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ARTES E ARTESANATOS FOLCLORICOS Profa. Ana Augusta Rodrigues Todo pais tem sua arte nacional, que vive da contribuico de todos. Que tem profundidade, tem raizes, atinge 4 todos. E se manifesta con carater inconfundivel, tao expressivo e caracteristico como o proprio idioma.Inconfun divel, circula em todos os niveis, do aristocrata ao anénimo. £ viva, dindat ca, atuante, presente. Inconfundivel, marca o povo, a nacao, e serve-lhe de marca € apresentagae - em sua plenitude & a arte dos assirios, dos egipcios, dos hindus, dos ehimeses - nao ha quem nao a reconhese. Eesa arte nacional,en sua completa expresséo, baseia-se, alimenta-se e vive da arte popular.Estapor Sua vez, quando amadurecida e robusta, se ampare na estrutura nacional a que pertence. Aa praticam e dos temas que a to expressa 2 sensibilidade gerai e coletiva dos que a guen: se inspira e se manifesta através de motivos e ibilizan. A todos que constituen a coletividade. Em t pressar e deg que se exerce = ideal, deveria ser uma e homogénea.'Istc 3, deveria ax tenes ¢ manifestacdes simultaneos, ros trés canpos am musical e literario. Em al mo criador, na to, na misics OS, sente-se a coordenacao, o equilibrio, o mesmo rit, induentaria, nos instrunentos de trabalho e de cul Mtura, na pintura, na danga. Tudo participa de mecma het ‘@tisica, as artes plistices. Sao aqueles que poseucn uma arte nacio » caracteristica, inconfundivel. No cas de um lad pelos "oficios sideradas "si lativo desint tos @tnicos orem, verifica~se uma nitida divisdo entre artes plasti_ ara e musica do outro, Conseqlléncia talvez do desprezo u" do cee. XVIII ou do menosprezo peles ocupagses con ante a escravidao. Seria essa uma possivel causa do re is atividades manuais entre nds, j& que nossos elenen shecida destreza e habilidade, congénita e inteligenta Ne cura ¢ na miisica essas diferentes origens tuicas éomegro, se harmonizaran, resultando em literatura e nisiea popu Fas, Racionais. Nas artes plisticas, poréa, néc alcancamos nen a B @mesma harnonia. BRM verdede dizer que couhencs une erte populer sfpicays cional. Tenos, Sim, manifestagces de arte en que se cente a origes indigenane gra, européia ~ 2 fusao das trés raramente se encontra assimilada ca produto logitimanente nacional, que agrade ¢ contente a todos, em que todos ce reco nhecam ou encontrem correspondencia. Ainda mais que por sua va tidao, tudo no Brasil sofre a dispersao regional, as caracterizacoes e influéecias das dife Fentes contribuigoes recebides, do clima, dos fatores ecolégicos, da estratT #ieagdo social mais ou menos acentuada. Talvez, tanbén, porque artes o téent cas manuais sao lentas de se adquirir, assimilar e transmitir. Custa a se for mar um lastro de tradicodes comuns, em atividades que realmente nen sempre se comunicam ou se explicam por si mesmas. Que sofrem a precipitacao e a veloci- dade da era industrial, do produto de distribuicao geral, que setisfaz ane cessidade da rotina, da utilidade. E nao deixa, ou limite, o compo para a ina sinagéo, pera a atividade supérflua, justanenté a que se supde ser & poneo de partida para a criagio de arte. Como wn todo nacional, ndo nos idtistificanos nas casas em que mora mos, nem no que usanos para vestir e nos enfeitar, nem mesmo no que comemos.0 ‘maximo qu> alcanganos € reconhece- como regionais algunas dessas realizacoes © verificar que houve um histo entre 0 passado e o presente. As tradicoes fo xan interrompidas sem que 68 possa reati-las - as motivacses que desaparecaran ndio poden_ser restabelecidas, nea impostas ~ Marajo @ coisa do passado, sen continuacdo no presente, AEES popular s6 existe como expressao viva e atenu ante, emanada do povo qu @ © cria a representacao de suas verdades co. feita pelo povo, nao @ levada nem feita para ele. ‘pare catecteriza-la. A obra de arte pode ser ada, come pode dei Pode ser