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Paulo Nader atmmeys teeter Estudo do Direito pe ON sora empenharam seus melhores esforcos para a ro 0 2 editora goa no texto estejam om eccrdo com case"! Gu ns ° deste i oe foram suisizedss Pat autor a 8 data de fechamet * informants picars0. © ‘evolugtio das 3, 08 alualizagbes fen) pb opoce tendo em Conte ee i cosutanie (00 Go oven informagans tas, da " lv. Eroguiamen mos toi Entretigmentares GOTTEN TAs enfaticamente que 08 leilores. consutlon "os re cortificarem de que as informag6es contidas no toys ‘anaan © foto ae isk 0 os ianas a ¢ corstjgnas, modo Fea nas rocomendagles ou na ogislapao Teaser Fechamento dest : uadamente e dar 0 devido crédito a : enaen pa ie utlizado neste livro, dispondo-se a poco’ ° ‘Autor jreitos autora wala ment identificagéo de al Siveig #2 do direitos Sutera oh @ involuntariamente, a Identi gum deles tery, detente caso, inadvertida I do GEN | Grupo Editorial Nacional pea o Ouvidor, 11 ~ Térreo e 6° andar ie de Janeiro - RJ — 20040-040 be wor grupogen.com. i volume, no todo o it ida a duplicagdo ou reproducao deste ou 1 Reservados todos Toe Sacer meios (oerrico, mecdnico, gravarso, {ototpa, 2 isso, por escrito, litora Forense Ltda. i tros), sem permissao, distibuigo pela Internet ou out 5 1 edigdo - 1980 44" edigao - 2022 = Capa: Aurélio Corréa = CIP ~ BRASIL. CATALOGAGAO NA FONTE. SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ. Ni Nader, Paulo j : woteto 20 esto do dio / Paulo Neder. ~ 44, ed, — Rio de Janeiro: Forense, 2022. Indu bibiogratiae Indice ISBN 678-65596.42734 1. Direito ~ Estudo @ ensino, 2. Ciencias, Juridic ani leas. 3. Conceitos. |. Titulo, ~ Capitulo 5 - INSTRUMENTOS DE CONTROLE SOCIAL Sumério: 14. Consideracées Prévias, Técnicas, 16. Direito Religiao, Regras de Trato Social 15. Normas Eticas e Normas 17, Direito e Moral. 18, © Direito e as 14, CONSIDERACOES PREVIAS O Direito nao € o tnico instrumento res cial. A Moral, Religiéo e Regras de Trato Social sio Outros processos normativos que condicionam a vivéncia do homem na sociedade. De todos, porém, o Direito é 0 que possui maior pretensdo de efetividade, pois nao se limita a descrever os modelos de conduta social, simplesmente sugerindo ou aconselhando. A coagao ~ forca a servico do Direito - € um de seus elementos e inexistente nos setores da Moral, Regras de Trato Social e Religiao. Para que a sociedade ofereca um ambiente incentivador ao telacionamento entre os homens é fundamental a Participagao e colabora¢ao desses diversos instrumentos de controle social. Se os contatos sociais se fizessem exclusiva mente sob a pressio dos mandamentos juridicos, a socialidade nao se desenvolveria naturalmente, mas sob a influéncia dos valores de existéncia. Os negécios humanos, Por sua vez, atingiriam limites de menos expressao. A convivéncia nao existiria como um valor em si mesma, pois teria um significado restrito de meio. O mundo primitivo nao distinguiu as diversas espécies de ordenamentos sociais. O Direito absorvia questées afetas ao plano da consciéncia, prépria da Moral ¢ da Rigo, e assuntos nao pertinentes a disciplina e equilfbrio da sociedade, identifica- dos hoje por usos sociais. Na expresso de Spencer, as diferentes espécies de normas Stcas se achavam em um estado de homogenteidade indefinida e incoerente, Todos es- AsPr0cessos de organizacao social vinham reunidos em um s6 embrido. A partir da Antiguidade clissica, segundo José Mendes, comegout-se a cogitar das aiferenciaoes, Mesmo autor chama a atengao para o fato de que, ainda no presente, os individuos ponsdvel pela harmonia da vida so- a ITO - PAULO NADER todo ‘ o um i da sociedade com? .,js0: as normas reitoras 02 © inal as olham. "os territérios ainda esto prot aiversas das classes meno’ eas $ confuso, homogé io no pedeany can om @ peer oO jurista ¢ rant “hecimento do campo de aplicagao de dor de’ esferas normativas- légico € nec’ oF faixa de ordenamento que i tima a estar cnscio da legit ‘menos social versa, ¢ lim Seexorbitar aleancands FEROS. social. Toda norma juridica uma 9 dentro insramentos controladores © jador deve regulamentar 0 28 Oe través dos liberdade individ Ge realizar os fins reservados 20 Direito: seg da estrita n } incipi justi S s finalida- eit: ee que se demarque 0 territério do Jus, de acordo Co ador ndd : ieee ergo reservadas na dinamica social. O contrario, com © ee a ear = ae aberio para dirigir inteiramente a vida humana, seria fazer via alanbaine came ento de opressio, em vez de meio de libertaca& O Direito seria a méquina in 7 i ; 4a despersonalizacio do homem. Se nao houvesse um Tt) de acao como do qual ¢ ilegitimo dispors se todo e qualquer compor tamento ou atitude tivesse de seguir os parametros da lei, o homem seria um robot, sua vida estaria integral- mente programada e nao teria q 1 3 nTRODUGAO AO sTUDO DO DI aalquer poder de criagio (v. item 17, minimo ético). 15, NORMAS ETICAS E NORMAS TECNICAS A atividade humana, além de subordinar-se as leis da natureza e conduzir-se conforme as normas éticas, ditadas pelo Direito, Moral, Religiao e Regras de Trato Social, tem necessidade de orientar-se pelas normas técnicas, ao desenvolver o seu trabalho e construir os objetos culturais. Enquanto as normas éticas determinam © agir social e a sua vivéncia j4 constitui um fim, as normas técnicas indicam fér- mulas do fazer e sao apenas meios que capacitam 0 homem a atingir resultados. Estas normas, que alguns preferem denomind-las apenas por regras técnicas, nao constituem deveres, mas possuem o carater de imposi¢ao Aqueles que desejarem ob- ter determinados fins. Sao neutras em relacdo aos valores, pois tanto podem ser em- pregadas para o bem quanto para o mal. Foram definidas por So Tomds de Aquino como “certa ordenagio da razao acerca de is mei como, por quais mi chegaram a seu fim devido"? Een CS Aeaert Para que uma nova i or um ci descoberta cientifica seja acomp: or: d anhada pe res: Pondente avango tecnolégico, o homem tem de estudar as nori utilizadas. Isto se da em relacao aos vé eae aeeran vas é i ios campos de investigacao do i ao Soe testieo da medicina seria ineficaz se, perslelaments; nao eet Fesuledan Pe técnicas assentadas, capazes de, como Meios, h yee s. A concepgao cientifica de novos principios do Direia vere nao pro- duziria resultados sem os cot la técnica jurfdica, que orienta a elal oracao do: se ‘ s contributos da técnica juridica, que orienta a elab. 1s |, tos Mendes, Ensaios de Filosofia do Direto, ‘Apud Federico Tomes Lace ne Dito, Duprat & Cla. S40 Paul, 1903, vol-| p21, educclénal Derecho, ed. La Ley, Buenos Alres, 1969, p, + P.36, 8 . founda Parte Cap.5 « INSTRUMENTOS DE coNTROLE social | 35 16,DIREITO E RELIGIAO 16.1, Aspectos Hist6ricos. Por muito tempo, da historia, Religitio exerceu um dominio absoluto do conhecimento senile Sih Fade Pela fé. As ci explicagoes necessarias, Segundo 0 pensamento da épox ‘ ae acontecimentos terrestres, mas neles interferia Por cavaaee 4 en o, ocorriam fendmenos que afetavam os interesses humanos, Diante das tragédias, yiam-se 08 castigos divinos; com a fartura, via-se 0 premio, ce 0 Direito era considerado como expressio da vontade divina. Em seus ordculos, os sacerdotes recebiam de Deus as leis e os cédigos. Pela versio biblica, Moisés aco- theu