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i wcuns aiaeririptl oa conde ‘tustuoolergedortoranceachrs wha coe Roganceao 5 motion oe ierdneinnstoed aires A ERA pos DIREITOS ‘0 reconhecimento ea protegio dos dlreitos do homem estio na base das (Constituigoes demoeriticas ‘modernas.A pat, pot sua vez, €0 Dressuposto necessério para © Feconiecimento ea efetiva protegio os direitos do homem em €2ca [Estado eno sistema internacional, Ao ‘mesmo tempo, © processo de emocratizacdo do sistema Internacional, que € 0 carninho Cbrigatorio para a busca do ideal da “paz perpetua" no sentido kantiano hexpressao, no pode avangar sem cima gridativa ampliagio do historieo: sem cleetos co hornem reconhecidos © protegidos, nfo ha emocracia; sem democracia, 40 feustem a5 condigSes minimas paca a Solugdo pacifica dos coaftitos. Em Dates palaveas. a democracia 2 Sociedade dos eidadios, ¢ 08 suditos se tomam cidadios quando ihes sao Feconhecidos alguns direitos fundamentals, havera paz estavel, lama paz. que nao tenhaa guerra ‘como alternativa, somente quando teistrem cldadaos nzo mats apenas deste ou daquele Estado, mas do ‘mundo: bre ce a Eatora Campus. CGonsuts também nosso catiloge ‘ompieioo kino langamentas em ‘www.campus.com.br NORBERTO BOBBIO A ERA DOS DIREITOS 13" Tiragem IM) CAMPUS, eee se enennemnnn SUMARIO Inerocugio Primera parte Sobee os fundamentos dos dzeitos do homens Presents ¢ fucuro dos diteitos do homem ‘A ers dos diceitor Direlzor do home e suciedade Segunda parte A Revolugéo Francesa e ot dizetoe do homem ‘A heranga da Grande Revolugio Kant e a Revolugéo Francess ‘Terceina pare ‘A resst@acin & opressio, hoje Contra a pena de moee © debate atual sabre a pena de morte ‘Ac rants da toler 15 23 ~ oa 85 u3 BI M3 161 2179 203 INTRODUGAO _Pegsngesie sce sn de Lg Bosca Michelangelo Bovero,recolho neste volume os artigos principals, oa que ‘onsidero peincpais, que esrev a0 longo de muitos anoe sobre ‘© tema dos direitos do homem. © problema é extreitamente ligndo aos da democraia da paz, 208 quais dediquei s maior farce de meus escritos politicos: O reconhecimenta ea prosecto os direitos do homem esto na base dae Constitutes demo- Criticas modernas. A paz, por sua ver, €0 prestuparto neces= sitio para o reconhecimento € 4 efetiva procerio do dlrsitos So homer em cada Estado © 00 sistema intesnacional. Ao mesmo tempo, © proceso de democratinagto do sistema ia ‘temacional, que € 6 camiaho obrigatério para a busca do ideal “pas perpérua”, no sentido kantiano da expres, no pode svangar sem uma geadaciva amplaglo do zecoahecimento © da protesio dos direitos do homem, acima de cada Estado. Div Feitos do homem, democraia © paz alo tide momentos neces Sites do mesmo movimento histérico: sem direitos do home -econhecidase protegida, no bf democraca; sem democraia, ‘nao exstem as condioet mininias pera a solugio pacitea do confltes. Em outs palaves, a democracia 6a soiedade dos Cidalos, © 05 sidives se tornam cidadios quando lhes sfo se coohecidos alguns diceitos fundameneais; havers paz estivel, lama psz que no tenha a gueera como slvernativa, somence quando existirem cidadios io mals apenas deste ou daquele Estado, mas do mundo, Mea primeio ecco sobre 0 asuneo remoata & 1931: usea de ane aula sobre a Delain Univeral dor Diritor 4p Hooerny ministads em 4 de mai, em Tum, a conte 4: Scuola dl applcaione daa! Relendova