obra de um sd artista, como co de seus aprendizes = Contanto que cxpresse ¢ transaita @ G ou a visio coletivay @m@Gamum, € que como tal @ coletividade nela se € se reconheca. Ja vimes que entt 'por “arte popular” a menifestacio musical, fou plastica, que te ou seja considerada patrinéaio do povo ‘nacional ou regional. Através de una tecni comunidade ou regiao como a coramica de projegao sentimental do povo, ou a m conpartanento » como samba mo Brasil co tango na Ar. um de seus car: @ arte popular exprinc um conteiido comum to hunano, povo @u parte do povo. Apresenta 2 realidade, ou a ida por um grupo, assim como a atitude, o conportamento, 0s ste cn reiacio aguella, realidade ou verdade. f adstrita ao ru gaia, conc realidade e como sua exprescao et arte. Alauén con jes © sontimentos @ os traduz en obra de arte. Esse alguien © jin. Mas sua individuelidade se dilui na realidade cn que esti itado como parte ite do grupo. E na obra de arte que pro 8 08 rio sentimento, mas 9 do grupo a que pertence © a0 qual eG Ligagao entre o artista © o gru Represents, c aud a0 mesmo tenpo seu piiblico, que aubos se arte que produz ¢ tida e recethecid= couo atividele de expres > da coletivicade. Ea arte populzr tanbia o & por ter no povo consunidor. 0 artista representa povo e cria arte que o pro ferenca cssencicl para a arte erudita ou de clite - que é de ¢ Gestina 3 elite social e economics. Que sd cla ten poder econd Biri-la ¢ nivel de erudigas e Sética para aprecia-la. EF tratificagao — classes diferenciadas tanto sensivel a distingio entre os tipos de erte - de clite elite em todos os sentidos acessivel 2 uns poucos. 4 popular con a0 alcence do povo om geral, inelwsive d2 propria clite, que a © <5 no Brasil & 0 melhor mercado consunidor da produ;ao artis }das canadas sociais de baixo nivel econémico. Que disco j4 se cons cientizaram © a cla j dirigen boa parte do que produzen ex objetos pitorexos ou exOtiess. Essa mudanga ou diversificagao do mercado corcuidor, pode influ ir_no carater, na identidade da obra de arte. Pode influir, pote até desvir- tua-la, tormando-a simples producao comercial, e isso acontec> r2aincnte, alguns cases. Nas nao obrigatorianente, nem am sentido geral. Enhora consumi da pela elite, e arte e o artista poden amnter sua integridz ga0 de "popular". Esse meso sucesso comercial produz outro fenémeno - os artistas que obedecem a solucSes formsis, fixas, real ou pretensamente populares, mas que nen senpre o 880, nen pertencen as canadas sociainente ditas populeres. © © caso dos nossos pintores "primitivos" - claro que os princiros "primitives" brasileiros o eram realmente - pintavam ingenuamente, por intwigio, oc sca trabalho destinava-se ao consumo om seu proprio cmeio social, popular. Trans. bordando de seus limites, fizeran sucesso comercial, ganharan mercado mais @ mais anplo. Agradaran 4 propria elite, que os acolheu, e consagrou o género.0 gue levou outros artistas, e auites, a seguir-lhes o cxemplo, produzindo pin tura "primitive" que se tornoe "neds", Excmplo perfeito daquele fendmeno; a 3 temitica, a forma, o processo, emanan das formas autérticas, mas a obra de ar te nao proyan do meio social popular nen a ele se dectina. De uma forma ou de outra, porém, tudo @ arte, seja popular ou de elite, nem ha divisérias nitidas que as separen. Cada obra de arte, cada artista, expressa e tranomite o ref. te a epoca, a visio, a realidade do grupo ou da sociedade a que pertencen e @ que se destinam. Por proximidade e particinaco, es mdangas, a evolugao sdcio-cultu ral refletem-se rapidamente na populagio dos grandes centros. As camacas 30 ciais mais afastadas econémica e culturalmente, as populagdes rurcic, a5 clas ses mais pobres, mais distantes, na geografia, na cultura e ng cominicagio sen tem essas mudancas ben mais lentanente. Secs efeitos nz criagso extistica de moran a se fazer sentir, e j4 a atingen sem o