MANEIRISMO, 1. 0 conceito de Mane
rism ganha em ser considerado, desde logo, na
‘0a histéra: como se formou? Que azdes 0
apoiaram? Que pespetvas abriu? Que conse-
(quoi tve asta defini?
‘Com aleace pjortvo, o temo fo lang
por Luigi Lanz, na Storia Pitorca dell Talia
(1792, para caracteriara ric dos artistas —
sobreto artistas de meadas de Quinkentos —
«que privilege a valterazine dl vero, de a
‘rojesd da fatasia em dotrimento da imese do
real (LaN2i (823, p. 210). 0 juiznnewlisi de
Lanz io surgi, por, ex arto: tin pecs:
dentes om obras barzocas como a de Giovanni
Pietro Bellci(Le vie de’ pitori, 1672, severas
acatea desse rune erativo que eputavam dos
do inguinado pel excesso cx afer,
"Nem Landi nemn Bello st radia (Bellor
estima a egran anim» de Rafal; Lami no
E hostil a Micbelangelo), mas a mudanga dos
tempos e das vontades fez com que dereciassem
aspetos do que anes havi sido por norma acar-
nhado; mais, que coucorressem para 2
deprciag da emnicrn,plavra gue no
xt tan podia, sem macula, consi sinGnimo
de esilo, como, stricto sensi, design o timbre
individual de un este (maxime Raffaello ov
Michelangelo) e a sua imitapHo. Assim fara
Giorgio Visa, a compor nas Vite dep ecel-
Tent archet, ptt, et eultor italian (1? ed
1530; 2° ed: 1568), uma histéria da are onde
lege a enaniera como noo fuera ea apli-
‘04 com adjtvos ros, seabando por enearecer
‘espesnhmeate, nos emovernos (de Leonard as
proprio, Vasari), 1 «manieray ubola rare»,
‘dole e moovan, sigoynota etalon, ia.
‘iglosa e stmpend
86 a partir de 1900 se reeuperou ese olhar
sb a cana, ¢ sero se aio const
‘vamente de emanctismon, oram esttioss ger
‘nicos of principe resposiveis pla virgzem
que condi reatilitagao de um patriménio Ton
gamente mal amado, ostacizado ou esquecido
(Pevelador,« su fortuna em muses, hastas 62
cexposigbes..). Kt Heinrich Buse, em 1911,
dai em dante, Water Pinder, Werner Weisbach,
Hans Kaufmann, Nikolaus Pevsner, Walter
Friender ou Max Dvok revsitaam a obra de
Michelangelo e entegara-se &revaloraco, entre
‘outros, do legado de Pontormo, Parmigisnino,
Tintort, Bronino ou El Greve, que deo sit
salar vinka sendo mbm enaltesio em Espanta
oxmosimbolo nacional (Lav BeaDonces 2010}
Recoahsiam uma inguagem impregaeda des
jtvidade, ou mesno, segundo W. Poediinder, de
‘niclassicsmo:digorgo das formas naturis ede
anGnicas proporgtes,predilso pels linea ser
pentnat,desobedtacia 4 prspetva linear, com
‘razmento em cotvases eramsicos.F, através
esses tragos, apavam a expresso de urna pocoMANEIRISMO
de crise ou, como em wUlber Greco und der
Manieinms» (1924) vinave Dvotik, fescinado
pela eprofticnesranhea de Teotakopouos,
‘manifesto de um vsionaisao — uma febre>
esp — te in i et
Compreende-se, semefbact inteesse, nm
quadto que a gusra de 1914-1918 ensombrou ¢
‘que ransformagdeseulurasagitaran,prpicin-
{do fendmenos como a emergcia do expressio-
nismo, do sutealismo, do aniposiivismo ¢ da
psicanlise. A medida do presente pesaa, sem
Sivida, na alengio concedida a0 passado, mas
‘em por isso a assoeagio do Maneirismo ua
smundivideciaingueta ou 2 rooessos de meta
rmorfse de mutura se resamiva uma moda efe-
‘mera ou infundada, Polo contre. Meroe nota,
«tuo de exemplo,o trabalho e Amold Hauser
Der Manierisms (1964), que, 20 contextuslizar
Socilogicamente esta ate, arlaciooow com
grandes ateragdes ccoridas, en pln ov numa
‘scala embrinéra,no fev scalo x0 dt
revolugdo copernicana, que pena em xeque @
dade que anus qualquer eertezapora¢ simples,
‘i que pecsraar, na aera que deserve, 08
rcios que emprees: a exaltacio de beleza femi-
nina e de uma fervresa prise de patonisma
(de meu nfo quero mais que meu deseo, / nom
‘mas de vés que vero indo seston), passe, na,
salto paadoxal (eal inflame nas ligrieas
que coro), spregoa um deslumbramentonar-
elseo: wer ver que sbube amarvos, me namD=
son, Exoesivo c invio (a raar a irnia), roca,
ois, enlevo inca por um outo que ono di
solve porque dele depends: «fico por mim sb
perdido, de arte / que hei cimes de mim por
‘vss pte. Mais: 0 Touvor do tonmenoemoro-
0 (edoce ona. metmrfaseiase, através de
antteses, na coafissdo de ume lta er ene 0
corp, que € de terra € 0 epensamento, que &
diving. O poeta asenta o facasso da seguranga
afetada no principio e contrpoe-the uma sid
bil, avizinha ero e salvo («Seto alto imae
in / que de vista me peoo, / peo nso / des-
‘eulpasme 9 que vejon), mas nso esconde que,
longe de um regresso i idiica paz do comeso,
travaguera sem qual: aque s, efi, resist}
1 coms to atrevide c vio deseo, fago-me forte
fem vosa vita pura /e armoune de vossa frmo-
sua». Todo o equlbrio € precico neste xadrez
conde a sublimacio do desto se esboroa: cama,
porém, no se gana / cum paralso outro pars-
503 E € ess apotia que o commiato agra, no