agora, ap antos Shon perebo que nea xd cooida, ainda qu sormente men- “muda, algunas cece Sa gut mat me see 1. es diets aati so dries histo Sit ie tern Jats om “Sepa individual de sociedad: 3, tornamrse um dos pincpisidicadores do progreso sti. © primeiro esto de colts € ama da dt comes casey de sbersur a utr fora cond 4 Pevlaan) do Sim ‘posto save oe Bandsmentos dos Dietos do Homem, que ceve Tiga em Legale, em setembeo de 1964, promovido plo Tasso lncermaconal de Flr soba presidancia de Guido CClogee, conto ¢ apefundo telex cee da bitoni, Com basen unl conte 0 apenat Lgitimidade, ras ‘Sitbens fceis paca da buch do fdanenc abla Seguese, com 0 to "Peres fruto os direitos do bo- trams, contents ue prin em Trim, em dezebro e196), por cenit do Smpio Nacional sob os Disetos 445 Homemy peamovido pela Sociedade Tealana para » Ocgi- ‘nag Incoacinal, por ocsdo So vighimo aves da Dedaraglo Universi, fla esbor, erm sas grades kas, ns ‘iis fee da hstGeia dor dicts do home, desde sua pro- ‘amagio cd suatunformasio em dieeo postive, dene sua tan tn sc pono no etd i to tea que fem gar no sremn iteracional, por enquanco agen no infk; ey eromando 0 tema da hiorciade dese, “Tee eo una nove conan i conn parsio © terceio eit, que dt elo A coleinea em se Zonjonc, "A ee dor direior, € — com difeente titulo — © dscuso que promuncei oa Universidade de Mads em se- Cembro de 198), 3 convire do profsor Gregorio Pect-Bacba Dearcines, diet do Tosti de Deechos Hursanos de Made ‘Abordo hele 9 fina slo now ecrier anerors, do 2 significado histico — ou melhor, lossfico-bisexico — da inversio, caracteriscica de formacio do Estado moderno, ocor- idan elacio entre Estado ciaios:pastoo-se da priocidade los deveres dos sitar & proridade dos dreiton do cidad, femergindo um modo diferente de eocarar a relagéo politics, ‘nfo mais peedominamemente do angulo do sobersna, e sim Aequele do cidedio, em corcespondéocia com a afitmagio da ‘oriaindividualisea da sociedad em coneraposigio &concepsto ‘ryanicise tradicional, Pongo paruiculaemente ees evidencis, pela primeira vez, como ecorreu a ampliagio do tepbivo dos 1088; ae eaves consti © lsimo capil. da prisoire parce desta coletines,dedicada 3 discussdo de paoblemaas persis fe teoria e de histésia dor direitos do homem, HA alguinas ppiginas dessa parte dedicades ao debate — tedrco por exce- Itncia,rorruosssimo — ecerca do conceito de drei aplicado 205 diseivos do homem, Volterei daqui a pouco a eise tema, [Na segunda parte, recolhi tr discursos sobre ot dgeiees do homem ea Revolugio Frances: 0 primei fi pronutciade fem 14 de dezembeo de 1988, em Roma, por oc da inst ‘guracio da nova Biblioeca ds Cimate de Deputados, a convite slo sea presideace, a depucada Nilde Jott; © segundo, ex se- ‘tembro de 1989, aa Fusdagio Giorgio Cini de Vener, iat {gocanco um curso sobre a Revolugso Francesa 0 retceico, como abercuca da cerimbnia em que me foi conferida + letra ad ‘onoren na Universidade de Boloaha, em 6 de abril de 1989. se slime discuss, partindo das obras de flosofia do dieeico fea histri de Kane, rermioa dando éafae pariclac 8 teori, keantiana do dizeizo cosmopolica, que pode ser considerada ‘como a conclusio da argumencacio ae aqui desenvolvica sobee 3 1 cema dos disitos do homem ¢, so mesino tempo, come © ode parti pan novee reflex? Pone’teceiea pare compreende exc sobre remas parti clas, que se acon sou