You are on page 1of 5
Fami Profissionais, pacientes e familiares: diversidade de pessoas; papéis e fungdes exercidas diferentes; 0 funcionamento de cada familia é Unico, Satide, dor e doenga: no sao apenas fisiolégicos. Possuem aspectos subjetivos, culturais, histéricos, econémicos e politicos. Eles retratam a forma que 0 individuo lida com 0 corpo, com a doenga e com o tratamento (a partir da subjetividade). © nascimento biolégico nde acontece com o psiquico. © biolégico 6 bem delimitado e observacional. O psiquico é intrapsiquico de lento desdobrar, desenvolvido a partir da relagao com 0 outro. A relagéo com o outro chega @ subjetividade, que 6 0 modo como cada sujelto se posiciona frente a vida. E ela que possibilita a construgdo do psiquismo (conjunto de caracteristicas biolégicas de um individu). Para Freud, o sujeito é diferente do individuo. sujeito 6 formado pelo consciente e inconsciente, O individuo é a pessoa/cidadao. sujeito nasce com uma falta constitutiva, ou seja, nascem sem subjetividade, memérias, ego, representagao corporal etc. Ela é formada a partir do encontro com terceiros, como a familia (grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou que possuem ancestralidade comum). Apesar disso, é bom lembrar que heranga genética nao define familia, pois nao faz lago afetivo (ele 6 criado). © ser humano nao é dominado, em todas as instancias, pela biologia, mas estruturado por complexos simbélicos, heranga simbélica (referéncias de identificagao). Influéncias pré-natais Aspectos do desenvolvimento e aspectos sociais. Contingéncias (acasos, surpresas, sustos etc). © bebé néo nasce com o cédigo de valor lingulstico. Precisa ser inserido na linguagem, nos simbolos linguisticos. Ele usa choro e fonagao para indicar urgéncia vital, desconforto, desprazer, prazer, satisfagdo etc. As ages como choro, grito, agitagao atuam como tentativa do aparelho psiquico de escoar e se livrar do aumento de estimulos que causam desprazer, mas que adquirem fungao de comunicagao. * © que falaram de nés, falam em nés (0 funcionamento subjetivo de cada um & marcado pela transmisso familiar - interpretagdes, conflitos, expectativa, afetos etc). A figura do outro e do Outro é marcante. O Outro funciona como alleridade e 0 outro funciona como semelhante. Normalmente, 0 Outro é usado para validagao, como referén {0 que 0 Outro quer de mim? O que 0 Outro quer dizer? O Outro me ama?). Hd uma vivencia do enigma desejo do Outro - validagéo comportamental. Lacan diz que a fungao da familia ndo se restringe a satisfagao das necessidades basicas de uma crianga, mas destaca o irredutivel de uma transmissao. Desejo particularizado (um cuidado que nao seja genérico, individual aos presentes na familia). © lago do bebé com os pais ndo é natural, ele é constituido, adquirido, estabelecido. Ha, entéo, 0 mito do amor materno, em que ha influéncia da cultura, religiéo, subjetividade, acontecimento. Estabilizagao do lago simbélico com 0 bebé. O lago com o bebé normalmente desdobra-se em consequéncias psiquicas. A mie interpreta as reagées fisicas do bebé. A subjetividade e fantasias materas afetam como essa fungao serd exercida, Assim, a mae e o bebé funcionam a partir de uma simbiose, j& que nao ha diferenciagao entre o ego do bebé e 0 ego da mae. Ego: instancia psiquica responsavel pelo principio de realidade, pela consciéncia e pelo “teste de realidade”, (© bebé ¢ guiado pelo ego da mae. Ha uma quebra disso durante a adolescéncia, quando a crianga busca sua propria identidade, e pela presenga patema, que busca realizar o principio da separago, que é operar gradativamente, uma diferenciagao simbdlica entre o bebé e a mae, sendo fundamental para a crianca desenvolver sua personalidade. A figura patema é representante da transmissao da lei, da proibigdo, de um limite. A familia é responsdvel: - constituigéo