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A perfuragao constitui-se na tltima etapa da prospeccao de um poco tubular, quer para hi- drocarbonetos, agua subterranea, minerais, ge- otecnia ou estudos ambientais. Nao obstante os avancados métodos geofisi- cos e geologicos atuais poderem mapear e suge- rir as mais promissoras das locagées, somente a perfuragao do poco revelara se os prognésticos serfio ou no confirmados. Muitas vezes, durante a propria perfura- 40, torna-se dificil a constatagao do potencial do bem prospectado de acordo com o projeto construtivo do pogo. Faz-se necessério iden- tificar os varios tipos de rochas perfuradas e avaliar o significado comercial destas. Os re- sultados obtidos por meio destes procedimen- tos constituem 0 que se denomina, na industria, do petréleo, de avaliagao de uma formacéo. Para que uma avaliagao seja realista, ela deve ser iniciada desde os primeiros metros per- furados do poco e obedecer a duas etapas dis- tintas: 1. Avaliagdo Exploratéria ou Geologica - sub- dividida em duas etapas. A primeira de- las, durante a execucio da operagio de perfuragao, pela andlise ¢ estudo: (a) dos fragmentos triturados pela broca (amostras descontinuas ou de callia); 2 Capitulo Introdugao (b) dos eventuais testemunhos (amostras continuas obtidas com ferramentas especificas de perfuragao); (c) das ocorréncias de extravasdes (kicks ou blowouts) de fluidos intersticiais das camadas perfuradas; (d) das anomalias observadas em detec- tores de gas; e (e) dos eventuais perfis geofisicos reali- zados durante a propria operacao de perfuragao do poco (Measure e Log- ging While Drilling - MWD e LWD). A segunda etapa da avaliagao exploraté- ria € aquela realizada apés o término da perfuragao de cada fase do pogo (antes de ser revestido ou completado, estando, por- tanto, ainda em aberto), pela anélise e es- tudo: (a) da perfilagem geofisica elétrica, acts tica e/ou radioativa; (b) dos testes de formagao (completagao, (c) dos testes de formacao a cabo; e, (d) das amostras laterais (pequenos tes- temunhos perpendiculares & parede do pogo). 26 2. Avaliagdo Explotatéria ou de Produgao - realizada apés 0 pogo ter sido considerado de interesse pela avaliagio exploratoria ¢ completado (ou revestido), pela anélise ¢ estudo: (a) dos perfis geofisicos especificos para pocos ja revestidos; e, (b) dos testes de produgio (ou de longa duragao). Na industria do petrdleo, os métodos de ava- liagao exploratéria, em poco aberto (sem reves- timento), basciam-se na perfilagem geofisica (também denominada Wireline - WL) e nos testes de formagio. Um pogo pode ser comple- tado sem ter sido executado nele um s6 teste de formacao, Todavia, nenhum pogo para produ- 40 de petréleo jamais ser completado ou re- vestido sem que tenha sido perfilado enquanto ainda em aberto, Existe, ha décadas, na industria petrolt- fera, uma tecnologia denominada Measurement While Drilling - MWD, na qual suas ferramen- tas fazem parte integrante da coluna de perfu- racéo. Seus sensores transmitem, em tempo real, para a superficie, dados de pressio, tor- que, velocidade da perfuragao, etc., por meio de pulsos de radiofrequéncia na lama (fluido usado para auxiliar a perfuragdo) ou técnicas assemelhadas, para que se possa fazer um per- feito acompanhamento da operagao de perfu- ragio. Posteriormente, esse sistema de telemetria mostrou a possibilidade de se poder acoplar sensores elétricos, actisticos, radioativos, etc., para realizar avaliagdes petrofisicas, de modo a minimizar os potenciais problemas causados Por invasdes fluidas prejudiciais aos parame- tros a avaliar. Foram, entao, desenvolvidas as ferramentas de Loyying While Drilling - LWD, que visavam originalmente substituir, parcial ou totalmente, as operagdes de perfilagem ge- ofisica (WL) em pogo aberto. Tais ferramen- Capitulo 1, Introdugao tas suportam ambientes hostis aos perfis WL e permitem a tomada de decisdes sem que a pe furagdo seja paralisada. Devido ao fato de a perfilagem LWD ser realizada ao mesmo tempo que a operagao de perfuragao, seus perfis so- frem menos 08 efeitos da invasio do filtrado da lama. Com o sucessivo avango tecnolégico ¢ a acei- tacdo dos resultados pela indéstria, o LWD passou a ser largamente usado, principalmente, nos pogos de alto angulo ou horizontais, bem como naqueles verticais de alto custos ¢ ris- cos empresariais, onde haja a necessidade de prévia avaliagdo do reservatério ou tomada de decisio para redirecionamento. ‘Todos os perfis usados em pogo aberto (WL) esto disponiveis em LWD, sendo que alguns deles foram desenvolvidos somente para tal sis tema. Na industria da 4gua, os métodos de ava- liago exploratoria baseiam-se, na maioria das vezes, no estudo das amostras de calha e, even- tualmente, na perfilagem geofisica. Por outro lado, na avaliagao explotatoria, sempre nos tes- tes de producio ou de bombeamento. Na industria da mineragao, onde as rochas so desprovidas de permoporosidade (rochas cristalinas), os perfis sio usados para o ajudar no posicionamento dos filtros em locais prefe- renciais fraturados e com alta vazio, com a fi- nalidade de rebaixar o nivel freatico e permitir 0 aprofundamento das minas. Programas estatisticos capazes de proporci- onarem definigdes eletrofaciais esto dispont veis, hoje em dia, para melhorar a fase explo- ratoria da mineragdo. 1.1 O Que é Perfil Geofisico de Poco? Em um afloramento observam-se varias ca- racteristicas das rochas: cores, f6sseis, litolo- gias, texturas e estruturas sedimentares, com 11._O Que 6 Perfil Geofisico de Poco? as quais se definem paleocorrentes e ambientes sedimentares. Com tais informagées pode-se inferir a geometria dos corpos sedimentares e proporcionar base geolégica para uma bem su- cedida exploragao mineral. Ao se perfurar um poco tubular para 4gua, petréleo, mineral, estudo ambiental, geotecnia, etc., as rochas, trituradas pela acéo da broca, esfarelam-se em pequenos fragmentos denomi- nados de amostras de calha ou de perfuragao. As amostras de calha, consideradas como 0 primeiro passo da avaliagao, devem ser criter osamente coletadas em intervalos de profund dade estabelecidos pelo projeto de construcao do pogo, para registro estratigrafico e/ou auxi- lio na avaliagao final. Alguns tipos de perfis geolégicos so confec- cionados manualmente durante a propria ope- rago de perfuragio, com base nas amostras de calha. Dados da granulometria, da litologia e da ocorréncia de indicios de hidrocarbonetos, entre outros, sao registrados. ‘A depender da profundidade e das varié- veis hidrodinamicas do fluido de perfuracéo (propriedades tixotropicas, pressio de bom- beio, etc.), podem ocorrer desmoronamentos acima da