das maos de Deus, no Monte Sinai, 0 famoso decalogo, Conservado no museu do Louvre, na Franga, ha um exemplar do Cédigo de Hamurabi (2000 a.C.) esculpido em pedra, que apresenta uma gravura onde aparece o deus Schamasch entregando a legislagao mesopotamica ao Imperador (v, item 120), Nesse largo perfodo de vida da humanidade, em que 0 Direito se achava mergu- Jhado na Religiao, a classe sacerdotal possuia 0 monopdlio do conhecimento jurtdico. ‘As formulas mais simples eram divulgadas entre o povo, mas os casos mais complexos tinham de ser levados a autoridade religiosa. Os textos nao eram divulgados. Durante a dade Média, ficaram famosos os chamados jufzos de Deus, que se fundavam na crenga de que Deus acompanhava os julgamentos ¢ interferia na justica. As decisées ficavam condicionadas a um jogo de sorte e de azar.’ Alaicizagao do Direito recebeu um grande impulso no séc. XVII, através de Hugo Grécio, que pretendeu desvincular de Deus a ideia do Direito Natural. A sintese de seu pensamento estd expressa na frase categérica: “O Direito Natural existirla, mesmo que Deus no existisse ou, existindo, nfo cuidasse dos assun- tos humanos.” O movimento de separagio entre 0 Direito e a Religiio cresceu ao longo do séc, XVIII, especialmente na Franca, nos anos que antecederam a Re- volucio Francesa, Varios institutos jurfdicos se desvincularam da Religiéo, como aassisténcia publica, o ensino, 0 estado civil, Modernamente, os povos adiantados separaram o Estado da Igreja, ficando, cada qual, com o seu ordenamento préprio. Alguns sistemas juridicos, contudo, continuam a ser regidos por livros religiosos, no- tadamente no mundo mugulmano (¥, item 129). Em 1979, 0 Ira restabeleceu a vigéncia do Alcorito, livro da seita iskimica, para disciplinar a vida do seu povo (v, item 120), desde as épocas mais recuadas sobre as coisas humanas, A falta rencas religiosas formulavam as 16.2, Convergéncia e Peculiaridades, Além de abranger uma parte descriti- Va, a Religido é um sistema de principios e preceitos, que visa a realizagio de um valor Supraterreno; a divindade, A sua preocupacio fundamental ¢ orientar os homens na rel Hallo Tornaghi deserve virlas espécles de ordalla ~ do alemo Urtelt sentenga ~ ‘entre as quals a prova da tut, Por ela, “quando alguém fosse morto em rixa, escolhi sote rlxadores, que eram levados A frente de Um alta, Sobre este punham-se duas varinhas, uma das quals marcada com uma cruz, @ ambas envolvidas ¢ pano, Em seguida trava-se uma clas: se sala # que rido tinha marca, era sinal de que o assassino nto éstava entre os sete Se, a0 contrdrto, sala a assinalada, conclula-se que o homicida era um dos presentes, Repetase a experiencia em rela a can um eles até sa vara com aru, que se supuna apontar 0 «timinoso*Unsttulgdes de Processo Penal, 1#ed, Fares, Rilo, 1959, tomo NP. 210). Me istema religioso na INT rma, Um si © 8€ limi, 36 | da felicidade Define © caminho a ser Percorrigg, Dae a ‘agar do Criador a de valores a serem cultivados 6 ef os | a na ese o além ov um @ tal im, 8 *©M pay, ypeleoe se conjunto ético deve ser, forgo, ment ‘ duta bre a cond dispie 8° say te, ee huma fere que a doutrina religions, enlace | infere q 4 a ‘o bem, De onde dat: valioso para a harmonia ¢ 4 benquen® des sn rerpretacio a é imetrusne! para o fato de que a Religiao ¢ «, dog’ eng? acne emarem 8 yt spoe a sociedade’, Anderson ¢ Parker exprtispe " es soca de que diminuem 0 homem e imPedem 0 desen, Poe derasos com moraidade, que is para as pessoas verdadeiramente * ina e ie, sio bee B reife, Néleot Hungra Fakaoug i onal Reli ar ilibri dale & a Shrdaro ema Cts, Religie ¢ Dino, oon equili ropes ig oe cobain 8 import evantes instrumentos no governo social do ho: Fer pre um ds mais relev rande fator de controle enfraquece, a sdosemPtos humans. Se eSSe formas primitivas e antissociais dat" erupamentos homem as form: t ni a, 5 perigo do retrocesso do ho torno ao paganismo social e moral. 