inpeto inicial. Fubora lento © processo, @ arte populat seapre eezba por reccber e incorporar algun refle: da evolugao da arte erudita ou de elite. % esta por sou turno, samy la, formal ou tecnicamente, consciente ou xa0, mensagens e clenentos 4: te popular. Saudavel intercambio entre parcelas vivas de exprescZo culty: povo em geral. Que se torna evidente ¢ ostensivo @ todo instaate, n2 &: na literatura. E mais sutilmente nas artes plasticas. Sendo do povo ¢ para o povo, = arte popular na_e muitas vezes se corfunde coz o folelore. Pode-se dizer que toda arte f clérica @ popular. Mes nen tode arte popular % fulelérica - 03 sao bom exemplo disso - o "bolcro" mer stpans20 mundial, deram origen a toda usii til de composigoes nacionais, uo Srazil ¢ en varios outros paises. Constituizaxrss scx dvida, ero musical popu, lar, muite apreciado e de difusio nzc‘onal. popular, sen divide, mas sen nenhuma ligacao ou raiz folclérica. De modo geral, no folclor aoa uses © costumes, om geral ou nec'« regioes. “amo diz Edison Carnciro tende-se por popular o que enana dirs trios, dos easpeneses, das ccnedas possibilidade de comando na cocicé lar, @ entretamto conhecido « ce: cia”. igada irtimamente se Ge comunidades a S$ folelévico. En te do povo - dos opera a0, dos grupos sum a sundo do origea pope rele eazoatra ressonan Tho Ergo © pero c Na linguagen corres: © Seam, 8 exprossio arte popular sig~ nifica, realmente, artes plastica: populares. Dostas € qua varor cratar cgora, especificamente sob o ponto de vista foieleriso. Uma des caracto-icticas do folelore $@ anoninato. Na arte foiclérica nso Ls uma sutoria dctermixsd>, os vy va alguéa que produz a obra de arte - "las ccae artista nao © ea =r: cual por, que est imerso no ambiente, cujo ccaporteuento dstermine 0 ce:. li sc treta, de uma influencia, como 2s_d2 escole ou do teupo 6 artista coloc? : us in vengao de aeordo coma tenatica de sue gente. Podenos ciczcr que as wa0e 0 do artista, @ eriacdo @ da coletividaie". Ba conseqlencia a opia d= arte | se diferencia por familia, por comnidede, por tribo, por grupo d2 pcplecao,por regio. Cada qual com seu tipo de arte, pelo qual se iden: io se inter essa nom se pergunta quen, como e por que a preMz, “pois ass 2 terudo = fe zer". As pegas so iguais_ou pareces iguais exbore feitas po tes. Muitas vezes mesmo por varias maos em conjunto, trabalho 4 sao propriaaente copias, mas seguem um padrao de motivos, fat @ mo processo, estabelecidos pela tredicao e confcrmade_pel va. Que nesta encontraran a consagracas e a configuracao <. co. aceitagio coleti fato foleld Nas artes plasticas, mais do que ca quaiqe2r 0! ego fol elérica, ha uma profunda unidade entr2 os clov=atos que usa - material,inatru mentos e ambiente que se impoem 4 scncibilidade do artivta individual. 0 que nao impede que ele faga suas descobertas e as inccrpor2 ao processo d pintura dos bonecos, os olhos de contas, o uso de crinas, bigodes ¢ cabelos de sisal. Muito de acordo com o processo de evolucao geral que se aplica tanto a0 folelore como q todas as manifestagdes humanas. A imaginacao do artista po pular nunca ultrapassa os limites dc que 1hé @ familiar e habitual, em seu am biente. Segundo Franz Boas "a inaginagao do artista popular munca se eleva _a cima do nivel do copista". Pois repete sempre os modelos e formas da tradicao, sendo 2 uniforaidade uma das constentes da arte populer; embora muitas vezes se perceba no trago ou na forma tradicional a sensibilidade particular,indivi dual, de um ou outro autor de personclidade mareante e indisfergavel. Assinan do ou nao sua obra, acaba se distinguindo c ultrapassando os limites de seu meio ambiente. E 6 de Vitalino, bonequeiro ceramista de Caruaru, que se fornou famoso na mo Estado, no Brasil todo, e hoje tem pecas nos gran des museus da Eu alos Unidos. Trabalhava com 2 familia, mulher, fi Ihos, irmios. 