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Ri SEA Secretaria de Inspe¢io do Trabalho Departamento de Seguranga e Saiide no Trabalho Coordenagio Geral de Normatizagio e Programas NOTA TECNICA N°263 2017/CGNOR/DSSTISIT Niimero do processo: 46010.001371/2017-47 Documento de referéncia: _Ofieio 9167777 - SOJ de 08/09/2017 Interessado: Tribunal Regional Federal da 4* Regitio (Desembargador Federal Paulo Afonso Brum Vaz) Numero de referéncia: Incidente de Resolugio de Demandas Repetitivas (Secio) niimero 5054341-77.2016.4.04.0000/SC Assunto: Comprovasiio da eficicia de Equipamentos de Protecdo — EPI ~ ¢ consequente neutralizagio de agentes nocivos - em processos de cOmputo de atividade especial para fins de Aposentadoria Especial, envolvendo 0 INSS - Instituto Nacional do Seguro Social Ementa; Equipamentos de Protegio Individual ~ EPI - Comprovagio de eficacia. Aposentadoria Especial. Ayerbagiio/Cémputo/Conyersio de tempo de servico especial. 1- Introdusio Trata-se de convite do Tribunal Regional Federal da-4" Rey io para manifestagaio deste Ministério na condigio de ‘amicus curiae’ e participagdo em audiéncia piblica no dia 27 de outubro de 2017 no Plendrio do TRF4 em Porto Alegre, RS. A Terceira Seco daquele Tribunal admitiu Incidente de Resolugdo de Demandas Repetitivas (Seg%o) nimero 5054341- 77.2016.4.04,0000/SC, com referéncia & questio “A comprovagdo da eficacia de Equipamentos de Protegio Individual — EPI - e consequente neutralizagdo de agentes nocivos, deve ser demonstrada somente pelo Perfil Profissiogr ico Previdencidrio ou requer dilagdo probat a pericial, especialmente a descrigdo do tipo de equipamento utilizado, intensidade de protegio proporcionada ao trabalhador, treinamento, uso efetivo do equipamento e a fiscalizaglio pelo empregador?”. Foram convocados também diversos outros érgiios ¢ entidades, para participar, igualmente, da mesma audiéncia piblica Consultando-se 0 processo reférido, por meio de chave eletronica fornecida no processo', temos que se trata de ampla discussiio em varios processos naquele tribunal versando sobre os temas “Aposentadoria Especial”, e “Averbagio/Cémputo/Converstio de tempo de servigo especial”. O Relator, Desembargador Federal Paulo Afonso Brum Vaz, manifestou-se no processo, conforme resumo a segu — A discussio tem como objetivo a pacificagdo do tema sobre qual seria a prova suficiente para estabelecer a eficécia do equipamento de protegdo individual (EPI) ¢, consequentemente, afastar 0 reconhecimento do tempo especial; — A decisio do STF no ARE 664335*, com repercussiio geral reconhecida, em 04/12/2014 definiu, em primeiro lugar, que ‘0 direito 4 aposentadoria especial pressupde a efetiva exposigfo do trabalhador a agente nocivo a sua saiide, de modo que se o Equipamento de Protego Individual (EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, nfo havera respaldo a concessiio constitucional de aposentadoria especial’ e, em segundo lugar, que “se © Equipamento de Protegdo Individual (EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, nao haverd respaldo constitucional & aposentadoria especial [...] [e que] na hipétese de exposigdo do trabalhador a ruido acima dos limites legais de tolerdncia, a declaragio do empregador, no ambito do Perfil Profissiogrifico Previdenciério (PPP), da eficdcia do Equipamento de Protego Individual (EPI), no descaracteriza 0 tempo de servigo especial para aposentadoria’). — Ha divergéncia no trato da questio no que toca a prova da eficécia do EPI para elidir os agentes nocivos, ¢ consequente nio reconhecimento de atividade especial. Uma das vertentes jurisprudenciais entende que a simples declaragio unilateral do empregador, no Perfil Profissiogrifico Previdencidrio, de fornecimento de equipamentos de protego individual, serviria para a comprovagdo efetiva da neutralizagao do agente nocivo. " hups://eproc.trf