6 que arnt o perige queda da civilizacao, 4 seinen Be Ps a ty regressoe igido faz pelos s bon aie z pelas ideias, a religiéo faz pe rém, pressupdem a existéncia de Deus, ‘ far Jo as religides, todas, porém, Ger deca Pos. Deere eS Te computador ou quem fez de erminada ob, cc Te a es tis aa cee Pressupde um ou diversos auton arte mas é um suposto da oUaiesa, com seu mundo formado Por grandes Mata, an dean ° » “a Q F ae aR, Por pessoas naturais, por inumerdveig espécie eos ai ee de Seres aquéticos, nao pressupde a existéncia de tm Criadoy? is i ionais € ore a 3 aa einen de convergéncia entre o Direito ea Religiao. 0 maior deles dig re pias E inquestionavel que a justica, causa final do Direito, inte. pager eee Sei aaaae justica nao € consagrado apenas pelo Ordenamentg wie bes interes pela realizagao da justica apenas dentro de uma equacaa ee qual participa a ideia do bem comum. A Religiao analisa a justica em am. Fito maior, gue envolve os deveres dos homens Para com o Criador, Os dois Proces. i iGdes diversas, 4 j ain Sua generalidade, atinge a liberdade ou o Patriménio, enquanto a | osa limita-se ao plano espiritual, | na concepgao de | essencial ao Direito, nao é necessaria A Religiao. | é Nos revelasse um homo religiosus, esse perso- ‘Tagem, ; pa ' y's Fe) seas i ‘BEM, que se achaya fora do 'm direitos ou deveres Juridicos, ‘gas estruturais entre o Direito ea Religiao, Legaz y Lacambra! 4 alteridade, Rode Sane ea 1993, D.16.To ran + reson et 23 dean de 1943, Pb etc Proferida na Faculdade Catdlicade a legay Lecanby, f iG TM Potitatvedeatnussechare 19 sone de) Derecho, 34 2 yy Bis | ie Segunda Parte + Cap, 5 5 + INSTRUMENTO: 'S DE CONTROLI BSOcIAL | 37 “ia religiose” oO semelhante € visto assim, dentro des ide! algo circunstancial. O que se projeta como fundai versa situagdes em que o homem se encontre. A Rel 0g ‘do homem com Deus. . ‘Asegunda diferenga estrutural apontada pelo autor reside eto tem por meta a seguranga, enquanto a Religigo parte da pr ; atingivel ‘Ao descrever o mistério da vida e da eternidade, int ae inseguranca humana. Entendemos, neste pa Hcullit Gea Sdciseratin ce tomou Por base a correspondeéncia de Caracteres. A seguranca procurada ard nio pada tem a ver com a seguranga questionada pela Religido. A poeta ie alcanga a partir da certeza ordenadora, enquanto a religiosa se refere a eats ica se cendentais (v. item 22). es trans- la perspectiva de anéli anilise, ee €4 pratica do bem, igido, costuma-se dizer, é¢ No fato de que o Di- ‘emissa de que esta é a Religiio revela a fra- 7 DIREITO E MORAL 71. Generalidades. A anélise comparativa entre a ordem moral e a juridica é importante néo apenas quando indica os pontos de distincdo, mas também quando destaca 0s focos de convergéncia. A compreensio cabal do Direito nao pode prescin- dirdo exame dos intricados problemas que esta matéria apresenta. Apesar de antigo, 0 tema oferece aspectos que se renovam e despertam o interesse cientifico dos estudio- sos. Seu estudo Mais aprofundado pertence a disciplina Filosofia do Direito, enquanto 5 trodugéo a0 Estudo do Direito compete estabelecer os lineamentos que envolvem osdois processos normativos. Direito e Moral sao instrumentos de controle social que nao se excluem, antes, se completam e mutuamente se influenciam. Embora cada qual tenha seu objetivo proprio, é indispensével que