profundidade da broca, de modo que as amostras de calha nao correspondem exata- mente as profundidades referidas pelo sonda- dor. Para uma perfeita coeréncia das litologias atravessadas com suas respectivas profundida- des, operacées bastante onerosas ¢ demoradas de testemunhagem se fazem necessarias. ‘As rochas podem ser identificadas em fungao de suas propriedades elétricas (condutividade, polarizago induzida, constante diclétrica ou potencial eletroquimico natural, ete.), actisti cas (velocidade de propagagio de ondas elas! cas compressionais ou cisalhantes, em relagio a intervalos verticais das rochas), radioativas (naturais ou induzidas), mecanicas, térmicas, ete. 27 Para a obtengao de tais propriedades, um ou mais sensores so deslocados dentro do poco, por meio de um cabo elétrico, resultando em um registro continuo com a profundidade. No passado, denominava-se, genericamente, perfil elétrico todo e qualquer perfil, indepen- dentemente da propriedade registrada. Entre- tanto, 0 ideal é dizer-se perfil geofisico elétrico, actistico, radioativo, mecanico, térmico, ete., de acordo com o que nele seja registrado. Por definigao, perfil geofisico a representa- cao grafica entre as profundidades e as proprie- dades petrofisicas das rochas atravessadas por um pogo. Para tipo de preciso desejada, os cabos de perfilagem sfo calibrados e monitorados den- tro de um limite maximo de erro da ordem de 1/1000 m. Deste modo, o intérprete de perfis tem a certeza de que seus célculos quantitati- vos, necessarios para a avaliacdo da potencia- lidade comercial de um pogo, correspondem as profundidades registradas. Sao citadas, a seguir, algumas diferengas en- tre os perfis manuais e os geofisicos: 1. Um perfil litolégico manual (confeccio- nado com as amostras de calha) regis- tra propriedades supostamente referidas & profundidade da broca. Muitas vezes, as amostras de camadas consolidadas, admi- tidas como obtidas a determinada profun- didade, pertencem a intervalos superio- res devido a ocorréncia de desmoronamen- tos. Por outro lado, alguns tipos de folhe- Ihos simplesmente so incorporados as la- mas, desaparecendo, ou quase, das amos- tragens; 2. O fator humano é praticamente eliminado na aquisigao dos dados dos perfis geofisi- cos como um todo. Seus sensores regis- tram propriedades das rochas in loco; 3. A descida de um ou mais sensores 6 rea- lizada em um tempo relativamente curto 28 (em média, uma hora para cada 1000 me- tros de pogo). Como varios deles po- dem ser acoplados a uma mesma ferra- menta em uma tinica descida, registra-se, em uma s6 operacéo, um grande mimero de dados; 4. O problema esté na interpretagao a ser re- alizada com tais dados, os quais dependem de intimeros fatores, que vao desde a qua- lidade dos equipamentos de aquisigao, re~ gistro e processamento, do ambiente onde 08 sensores esto imersos (pogo e cireunvi- zinhanga) até a qualificagéo do intérprete. Atribui-se a Einstein a seguinte afirmativa: “Nao existe verdade absoluta quando se trata de interpretagao”. ciéncia-arte. Interpretar é, pois, uma 1.2 Histérico O constante aprimoramento da pesquisa e da lavra do petréleo, por sua importancia no de- senvolvimento tecnoldgico, exigiu, no passado, a partir da descoberta do Coronel Drake, em 1859, técnicas correlatas para maior economia e redugao do custo exploratério. Perfurar pogo tornava-se cada vez mais fé- cil. Dificil era avaliar quais as camadas poten- cialmente produtoras de hidrocarbonetos. As completagdes dos pogos, bem como os testes de formagao para avaliacao da capacidade pro- dutiva das camadas, eram realizadas as cegas, isto é, sem fundamentagao cientifica, apenas com sentimento (achologia). As dez perguntas mais frequentes dos pio- neiros eram 1. Quais so as profundidades do topo e da base da camada de interesse? 2. Qual a sua espessura efetiva? 3. Qual a sua porosidade? Capitulo 1._Introdugéo s Qual a sua permeabilidade? 5. Qual o seu tipo de fluido intersticial: dleo, gés ou Agua? 6. Qual a porcentagem de dleo em relagio & agua? 7. Qual a porcentagem de leo em relagao ao espago poroso (saturagio fluida)? 8. Qual o volume final de 6leo capaz de ser extrafdo da camada? 9. Qual o volume de dleo retido como resfduo na camada? 10. Quando o capital investido comecaré a ser revertido em lucro? Assim vivia a inddstria, até 05/09/1927, quando Henri Doll, Charles Scheibli e Roger Jost, sob 0 comando dos irmaos Conrad e Mar- cel Schlumberger (Allard & Martin, 1977), re- solveram aplicar o método geofisico de eletror- resistividade superficial em um poco explora- tério de petréleo do campo de Pelchebronn (Franca). Os resultados de suas medigées fo- ram desenhados manualmente a cada metro de profundidade. Esse foi o primeiro perfil geo- fisico, de natureza elétrica, realizado em um Pogo. No inicio, a exploracao do petréleo visou so- mente as grandes areas com facil acesso ob- servadas nos mapeamentos gravimétricos e/ou sismicos. A proporgao em que as pesquisas se desenvolviam ¢ tais areas se tornavam cada vez mais escassas, houve a necessidade de se pro- curar 0 petréleo em éreas menores, complexas e de elevado custo operacional. Estudos mais apurados teriam que ser de- senvolvidos por dois motivos: para reaprovei- tamento dos pogos antigos (maduros), porém ainda capazes de produzirem algum petréleo e, para a busca de novos parametros e técnicas para a minimizagao dos custos exploratérios. 1.3,_Correspondéncia entre os Registros e as Propriedades das Rochas A maioria das companhias de perfilagem usa multicabos elétricos para enviar a superficie dados digitalizados na raza0 700 bytes dugao), 200 kilobytes (dipmeter) até 10 me- gabytes (sdnico digital) por metro de poco, para processamento. Fazendo-se uma compa- racio, o perfil que registra todo o trem de uma onda acitstica tem, aproximadamente, a mesma quantidade de dados que se registra em pouco mais de um quilémetro de linha sismica convencional (Schlumberger, 1989) A demanda de novas informagées forgou 0 desenvolvimento de sistemas de telemetria efi- cientes e de sensores capazes de serem com! nados e montados em uma tinica ferramenta, sem interferirem uns nos outros. Para fazer face expansio do mimero de dados proveni- entes dos novos sensores, tornou-se obrigatério o.uso de computadores e de sofisticados progra- mas de aquisigao, processamento ¢ interpreta- gio. Intimeros tipos de perfis so disponibiliza- dos, nos dias atuais, para os mais variados usuérios. Todavia, em que pese a melhoria ocorrida, os prinefpios fisicos que regem os per- fis geofisicos permanecem os mesmos. As ferra- mentas que realizam as aquisigbes das propri- edades elétricas, actisticas e radioativas, conti- nuam