamente 0 caso préiico e responda de forma objetivae fundamentada ds respetivas questdes (8 valores): Preocupado como crescene cmpobrecimento das familiss poruguesss, 0 Govemne enviou um dccreto a0 Presidente da Repiblics, para scr promulgado como ‘ecretoei, no qual vem condisionar 0 acesso 40 insta do casamento,impondo no ‘preecito“X" que aapenas poderdo conrair mariménio as pessoas que conyuntamente ‘eufiram wm volor anual nao inferior a €25.000», O Presidente da Replica deci ‘submeter 0 diploma & consideracdo do Tribunal Constitucional 1. Caracterize 0 tipo de controlo de eonsttucionaldade em causa, tes deo ‘Trata-se de fiscalizacio preventiva ~ feta a priori, ordenamento juridico -, absteata ~ fiscaliza-se 4 constitucionalidade da norma em si, independentemente da sua aplicaso 4 um qualquer caso conereto~ concentrada de decisio cabe em exclusive ao TC, excluindo quaisquer outras 4 titulo principal ~ objeto do processo é a fiscalizasio — 4 competéa jurisdicionais da constitucionalidade da norma, A CRP sé prevé a possibilidade de fiscalizasio preventiva de atos legislative © ‘equiparados (convenes internacionais), sujeitos a promulgagdo ow ratificacio tes da Repablica nas regiées presidencial, ou a ato equivalente dos Representa ‘auténomas. O pedido de fscalizacio preventiva é sempre facultat 2. Identifique caracterize as possiveis inconsttucionalidades ‘Ao impor um limite econémico a realizagio de casumento, » norma “X” esti em Aesconformidade com o art” 36°, m.* 1 da CRP: “todos tém 0 dircito de constiir Familia ¢ de contrair casamento em condigdes de plena igualdade”. O facto de 0 ‘uma inconstitucionalidade ‘que aprovou 0 ato). 13. Quais os efeitos de uma eventual pronincia de inconsttucionalidade por parte do TC? jade por parte do TC © a sun Mediante uma proniineia de inconstitucio devolagio a0 PR, este fica obrigado a vetar o diploma (veto juridico ow por inconstitucionalidade) € a devolvé-to ao érgio que o aprovou (art. 279%, m.° 1 CRP), remetendo a fundamentasao do veto para 0 acérdio do TC. Este & 0 feito direto da inconstitucionalidade. Face no veto por inconstitucionalidade, hi trés possibilidades em abstrato: () fim do procedimento legislative: (i) supressio ou reformulacio da norma pelo érgio legislative competente, com reenvio para promulgacio; (iii) eventual confirmagaio da norma por maioria de 2/3, permitindo (mas nfo impondo) que seja promulgada, apesar de ter sido considerada inconstitucional. Sendo 0 Governo o érgio promanante neste caso, nio pode haver confirmacio do diploma por maioria qualificada, que estd reservada i AR (art. 279°, n.°2). Havendo iconstitucionalidade orgdnica, o Governo também aio pode, por si s6, sanar «esse vio, modificando 0 diploma, por ser incompetente para legistar nessa matéria. Resta, por isso, a0 Governo, se quiser insistir em regular essa matéria, enviar o diploma como proposta de lei para a AR (art. 167°, iniciando-se um novo Procedimento legislativo (ora, parlamentar), ou pedir uma autorizacio legislatiy Assembleia da Repablica (art, 165°). Si orginica, se 0 novo decreto a ser envi x \ecret-4el nutortzade ado corrigir»reeridninconstitucionatidede material, poder ‘aver nova apreciagdo preventiva da consitucionalidade, suse pelo PR. 4+ Se. porém,o Presidente da Repiblica promulgaro diploma sm o enviar para © Teibunal Constitucona, come podem as pessoas interessados impugn a ‘sus validade constitucional, para se padcrem casar? © nosso ardenamento constitucional n dustiga constitucional para impugnar um, ‘onfere aos particulates 0 acessodirsto & "4 Norma ow um ato inconstitucional, ao Prevendo nada de semethante ap “recurso de ampare” (Espanha) ou “recurve de Senstienclonalidade” (Alemanhs). Fortanto, uma peston prejudiceda por uma ‘forma inconstitucional aio Pode impugni-ta diretamente num tribunal. Uma esses prejudicada por uma norma juridica inconstitucional sé pode susctar 4 ‘scalizasdo da constitucionalidade no ambito de um controlo judicial concreto, ‘numa causa sujeita a julgamento (art 280° CRP). Por isso, 0 nico modo de mpugnar a consttucionalidade da norma consiseem dois interessados em casarse ‘requererem o casamento no regsto ci ie, perante a recusa deste (por casa Por ilegalidade (baseada na ‘eonstitucionalidade da norma), obrigande o juiz da causa + conbecer da Aci), impugnarem essa decision no teibu competent lade do referido preceito, De forms indireta, poderia ainda uma pessoa em particular, prejudicada por tal ‘norma, fazer chegar 4 questio de inconstitucionalidade ao TC através de wma Petigio 40 Provedor de Justi (ou 4 qualquer outra das autoridades com poder de Har 4 Gscalizagio sucessiva absteata, Uma ver que os cidadios podem apresentar qusinas contra asde ov omisbes dos poderespblicos em especial junto do Provedor de Justica (art. 23°, sendo este uma das entidades com legiimidade nara desencadear um processo de fiscalizagdo abstrata da constituciona ‘norma suscitar de forma indireta a fiscalizagao abstr ‘44 coustitucionalidade, com efeitos gerais eretroativos, o que satistaria os seus interesses, De forma indireta, sublinhese, porque a legitimidade & exclusivamente adjudicada pela CRF ao Provedor de Justica © mio 208 proprivs cidadios. (© outras autoridades)

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