mene deetaente com © tema piicipal “A rersncn bopresto, hoje” ft ido como ‘Stnuficarto wo seminino de ecos sdbe“Autonomia © Di feito de Resistencia, realizado em Sasa, em mio de 1971, Fromovio plo proto Pango Caaano, o dis crt Sore pes de more tonun ctiponts,o pero pas 1 ‘Avena Nacional de Ant Intratinl reiado em Ri ‘nin em abril de 1981, © segundo pars o seminéno invera Sonal “A pena de more no unde", ocerdo-em Boloohs, fm ootabro de 1962; nalment, o enmiosobre a olerincia {Bride o vmptvo “A inclerincia: gens civrsor hit "realizado em Bolo, em dezembro de 1985? ‘ewes esto 0 tein problemas ene hires como wenn, No plano hit, sstnto que «arma oe direitos do home devia de uma taza loversio de Derpectiva, cancers deforma do Bead moderna, a8 Rntencag de eld polten, ov stn ae elagto Batnte ‘aide ow tobernaeiton relagto que € enearad, can vez tai, do ponto de vst don crits dor cicadior’ a mais “dit, esto do pont de vista do dei do sobeano, em Certespondenca com a vito individuals da sociedad, =. igundo a cual, par compreender 4 sociedad, €peecuo partir Ae atc, ou sj, dor individu que» compte, ex opongso concept enpniesradiconl, sgundo = qual #scidade Como tin todo vem antes dor indviduos A inwesto de pe tr deen ecoroa reverie, € provera ‘moderne, pncpalnente plas gurus de fe stds gn aod ie de ic Speen o qual presage um dio sida ms been engin, 9 drevo do sodivfdua solo ser oprimido, ou si, 4 goza de algomasiberdade fandamentas: Rundamentais por Ge nats eaturis porque caer so homem enquanto el nto dependem do benepacco do soberan (etre 38 quis, en peimerg las, Uiberade religion) steiner € eee ‘mene igada afm do que chame! de modelo jusnaen- 4 alist, contraposto ao sea errno adverscio, que sempre renasce « jamais foi defnitivamence derrorado, 9 modelo aitorlico® © -caminho consinso, einda que vies veaesinterrompidlo, a ‘concept individualista ds sociedade procedelentamente, iodo slo reconhecimenco dos dizitos do cidadio de cada Fstado até © reconhecimento dos diteizos do cidadio do eaundo, cj pri ‘ito antncio foi a Declaraziownivreal det dirt do ome pati do dizeto interno de cada Rstado, através do disiraentce ‘8 outros Estados, até 0 diteto cormopolita, past usar ums ‘expressfo kantians, que ainda fo vee o acolhimento que me- sece na ceotia do direico. “A Declaragio favoreceu — ssizn ‘sceeve um aucorizado incernacionlisen nim recente excita #0- be os dizeios do homem —aemergéncia,embora débil, rene « obseaculizada, do individ, no interior de um espaco antes resecrado exclusivamente 208 Estados soberanos, Ela poe em ‘movimento.um process itrevessvel, com oqual cados deveriamh se alegean”™ ‘Do pooto de vista eeérico, sempre defendi — e continuo 1 defendes, foratecd por novos argumentos — que os diteitoe ‘Jo Inomern, por mais fuadamentais que sejam, sio direitos hisricos, ou se pascidos em certs ciccunstincias, carte. flzadas por lutas em defesa de novas lberades contra velhos povleres, € nasciios de modo gradual, alo todos de wna ve? nem de uma vez por todas." O problema — sobre 0 qual, 0 que_patece, 0s flésofos sto convocadoe a das seu parecer — do fandamento, até mesmo do findamento absoluroy ieee siscvel,inquestiondvel, das direitos do homer um peoblena ‘mal formvlado a liberdade ralipiona € um efeco dat guers de slip; as liberdades civis, da Iuta dos palamentos contra 5 soberanos absolut; a libeedade politica eas iberdades so- Clais, do anscimentoy crscimento @ ameduserimento slo tne ‘Yimento dos crabalhadores asalariados, doe camponeses com ppouea ou nenhuma terra, dos pobres que exigem dos poderes pblicos nfo s6 ¢ eeconfecimenco da liberdade pessoal © das libesdades negativas, mas também a protegio do teabslho con ls o desemprego, ot primeites edimencor de instrugio cones ‘analfabetismo, depois aasisténcia para a invalides ea velhice, rods elas cacecimentos que os scat proprietirios podiam #8. 