com os mesmos arranjos de antigamente, com algumas variagdes em fungdo da neces- sidade de um maior mimero de sensores ou de uma maior resolugo da investigagdo ra- dial/vertical, requeridos pelos processamentos Os princfpios bsicos dos perfis mais usados nas avaliagdes em pogo aberto sero aborda- dos, discutidos e exemplificados, neste livro, 1.3. Correspondéncia entre os Registros e as Propriedades das Rochas Um conjunto de perfis geofisicos, quando em- pregado na avaliagio de um pogo, nao fornece, 29 diretamente, propriedades relevantes na avali- aco do potencial econdmico das camadas, tais, como: porosidade, permeabilidade, salinidade das Aguas intersticiais, teor de argila, satura- cio fluida, etc. Na realidade, tais propriedades sao interpretadas a partir dos sinais registra- dos pelos sensores, em forma de medigées elé- tricas, actisticas, radioativas, mecanicas, tér- micas, ete. Deste modo, a porosidade pode ser inferida a partir das medigdes do tempo gasto para uma onda elastica percorrer um certo intervalo de rocha, ou pela contagem de elétrons ou micleos de hidrogenio, resultantes de um bombardeio artificial de raios gama ou néutrons, respecti- vamente. A salinidade da agua intersticial pode ser in- ferida diretamente, a partir da medida da re- sistividade elétrica de uma amostra coletada durante um teste de formagéo, ou, indireta- mente, pelo registro do potencial eletroquimico que se desenvolve espontaneamente nas rochas, em virtude de elas apresentarem concentra- Ges idnicas (salinidades) diferentes daquelas do fluido de perfuracao (lama). O contetido de argila de uma rocha sedimen- tar pode ser inferido a partir da quantidade maior ou menor do isétopo K*°, elemento ra- dioativo natural e componente essencial dos ar- gilominerais. A resisténcia mecanica de uma camada pode ser inferida a partir do maior ou menor desmo- ronamento da parede do poco em relacdo ao diametro da broca que o perfurou, e assim por diante. Convém lembrar que, na maioria das vezes, 08 perfis geofisicos so os tinicos registros pe- trofisicos de um pogo, principalmente quando nao foram cortados testemunhos por dificulda- des operacionais e/ou econdmicas. Por serem passiveis dle arquivamento perma- nente, em forma de filmes, cOpias impressas ou midia, os perfis funcionam como registros efici- entes e duradouros, podendo, posteriormente, 30, serem reinterpretados & luz de novos conheci- mentos inexistentes na época de sua realizagao. 1.4 Aplicag’o dos Perfis Geofisicos em Poco Aberto Os perfis constituem-se na mais importante ferramenta exploratéria para seus usuarios, proporcionando padres para correlacao entre pocos vizinhos, confeccaio de mapas geolégicos, definicdo da geometria dos corpos e ambientes de sedimentacao. Abaixo sao citadas, resumidamente, algu- mas das principais informagées que podem ser obtidas a partir dos perfis geofisicos: 1. Qualitativos (evidéncias visuais) - litolo- gia, inclusive, identificagao de evaporitos, tipo de fluido, salinidade das aguas inters- ticiais, fraturas, zonas de perda de circu- lagéo, permeabilidade, qualidade das ci- mentagdes, selegio de zonas para canho- neio e produgao de hidrocarbonetos, con- trole das profundidades perfuradas, plane- jamento de testes de avaliagéo, selecdo de zonas para isolamento hidraulico, previsio de presses anormais e escolha de brocas. 2. Quantitativos (evidéncias numéricas) - pessuras das camadas, porosidades, resi tividades, velocidades acisticas, densida- des, constantes eldsticas, permeabilidades, saturagées fluidas, volumes de hidrocarbo- netos méveis, volumes de hidrocarbonetos residuais, percentual de misturas litolgi- cas, contetido radioativo, teor de argila, volumes de petréleo no reservatério, cél- culo da pressdo de poros, medida do di- metro ¢ do volume dos pogos, mergulho das camadas, determinagio da inclinagéo € diregao de pogos. Capitulo 1._Introdugao 1.5 Utilizagao dos Perfis Geofisicos no Petréleo O caleulo do volume total de petréleo que existe dentro dos poros de uma camada re- servatorio (VOR) é feito por meio da seguinte equagao: VOR = Ahd(1 — Sw) (1) sendo: A, a rea, h, a espessura, 9, a porosi- dade e Sy(= 1 — S,), a saturagdo em agua. ‘A Tabela 1.1 exemplifica célculos para a es- timativa de uma reserva de petréleo. Os dados h e ¢ podem ser obtidos com os perfis. J& a area A é, geralmente, fornecida pela sfsmica e/ou mapas geoldgicos. Para se ter um valor real da quantidade a re- cuperar, devemos adicionar os fatores Bo, que transforma o volume de hidrocarboneto exis- tente em subsuperficie no reservatério em vo- Iume correspondente as condigées de superficie e, FR, que corresponde ao volume de hidro- carboneto a ser recuperado em um tanque na, superficie Devido as diferentes condigdes de T e P exis- tentes no reservatério em profundidade e na su- perficie, um barril de petréleo em profundidade (sob compressio, portanto) teré um menor vo- lume ao chegar ao tanque, na superficie, devido 4 presenga de gas em dissolugio. Caso um éleo nao tenha nenhum gés em solucio (0 que ra- ramente acontece), 0 volume que ele ocupara, ainda assim, no tanque, sera menor do que ele ocupava em profundidade, devido unicamente & descompresso do liquide. Por outro lado, e de um modo geral, FR 15% quando o gas esta dissolvido juntamente com 0 petréleo, FR = 30 a 35% quando o gas forma uma capa acima do reservatorio e FR. = 35 a 40% quando o petréleo € expulso do reservatério pelo empuxo da Agua. O questionamento final de uma empresa de petroleo sera: Quanto tempo, apés a desco- 1.6._O Meio Ambiente de uma Ferramenta de Perfilagem 31 Dado Deserigao Resultado % 7 Porosidade 15 % Ang Volume Poroso Drenado | 4,5 x 108 mé | Sw. Saturagao em Agua 25% (1= Su) “|S, = Saturagao de Oleo 75% AhgSo V.0. = Volume Total de Oleo | 3,38 x 10% nv AhSo/ Bo V.0. (im place = V.0. 