12 as formou tradicéo que a familia manten repetindo og modclos que crisu |e gua coletividade aceitou. E sua arte 6 hoje representa tiva de seu meio « de sun regiao. do comportamento humano, constatad2 em suas malti plas manifestagses, © caracteristice ¢ marcante na arte popular.0s mes. mos motives, processos iS, recusrsos, abstragses, defornacces, esto presentes na arte po; undo todo ~ "parecom nascer espontenemento da propria terra, ex cada canto 40 Na comprovagae do que os antropélogos consideran "a monotonia das i@eias primitivas", ideias que correspondem real mente 3s poucas coisas ste essenciais e bésicas no ser tumano. De qual quer nivel de civili: fvidades © formas da noss2 cultura, tmbim na SEEE popular herdamos @ gisticisso dos portugueses, os totens dos africenos,0 ornanental dos in j Dessas herangas verse formando una expressao ©, muitas vezes nfusa mas j4 com varias manifestacoes ben afi em Znbito local Bal, que lentamente se consolida e se caracte E acabara por se ir = impor como brasileira, tao reconhecivel co Iquer outra arte costume, cultura, ecnhecimento decorrido,ad “vivéneia do honan, e transmitido de um para ou , ver fazer e entender a utilidade, o benefl Slendo en cultura falamos ea 2rte; no folclore falar om artesanato. Vale esclerecer e estabe a distingo fund €stre una e outra, de mais 2 mais que tanbén fa s de arte popular. F Sabemos que J na luta pela Da propria sia se vi que 0 artesanate néo 2 dispense, mas la se diferencia Edede que @ utilitsrie. Artesanato € criacao e tradigao aliadas a ou pelo menos uma intensdo de arte ¢ a una boa dose de habilidade © Esses elememtes se conbinam para resultar em “utilidades” de apli cagdo, uso e inter idede, ae do grupo, com ou sea inte’ a0 dé venda ou Iset ra e simplesmente se realize e se de © individue pinta néo para ser til, mas pox ° impulso intimo, , gosta ou se expressa na pintura. Pinta porque ten de pintar, Se Do mesmo modo faz miisiea ou escultura cu cerami, ca cu o que for, per imposicac Intima, nata, por vocagao- Tudo € a9 mesmo tempo fruto e semente, resultante e cruponente, e se englooa na cultura, ou melhor, nas culturas. Dei termos arte erudita ou oft ciel aprendida © ensinada nas escolas © academias, e erte popular, esponténea, intuitiva e livre, feita pelo e para o pove. E ainda, dentro desta, a folclo rica, calcadas nos moldes da tradigao e da aceitagao coletiva. Cabe tanbam re conhecer ¢ distinguir = presenga da arte popular nas nenifestagdes folclorias, no artesanato em sua mites formas, no ex-votos pintados ou esculpides, nas pinturas e detalhes ornamentais de casas, latares, capclas; nas representigors, cenrios, trajes, presépios, bandeiras, bonecos, etc. Desde que expresse a sensibilidade do autor, que satisfaca ou desperte a alheia, a transita a 0 inerente a toda obra de arte. Bastariam os pintores de ex-votos e os cere mistas como Vitalino para impor esse reconhecimento da Presenga da arte popu lar conjungada a fenduenos e atividades intrinsecamente folcléricas .Conjugads, convergente, mas distinta, independente e facultativa. Ha pintores ¢ esculto- Fes que sao artistas auténticos, vigorosos, inconfundiveis. E outros que ape- nas pintam ex-votos ou fazem bonecos de barro seguindo modelos permanentes e coletivos. Critério e gabarito de reconhecimento e avaliacéo que se aplicam a qualquer arte, as plasticas como a misica e a poesia e distinguen o artista do eriador do herdeiro de tradigdes, o poeta do versejador. Existe o artista popular, que produz Arte popular em que © povo ge encontra @ Se Feconhece. Existe, mas na vivéncia do cotidiano, sua atuagao @ xecinente a de attesao ~ artista que trabalha en qualquer trabalho, pare ga har a vida e manter @ familia e que se ocupa de sua arte nos momentos de for 8, no desemprego, na entre safra, ou na velhice. Sozinho ou com ajuda de fe= miliares, quando pode © como pode. Con um minino de instrunentos ou ferramen~ tas, muites vezes de sua propria criagdo e inprovisacao. Ja sabemos que os temas e modelos ihe vam de seu proprio grupo social e que 86 inova, ou precisa inovar, por imposicao da dinamica da evolu- gao dos costumes, ou pelas influéncias que dai resulten. Portanto, a origine- lidade néo € meta nem preocupagao que o atinj A gratuidade existe para o artista, que em sua arte so realiza, mas no para 6 #40 ou para o artesdo-artista, Ele também se satisfaz na li tha de graca @ que transmite as pegas que produz. Mas 0 povo néo faz nada sen final 98 motivo. Assim, o trabalho quase sempre @ encomenda, vi sa um mercado eonkecido e calculado. # normal que preencha e satisfaca fungoes sociais precisas © determinadas, mesmo que nao produza utilidades propriamen— te ditas, como mo Gaso das esculturas em ceramica, que representam a arte mais consideravel da produgao dos artistas populares. Vendida em feiras e mercados, logo_assumira sua fungao, enfeitando casas, lojas, bares, clubes, locais de oracao. “© Realmente os artistas populares manifestam clara preferéncia pe~ 1a escultura. Ea Barro, madeira, pedra, guarana, ferro, chifre, cocos, cera. , Pano, miolo de pao, palha, raizes, ua variedade de materiais isolados ou com: binados entre si, o hones do povo modela, talha, esculpe, forma figuras sedis tingdo de regioes ou de gonas, "seus motivos abarcan os reinos da natureza, 6 universo humsno no eontexto local, o culto aos mortos e is atividades, 0 ‘mun do da fantasia, a diversao © edificacao das criancas, Na maioria das vezes a escultura exprime-se em figuras independentes; em outras enfeita objetos como 98 cocos de cachaga do Nordeste ou as fornalhas de cachimbos de Goiania e de Cameta, ornadas de caras em alto e baixo relevo". 4 escultura popular no Brasil foi de inicio e por muito tempo pre ferencialmente religiosa. Havia santeiros artifices, sim. Mas as belas imagens que vinham do Reino, além de inspirar devogao motivaran uma intensa atividade artistica, nao apenas popular mas folclorica. Sao Benedito, Santo Onofre, San to Antonio, Sao Jorge, Cosme e Damiao, Nosea Senhora da Conceicao, e mais al guns muito anados, foram e so ainda apresentados por imagens realmente popu lares, risticas, ingénuas, frequentemente lindas de pureza e simplicidade. 0 Presepe, presépio ou lapinha, € outro grande motivador da escultura popular lapas, anjos, reis magos, a Sagrada Fon{lia, pastores, bichinhos. Tanto os da tradicdo como os da lenda e da imaginagao dos artistas quen’por estima desejan que participen da cena sagrada. Tén sido e continuan a ser una constante na ing Pitacao folk no Brasil. Tanto quanto os ex-votos, extremamente variados e de intensa car ga de expressao. Segundo Luis Sala: Neles a arte primitive chega a uma varie= dade infinita de interpretagoes plasticas, porque, se o esquena & fixo, sua in terpretacao pode variar de modo absolutanente ilimitado, com un nimero tam bém ilimitade de formas” 0 eevoto ou milagre @ hoje especialmente um costume nordestino£om Plexo quanto as causas, i escolha de materiais, ao local da oferenda: ja nao apenas as igrejas, como antes, mas os cruzeiros e oratorios de beira de estra da, Nao somente loceis de devogao, mas que marcam acontecimentos dranaticos « extraordinarios, "cruzeiros de acontecidos". 0s mais comuns sao as cabecas,em geral sumarias, sen marcas dag graces recebidas. Segundo a crenga, represertem Wortos para quem se pede oragao ou a boa vontade de Deu = Algumas raras ve zes essas cabecas aprenentan calombos, coxtes,S1hoe ‘Sfetados, tunores," bééio que explican as promessas. Em geral, porém, sao tao senelhantes entre si que @ representacao da graca @ apenas simbolica. Menbros e partes do corpo sao mais descritivos e eloqlentes, commar gas de tinta, ferimentos na madeira, hérnias, barriga-d'agua, aleijoes,e ou tros males, apresentados no corpo do "milagre", assim como cortes cirdrgicos indicaéos por tracos vermelhos. 