a andlise cuidadosa do assunto mostre aacao conjunta desses processos, evitando-se colocar um abismo entre 0 Direito ea Moral. Seria um grave erro, portanto, pretender-se a separagio ou o isolamento de ambos, como se fossem sistemas absolutamente auténomos, sem qualquer comuni- cacao, estranhos entre si. O Direito, malgrado distinguir-se cientificamente da Moral, é grandemente influenciado por esta, de quem recebe valiosa substancia. Direito e Moral, afirmou Giorgio del Vecchio, “so conceitos que se distinguem, mas que no se separam’” Tal distingao, contudo, ¢ tarefa das mais dificeis, constituindo-se no “Cabo de Horn’? da Filosofia do Direito, conforme expressao de Ihering. 172. ANog&o da Moral. A pesquisa quanto ao nivel de relacao entre 0 Direito ssenciais destes dois setores da a Moral exige 0 conhecimento prévio das notas es: Bhica, Pelos capitulos anteriores, j4 nos familiarizamos com a ideia do Direito e seus caracteres mais gerais, impée-se, agora, idéntico procedimento quanto A Moral. Esta se identifica, fundamentalmente, com a nogao de bem, que constitui o seu valor. As teorias e discusses filosdficas que se desenvolvem em seu Ambito giram em torno do conceito de bem, Esta é a palavra-chave no campo da Moral e que deflagrou, a0 longo da historia, interminavel diss{dio, que teve inicio na antiga Grécia entre 0s estolco8 © 08 Seguidores de Epicuro, Para 0 estoicismo 0 bem consistia no desprendimento, na Peet ”Maxcinst Maye, Filosofia del Derecho, trad. da 2 ed Elitoril Labor S Barcelona, 1937, 102 cho AO ESTUDO DO DIREITO PAULO NapER 00" so | er suportar serenamente 0 sofrimento, pois sesgnain em sb ade. Em oposigio escola fundada por fe deia de bem com 0 prazer, nio um prazer Cenig dei, como a uinica fone : jdentificou 4 i 1 ? es la de importincia, Modernamen, desordens ae jsmo i epicuris de uma esca : - ntro ieee ie os concebide oe ‘com variagbes, de acordo com 0 velho antagonisme "May rh ng ainda s¢ ieramos bem tudo aquilo que promove a pessoa de uma ae les | Const cgral significa @ plena realizagio da pessoa, e integradg, qi ie integrada. Jn a“ interesse do proximo. Dentro desta concepeao tant, 9 Cong. mento oe jem constituir-se em um bem, desde que nao comp, me @ regio uanto pies integral da pessoa e nem afetem igual interesse dos membre on sent ‘de conhecimento do bem ha de ser a ordem natural day coda soci de ean Hea e ensina as pessoas € a via cognoscitiva deve ser expen we ‘ igh combinada com @ raza0. . : ling, ‘A partir da ideia matriz de bem, organizam-se os sistemas éticos, deq in pee e chegam-se As normas morais, que vao orientar as consciéncias ka M5 may fem suas atitudes. May setores da Moral. O paralelo entre o Direito e a Moral nao pod a clear arose positivos, sem a prévia distingao entre os varios sok Mat Impoe-se, em primeiro lugar, a distingdo entre a Moral natural e a Moral POsitn analogamente as duas ordens que 0 Direito apresenta. A Moral natural nao renulg de uma convencao humana. Consiste na ideia de bem captada diretamente na a natureza, isto é, na ordem que envolve, a um s6 tempo, a vida humana e os objeto, toma por base nao o que ha de peculiar a um povo, mas 0 género humano. Corresponde a ideia de bem naturais. A Moral natural considera o que ha de permanente n deve servir de critério 4 Moral positiva, Esta se que nao varia no tempo € no espago € revela dentro de uma dimensao histérica, como a interpretagao que o homem, de um _ determinado lugar e época, faz. em relagao ao bem. ‘A Moral positiva possui trés esferas distintas, que Heinrich Henkel denomina por: a) Moral auténoma; b) Etica superior dos sistemas religiosos; c) Moral social* Como