7 Bo | 2,6 x 10° bbl V.O. Recuperavel V.O. (in place ) x FR 9,09 = 10) Valor da Reserva em US US 100,00 por Barril 9,09 x 10” Valor da Reserva em RS US 1,00 = RS 2,00 1,818 x 107 Tabela 1.1: Exemplo de calculo do VOR. Dados estimados de A, h, ¢ € Sy», considerando-se Bo =1,3e FR = 5%. berta do campo, a empresa terd seu investi- mento de volta, passando, dai em diante, a contabilizar somente lucros? Entenda-se como investimento toda a soma envolvida na pesquisa exploratoria (geolégica € geofisica), aluguel de equipamentos de per- furagdo terrestre ou plataformas, se no mar, equipamentos de completagao, transporte (ou oleodutos), refino, ete. 1.6 O Meio Ambiente de uma Ferramenta de Perfilagem As ferramentas de perfilagem portam miltiplos sensores que so sensibilizados pelas condigdes existentes dentro dos proprios pocos, tais como a sua geometria, as altas temperaturas e pres- sées, os elementos quimicos aditivados as la- mas, além das camadas circunvizinhas (sobre € sotopostas) aquelas que desejamos estabele- cer as propriedades petrofisicas. As camadas permoporosas, por exemplo, recebern também influéncias originadas pela lama e seus compo- nentes. Entretanto, tudo que se deseja para uma 6tima avaliagao sio os registros relativos as propriedades fisicas virgens das camadas (isto 6, aquelas que elas possufam antes de serem perfuradas) ste item sdo considerados os aspectos que envolvem conhecimentos de como e porque po- dem esses elementos, estranhos As rochas, influ- enciar os resultados das leituras dos sensores, 1.6.1 Pressées em Subsuperficie Verticalmente, as rochas ¢ seus fluidos intersti- ciais estao submetidas pressdio devido ao peso das camadas sotopostas, denominada de pres- sdo litostatica. Horizontalmente, tais presses variam em razio de forcas tecténicas, tensio- nais ou compressionais, e pela falta de homo- geneidade da crosta, fraturas, etc. Quando ocorre uma continuidade vertical desde a superficie, os fluidos internos das ca- madas permoporosas dependem do peso dos fluidos acima. Como a densidade dos fluidos é da ordem de 1/3 das rochas, a pressio litosté- tica ¢ cerca de trés vezes a hidrostética. Toda- via, para que ocorram acumulagdes comerciais em reservatérios de petréleo ha a necessidade de uma rocha selante ou capeadora, de modo a inibir tal verticalidade, originando pressdes anormalmente altas (Glover, 2007). A compressio efetuada pela forca litostatica tende a esmagar as rochas, Ela é contraba- langada pela hidrostatica, de forma a originar 32 um terceiro tipo de pressao, a efetiva (também denominada de Pressio Estatica - PE), que 6 igual diferenca entre as duas atuantes. A explotacio de hidrocarbonetos (retirada de fluido) traz como consequéncias a diminui- cdo da pressdo hidrostatica e 0 aumento da pressao efetiva da camada, Com o passar do tempo, iniciam-se esmagamentos e compacta- Ses que complicam a continuagao da extragao. Além da discutida pressio hidrostatica, os fluidos interporosos sofrem também o efeito das pressdes capilares ¢ de empuxos proveni- entes dos aquiferos. 1.6.2 Fluido de Perfuragao (Lama) Uma operagiio de perfuragao exige a presenga de um fluido com caracteristieas capazes de au- xiliar a continuidade do avango até a profundi- dade desejada. Contudo, nao se deve imaginar que tais flui- dos sirvam apenas como um meio para atingir- se, com rapidez e eficiéncia, a profundidade final. Deve-se levar, também, em considera- Go, que dentre as suas mais diversas propri- edades petrofisicas, algumas delas interessam particularmente a avaliagao exploratoria, prin- cipalmente no que diz. respeito aos perfis geo- fisicos. No que se refere aos procedimentos essenci- ais para uma perfeita avaliagao, de modo a pro- porcionar um meio fisico realista para as ope- ragées de perfilagens, é essencial que se mante- nha o fluido de perfuracio dentro dos parame- tros estabelecidos para cada projeto especifico, controlando-se: 1. A reologia necessaria para o transporte do material triturado pela broca até a super- ficie, para andlise litol6gica. Reologia é 0 ramo da mecanica dos fluidos que estuda as propriedades fisicas que influenciam a quantidade de movimento. A propriedade mais conhecida delas 6 a viscosidade. Capitulo 1. Introdugio 2. Os processos de filtracao (visando minimi- zar a invasdo radial das camadas permea- veis pelos sélidos e pela fase continua do fluido) e da espessura do reboco (visando furos calibrados, i.e., sem desmoronamen- tos ou estrangulamentos excessivos). 3. A hidratagdo de argilas expansivas presen- tes. 4. As pressdes de subsuperficie, por meio da densidade adequada a estabilidade do furo. Por suas caracteristicas eletroliticas (solu- g6es salinas), 0 fluido de perfuragdo (lama) ocasiona uma série de disttirbios nos perfis ge- ofisicos e altera a preciso das informagdes que se deseja obter. Essas alteragdes resultam de trés caracteristicas do sistema fluido: volume (ou diametro) do pogo, invasao e resistividade (ou salinidade) da lama. Além dos fatores ambientais citados, acres- centem-se outros responsdveis, em parte, por diversas alterades nos perfis, tais como o re- boco, press4o hidrostatica da lama (PH), pres- sao estatica da formagao (PE), gradiente geo- térmico local (GG), temperatura da lama, ete 1.6.3. Invasao Uma operagdo de perfuragao, para ser bem executada, deve ter uma lama com pressio hi- drostatica (PH) aproximadamente igual a pres- sdo estatica intrinseca das camadas, de modo a contrabalangar a pressio exercida por seus fluidos interporosos (PE). A necessidade da lama é uma exigéncia na- tural para fins de: 1. Preservacdo das segdes nao consolidadas (manutencao das paredes para evitar des- moronamentos). 2. Lubrificagio da broca e demais elementos da coluna de perfuracao e, 1.6._O Meio Ambiente de uma Ferramenta de Perfilagem 3. Permitir quantidade suficiente de amos- tras de calha na superficie para anilise. Por questo de seguranca operacional, ge- neralizou-se que as lamas devem ter PH um pouco acima da PE com a finalidade de eli- minar surgéncias fluidas indesejaveis e perigo- sas (kicks, blowouts, etc.). Em resposta a esse diferencial de pressio, ocorre uma infiltragéo (invasio) da lama através dos canais naturais das camadas permoporosas (capilares ou poros interconectados ¢/ou fraturas). A fase continua da lama (filtrado) adentra os poros das rochas. A descontinua, ou sélida (argilas adicionadas ou incorporadas e aditivos quimicos), ndo penetra com facilidade, a néo ser que tenha tamanho menor que 0s poros ou que ocorra algum mecanismo capaz de distor cer seu formato e comprimi-la entre os graos. A porgao s6lida impermeabiliza gradualmente a parede do pogo na forma de um reboco. ‘Tao logo a broca penetra uma camada per- moporosa inicia-se a invaséo do filtrado, ao tempo em que se depositam as primeiras par- ticulas sélidas nas paredes do poco (reboco) O aumento da espessura do reboco imper- meabiliza e limita a penetragao adicional de filtrado. Todavia, enquanto a coluna de perfu- racdo estiver (ou for colocada) em movimento - como durante as manobras para troca de bro- cas ou limpar o poco para iniciar uma perfila- gem - 0 reboco sofreré raspagens e, por con- sequéncia, novas frentes de invaséo poderao ocorrer. A invasdo tem, portanto, carater di- namico e estatico. A extensao radial (diametro de invasio- Ds), resultante da penetragéo fluida, é uma fungao qualitativa de: 1. Fatores relativos ao pogo/lama - tempo gasto na perfuragéo do pogo, permeabi- lidade do reboco, viscosidade do filtrado e perda de agua da lana; 33 2. Fatores relativos as camadas perfuradas - diferencial de pressiio (PH-PE), permeabi- lidade, litologia e porosidade da camada. Um dos parametros usados pela engenharia de perfuragao para controlar a magnitude da invasio ¢ a medida da perda de 4gua da lama (fluid loss) durante todo o desenrolar da per- furagao do pogo. Para lamas & base de égua, uma amostra é forcada a passar através de um filtro-prensa, sob uma pressio de 100 psi, durante 30 minu- tos. Esse procedimento recupera uma amostra, do filtrado e uma do reboco, cujas resistivida- des séio medidas e anotadas nos cabecalhos dos perfis por exigéncia normativa do API (Ame- rican Petroleum Institute). Igual anotacao € feita para a perda de 4gua da lama e demais caracteristicas. As lamas & base de 6leo sao igualmente ana- lisadas, porém, com uma instrumentagéo espe- cifica, uma vez que seus filtrados, nas condigdes de temperatura da superficie, sio de pequeno volume. 