5 tisfner por si mesmos. Ao ade dos diets soci, que fran Smadar de deen de segunda gerio, emexgtam hoje 0 hor don detec gem ie omc, ie fines tap, o que nor spe de comprender do que ee- Eramence sents’ O mai importante dele € 0 sevindcado olor movimentoreclopicoro delta de viver aum ambiente Sen pode, Mas its apresenarn owas exgtias ge 36 Poletiam chamarse de denon de quan geri, ferent [ones cae ver ait emniscon du pie Belo mint manipulates do ptsiminio geadtico de © ‘Raiduo.® Quis so or hse deve poste (© cada ver thas certa no Tari) enanipulagio? Mais uma prov, se iso Tina fase ances, de queer dveitr no nacem todos de Giver, Nase quando deven ou poder nase. Naseem {gusede 9 sumente da poder do home sabre 0 homem — {foe ocompaats inevitaelmene 0 progtesso tei, in & © Srogrowo da cuctade do homes Ge dominar a atrcea Zr ours: homens ta cea nove ameager 8 Kbewtade ao {Setvidae ou petnteSovosremeos par ss na ladies mencs qe so enfentadas actives de demandas de limites do pres semelon queso providencados através da cxgtncin de gue © mesino poder incerveaba de modo protetor. As pri= feta, comspondem os direitos deUberdade, ou um nlo-agir {Bo Emdoy ace tegunde, os dices soile, 0 urna ago po- ‘edo BoE xg dito pos at ‘Teposts cronalgicamenc em diversas fates ou ere, S05 tspecessfo sempre —~ com relagho aos poderes conttados Pi peras cast ou impedir os maleic de tis poders ou Shur seus beotcios, Now cveios de teres de gua e- SE, polucs mus Avon toate ea ao de oss aa um dos ensaios, “Direitos do homem e sociedade”, Aesaco paiclarmence 4 pooifeao, bacliads poral Sum, cs enigecis de ovr econbecimentose de noves pro ijtes na pasngem da conederagio do hormem abso para taucia do homer em sing dives: fies ‘Je vida ¢ em Seus dlvenos estapion, Or dor de tevceisn goragto, como o de 6 viver num ambience nfo pola, of poderiam te side sequer Jmaginados quando foram proportor or de segunda geracio, do mesmo modo como exes leimon (por exemple, © ieica |Vinseragio ou 8 assisténcia) go enum sequer concebfveis quan- slo foram promulgadas as primeiras Declaragoes serecentists, Essa exigénciasnascem somence quando nascem dererminados catecimentos. Novos cazecimentor naacem em angio dt mi slanga das condigées socias «quando 0 desenvolvimento técnica permite suefne-lor Falar de direcor natura Ou lundasnen. ‘ais, ioalientvels ow involiveis, € ost females de uma li uagem pessuasiva, que podem ter uma fungio pritien our Slocumento politico, a de dae maior forgs a exigéncia, mas ni ‘tm nenkwum valor teérice,sendo postaato completamente t= relevantes numa discossio de teoria do diveto ‘No que se refere a0 significado da palavea “dieito” na ‘expresso “direitor do homem", o debate & permanente © con- fase" Conteibuiu, pars aumentar a confusio, 0 encontzo cida ‘ez mais feeqlente entze jurstar de tradigio cultura cont rental ejucstas de ceadigao angle-saxGnice, que