o autor esclarece, qualquer referéncia sobre a Moral deve, for¢osamente, par- ticularizar a esfera correspondent, pois a nao diferenciacdo pode conduzir a qualifi- | cages falsas. A Moral auté poe 'utnoma corresponde 4 nocao de bem particular a cada consciéncia Ohomem atua co; : ym 2s Y que éo centro da noon Para a sua propria conduta. A consciéncia individual, que se obriga, Esta esfera ‘oma, com base na experiéncia pessoal, elege 0 dever-set exige vontade livre, i "Be ABtica superior dos s i de livre, isenta de qualquer condicionamento. iste igh e bem, queasseitas religios mas religiosos consiste nas nocdes fundamentais sobre ‘as Consas 4 ‘i aan Pordeterminada Rae m ¢ transmitem a seus seguidores. Ao aderit ese ‘ine Vontade, Se o jihehe Bh Aconsciéncia age em estado de liberdade, com Presets se desviarem a "81080 nao for um todo coerente e harménic © suas lin ation ERs has doutrindrias gerais, pode ocorrel | } bh Segunda Parte + Cap.s - INSTRUMENTOs DE CONTROLE sociaL | 39 nflito entre essas normas € a consciéncia indivi, ja heterénoma, isto é, os preceitos se mas em obediéncia a crenca em uma forca superior, acura expresst: Heinrich Henkel admite, em termes go sb o argumento de que a Religiao “4g ‘ Moral, sob 0 argum 8140 “sé fornece contetidos i rah Racis wich “ 's Normativos, como psc ltt BG fesitl ee ea » 0 que permite, aos seguidores da seita religiosa, um attest > uma faixa de liberdade, que favorece a adaptacao d: conduta aqueles principios, ne na certeza de que seus atos serao julgados a luz desses principios. Os critérios éticos nao nascem, pois, de uma determinada consciéncia individual. Na medida em jue a Moral auténoma nao coincide com a Moral social, esta assume um cardter hele ronomo e impée aos individuos uma norma de agir nao elaborada por sua prépria consciéncia. 174. O Paralelo entre a Moral eo Direito 174. Grécia e Roma. A Filosofia do Direito sur; motivo, é natural que exame da presente questio se inicie justamente ali, no bergo das especulagées mais profundas sobre o espirito humano. E opiniao corrente entre os expositores da matéria, que os gregos nao chegaram a distinguir, na teoria e na pratica, as duas ordens normativas. O fato de o pensamento de Platio e Aristételes re- gistrar “la concepcién de la moralidad como ordem interna”, como anota Garcia May- nez, nao induz a conviccao de que ambos chegaram a distinguir 0 Direito da Moral. Em seus didlogos, Platao considerou a justica como virtude, e Aristételes, apesar de atentar para 0 aspecto social da justiga, considerou-a, dentro da mesma perspectiva, como o principio de todas as virtudes. O Estado grego nao se limitava a dispor a respeito dos problemas sociais. Preocupado em desenvolver também uma fungao educativa, chegava a interferir Nos assuntos particulares das pessoas, 0 que nao suscitava polémica. Nao havia nascido ainda, conforme lembra-nos Abelardo Torré, a nogao acerca dos direitos humanos fundamentais. Os gregos chegaram a distinguir apenas a ordem religiosa & ordem moral e, na opinio de alguns, nem sequer se aperceberam da especifi- sidade dos dois segmentos principais da Btica. / Ao espirito especulativo e tedrico dos gregos correspondeu a indole pragmati- <2dos tomanos. Se as primeiras reflexdes sobre 0 Direito originaram-se na Grécia, ‘oma foi a origem da Ciéncia do Direito. Foi la que se formou o primeiro grande stema juridico, representado pelo Corpus Juris Civilis (ano 533 4.C.), considerado a ratio Scripta. Essa primeira grande codificaco do Direito soube situar os fenéme- 1c’ utidicos distintamente do plano da Moral. Roma, porém, nao nos legou uma nn diferenciadora, Ao definir 