1.6.4 Reboco Nos primeiros pogos perfurados, os fluidos de perfuragao eram constituidos de aguas de rios, lagoas, mangues, entre outros, com adigéo de algum tipo de argila e/ou incorporacdo de par- ticulas resultantes do proprio ato de perfurar. Posteriormente, produtos naturais ou sintéti- cos foram acrescentados para que cada pro- blema operacional que surgisse tivesse uma so- lugio adequada correspondente. Todavia, nem todos os produtos utilizados pela industria do petréleo so adequados a indistria da agua de- vido a possibilidade de ocorréncia de subpro- dutos decomposicionais que possam contami- har os aquifers e/ou o meio ambiente. Os argilominerais, quando secos, apresentam cargas elétricas nas suas super 34 as quais governam suas atividades eletroquimi- cas, conferindo-lhes caracteristicas de atracao e repulsao por moléculas eletricamente nao ba- lanceadas ou fons. Quando em contato com a gna, as cargas periféricas hidratam-se, devido & adsorgao das moléculas bipolares de Agua, (Pereira, 2001). Os fluidos bentoniticos (argilosos), chama- dos de alto teor de s6lidos, tém forte tendéncia a flocular devido A incorporacio de sélidos du- rante a perfuragao, na dependéncia do pH e na possibilidade de contaminacao por Ca e Mg. Os fluidos poliméricos (moléculas alongadas constituidas de cadeias de carbonos com uni- dades menores, idénticas e repetidas) podem ter origem natural on sintética. Quando sinte- ticamente modificados, eles apresentam cargas elétricas periférieas e quando so imersos em gna, solubilizam-se ¢ formam uma estrutura de rede microse6pica capaz de gerar a caracte- ristica de viscosidade e, ainda, serem conduto- res elétricos, isto 6, apresentam caracteristicas similares as argilas (Nery ¢ Macari, 2004). Os fluidos poliméricos, com teores de s6lidos menores que 5%, inibem o processo de flocu- lagio pela minimizagao do problema da circu- lagio de agua e do reboco - tal como obser- vado nos fluidos bentoniticos - e formam rebo- cos mais finos nas paredes dos pogos. Na Figura 1.1, observa-se que 0 reboco das lamas bentoniticas tende a penetrar mais pro- fundamente nas camadas, enquanto os polimé- ricos nao. Esse fato é um diferencial a ser ana- lisado com mais cuidado quando se avaliam os perfis em pogos com um ou outro tipo de lama. 6.5 Geometria do Poco Ao, a constante movimenta- Capitulo 1. Introdugao Polim Bentonitico ico Figura 1.1: Exemplo de rebocos de fluidos. Adaptada de Reid (2000) priedades fisicas e/ou mecanicas, mantendo ou no o diametro nominal da broca usada. Nos caledrios (duros ¢ compactos), as pare- des do pogo permanecem, aproximadamente, com o mesmo diametro da broca. Os folhe- Ihos, de tendéncia laminar, fissil e quebradica, desmoronam e aumentam o diametro do poco. Nos arenitos, a permoporosidade favorece a penetragao do finido de perfuracao com a ocor- réncia de um depésito de crosta de particulas s6lidas (reboco) nas paredes laterais, reduzindo 0 diametro do poco. A parte liquida da lama (filtrado) penetra camada adentro e desloca ra- dialmente parte do fluido original da rocha (in- vasio). Variagdes de tais comportamentos podem ocorrer em fungao das particularidades litope- trofisicas de cada camada ¢ em zonas de alta pressiio (ZPAA), zonas fraturadas e em rochas nao consolidadas 1.6.6 Volume da Lama ou Diametro do Pogo Os graficos de interpretagao (produtos de mo- delamentos analiticos ou matematicos) forne- cidos pelas empresas de perfilagem sao elabo- rados a partir de pocos perfurados com 8 pole- gadas, sob condigdes ideais, em rochas sintéti- 1.6._O Meio Ambiente de uma Ferramenta de Perfilagem cas ou conhecidas. Entretanto, a qualidade e a preciso de tais corregdes diminuem a propor- cao em que aumentam o didmetro do pogo, a. invasao e a espessura do reboco. Nos pogos reais, bruscas variagdes locais em seus didmetros implicam em variagdes nos pa- rametros dos grificos, tornando-os, de certo modo, imprecisos, porém nao irreais e passi- veis de adaptagdes e/ou corregbes. 1.6.7 Zoneamento Fluido Circunvizinho as Paredes do Poco Os canais porosos sao diminutos capilares (ex- ceto em fraturas ou cavidades de origem se- cundaria) que funcionam como filtros, A inva- sao da origem, circunjacente e radialmente a0 poco, a trés zonas de distintas misturas fluidas, conforme ilustra a planta baixa de um poco (Figura 1.2). Figura 1. Poco. Zoneamento Fluido Radial ao Na zona lavada, o fluido interporoso original 6 varrido pelo filtrado. O termo varrido nao significa, necessariamente, que todo o fluido original tenha sido expulso ou substituido pelo filtrado invasor, porquanto depende da quanti- dade de agua retida pelas forcas de adesao e/on tensao superficial da camada invadida. Quanto menor a granulometria, maior a rea de con- tato e maior a quantidade de égua adsorvida Nessa zona, 0 filtrado coexiste em difusio com a Agua retida (residual) e, se ocorrer, também com os hidrocarbonetos residuais, ‘A zona invadida é de natureza transicional ‘ou de coexisténcia temporaria de fluidos (fil- trado, hidrocarbonetos e Agua da formagao ir- redutivel e/ou livre). O fluido presente tende a ser uma mistura entre 0 filtrado e a agua da formagao. ‘A zona verdadeira ou virgem nao sofre per- turbagiio ou contaminagao do filtrado e pre- serva todos os fluidos em sua proporcao volu- métrica original. O reboco da lama ¢ constituido de particulas solidas e Iiquido, e toma um aspecto de folhe- Iho (inclusive, em termos de propriedades elé- tricas). Assim, ndo é admissivel se dizer que, quanto mais espesso 0 reboco, mais permeavel a camada. As varias manobras para troca de brocas, efetuadas durante a perfuragio, podem raspar um reboco jé formado e favorecer no- vas frentes de invaséo, muito embora 0 reboco possa permanecer fino. contato entre as trés zonas fluidas nao é brusco como aparenta ser na Figura 1.2, mas sim transicional devido a capilaridade. Com o devido tempo, a zona invadida tendera a desa- parecer. 