subjetiva (heranga simbélica); referéncias de identificagao; insergdo na cultura e sociedade; socializagao priméria (particularidades da familia) e mediagdo da secundaria (escola - conhecimento, atitude critica, normas e valores, vida em coletividade, senso de cidadania) Para o profissiona - conhecer as modalidades de organizacao familiar; identificar quem ocupa as fungoes; relagbes de poder e saber; relagdes de comunicagao ¢ afeto; relagdes de intimidade; vulnerabilidade e fortaleza; mudangas no status de comportamento com 98 filhos quando amadurecem e deles com os pais; perda de capacidade e morte dos mais velhos. Abordar de forma nica cada familia: passado hereditario, influéncias sociais e ocupacionais; aspectos religiosos; problemas de satide etc. Deve-se abordar a familia sendo direto e positivo; quando precisa dela para continuar 0 tratamento; perguntar se alguém iria consulta etc. Nao se deve abordar a familia quando houver risco de violéncia direta para os envolvidos; quando estiver incerto sobre a importancia do encontro; quando aceitar com relutancia a presenca do familiar; quando sugerir que a familia é um problema, Desamparo Condigao estrutural e estruturante do inicio da vida. Imaturidade biolégica e psiquica do ser humano ao nascer. Fator biolégico 6 0 longo tempo em que o jovem da espécie humana precisa de cuidado e dependéncia, como em situagées de perigo e necessidade em ser amado para evité-los. Com isso, ha presenca de estimulos: - _ Estimulos exégenos (externos): temperatura, luz etc. + Estimulos endégenos (internos): frio, fome, dor, sono etc. Oriundos de fontes endossomaticas. Os estimulos sao vivenciados com ameaca, hostilidade, adversidade, desprazer e/ou dor. Ha uma indiferenciagao entre o interno e 0 extemo. © fato dos bebés necessitarem de afeto, reforma a necessidade de depender totalmente do Outro, visto que nao ha formagao do ego, experienciando um corpo fragmentado. - Aesséncia do estado de desamparo é a solidao. A resposta do Outro é essencial para a constituigaéo do aparelho psiquico: ao se ver sendo amparado ao longo do tempo, cria confianga, aprendo a esperar a ter controle sobre suas excitagées. © desamparo segue o homem até a morte, Acompanha a psique antes mesmo da sua nogéo sobre si proprio, podendo ser reatualizado e aparecer em situagdes de vulnerabilidade (remetendo ao desamparo originario): - doenga; hospitalizagéo; morte; nascimento de —irmaos; _adolescéncia; envelhecimento; perda de algum ideal Abordagem do paciente - Fazer uma boa anamnese; conhecer o paciente; escuté-lo; identificar dificuldades @ facilidades; avaliar a percepgao do paciente a respeito da sua satide; adaptar a linguagem, etc. - _Trabalhar preconceitos; oferecer opgées de conduta. - Ter boa rede de apoio e exercer um trabalho interdisci ar € multiprofissional Sintomas fisico, psiquico e psicossomatico ‘Semiologia/propedéutica: estudo dos sinais e sintomas das doengas humanas. Usa entrevista clinica e coleta de dados (pela anamnese e exame fisico). Sinal: estimulo emitido pelos objetos no mundo, Ex: fumaga é sinal de fogo. Signo: sinal com significado. Ex: fala rapida é sinal/signo de sindrome maniaca Sinais comportamentais: objetivos, verificaveis pela observagéo direta. Ex: postura curvada Dor emocional: pode gerar sintomas fisicos (somatizagao e converséio). Pode ser por medo, inseguranga, conflitos psiquicos etc, ocasionando dor psicogénica (exclusivamente psiquica), Tem influéncia de como o sujeito lida com a dor e com o seu emocional. Pode desenvolver uma dor crénica. Dor funcional: sintomas provenientes de alteragées da fungdo de um érgao, mas sem lesdo organica, Ex: dor na perna que leva o paciente a mancar, mas sem apresentar lesdo. Sintoma: toda informagdo descrita pelo paciente, a partir de suas vivéncias, sensacées impressdes. Nao 6 passivel de observagao