0 Direito como “a arte do bom e do justo’, 0 juris- sulto nfundi ve ito de bom pertence a i , de vez que 0 conceito de ee alterum non laedere, suum giu na Grécia antiga e, por este | Os sempre invocados principios Honeste vivere, 40 | INTRODUCAO AO ESTUDO DO DIREITO. FAU'° wanes utters cuique tribuere (viver honestamente, nio aed 5 mos como a formulados na Instituta de Justiniano ¢ Fi, entree Direi Direito, confirmam a nio diferenciagle oo Mosul © que a primeira maxima ~ viver honesame guns autores, conforme reals Lepore ii conjunto © nm di ser interpret tados wn da, Em contrapartida Was rum est (nem tudo que & licig, sho da critica aprese! omne quo licet, ™ diferenciador, é inegavel do jurisconsulto Paulo: Non warquer ctr dl gues to). Apermas esferas do Dielto ¢ da M ee desaparecimento do J; i ichte. Com 0 a ieee: a pas fue de declinio cultural que, em algun, Em um longo periodo da Idade Média : ito € a Moral, de y, rater puramente moral, ue os trés principios dey, licaria, entao, te, o que imp! Stet oat as citagdess indica-se a afirma, Vi. 174.2. Cri ‘ano, a Europa experime sonoma ae rs pti distinguiu da Moral ¢ da Religiao. iil setiano Tomasio, em sua obra Fundamenta Jui ms a Pics Foi Cristiano To jmeiro critério diferenciador entre 0 Direito ¢ a ee mulou 0 pr a sua teoria, pretendeu limitar a 4rea do Direito ag ‘io, com 1 legitimidade para interferir nos oder social a Ved |. O Direito se ocuparia apena, Direito nao s¢ 1705, quem for 0 juristae filésofo alem: ‘externo das pessoas, negan assuni i a Moral ro interno, reservado a we ue do comportamento social, sem se preocupar com os elemen. see i condita ficando, assim, alheio 20s problemas da consciéncia, 4 tos subjetivos Orso, do ponto de vista tedrico f0i@ ide abrir uma perspectiy importinds fos estudas, A toria de Tomasio present id dose de radicalismo, se i ando-se apenas 40 forum externum © a Moral voltando-se somente ee Y os dois processos normativos assim it i ais, 9 forum internum. Se, em linhas gerais, os dois F s Bae ‘em muitas situagdes vemos 0 Direito interessar-se pelo animus da 10 vontade, como acontece em matéria penal, onde a intengao do 4o, pelo element n Ba de suma relevancia 4 configura¢4o do delito. A Moral, por outro lado, nio se satisfaz apenas com a boa inten¢a0, pois exi teoria, Tomésio estava motivado por interesse de natureza politica, pois pretendeu subtrair da esfera de competéncia do Estado as questes referentes ao pensamento, liberdade de consciéncia, a ideologia, ao credo religioso. Foi influenciado também pelo fato de que eram comuns, naquela época, os processos de heresia e magia, em que se procurava, pela tortura, descobrir a intencao dos acusados. Emmanuel Kant e Fichte levaram avante a concepcao de Tomésio reproduzindo- a alpen serve Para o filésofo de Koenigsberg, uma conduta se pée de 38 65. Ola ae a por motivacio, unicamente, o respeito a0 dover: 0 determinam a conduta, sendo ei uae Pe wen . poe o seu pensamento, Em relacd sepia sgpedios exteti anes Hem duas méximas, atos possa valer como princi io I ae fe tal maneira que a méxima de ea reconhece a autonomia da coon egislagdo universal.” Ao mesmo tempo em :, Para o homem, pois somente assim ter lan fe Coit — exteriormente de tal modo que o ii etbaral fia elaptorpe Dire i uso de teu arbitrio possa coexistir com 0" ige a pratica do bem. Ao elaborar essa _ a Segunda Parte- Cap, 5 . INSTRUMENTOS DE conTROLE soctaL | 41 ia dos demais, segundo uma lei universal de liberdade” oa o fundamento do Direito repousa na liberdade. Fichte exagerou a distingao kantiana, Por esta maxima, infere-se

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