1.6.8 Zoneamento Fluide em Fungao do Tipo de Lama A profundidade de invasao, ou 0 diametro da invasao (Dj), depende, qualitativamente, da permeabilidade (capilaridade) das camadas. As Figuras 1.3 e 1.4 esquematizam as quatro situagdes das zonas radiais em funcao do tipo 36 ___ Capitulo 1._Introdugao Formacao com agua Formagao com hidrocarbonetos Hidrocarboneto ey da formagao ed de agua ead ed Ceti) Parede do poco 2 g 3 a 8 3 3 ca Agua da formacdo « a >< > « >< > Zona Zona Zona Zona Zona Zona lavada de transi¢ao virgem lavada de transi¢do virgem <> Zona invadida Zona invadida > > Distancia da parede do poco Distancia da parede do pogo Figura 1.3: Perfis de invasio para um fluido de perfuracao a base de agua. Adaptada de Glover (2007). Formagao com agua Formacao com hidrocarbonetos Te Co True ery de dleo Hidrocarboneto ee da formagao ed Parede do poco Parede do pogo Agua da formagao < >< > < > < >< ee > Zona Zona Zona Zona Zona Zona lavada de transi¢ao virgem lavada de transigao virgem <_—____—> —___> Zona invadida Zona invadida > > Distancia da parede do pogo Distancia da parede do pogo Figura 1.4: Perfis de invasao para um fluido de perfuracao a base de leo, Adaptada de Glover (2007). de lama usada na perfurago e do tipo de fluido mente toda a gua original existente na presente na camada, zona lavada da camada permoporosa. Camada aquifera perfurada com lama A base de Agua: o filtrado desloca pratica- Camada contendo petréleo perfurada com 1.7._Uma Operagao de Perfilagem lama a base de Agua: o filtrado desloca tanto a Agua da formagao como algum pe- tréleo presente nas proximidades das pare- des do poco. Permanecem, todavia, como finidos residuais a agna ¢ 0 leo. * Camada aquifera perfurada com lama a base de élco, 0 filtrado movimenta-se de- vido ao diferencial de pressio e desloca grande parte da agua da formagao. ¢ Camada contendo petréleo perfurada com lama A base de dleo: 0 filtrado desloca parcialmente a agua da formacéo e parte do petréleo presente nas proximidades das paredes do poco. 1.6.9 Salinidade ou Resistividade da Lama © movimento aleatério dos fons (browniano), em uma solucao, é 0 responsavel pela conducao da corrente elétrica. A lama contém elementos solidos condutores (argilas) e apresenta propri- edades elétricas, assim como as solugées. Denomina-se Rm a resistividade da lama; Rag, a do filtrado; e, Rme, a do reboco, Resistividades das lamas com os fons mono- valentes Na ¢ Cl guardam as seguintes relagdes empiricas: Rmt = 0,75Rm e Rme = 1,50Rm (Schlumberger, 1989) Todavia, nas lamas A base de KHCO3 ou KCl e outros ions bivalentes, suas proprieda- des fisico-quimicas sofrem sensiveis modifica des e exigem novas relacdes para as interpreta des dos perfis de potencial espontaneo (Lima & Nery, 1999). 1.7. Uma Operagao de Perfilagem Trés fases podem si reconhecidas durante uma. operagao de perfilagem geofisica: aquisicdo, processamento e registro. Uma perfilagem re- quer varios equipamentos, uns localizados na 37 superficie ¢ outros dentro do pogo (downhole tools), em deslocamento ascensional continuo, Figura 1.5: Unidade de Perfilagem - Caminhao Laboratério. O primeiro deles é 0 caminh&o ou unidade de perfilagem (Figura 1.5), onde est& montado um grande tambor contendo 0 cabo de perfila- gem. Este cabo é revestido externamente por duas malhas de fios de aco, dispostas helicoi dalmente e em sentido contrario, uma da outra, para fins de seguranga mecanica e operacional, quanto A tragio e a torgéio. Internamente, ele consiste de sete condutores, perfeitamente iso- lados por teflon ou material equivalente. E por ele que se envia a corrente de alimentagaéo para ‘os sensores, e é ele que traz, para a superficie, os sinais (voltagem, pulsos por segundo, etc.) captados pelos sensores. Uma roldana métrica, calibrada regularmen- te dentro dos padrées internacionais, por onde © cabo de perfilagem se movimenta, denomi- nada de medidor de profundidade ou spooler. Ela destaca-se na traseira do caminhao e é a responsavel pela preciséo das profundidades re- gistradas. Na superficie, dentro do caminhao, estao os computadores e painéis com circuitos eletroe- letronioos de medigao, conversao e registro dos inais provenientes do poco. 38 Capitulo 1. _Introdugio | 7 Interface Medidor do profunddade ‘Sonda de Cabo de Banco eras perfilagem perfilagem de dados ae Figura 1.6: Componentes principais para uma operacao de perfilagem geofisica. A presenga de computadores nas unidades laboratério deve-se a necessidades operacio- nais, tais como: © acelerar e monitorar a operacao; © aumentar a quantidade de combinacées ferramentais possiveis; ¢ diminuir o numero de descidas em um pogo; © facilitar a interpretacio computadorizada, no canteiro de obras; e, liberar o operador da perfilagem das tare- fas cansativas de calibragao e controle das operacées. ‘As unidades de perfilagem também possi- bilitam ver e interpretar um perfil ao mesmo tempo em que a ferramenta obtém as informa- bes no fundo do poco. £ a operagdo em tempo real (real tire), gracas ao uso de monitores oti- cos ou de camaras de raios laser ou catédicos. A Figura 1.6 ilustra os componentes prin- cipais dos equipamentos necessérios a uma operagio de perfilagem geofisica. Por midia, subtende-se toda a paraferndlia usada para transmitir ao cliente, a distancia em suas se- des, as informagoes adquiridas 1.8 A Malha Grafica API As curvas dos perfis so registradas em uma malha quadriculada, seguindo normas do Ins- tituto Americano de Petréleo (API, 1997), pa- dronizada em trés pistas, faixas ou tracks . Cada faixa est dividida em dez pequenas di- es verticais de 1/4 de polegada e tantas horizontais quantas forem necessdrias para a representagio da profundidade do pogo (pés ou metros). A profundidade est impressa em uma estreita faixa localizada entre a primeira ea segunda faixas (Figura 1.7) ‘As escalas de profundidade mais usadas no petrdleo sao as de 1/200 e 1/1000, respectiva- mente, para trabalhos de avaliagao e correla- cao, Na gua subterranea, adota-se a escala 1/500. A primeira faixa é sempre apresentada em escala linear e, de um modo geral, as curvas nela registradas sinalizam informagdes de na- tureza litologica (SP, GR, Caliper, etc) A segunda faixa pode ser apresentada tanto 1.9. Apresentagao Final de um Perfil de Poco Figura 1.7: Curvas de perfis inscritas em malha tipo API. em escala linear como logaritmica. Neste dl- timo caso, as informagées sao de resistividade. A terceira faixa 6 sempre linear e, geral- mente, apresenta