jus.br/eproc2trf4/ ~ ‘cave’ 938242241516 2 ARE STF 664335 ~"[..] a hiptese de exposigio do trbalhador a sudo acima dos limites legas de tolencia, a declaragio do empregador, no ambito do Perfil Profssiogrifico Previdenctrio (PPP), no sentido da eficacia do Equipamento de Protesdo Individual - EPI, ndo descaracteriza 0 tempo de servigo especial para aposentadoria[..] se © Equipamento de Protesao Individual (EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, ndo haverdrespaldo constitucional a aposentadoria especial. O Tribunal, também por maiora, vencidos os Ministros Marco Auréio e Teori Zavascki,assentou ainda atese de que, na hip6tese de exposicdo do trabalhador aruido acima dos limites legais de tolencia, a declaragio do empregador, no ambito do Perfil Pofissiografico Previdenciério (PPP), da eficdcia do Equipamento de Protesao Individual (EPI), nfo descaracteriza o tempo de servigo especial para aposentadoria.(.J". RECURSO DE AGRAVO, [...] 1, Nao ofende o entendimento da TRU acérdio que reconhece que o PPP vilido indica a neuralizaglo do agente nocivo quimico pelo uso de EPI eficaz, 2. Verificagdio, no caso, do acerto da decisdo quanto ao reconhecimento da neutralizaglo do agente nocivo pelo uso do EPI importa em reexame de matéia de fato, o ‘que nfo € admitido nesta instincia recursa, 3, Recuno de agravo mio. provido (6013526-42.2011.408,7201, TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZACAO DA 4* REGIAO, Relator ALESSANDRA GUNTHER FAVARO, juntado aos autos em 15/02/2017). = No Ambito desta Turma, tem-se entendido que a apresentagio de PPP regularmente preenchido, indicando 0 uso de EPI eficaz (resposta'S' no campo proprio) e registrando o respectivo CA - Certificado de Aprovagio, é suficiente ao preenchimento dos requisitos Citados, De fato, se o PPP & prova habil a comprovagiio da exposigfio aos agentes agressivos especificados na legislagdo que trata da matéria, também deve ser considerado bastante & comprovagio do uso de EPI eficaz. — Outra corrente entende que apenas restari demonstrada a eficicia do EPI se comprovada, por laudo técnico, a sua real efetividade, e demonstrado nos autos 0 seu uso permanente pelo empregado durante a jornada de trabalho: PREVIDENCIARIO. REVISAO DE BENEFICIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUICAO. RECONHECIMENTO DO EXERCICIO DE_ATIVIDADE ESPECIAL, CONVERSAO DO TEMPO DE SERVICO ESPECIAL EM COMUM. CORRECAO MONETARIA E JUROS DE MORA. DIFERIMENTO. 1. Comprovado 0 exercicio de atividade especial, conforme os critérios estabelecidos na lei vigente a época do exervicio, o segurado tem direito adquirido ao eOmputo do tempo de servigo como tl, € a0 acréscimo decorrente da sua conversio em tempo comum, utilizado o fator de conversio previsto na legislagdo aplicada na data da concessao do beneticio.(..] Persste 4 condigio especial do labor, mesmo com a redusio do ruido aos limites de tolerincia pelo uso de EPI. 4, O uso de EPls (equipamentos de protesio), por si s6, ndo basta para afastar o cardter especial das atividades desenvolvidas pelo segurado. Seria necesséria uma efetiva demonstragio da listo das consequéncias nocivas, além de prova da fiscalizagio do empregador sobre o uso permanente dos dispositivos protetores da sade do obreiro durante toda a jomada de trabalho. 5. Para atividades exercidas até a data da publicagdo da MP 1,729, de 2 de dezembro de 1998, convertida na Lei 9.732, de 11 de dezembro de 1998, que alterou o § 2° do artigo $8 da Lei 8.213/1991, a utiizagdo de equipamentos de protesio individual (EPI) & irrelevante para o reconhecimento das condigées especiais, prejudiciais a saide ou a integridade fisica do trabalhador.