0s ex-votos de corpo inteiro sao raros. Luis Saia, refere dois, encontrados nos cruzelros de Menina e Honte Tabor, na Pa. raiba. "Cruzeiro" e"santa cruz" ou "craz das almas” sao heranga européia ibérica. Mas nao se pode desconhecer o reforgo que a eles trouxeram os costu mes afros de culto aos mortos. 0s poves primitivos tém sempre uma explicacio magica para tudo 0 que acontece: @ morte tem sempre um motivo, nunca @ natural. Ja os povos mes tigados aceitam mortes naturais, mas sempre as mortes violentas sao vistas de modo especial - © morto torna~se alma penada, maléfica e denoniaca, dedicada 4 pratica do mal. A menos que seja preso, anarsado, agradado para que se tor- ne amigo, protetor @ benéfico, pois pode tanbem fazer o ben, se assim quiser. Em auitos povos civilizados a andlise de sobrevivéncias culturais e videncia residuos dessas erengas. Que se confirman no Brasil, especialmente no Nordeste, no costume dos cruzeiros e ex-votos. Das formas de escultura populer no Brasil, porém, talvez e mais ex pressiva e importante em termos de beleza e imaginagao seja a das "carrancas” Figuras de proa das barcagas © canoas do Rio Séo Francisco, entalhadas ex ma deira, pintadas em cores vivas. Anjos, gente, antropomorfas, zoonorfas,sempre elemento de lendas, sao a mais ousada e livre concepcao da fole-escultura b sileira. Pena que o uso de motores e a substituicao das embarcagoes tradicio nais por barcos modernos as tenham feito quase desaparecer. £ una elegria sabermos que atualmente, apesar dos motores, e por a Preco as tradicdes ¢ valores regionais, estao voltando a ins>irar nova gerqao de escultores que seguen o caminho, reproduzem e continuam a obra de seus maio res. Al@a_dos esculpidos, ha tanbém "ex-votos" "milagres" ou "promessa: em representacao por desenho ou pintura. Quadros ou pedagosade papel, cartoli na, seda, madeira, em que algum artista, por encomenda, retrata o mais fieen te possivel a cena e a graca recebida. 0 doente agonizante visitado pelo san, to invocado, o navio que afunda na tenpestade ou bate no rochedo e o milagre da salvagao do naufrago que apela aos céus, o desastre de trem ou automovel, assalto, a enboscada do inimigo, o coice e a queda do cavalo, o ataque do bot ou do cao feroz, o bote da serpente. E sempre, acima da vitina, salvando-o e atendendo a seu apelo, a figura santa a quem s¢ apela no momento de aflic Esse costume dos milagres pintados ou dedenhados 1 éifbém nos veio de Portugal. Isso se deduz dos exemplates encontrados na area de mineracao a pa tir de Parati, deixados pela leva de protugueses que nos fins dp sée, XVII £1 atraida ao Brasil pela descoberta de ouro e diamantes. No ex-voto pintado g: ralmente se completa a cena com 0 nome, local c descricéo eserita da graca pe éida e alcancada, Alem dessa finalidade, & restrito o uso da pintura e do desenho na 7 arte popular e especialmente na folclorica. Tex emprego na literatura de cor, del, nos cartazes e aniincios de festas e espetaculos, nas bandeiras de santos, nos riscos de bordados, e mais importantes, nas paredes das casas mais prospe ras e dos oratérios ¢ capelas do interior. Sem finalidade utilitaria, como pu Ya manifestagdo de arte, sempre foi raro. # relativamente recente seu desenvd, vimento, enbora merecessem atengao uns poucos pintores espalhados esparsancn= te pelo Pais. sé hé bem pouco tempo alguns deles estado realmente se destacan- do e se tornando conhecidos além de seus proprios rincoes. ‘A gravura, a ben dizer, = xilogravura, feite rusticamente en madei ra, ten emprego senethante, poren mais reduzido 2inda. Realmente, seu melhor campo de atuagao € 2 literatura de cordel, com algumzs manifestacées om carta zes ¢ aniineios, em eevotos, programas, capas de livros. Bem recente a pu blicagao © divulgscao, geralmente por meios oficiais, de colecoes de gravuras de artistas populares, em sua maior parte nordestinos, que se distinguem pele exceléncia de seu trabalho. Des materiais usados pelos artistas, o barro @ de todos o mais uni versal, acessivel © plastico, e sen divida o mais usado na escultura popular, quer religiosa quer profana. 