as curvas de porosidade. As segunda e terceira faixas podem estar unidas em varios ciclos logaritmicos para a im- pressdo das curvas de resistividade. E conveniente lembrar que os ciclos logarit- micos usados nos perfis de resistividade so ge- ralmente iniciados com miltiplos ou submilti- plos de 2 e eventualmente de 1, de sorte que © primeiro ciclo iniciado em 0,2 termina em 2. Do segundo ciclo em diante, ele se normaliza, mas o iltimo deles sempre termina em 2 ou miltiplos de 2. A Figura 1.7 mostra, na segunda faixa, um grid logaritmico iniciado em 2 e terminando 200 Q.m. _ Existem curvas que sio sempre registradas nda ow nal ea 39 1.9 Apresentagao Final de um Perfil de Pogo Os perfis so apresentados aos usuarios em for- mato gréfico e/ou digitalizados, que podem ser interpretados nas proprias unidades labora- térios ou processados posteriormente em seus computadores. © formato grafico em papel (Figura 1.7), deve estar constituido, segundo a norma API, por quatro partes distintas, cada uma com um_ propésito especifico: 1. Cabegalho - onde sao colocados os dados de propriedade do pogo, das caracteristi- cas gerais da perfuragaio/fiuido e da loca- lizagio geografica; 2. Ficha de Calibragao - onde sa mostradas as evidencias das correspondéncias fisicas entre os valores registrados pelos sensores e os parametros petrofisicos que se deseja. medir; 3. Perfil Propriamente Dito - todo o inter- valo perfilado do pogo com o registro das curvas solicitadas pelo cliente & compa- nhia de perfilagem, e pelo qual ele pagar pelo servigo e, 4. Secdo Repetida - registro adicional de 50 ou 60m do trecho perfilado, geralmente do fundo do pogo, para demonstrar ao cliente uma estimativa da preciso e das toleran- cias da fisica da medigao. As calibracdes das ferramentas de perfila~ gem, realizadas contra padroes normatizados, so baseadas em principios validos para respos- tas lineares, isto 6, sem contar com ocorréncias das contribuigdes eventuais dos muitos e vari- ados componentes eletronicos das ferramentas. Para que ocorra a linearidade requerida pe- los padroes de calibragao, as ferramentas de- dados digitalizados ¢ devern ser cali- 40 bradas periodicamente nas oficinas das empre- sas de perfilagem, bem como antes e apés cada operagao no campo. Aliadas a estes procedimentos operacionais, todas as ferramentas usam componentes de ponta de uso militar (suportam fortes choques e temperaturas entre —55 e 155 °C), tém sol- das em ligas de prata e so testadas quanto a ganhos, desvios, perdas de pulso e sincronis- mos, além de possuirem circuitos internos para, realizarem compensagdes controladas externa- mente pelo operador. Ultrapassadas as tolerancias estabelecidas pelos fabricantes e/ou o API, as ferramentas so retiradas do servigo e submetidas & manu- tengao corretiva, independentemente da vali- dade da preventiva. Por outro lado, os cali- bradores (padrées) sio controlados por orga- nismos independentes, que, no Brasil, so cre- denciados pelo Inmetro. Os dados registrados tanto podem ser entre- ‘gues aos clientes em papel, em midia com todas as curvas ou digitalizados em formatos especi- ais, prontos para uso em microcomputadores ou workstations. Antes de 1961 (introducéo do computador no Dipmeter), todos os perfis eram registrados em filmes fotograficos e copiados em papéis es- pecificos, exigindo espagos e condicées clima- tizadas para armazenamento, Com o tempo, tanto o filme como o papel esmaeciam e per- diam parcial ou totalmente as custosas infor- magées neles contidas. 1.9.1 Formatos dos Arquivos Digitalizados Varios sio os formatos usados pelas diversas companhias de servigos de perfilagem: LIS (Log Interchange Standard) - Desenvol- vido no final de 1970 pela Schlumber ger, tem os dadus arquivados de diferent Maneiras sequenciais. Muito embora nao Capitulo 1. Introdugio adotado por qualquer organismo da classe petroleira, ainda assim, € um formato dos mais usados. DLIS (Digital Log Interchange Standard) - ‘Também conhecido como API Recommen. ded Practice 66. Foi introduzido quando as fitas DAT (Digital Audio Tape) predo- minavam no mercado. Os dados sao mo- delados em formato seriado e sequencial. Antes de 1999, todos os dados digitaliza- dos eram apenas de formato LIS. Apés 1999, eles passaram a ser, predominante- mente, de formato DLIS. BIT (Basic Information Tape) - Desenvolvido nos anos 70 pela Atlas Wireline (atual Ba- ker Atlas). Nao muito usual nos dias atu- ais, porém ainda encontrado na China. ASCII (American Standard Code for Infor- mation Interchange) - E uma categoria ge- ral de arquivo texto, facilmente visualiza- dos pelos usuérios. O mais difundido e usado em microcom- putadores para a realizacdo de calculos répidos € 0 LAS (Log ASCII Standard) desenvolvide pela CWLS (Canadian Well Logging Society). Muito embora diferentes em formatos, eles compartilham algumas caracterfsticas comuns DLIS, LIS e BIT sao arquivos miltiplos que po- dem ser encapsulados ou copiados para discos como um tinico arquivo. Cada arquivo légico dentro do disco 6 aproximadamente compari vel as informacdes contidas em um LAS, Todos 0s formatos so autoexplicativos e suas estrl turas variam de arquivo para arquivo Um exemplo de arquivo LAS pode ser visto ha Tabela 1.2. Neste tipo de arquivo, ocor- rendo alguns valores negativos, tipo 999.99 significa a inexistencia de lei : x le leitur: rofun- didade indicada, “nee 1.11. Desvantagens dos Perfis de Pogos Depth DT. GR 325.0000 -999.99 69.3906 325.2000 120.2891 68.8594 325.4000 123.9570 65.7571 325.6000 124.8074 64.5977 325.8000 123.7019 63.9937 326.0000 123.0977 62.8164 326.2000 129.6836 58.1484 326.4000 127.8789 54.3010 326.6000 127.9219 60.2812 326.8000 124.5234 64.4390 327.0000 132.6328 63.4922 327.2000 129.8164 62.6577 327.4000 127.9712 66.0469 327.6000 128.4243 68.8281 327.8000 124.5859 68.0173 328.0000 128.2148 66.1797 41 ILD 2.3180 2.2629 2.2592 2.2617 2.2491 2.2321 2.2475 2.2657 2.3172 2.2261 2.0752 2.0773, 1.9927 1.9631 1.9466 1.9116 NPHI 38.0798 38.1439 37.6511 38.7573 36.1328 37.2070 44.5694 46.7209 43.2632 41.9769 45.6482 48.7915 46.7041 44.4687 42.6758 42.0898 RHOB 2.1626 2.2021 2.2849 2.2206 2.2275 2.1689 2.0115 1.9714 2.1229, 2.1398 1.9890 1.9269 2.0244 2.2065 2.2657 2.2923, A primeira linha contém a identificagao de cada curva e, nas colunas, os valores amostrados a cada 20 cm de pogo. Tabela 1.2: Exemplo de arquivo LAS. 1.10 Vantagens dos Perfis de Pocos As principais vantagens dos perfis de pogos (WL), em comparagao com demais métodos de avaliagio, so: 1. Cobrem todo o intervalo perfurado. Apresentam erro maximo nas profundida- des da ordem de 0,05%. Registram varias propriedades petrofisicas em uma s6 