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Mario Fantazzini, Engenheiro de Seguranca, Higianista Ocupacional (ABHO/HOC-005), Especialista em Andiise de Risces. Consultor Independiente. Prevencdo de Riscos Bate-papo com Mario Fantazzini Estratégia de Amostragem de Agentes Ambientais Ferramentas de suporte conceitual, computacional e informatico Objetivo Sem pretender ser exaustivo ou abrangente, a ideia 6 informar sobre algumas ferramentas de suporte concei- tual, computacional e informatico para o desenvolvimento © a aplicagao de Estratégia de Amostragem (EAM). Es- sas ferramentas so descritas e trabalhadas em nosso curso da Protegao Eventos sobre o tema O lado conceitual Ohhistérico do tema comega com o Manual do NIOSH sobre estratégia de amostragem, editado em 1977. Con- tinua sendo uma importante referéncia sobre o tema. 0 rofissional atento saberd atualizar as poucas conside- rages que séo anacrénicas, mas - ndo se preocupem -, 08 conceitos permanecem totalmente validos. O Manual ode ser balxado no site do NIOSH: https:/www.cde.gov/ niosh/docs/77-173/pats/77-173.pdf. Também so referéncias importantes as varias edig6es do livro da AIHA sobre o tema -*A Strategy for Assessing and Managing Occupational Exposures” (1991, 1998, 2008, 2014). Desenvolveram, modernizaram, possuem abordagens novas no tema. Tem que ser adquiridos, pe- lo site da AIHA (wwwaaiha.org). De origem local, em portugués, acredito que existem somente os materiais que eu produzi para os cursos do antigo Itsemap do Brasil(anos 90), assim como os do PE- CE-USP, a partir de 2003 (Curso de Higienistas). ‘Temos também a coleténea de textos sobre Estratégia de Amostragem publicados nesta pagina ao longo de 10 anos, reunidos em um capttulo do livro publicado pela Pro- tego , “Prevengdo de Riscos”, disponivel para aquisi¢&o. Naturalmente, ha muitos artigos na Internet sobre o te- ma, que o leitor poliglota tem a seu dispor. Sem falar nas normativas, como a nova norma europeia ENG89, que ja foi comentada aqui 95 newsta ProrEGHo lado computacional e informatica Apresentamos ferramentas e recursos que se relacio- nama diferentes necessidades em EAM.E claro que sao exemplos, entre muitas opgdes que podem existir, e nao representam endosso ou preferéncia, Amostras aleatérias - ha um bom site para isso, www. random. org. Possui ferramentas gratuitas e outras remu- Neradas. As gratuitas nos bastam, permitindo os sorteios de amostras aleatérias de varias naturezas (dias e datas de amostragem, trabalhadores, momentos de jornada), CAlculos estatisticos - um site com uma ferramenta simples 6 0 Alcula (Calcula sem 0 “c”) hitp://www.alcula. com/caleulators/statistics/dispersion Planithas Eletrénicas para Andlise de Dados -a gran- de ferramenta dedicada & EAM em Higiene Ocupacional, foi desenvolvida pela AIHA nos anos 90 e recentemente aperfeigoada por pesquisadores canadenses. Pode ser obtida no site da AIHA, mais exatamente em https://vnww. aiha.org/get-involved/VolunteerGroups/Pages/Exposure- -Assessment-Strategies-Committee.aspy/. Buscar pela sigla IHSTAT. Aplicativos para anélise de dados abaixo do limite de deteccao do método analitico - um problema impor- tante em EAM, com a conceituacao estatistica envolvida em evolugao, € uma abordagem atual e extremamente importante, Os dados no detectados sao trabalhados com uma estratégia chamada ROS (Regression on or- der statistics), de forma que tenham valores que permi- tam sua introdugo na planilha da AIHA diretamente. E uma ferramenta “on line”, néo pode ser baixada ou ar- ‘mazenada. Visitar http/www.expostats.ca/site/app-local/ NDExpo/. Este site possui também outros aplicativos de andlise estatistica dedicadas & Higiene Ocupacional. E coordenado pelo professor Jérome Lavoué, e tem no mo- mento em fase de testes novas ferramentas, as quais fui convidado a experimentar e sugerir melhorias. Prevengao de Riscos Bate-papo com Mario Fantazzini (Mario Fantazzini, Engenheiro de Seguranga, Higienista Ocupacional (ABHO/HOC-008), Especialista em Andlise de Riscos. Consultor Independent. Decisdo Sobre a Exposigao para uma Jornada Conclusao com Salvaguarda Estatistica Colocacao do Problema Estas consideragdes esto baseadas nos conceitos do Manual do NIOSH de Estratégia de Amostragem (www. cde.goviniosh). Vamos exemplificar para o caso de ser feita uma amostra Unica tomada sobre toda a jornada, mas todas as demais possibilidades sao analisadas no manual (assim como em nosso curso sobre o tema da Protecao Eventos), Base Conceitual A variabilidade ambiental (exposigéo no ambiente ao longo de uma jornada) segue uma distribuicao lognormal. Isto quer dizer que valores parciais ou amostras curtas, que nao abracam toda a jornada, sofrerao impacto dessa variabilidade. Todavia, quando uma amostra toma toda a jornada, toda essa variagao fica “dentro” da amostra, a variabilidade lognormal nao me afeta. Andlise necesséria Mas, existe ainda uma outra fonte de variaco, que a do instrumento de medida. Mais especiticamente, a varia- (9&0 que ocorte no instrumento amostrador (por exemplo, futuagdes de vazéo) e toda a variabilidade que ocorre na parte analitica (decorrente dos procedimentos, padrées e instrumentos analiticos do laboratorio). Que tipo de “comportamento” tem essa variabilidade ? Sabernos que essa variabilidade segue uma distribuigéo normal. Para podermos decidir, com confianca estatistica, sobre a si- tuagao de uma jornada, os autores do Manual do NIOSH desenvolveram uma abordagem especial para tal Oteste a ser feito O teste desenvolvido envolve a criagao de um Inter- valo de Confianga, onde a exposigao média real se si- tuaré, com uma confianga de 95%. O intervalo é cons- truido a partir da estimativa da exposigéio média (0 que nds medimos), Vamos exemplificar para 0 caso em que © empregador quer provar, com 95% de confianga, que @ exposigao média real respeitou 0 respectivo limite de tolerancia aplicavel. Chamamos de X =a média da amostra (valor obtido) LT = limite de tolerancia aplicavel LCS = limite de confianga superior CVt = coeficiente de variacao total, referido ao méto- do analitico. Entéo LCS = X/LT+ 1,645. CVt *Se_LCS for igual ou inferior a 1, podemos provar, ‘com 95% de confianga, que 0 limite foi respeitado na- quela jornada. * Se LCS for superior a 1, nao ha deciséo. * Se X for superior ao LT, 0 teste nao faz sentido (ob- viamente). Onde posso achar o CVt de um método analitico? O CVI, ou coeficiente de variagdo total, é uma medida da preciso do método analitico, somada a variagéo do instrumento de amostragem, dai o nome ~ total. 0 CV também é chamado de desvio — padrao relativo. Este parametro pode ser encontrado no método da substn- cia, que se encontra no Manual de Métodos Analiticos do NIOSH (NIOSH Manual of Analytical Methods, ou NAM). © manual se encontra facilmente na pagina inicial da In- ternet. Atualmente, no métado de uma substancia, existe uma seeao que fala de “ACCURACY”, onde encontramos ‘0 simbolo SrT (ou seja, 6 0 estimador estatistico do des- vio padrao relative total). Ver imagem abaixo, do método de Acetato de Metila (1458) manual. O rT aparece sob titulo de “overall precision’, ou preciso geral, com um