4 cetamica a arte de todos os povos, todas as civilizegées, em todos 0s tempos. Ne Brasil desenvolveu-se desde 0 inicio da colonizacao,na es, cultura religiosa de imagens e presépios. Depois estendeu-se a outras inten- goes, © aplicouse a bichinhos c figuras de todos os tipos. A ceramica de ar te tem varios centros regionsis importantes, com caracteristicas ja hem defi nidas e identifieaveis, tais como: Teorsei, Tha das Oncas, Barcarenga, Cameta, no Para. Juazeire © Cariri, no Ceara. Caruaru, Goiana, Tracunhaem, om Pernambuco. Caies, mo Rio Grande do Norte. Penedo em Alagoas. Itebaianinha, Lagerto, Propria, Carrapicho, em Sergipe. Maragogipinho, Amargosa, Paripiranga, Rio de Contas, Serrinha,na ery $e, Vitoria Gachoeiro 20 Itapenirim, Mimoso, no Espirito Santo, S80 Jose, ex Sanca Cacarina, 8 ES oo ieee ostaa cate ab tacalisl tanto wOtteats do Rio como en Sao Paulo: Cunha, Taubaté, Apiai, Tatui, Sido Luis, do Paraitings, Sao José dos Campos,*e os do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais. Impossivel € pretensioso cita-los todos, pois alguns nao foran ain da identificados € outros existem que nem sempre se tornam loo conhecidos, A par e muitas vezes similtancos, cxister os focos,ainda mais mmerosos ¢ difun didos por todo o Pais, de ceramica utilitaria@que nem por isso, deixa de rece ber o beneficio da arte ¢ da beleza do ceramista-artista pop: Sao belas pegas, isas ou decoradas com pinturas, com tintas, essencias vege- tais ou barro colorido, que se reproduzem em varios pontos do Brasi panelas, depdsitos, biscoiteiras, vasos, copos, pratos, jarras, cofres, gari fas, tijelas, talhas, alguideres, frigideiras, chaleiras, bules, picaros. Mui, tas antroponorfas, filo ou zoomorfas, harmoniosas, belas pecas de uso diari que alegram e enfeitan os lares, mesmo os mais pobres e simples deste nosso mundo brasileifo. Lado 2 lado com elas, a escultura de imagens ¢ de utensilios em pedra~sabao florescentes en Minas, forma de arte popular ja conpletanent Tepresentativa de una regiao, absolutamente definida como arte popular minci- ra @ brasileira. A cestaria @ outra forma de arte e artesanato ben desenvolvida en tre nds, profundamente marcada pela heranga de nossos indigenas, mestres em tranger 2 enorme variedade de fibras ¢ cipds de nossa flora. A maior parte do produto trancado @ utilitéria, simples e ristica - cestos, jacé, utensilios e armadilhas de caca e pesca, etc. Mesmo nessa categoria, porém, encontra-se uma variedade de produtos de beleza e arte - chapéus, bolsas, cestas finas, cintos, adornos diversos, bringuedos, figuras, redes, tapetes, trancados para cadeiras, até mesuo penei ras que se transformarem en objetos decorativos. Os indigenas enriquecem seus trabalhos com penas, sementes, contas, desenhos e tinturas, obtendo resultaios de extrema beleza. Recentemente, no Piaul e Maranhao, vem-se desenvolvendo um requintado e delicedo artesanato de rendas feitas com fibras de tucum,sisal 2 carnaiiba, empregadas em chapéus, toalhas de mesa, bolsas e cintos de extrema Deleza e fino acabamento. Outros materiais, om menor intensidade e difusdo, inspiran nossos ar tistas e artesaos ~ couro, que se transforma em seles e atreios as vezes rica mente trabalhados; em roupas de vaqueiros, chapéus, casacos. Embolsas six ples ou trabalhadas, en almofadas pintadas ou desenhadas a tinta ou fogo; em cadeiras, malas, camas, risticas mas confortaveis e adequadas ao clima dos ser toes do Norte e Nordeste. E mais, o papel em arte de recortes e colagens,a in finita variedade de conchas transformadas em flores, bichos, joias,objetos de uso ou enfeite; as penas ¢ plumes, naturais ou tingidas; o