wsamn freqien- teenie palneree decries pr ine a mente coieae poe wnat, screditam dizer cots diverse usando ae mesma Palavas, A Aistinsio elisica ea Eaguager dos jureras da Europa conci- rental € entre “direitos naturas” e "dicites positives Da Inglaterra ¢ dos Estados Unidos — por ioflutncia, creo, s0- bremido de Dooskin —-, chege-nor a distnglo entse mora! righir © lege! righ, que € ineadusivel c, 0 que € pit uma tradigio onde dizcito e moral sfo dusseseras bem diferenciadas sda vida pritica, incompeeensvel: em italiano,» expresso “di reitos legais" ou "jurdicos” sea redundante, enquanto a ex ressio “diceicos mois" sca coneradiéeia. Ni tenho davies dle que um jucisa francés ceria a mesma relucincin em falar de drs moraax e urn alerio, de moraizce Rave. Bento? Deveinas renunciar a nos entendec? © dnico modo pack nos entender & reconhecer a comparabilidede eacce as duas dstin- 6es, em fungio da qual “dieicos morse” enquanto algo coa- fraposto a “direitos legeis” ccupa o mesmo espago acupado por “direivos naturis” enquaato algo contraporto 4 “direitos ‘Potiivos™ Trata-se, em ambor os ciss, de uma coneraposicio| 7 cam dois divers sistemas normative, onde o que muds & fo ritrio de diting, Ne distingao entre mora right © legal gb, o cebcia #0 Rondanencoy an ditogaa entre “diseon ‘asucss"e "dccizos positives" €4 oxigen. Ma, ern codos os quaeo casos palave "eito", no sentido de ditccasubjetivo {ma preciso supéeion em inglés, porque righ tem somente © sentido de dito subjetv) fix sclereacia & Un soma ‘ormativo sj ele charado de moral ou eau, jusSdico ou poriivo Assim como no € conceive! wm diteto natal tons S0 sisteam das les earoras, também ofl hd outro modo. de oneeber 0 significedo de mira righty a no see reteino-on = ‘am conjuntoeu sistema de leis que costumer ser chamadas de moras, ainda que muncs figue claro qu € © seu estacuco {do mesmo modo como, de reo, nunca cou claro qual €0 teatro dis leis nota). Tsersde aco com os qe conideram 0 “irsto” coma tua figura debacic, que tem urn enekio pectin some linguagem normative Ni hi dice sm Gbrigaio,e fo hd tiem ditto nent obeigesio sem owe tora Ge ondate, A ‘Mo vnval expecade “dicelsc mosis” tonnase meson socohe ‘Gunodo ¢ fclecomdh coun a wedasine expresso “obrigesoes Semis A vole objggo segundo » qual no podem ocorer iron sem ss obeigubes conespondents, mas podem ocoret obrigais sem deter, deriva da confusio entre dos sistemas sormativor divetsos. Dececo, nfo se pode pretender que 4 tau cbsigagao moral conesponda um Uieito legal, i que & tina obegerio moral pode coresponder apenas umm dinito tnord. © contumeiro cxemplo de que a ebvigego monl de aren Bt ace ie de pai pate Porqor ese cremplo mostra upents que de uma obrigaio me fal nio nace oma obragio ordi, Mas podese ine © team do diceito mor” Que sentido pade ter» expreso ireito mora” se_ngo.a de sireto que coresponde 4 ume ‘obrigesio moral? © que, para or jurist 6 uma hr inpfton pode er um in pore do ponta de vata moral. Sei muito bom que ua ciao mlecae aos bmbiruon ten 060 ext clo wertna fay imitad a ue saternenormntivo eve Cem free ‘de obeigateiedade maior do que odes on demas snteras, a ‘momis ou socisis; mas, quando se itrodux a nosio de “diseico sonal”, introdaz-se camibém, necessaviamence, a coresponilen- te “obrigagao moral”. Ter direico moral em face. de alguém significa que hi wn outro individve que tem