valor de 0,0547 — ou sea - 5,47 %, 0 que no caso, con- venhamos, é muito bom, pois inclui a variagao do amos- trador de campo e de todo o procedimento analttco. ACCURACY RANGE STUDIED: 343 to 1190 mgim? [3] (7-L samples) aus: 72% OVERALL PRECISION (8): 0.0547 [1] ACCURACY: 216.8% Prevengao de Riscos Bate-papo com Mario Fantazzini ‘Mario Fantazzini, Engenheiro de Seguranga, Higienista Ocupacional (ABHO/HOC-005), Especialista em Andlise de Riscos. Consuttor Independente. Grupos Homogéneos de Exposic¢ao ou Grupos de Exposigado Similar? {Um assunto ja familiar E claro que este ja é um tema familar para os higienistas ocupa- cionals. Hd pelo menos 4 décadas o conceit foi emitido pelo Ma- ‘nual do NIOSH (como GHE - Grupo Homogéneo de Exposigdo) € depois surgiu a denominagdo de GES - Grupos de Exposigao S- mila, o que vamos comentar também. Gradualmente 0s concsitos 0 tema maior - Estratéyia de Amostragem foi sendo introduzido no nosso meio (os primeiros médulos sobre Estratégia de Amas- tragem foram ministrados nos cursos de formacao de higienstas do antigo Itsemap do Brasil, do qual fu dretor técnico, nos anos 90). Pudemos, pela primeira vez, oferecer um médulo estutura- do sobre o assunto, e temos prossequido sua divulgagao, cont- rnuamente, Um curso sobre Estratégia de Amostragem é oferecido por mim através da Proterdo Eventos, em varias cidades do pais. Denominagao dupla Por que ha essa dupia denominaeao? A origem, no Manual de Es: tratégia de Amostragem do NIOSH, 6 clara: 0 grupo é homogéneo no sentido de poder ser considerado como uma populacao estatis tica valida; 6 homogéneo no sentido estatistico, @ nao no sentido {da exposigao. A exposi¢ao, sabemos, é aleatéria e naturalmente variével: todo santo dia, o ambiente brindard a cada componente de um GHE uma especifca e individualizada exposicao, diferente de ontem, e diferente de amanha, E isso néo deve ser motivo de ppénico, pois a estatistica sabe como lidar com essa aleatorieda- de e tirar conclustes validas. Dessa forma, o NIOSH julgou boa a ‘denominag4o GHE. Mas, como é natural, o leigo, ou a pessoa em pprimeiro contato com 0 tema, tende a entender que a exposigao 6 ‘que 6 homogénea. Isso deve ter originado muito esforco para se cexplicar 0 conceito, a cada vez (gerando mais calor que luz), © 05 técnicos tiveram que dar a mao & palmatdria e produzir um nome ‘menos polémico. Dai surgiu o Grupo de Exposigao Similar, que é 0 ‘nome preferido pela AIHA em seus livros. Esta 6 minha explicagao que, se nao for verdadeira, parece bem apanhada (0 italiano li ‘se non ¢ vero, é ben trovato}). Nas nossas NR @ INs, aparecom ‘ambas denominagdes. Devemos consideré-las sinénimos perfei- tos, 6 fica critério do usuario qual a denominago que vai usar. Estruturacao dos GHEs Este é um tema extenso, 6 0 comego de todo trabalho de higle- ne ocupacional, @ a AIHA chamou bem o conceite que deve gover- nar 0 proceso: Caracterizagaig Basica, Trata-se de conhecer mul- to bem o processo produtivo, a populagao exposta e os agentes ~ambientais presentes. Por que esse tripé é fundamental? Vejamos: 0 conhecimento do processo permite entender quais agentes ‘s4o produzidos e em que condigbes, de que manelra os agen- tes impactam a populagao exposta. +O conhecimento da populaco exposta, no sentido dos diferen- tes bidtipos, mas também, especialmente, no entendimento das iterentes fungdes e tarefas, permite entender como se dé a ex- APROTEGHO Posigao, ou soja, em que circunstancias, momentos e tarefas os agentes estarao agindo sobre cada conjunto de expostos. * Finalmente, o conhecimento aprofundado dos