chifre, as escanas de peixe, os gomos e lascas de banbu, as taizes, o osso admiravelmente escul pido em anéis, pulseiras, berloques e medalhoes. Una infinidade de materiais, imprevisiveis en seu aproveitamento que engloba até o "horrivel artesanato de asa de borboleta" que desagrada a Renato Alncida e a muitos de ns, mas agra- da aos turistas e vira dolar nes lojas de souvenirs. __ _E temos, em termos de difusao geral nacional, o artesanato que ten em @ arte, dos bordados, dos labirintos, dos crivos, e das rendas. A incrivel beleza das rendas do Ceara e de Santa Catarina ~ abencoa- da heranga dos portugueses agorianos, que por si sO bastaria para justificar— Thes a vinda e a presenge mo Brasil. Milagre de agilidade e delicadeza dos bil ros trangando linhas, compondo figuras e teias, marcadas nos piques que se transmitem de geracdo em geraeao como patrinonio de familia. Fazen-thes compa mhia os rendados de linha fina em croché e nhanduti, artesanato herdadoe 2 prendido por ver e ajudar, que atinge o nivel de arte na perfeicao do ponto © do desenho, tradicional € permanente, mas as vezes criado ou inventado. Em ouro nfo, mas em prata tivemos © voltamos a ter uma crescente imaginosa manifestacao de atividade de artistas populares. Mais voltados para @s aderesos e adorns femininos ou para as pecas religiosas do que para os ob jetos e utensilios de luxo, que atingiran seu apogeu nos balangandas e jcias das micamas da Bahia, e hoje retoman a tradigo para enfeitar as morenas bra sileiras. Tudo, por@s, converge para um resultado conjunto que se pode chanar de decoragao ot arte decorative, que encontra e tem enprego no cotidiano © no extraordinario. Na casa e na rue, no teatro, no mamulengo, no_circo, no euto, no reizado, na congada, no pastoril, no divino, no boi-de-mando e no bunba~ meu-boi, nos guerreiros, no cordao~de-bicho, na folia, na marujada, no rancho, no fandango, no maracatu, nas canbinas. No Natal, no Sao Joao, na Senana San ta, no carnaval, no clube de frevo, na escola de samba. Todas as formas de arte ¢ artesanato convergen e se encontram, se auxilian ¢ se completan na de~ coragio. De eltares, capeles, endores, mstros, coretos, varandas, selas, te tos, patedes, lepinhas, circos, mambenbes, pracas de festa, barcos em procis~ so, mesas de doces em casamentos, eniversarios, comenoragoes. De roupas e cha péus, de brincantes, galantes, dangadores, cantadores, om bailes, an apresen~ tages, em folguedos e cortejos, nas festas catdlicas ou de umbanda ¢ candon ble, do Bonfim, do Cirio, da Penha, do Rosario, de Sao Benedito, do Senhor dos Navogantes, de Tenanjé, de So Jorge Ogum, de Cosme e Damiao. : No afoché, no maculelé, no macambique, na congada, no judas,nos ben ditos da Semana Santa, Tudo e de tudo se usa, se motiva, se produz, se Cid, para enfeitar, entelezar, enriquecer, alegrar ¢ justificar a vida, o meio, o ambiente em que vive o povo, popular e anOnimo. Autor, artista e consumidor de todos os bens da arte ou do artesanato, espontaneo, tradicional, comm, ou regional, folclorico ou popular. ‘Hackiot kth eae BIBLIOGRAFTA: Almeida, Renato Amado, Jorge Andrade, Mario Araiijo, Alceu Maynard Barata, Mario Barbalho, Nelson Becker, Neir Maria Berry, Marguerite du Borba Filho, Hermflio Borgnolli, Dinah Brandao, Darvin Burry, Palliser Carneiro, Edison ~ Artes plastices folcléricas. R.B.F. n® 27, maio/agosto, 1970. - Bahia de Todos os Santo3. Sao Paulo,Martins, = Os filhos da Candinha. $.Paulo, Martins,1963 ~ Rendas ¢ Rendeiras do Ceara. In Rev. de Etno @rafia, Porto. Museu de Ftnografia @ Histo- ria, 1964. ~ Folelore Nacional. Séo Paulo, Melhoramentos, 3 - Escorgo do Folelore de uma comunidade. So Paulo, Divisao do Arquivo Historico, 1962. ~ Conceito_e metodologia das artes populares. Cultura T (3), 1949. ~ Brasil Acucareiro. Agosto, 1970. - Rendas, Manual de Tecnologia. 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