obrigagzo moral ‘pata comigo. Nio se quer dizer, com ies, que a linguagem ‘moral deva se servir das duas figuras deborices do dieito € ‘da obrigasio, que sto mais adequadas & linguagem justi ‘mas, no momento mesmo en que nos servimoe dela, afi imagio dem dreieo implica « niemegio de ua ders e vie vers Sea afirmagio do direito precede temporamente 1 do ever ow se acoree 0 concrito, eis umm puro evento histério, fu seja, uma queseio de fat: pata dat um exemplo, um Cems, bustance discutido hoje € 0 de nossa obrigagies, de nbs com femporincos, em face das faturas geacBes. Maso mesio tema pile ser considerado do pono de vise dos direitos dae futuras ieragSes em celacio a 6s. # absolucamente indiferene, com felagio A subseincia do problems, que comeceinoe pelas ob ‘zxgtes de uns ou pelos direitos dot outros, Os plsters tm “lceios em celagdo a ade porque temas obsigagées erm relagto eles ou vice-versa? Basa colocar a questo neseestermos pars ompreendermos que a ldgica dt linguagers mostra absolata inconsisténcia do problema, Apeiar das insimeras tencaivas de andlise definitéria, a linguagem dos direitos petmanece bastante ambigua, powco rigoross e fiequentemence usada de modo retrice. Nada isn pede que se use o mesmo cermo part indicat dieetes apenas proclamados numa declaraeie, aré mesmo solene, © diteitos sfecivamente procegides oum ordenamento juridica inspired ‘os principios do constitacionaismo, onde haja juices impar- ‘iis wiias formas de pocler executive das devises dos juees. ‘Mas entre uns e oatios hi uma bela diferenga! Jéa mace parte ‘deo dineios socaia,o» hemulon diseiuoy de segunda Berea, ‘que so exibidos brilhantemenre em todas as declarasoes na, ciooais ¢ internacionas, pecmanecen ao papel. O que dizer dos direcos de cerecia ede quarea geracio? A nica cise que a6 agora se pode dizer & que so expresso de aspicagoes idea, Is quais o nome de “dicicor” serve unicamente pare atcibuit um titulo de pobreza, Proclamar 0 direito dos individuos, no ° Jimporta em que pare do mundo se encontrem (scieitos do hhomem io por sl mesmos univers, de viver mum mando ‘lo pluie no sigoiin mie do que empresa 8 spiro Gree uma roe lgilagdo que imponhe. mites 29 wo de Subshncaspoloacer. Mas uma cons €preclamar ese direlo, ttm destucdtoefecvamente, A linguagem ds dete em {adubleavelmente uma grande fongSo pris, que € expresar tuna forga particular As tivndiagtes dos mavimenos que fecimentos mates € moss mas ela torn engataom se ‘bscurcer ou ovules a dilerenga entre o dec reivindicado So alee reconecido © procgide. No se pode expliar S contigo ence a liseaura gue fz» apaogia da em dew srevtn® ¢aquela que denuncia a massa dos “vemos”. Mas or diver de_que flea primeira so somente o& pro Clnmados nas ineitoigeslneracioals © non congress, eh Gquamo ce dzeicw de que fla a segunda sfo aqueles ue @ Sinagadora maoca da Huanidade fo posui de foo Ginda Sue sojam solene ereptidamente proclamadon).