agentes nos per- mite entender como ocorre a exposieao, quais as vias de ingresso ossiveis, que tipo de efeitos, agudos ou crénicos, sao esperadios. Especiticamente, o entendimento do tipo de limite de exposigao aplicavel, ou seja, 0 entendimento de como se deve verificar se a exposicao ¢ tolerdvel ou no, ajudara na diferenciagéo das es: tratégias de amostragem e a obtencao de dados coerentes para aandlise estatistica. esse conjunto de conhecimentos, ohigienista deverd ser capaz de estruturar 0s seus grupos, e tais grupos serao sua EXPECTA- TIVA a respelto, Ao se desenvolvero trabalho de estudo de cada ‘grupo, ou seja, 20 serem avaliadas as exposig6es, os dados iro validar os grupos. A andlise estaistica podera validar a distrioui- ‘cao estatistica aplicdvele atestar de que realmente o grupo é um GHE ou GES. Bingo! No trabalho de estruturacao de grupos, todavia, alguns aspec- tos valem ser ressaltados: * 0 trabalho de formulago dos grupos ¢ inteiramente compos- to de observagao e estudo, sem a necessidade de avaliacdes uantitatvas. Elas n€o so requeridas para isso; além do mais, no serao eventuais avaliacSes quantitativas existentes que del nro 0s grupos. + A expectativa basica é de que a funcdo, essencialmente, ser- vird como base do estudo de formacao de grupos. Deve-se ter atengéo com as variagdes existentes nos tumos e quando ha subgrupos oom tarefas diferenciadas, do ponto de vista da expo- sigdo aos agentes. * Os grupos sao formados para cada agente - isto ¢ evident, ‘num primeiro momento. Entretanto, 6 usual estruturar 0 conjunto de ‘agentes que impacta cada grupo, ainda que algum agente possua ‘ago sobre mais de um grupo, de forma homogénea... Isto ndo é ppecado, apenas vai necessitar mais amostras para o estudo des- 58 agente em cada grupo, quando essa quantidade seria menor ‘num ‘grupao” homogéneo para tal agente. * Os grupos s6 fazem sentido dentro de um mesmo ambiente ‘operacional, onde ocorre a exposicao. Nao posso juntar pessoas de ambientes operacionais diferentes, ainda que tudo o mais pa- rega igual. Por exemplo, colocar todos os funcionaiios administat- vos, de andares ou até de prédios diferentes, em um mesmo grupo. ‘Os grupos podem possuir um ambiente operacional muito am- pliado; por exemplo, um mecanico de manutengao circula e se ex- Oe por toda uma planta de processo. A propésito, a grande va- Tiabilidade na exposicao de certas fungbes, como este caso, ndo {deve ser motivo de pénico também; podemos perfeitamente enten- {der 0 que ocorre com sua exposi¢ao, com o ntimero adequado de ‘amostras espalhadas por um tempo adequado. Sabemos domar ‘essa variabilidade aleatéra e tirar nossas conclusbes. E 0 trunfo da Estratégia de Amostragem, Prevengao de Riscos Bate-papo com Mario Fantazzini ‘Mario Fantazzini, Engenheiro de Seguranga, Higienista Ocupacional (ABHO/HOC-008), Especialista em Andlise de Riscos. Consuttor Independente. Lavg x TWA Cuidados para evitar equivocos Em primeiro lugar, néo so a mesma coisa. Estes simbolos correspondem a notacdo do nivel médio (La- vg) e do parametro TWA (time weighted average, ou media ponderada no tempo), e sao dois parametros ‘comumente oferecidos pela maioria dos dosimetros. O nivel médio - Lavg Este conceito nasceu da necessidade de se exprimir um nivel representativo de um periodo de exposigao. Ja foi falado nesta coluna que o nivel médio represen- ta igualmente a situacao de exposigao, tanto quanto a Dose, mas que deve ser sempre acompanhado da informagao da durago da jornada (ou seja, a Dose 6 um limite absoluto, mas 0 Lavg deve ser vinculado a jornada, para o