direta. Sintoma fisico: ha patologia fisica definida. Sintoma conversivo: queixa de sintoma fisico, mas sem patologia orgdnica clara. E um simbolo mnémico (conta uma histéria). E uma defesa contra um conflito. Ha presenga de dor, mas sem comprometimento do soma (corpo). Aparece como uma defesa frente a dificuldade de elaborar um conflito psiquico entre dois pensamentos opostos. Sintoma psiquico: modo de funcionamento do sujeito (tragos de personalidade, padrées de crengas e comportamentos). O sintoma psiquico/conversivo e o sintoma psicossomatico sao diferentes. Sintoma psicossomatico: afeta o soma (corpo) com alteragées fisiologicas e apresenta sinais. Pacientes que apresentam um comprometimento na capacidade de simbolizagao e representagao, O doente nao é um sujeito de um corpo organico apenas. E um sujeito de linguagem que modela suas formas ¢ atos e tem algo a dizer sobre sua doenca. Intervengée: - _incentivar o paciente a verbalizar seus sentimentos; - _incentivar 0 paciente a realizar atividades de seu interesse; - _relatar e avaliar os sintomas apresentados; - _ tranquilizar 0 paciente enquanto ao problema e sintomas; - _ obter informagées junto ao acompanhante sobre fatores estressores; - _solicitar acompanhamento do psicélogo e do psiquiatra caso seja necessario; - _viabilizar conforto fisico e emocional © impacto da doenga imobiliza e congela a existéncia e, consequentemente, a relagéo com © mundo. Ha uma interrupgao da continuidade existencial e da referéncia temporal. A internagéo em um hospital amplia o impacto psicossocial dessa condigao de vida. A reagao & hospitalizagao envolve mecanismos psicolégicos de defesa e adaptagao. Mecanismos de defesa: 1. negagao: forma de evitar o softimento, medo @ desespero. O paciente pode postergar ou abandonar o tratamento, assim como desacreditar nos resultados. 2. regressao: paciente pode adotar uma posigéo passiva, ndo demonstrar forga para reagir, ‘regredindo” em seu comportamento e suas necessidades - ligado etapas afetivas primitivas. 3. deslocamento: o paciente pode dirigir sua raiva contra um familiar ou contra a equipe, culpé-los pela doenga ou por algum acontecimento, como forma de aplacar aangustia. E passageiro, 4. estresse. Strain postula 8 categorias de estresse psicolégico a que est submetido o paciente hospitalizado por uma doenga aguda: 1. ameaga basica a integridade narcisica; imortalidade, controle do corpo. ansiedade de separagao: de pessoas, objetos, ambiente, estilo de vida, medo de estranhos: ao entrar no hospital e se deixar ser cuidado por equipe desconhecida. culpa e medo de retaliagao: achar que a doenca veio como castigo, como pena. medo da perda de controle: fungao adquirida debilitada. perda de amor e de aprovagao: sentimentos de autodesvalorizagao. medo da perda de, ou dano a , partes do corpo. medo da morte ou da dor. PN SN OME Transferéncia e contransferéncia Transferéncia: proceso comum na relagao com o profissional, no qual o paciente projeta no encontro atual com o profissional de satide afetos, desejos inconscientes, identificagdes, fantasias, crengas e demandas. Vinculo que o paciente estabelece, como forma de se dirigit como se dirigia aos pais na infancia. Pode ser positiva ou negativa. - A positiva se dé quando esses sentimentos, de modo geral, convergem para uma projecdio e identificagao positiva com o profissional de satide pelo paciente. - A negativa se estabelece quando 0 paciente dirige ao profissional de satide projegdes e identificagdes negativas. Cotransferéncia: indissociavel ao da transferéncia e consiste nas percepgGes, sentimentos projecdes, isto &, nas reagdes emocionais do profissional diante do paciente. Possui dimensao inconsciente - 6 tocado pela fala, postura, transferéncia, Ha diferenga entre aquilo que sentimos e aquilo que fazemos com o que sentimos.

You might also like