* Nocberto Bebbio Tarim, eatubro de 1990 Notas 1. "La dichinrvane uaivecle dei ive: delfwom, ig Vitosa0- tow, Lt Ditburainy sinless daons, Tam, A Gaiiche Piso Cacliy 1954, pp. 33-70. J6 me favs ocapeco ‘Topablems, emboen maginalment, ao "Preto" Anda ta Tan de Georges Gust La Diesen dt dats, NU, Eilon dh Conant fh de N. Marke, Roms, Bos 1585, pp, WIESEL 3 Ohio excites meus sobre or zie do oe co insrioe fo ero I Tran nut Sg ir allegra le eed Piet Polite, Miso, dso Sonn, 1989" No exo inlaen, te vole nm oa prsente oles, segues cee ream della Coavesone eopes dei dies del woo” ia Riva d iri intraroale NU 93), pp 437-455; Vi sono 10 iii fondameneai” in Rite a flee, LX (2980), 18, pp. 460-464 "Dice llamo © dre el ceadio ne scoo [RIK in Bara in Vii sutnes, Grd fe 10, Jarwnde, Frankfiede-Meno, Pott Lang. 1982, pp. 21-13; "Dalla peor dover alla peer det die a Moora, XLI 8), 3s pp. 37-60. Sabre ese tema Dw imense leetars Mar geri de citar ‘gulps € meves cocci, lives de Celio Lake, A reomragie (Edis mms Um sn» frat de Hah Sr, SS Pala, Comeatin ax ter 18M pe soon sens ‘Bw nosves sre individualism e us hi aber coo fefactcis a0 persamenco ce H. Arend [efeo:me, em partis, a9 me era sabre “O model asa talia"yia N. Babbio-M, Bovro, Sui tt ml lain ali ‘dar, Milo, Ik Sappatoe, 1979, pp. 17-10) fed. bret So tds naff liza mdr, Soo Pas, Brie, 1986, pp, 13-100} ‘An Catsten, [dit mani mel monde cntenprenen, ti ate 1988, p15, (Que of direitos do homer seam dteies histo, surges Hate seen «pari das lta coer 9 Fata abel, € oa «bs tse conta do eneno — hitorzamence bee decumentle Age. Peer Basta Maries, "Soe of puto dein Hist fe econo de or dees flames in Amari de dear Urmenar,publicaso pelo Intra de Derchor Humanon a Uni ‘eidade Computer de Maa a V, 1986-1987, pp 219-258, Pans buedria dor dzeios do orem Jo pent devia de se seconhecmento — que ge test, Unio po de vita pers trate —,remetoao ers dG. Pegliee, "Appa per en a Sela protestne det drt dell coma, Ri tr dv tr te KLIN 1959), 5° 3, pp. 619-659. Sate o tema amen com Fence efetnins minh paso, (Lo veceate volume que reali» debaceccorrdo em Bai cm 19 ¢ 20 de ab de 1988, pica com o stao Efrat hr dois butt, et. Ue G. Pec Barba Mactner, Mae Edie Detue, 1989. Do mesmo ate, aes volum cf Sobre htenaxment de lee sereor hunater, Uo pobletss de est 1 deeb", p 265-277, que cone 2 expesto mai recente dat Jeet qu 9 ator vem desevolvendo Bano bre 0 pier ‘ls cucirr do bomen, a comes elo into Dewhet fondtte 1976, viras wear cei, Afigra do direitos de tren grag fi into ma itera ada ver ais amps sobre “svar citer. No ago "Soee 1H evlucién contempordoes de a tac de lee derecho de Boa 12 be" ean Ries int ence ene ito of dicts de idan Fedde, 0 dice 30 deserter, 2 par interact, 4h Smits pecepida, 8 camunaie. Depa dea enomeragio ‘url quo ster peigus sain pte! far de dior ‘senda pepo os alow rade spe mpg desjoe (CCeeienery problemas en vai del deco", Anal ole ‘dnra Pris Sade, 1983, 0 2, p. 199). No lo exo, (Gin afer fa do Green eects gogo come se toads fbrecado de drsie ajo sujto nto so intvoe mat of ‘rap bananas, come «fin, o poo, eaco © proba a Satidade Gp 1Si) Sobre dition pest c's sete de A [Re Mgt, “Tenemoe decto a la pa, in Amaro dr dc ‘eso, pubic pel nso de Deecos Hunaoos de Mad, cdde Gr Paces atin Marcas, 3. 1984-188. pp 3874 {Gate votes depois a tema no leo La asta a a gure 9 14a ex, Mai, Cento de Faron Onsticomi, 1988, pp. Sr OS ‘Nina sve co cnn Ge tein gong, AcE Fern, “Conenp concen dels detches Homans in Ci ‘lt ei deb, A987, 0 4, pp Sects 0 aot Tcl fete ees dives 0 dieto & pas on do consumo, genlsade {ivi iberdade de iors, ligand 9 sargment dor ez ha dace de rel " She eae ema, exit ut Incas seria, gael ‘Siu Tagdremblcs de gu di soe Beis hrs pe Tutegeta del peingis genes: inet eggstve 0 As

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