julgamento da adequagao da expo- sigdo). Em forma simples, pode-se dizer que o nivel médio é 0 nivel virtual, constante, que produziré a mesma Dose, no mesmo tempo que a exposicao real (de niveis variaveis). OK? Mas, e 0 TWA ? OTWA OTWA é um conceito dos EUA, vinculado a sua le- gislago ocupacional. Da mesma forma que o Lavg, 6 obtido a partir da Dose recebida e do tempo. Mas 6 aqui que reside a diferenca. Esse tempo serd sem- pre de 8 horas, nesse calculo. Ou seja, a Dose rece- bida seré produzida por um nivel constante (TWA), em 8 horas. Pode parecer estranho, mas a premissa do legislador americano é de que o empregador de- vera fazer uma dosimetria de jornada integral, e essa Dose produzira o valor correto a ser reportado, ao se escolher no dosimetro o parametro TWA. Observacées: 1) Se, em qualquer dosimetria, o tempo de amos- tragem for inferior a 8 horas, o TWA sera inferior ao Lavg; se for superior a 8 horas, o TWA sera maior que © Lavg; 0s dois coincidem com um tempo de amos- tragem de 8 horas. Como resultado disso, devemos estar muito seguros de que o TWA ndo tem nada a ver com as nossas necessidades técnico-legais, e frequentemente seré errado 0 seu uso. 2) Se o empregador norte-americano fizer a dosi- metria da jornada de seu trabalhador (seja qual for 0 tamanho dessa jornada), sera produzido um indicador equivalente a uma jornada virtual, de 8 horas, com 0 mesmo risco da jornada real, que deve ser compa- rado com o seu limite legal (no caso, 90 dBA). Nes- te particular, o TWA se aproxima do NEN (NHO-01), mas forga sempre uma amostra de jornada integral. 3) Cuidado com as notagdes dos dosimetros. Ha equipamentos que adotam nomenclaturas equivoca- das. Entenda bem o que cada parametro vai fazer. Na dlivida, faga testes reais (exposigdes de duracao co- nhecida a niveis calibrados, com revisdo de todos os parametros indicados, verificados por calculos). Pro- cure ler o manual na lingua original e, se necessério, questione o fabricante. Resumo da Opera Se vocé nao esta nos EUA e nao tem que se repor- tar a legislagao local, esquega o TWA. Use o Lavg. O TWA nao tem nada a ver com nossas necessidades técnico-legais. PUBLICAGAO NOTAVEL Estamos noticiando 0 langamento de uma publi- cacao importante para o meio prevencionista, que trata da Auditoria Comportamental. Provavelmente a abordagem pioneira, e portanto amplamente testada © aperfeigoada, das hoje denominadas abordagens BBS (Behavioural Based Safety, ou seja, Seguran- a baseada no Comportamento), a Auditoria Com- Portamental nasceu na DuPont ha décadas e tem sido disseminada continuamente. O autor, Eduardo Menchise, companheiro por muitos anos na ativida- de consultiva (na DuPont Sustainable Solutions, on- de ambos trabalhamos), possui grande experiéncia e vivéncia, dentro de plantas DuPont e para clientes externos, de aplicagao conereta do conceito. Obra enxuta, objetiva e direta, serve como guia para desenvolvimento efetivo do processo de Auditoria Comportamental e vai além, mostrando como ela se inter-relaciona com uma série de outras iniciativas fundamentais para a seguranca operacional, dentro de um robusto sistema de gestao. Consultar a Edi- tora Viseu: www.editoraviseu.com.br. Prevengao de Riscos Bate-papo com Mario Fantazzini Mario Fantazzini, Engenheiro de Seguranca, Higienista Ocupacional (ABHO/HOC-005), Especialista em Andlise de Riscos. Consultor Independente. O NEN, esse incompreendido Colocacao do Problema Tenho visto e observado que ainda existem muitas duvidas, ou mal-entendidos, ou mesmo pouca com- preensao do parametro NEN. Nao é preciso exagerar