descida de ferramenta. Realizam amostragens em grande detalhe. A depender do tipo de perfil, uma amostra a cada 6 polegadas ou uma amostra a cada polegada (15 cm a 0,5 cm de pogo). De rapida execugdo. Velocidade de perfi- lagen entre 10 e 75 m/min, . De custo reduzido quando comparado a perfurago do pogo ein si, ou, ainda, de uma testemunhagem continua ou LWD (Logging While Drilling) 1.11 Desvantagens dos Perfis de Pogos Para a sua interpretagio, hé necessidade de um especialista, ou intérprete, que deve ser man- tido em constante reciclagem por seus empre- gadores. Ele deve conhecer, além dos princi- Pios fisicos de cada perfil, como suas ferramen- tas funcionam, ter razoaveis conhecimentos da geologia regional, de petrofisica, etc, aliados a uma boa dose de bom senso, logica e pragma- tismo. Interpretagio € uma ciéncia-arte, na qual nao ha uma verdade absoluta. A experiéncia, bom senso, equipamentos calibrados e conheci- mento geolégico da area devem prevalecer so- 42 bre a escassez de dados adicionais. 1.12 Principais Tipos de Perfis Geofisicos A Lei de Archie (1942) € a maneira mais sim- ples de se entender os procedimentos de uma. avaliagao de pogo, quando realizada por meio dos perfis geofisicos aRy =(1-S,) org = AS) (1.2) st Essa lei foi o ponto de partida para toda a técnica da perfilagem, muito embora ela so- mente deva ser aplicada para camadas sem graos condutores (minerais metalicos ou n&o argilosos) e com Agua intersticial em torno de 10000 ppm. Pelo que se pode observar, a aplicagdo dessa lei necesita, no minimo, da determinagéo de quatro constantes (denominadas na técnica da perfilagem de pardmetros - a, m, ne Ry), es pecificas para cada tipo de formagio, cada tipo de ambiente deposicional, etc., e de duas varia- veis (denominadas dados - R; e ¢), registradas a cada profundidade. Os parimetros a, m en deverao resultar, preferentemente, de testes laboratoriais em tes- temunhos ou amostras laterais, da experiéncia da rea ou, eventualmente, dos préprios perfis, desde que de boa qualidade. A resistividade da agua da formagéo Ry pode ser calculada a partir da curva do Po- tencial Espontaneo (SP), pelo método do Rwa Minimo, pelos procedimentos graficos denomi- nados cross-plots, ou de medidas diretas da re- sistividade de Aguas recuperadas em teste de formagao ou de produgao. A resistividade da zona virgem da camada (Ri) pode ser obtida com os perfis que fazem leituras profundas de resistividade (indugao, lateroperfis e seus sticessores com registro de miltiplas resistividades). Capitulo 1. Introdugéo A porosidade (@) pode ser obtida a partir dos principais perfis exploratérios, denomina- dos Sénico, Densidade e Neutrdnicos. Dessa maneira, 0 mais simples dos progra- mas de perfilagem, para a determinagao da saturagio de 4gua em uma camada (Sw), e, por diferenga, a satnragio em hidrocarbone- tos (Sp = 1 — Sw), deve constar de um per- fil de resistividade profunda, do tipo (ILD; LLD) e, pelo menos um de porosidade (DT; RHOB; NPHI) conforme ilustra a Tabela 1.2. Entretanto, devido complexidade de alguns reservatérios e as limitagdes dos diversos ti- pos de perfis, hé sempre a necessidade de uma maior quantidade de curvas para que se obte- nha uma redundancia 6tima de valores e uma maior aproximago da realidade da rocha. Ra- za0 pela qual, so corridos, geralmente, trés tipos de perfis de porosidade. 1.13 Questionario 1. O que é Perfilagem Geofisica de Pogo? 2. Quais os equipamentos mfnimos de super- ficie e downhole necessarios para a reali- zagao de uma operagio de perfilagem? 3. Qual a peca responsavel pela exatidio de profundidade durante uma perfilagem? 4. Por que se diz que a disciplina Perfilagem Geofisica 6 multidisciplinar? 5. O que é fluido de perfuragao (lama) como ele contribui para a avaliagio de for- magio? 6. Citar trés vantagens e trés desvantagens dos perfis geofisicos. 7. De acordo com a API Recommended Pra- tice 31A de 1997, uma c6pia em papel de um perfil de pogo deve ser apresentada ao cliente dividida em quatro partes. Qual a razio da exigéncia de cada uma delas? Referéncias 43 Data [CE] Rut. | Ca [Mg [Na [ K [ Cl [ 804 | HCOs [ COs [NOs | ppm | Rw 11/93 | 300 T3337 | ou, Oo] 0] | | W | a [7 si [23s os fo | 0 fin] a [ a [as 213 [46.9 [28 [36 [0 | 0 | 153 [30 18 18 [78 615 [16.2 [36 fief 0 | 0 [300] 7 | 20 | 20 | 69 1514 | 6,6 | 40 [510 | 780 | 13 | 1120 [80 32 32_ | 0,75 02/00 | 1810 [5,5 | 162 | 448 | 690 [17,5 [1200 [107.5 | 26 | 26 | 0 _| Tabela 1.3: Anélises hidroquimicas das 4guas de um pogo no tempo. 8. O que 6 um arquivo *.LAS (ASCII - American Standard Code for Information Interchange) e para que ele serve? Exemplifique uma calibragao ferramental qualquer. 10. Uma gua de formagio tem resistividade Ry = 0,15 2.m @ 80°F. Qual é a sua salinidade em ppm equivalentes a NaCl? Quais so as resistividades dessa agua nas seguintes temperaturas? Rw @ 100°F Rw @ 180°F Rw @250°F 11. Qual a resistividade Ro de um arenito com graos subarredondados, isento de minerais, de argila (Vn = 0) e/ou minerais condu- tores. com porosidade = 21,5% e saturado com Agua de 25550 ppm de NaCl @ 80°F? Se este mesmo arenito tivesse seus graos com 0 formato placoidal, o que aconteceria com a sua resistividade Ro? Seria igual ou diferente? Por qué? 12. 13. Quais sero respectivamente as resistivi- dades Ry das rochas citadas nos itens 11 € 12, caso clas tivessem 32,5% de porosi- dade? 14. ir uma rocha com saturagao em gua (So) igual a 100%? 15. Qual a temperatura extrapolada (BH- Text) de um pogo de 3250 m de profundi- 16. 1. 18. dade, que antes de ser perfilado foi cir- culado para limpeza durante um tempo t=4 horas? Apés a parada da circulacao, cada um dos cinco perfis atingiu 0 fundo do poco com tempos de Ats = 2, 5, 8, 11 ¢ 16 horas, ¢ registraram as temperaturas méaximas de: 207, 211, 214, 216 e 217°F, respectivamente. Qual é 0 Gradiente Geotérmico (GG) deste poco, sabendo-se que a temperatura média da superficie (Tgup) da area onde o pogo esta localizado é de 83°F? Qual é a temperatura da formagéo (FT) na profundidade de 2500 m? Estude a Tabela 1.3, resultante da ané- lise hidroquimica de um pogo onde foram observadas variagdes da concentragao i6- nica (em ppm) com o tempo, e determine suas respectivas salinidades equivalentes a NaCl. Observagées: C.E. = Condutivi- dade do Laboratorio em pS/em @ 75°F Rut, (inversio da medida do laboratério) e Ry (calculada com o ppm NaCl) expressas em Q.m @ 75°F, Qual a correlacdo entre Rut, € Ry? Explicar as possiveis diferen- as entre ambos os valores. Referéncias Allard, L. & Martin, M., 1977 - Schlumber- ger, the history of a technique. New York, John Wiley Sons.

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