a importancia desse entendiment. la decisées trabalhistas e previden para a proteoao e a correta cobertura legal dos traba- lhadores, ‘O NEN é um parametro definido na NHO-01 da Fun- dacentro. Esta norma pode ser obtida livremente no site da entidade. Vou me ater ao principal, por uma questao de espaco. Alguns pontos devem ser pacifi- camente postos previamente: 1. Que o limite de tolerancia para ruido continuo ou intermitente 6 essencialmente a dose da jornada li- mitada a 100%. um limite vinculado & energia re- cebida, capaz de causar dano; 2.0 mesmo limite pode ser expresso em termos do nivel médio da jornada; todavia, neste caso, é neces- sétio saber a duragao da jornada, para o julgamento da adequagao. Isso seria feito comparando-se 0 vel médio com o maximo nivel permitido para a refe- rida duragao de jornada (tabela da NR-15, anexo 1). Observe-se, porém, e isto é muito importante, que 0 ite expresso em dose 6 absoluto (ndo depende do tamanho da jornada), Pensar: Dose é como uma caixa d’ Agua, no pode transbordar (100%), nunca (dentro de qualquer jornada). Neste contexto (da variabilidade do critério ao se fa- zer 0 julgamento através do nivel) se insere o con- ceito do NEN. E uma forma de nos livrarmos da ne- cessidade de ter que expressar o julgamento em nivel (dBA) juntamente com a informacdo da duragao da jornada e a explicacao do limite associado, da tabela do anexo 1 da NR-15) Isto porque o nivel médio de exposic&o serd norma- lizado, ou seja, estaremos referindo a exposicao real a uma exposigao virtual de igual risco, de 8 horas di rias. (observar que a norma coloca 0 NEN, no glossa- rio, exatamente dessa forma, como um valor converti do para jornadas de 8 horas) Dessa maneira, nossa comparagdo do valor do NEN se fara sempre com o nivel de 85 dBA, para julgamen- to da adequacao da exposicao. A principal formula de interesse é a que traduzo NEN @ partir do NE (nivel de exposi¢ao da jornada), fazen- do 0 ajuste para que se faga o julgamento NEN = NE + 10 log (TE/480) [TE € a jornada real em minutos e a formula se refe- re ao critério da NHO-01) Resumo da Opera 1. Obtenha a exposigao diaria de uma jornada tipica representativa (ou, melhor ainda, através da analise estatistica de varias amostras em dias tipicos alea- torios) 2.Se ~a jornada real 6 de 8 horas, NEN=NE=Leq a jornada real ¢ diferente de 8 horas, 0 NE, obtido com a preocupagao acima, deverd ser convertido no NEN pela equacao mostrada. Exemplos que podem ser esclarecedores, usando valores mais simples e inteiros: 1. Se a jomada ¢ de 8 horas e a dose=100%, Leq= NE=NEN=85 dBA 2. Se a jomada é de 4 horas @ a dose=100%, Leg: NE=88 dBA e NEN=85 dBA 8. Se a jomnada é de 16 horas e a dose=100% Leq= NE=82 dBA e NEN=85dBA ‘As 3 jornadas so equivalentes, pois tem o mesmo NEN, que, apenas como exemplo, iguala ao critério li- mite (85 dBA); como se pode ver, 0 conceito funcio- na, pois nas 3 jornadas temos a dose = 100% (critério limite). Como foi falado, a dose é um limite absoluto. NOTAS IMPORTANTES 1, Obter sempre o dado que representa toda a jorna- da real (dose da jornada). Esse é 0 comego correto. 2. Orientagdes recentes em documentos previdencia- rios levam a considerar os critérios da NR-15 e ndo 08 da NHO-01, porém mantendo, evidentemente, o conceito do NEN. Neste caso, os ajustes de dosime- tros devem ser alinhados com a NR-15, e formula do NEN, a partir do NE (neste caso, 0 Lavg) também. deve ser ajustada. Espero que tenha podido clarear um pouco essa his- toria. Saudagdes prevencionistas. | |

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