(...] (TRFS, APELREEX 0025156-26 2014 404.9999, QUINTA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, D.E. 20/03/2017). PREVIDENCIARIO, APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUICAO. REQUISITOS PREENCHIDOS, TEMPO. DE SERVICO ESPECIAL, CONVERSAO. POSSIBILIDADE. Uma ver exercida atividade enquadravel como especial, sob a égide da legislacio que @ ampara, 0 segurado adquire o direito ao reconhecimento como tal € a0 acréscimo decorrente da sua conversio em tempo de servigo comum no Smbito do Regime Geral de Previdéncia Social. [..] Com relacio aos agentes quimicos previstos no ‘Anexo 11 da NR-15 do MTE, basta a andlise qualitativa até 02/12/1998, sendo necesséria, 1 partir de enti, &andlise quantitativa, Quanto aos agentes quimicos descritos no Anexo 13 da NR 15, ¢suficiente a avaliagio qualtativa de risco, sem que se cogite de limite de toleriincia, independentemente da época da prestagio do servigo, se anterior ou posterior @ 3 02/12/1998, para fins de reconhecimento de tempo de servigo especial. [..] O STF assentou qué a nocividade do labor € neutralizada pelo uso eficaz.de EPIVEPCs, Porém, 0 simples forecimento pelo empregador de cremes de protego para mios nio exclui a hipotese de exposigo do trabalhador aos agentes quimicos nocivos a sade. E preciso que, no caso concreto, estejam demonstradas a existéncia de controle e periodicidade do fomecimento dos equipamentos, sua real effedcia na neutralizacto da insalubridade ou, ainda, que 0 respectivo uso era, de fato, obrigaidrio e continuamente fiscalizado pelo empregador. (..] (TRF4, AC $011429-07.2013.404.7102, QUINTA TURMA, Relator PAULO AFONSO BRUM VAZ, juntado aos autos em 03/03/2017). — E preciso definir se a comprovagao da eficécia do EPI, e consequente neutralizagao dos agentes nocivos, deve ser demonstrada somente pelo PPP (Perfil Profissiogritico Previdencirio) ou requer dilagdo probatéria pericial, especialmente a descrigo do tipo de equipamento utilizado, intensidade de protegio proporcionada ao trabalhador, treinamento, uso efetivo do equipamento e a fiscalizago pelo empregador. IL Anilise ‘Trata-se de tema de alta relevancia quanto & garantia dos direitos dos trabalhadores a0s dispositivos previstos constitucionalmente de ‘Aposentadoria Especial’ e recebimento de adicional pecuniario em situagdes nfo neutralizadas de insalubridade, Haveria, segundo os termos do processo em epigrafe, necessidade de uniformizagdo jurisprudencial sobre os meios probatérios a serem admitidos para a comprovagdo do tempo de trabalho especial, para pacificagdo do tema sobre qual seria a. prova suficiente para estabelecer a eficdcia do Equipamento de Protegdo Individual (EPI) ¢, consequentemente, afastar 0 reconhecimento do tempo especial, apos a decisio do STF no ARE 664335. O procedimento judicial ora em andamento visa verificar se a comprovagio da eficécia do EPI, ¢ consequente neutralizagio dos agentes nocivos, deve ser demonstrada somente pelo PPP (Perfil Profissiografico Previdencidrio) ou requer dilagdo probatéria pericial, especialmente a deserigiio do tipo de equipamento utilizado, intensidade de protesdo proporcionada ao trabalhador, treinamento, uso efetivo do equipamento ¢ a fiscalizagio pelo empregador. Nao cabe a esta Casa, por dbvio, discutir os procedimentos judiciais pertinentes ais provas processuais ou a jurisprudéncia que ditige as decisbes dos senhores juizes para o tema. Nao cabe também a0 Ministério do Trabalho (MTb) discutir nem influir sobre a definigdo de direitos. previdencidrios dos trabalhadores, regulados. por instrumentos juridicos préprios, incluindo anélise de validade das declaragdes das empresas em documentos como o “Perfil Profissiogrifico Previdencidrio” citado no processo em questo. No entanto, o artigo 155 da CLT define que “Incumbe ao érgio de Ambito nacional competente em matéria de seguranga © medicina do trabalho [...] estabelecer, nos limites de sua competéncia, normas sobre a aplicagio dos preceitos deste Capitulo (V da CLT)”. Ainda, a Norma Regulamentadora 1 do Ministério do Trabalho, em vigor, define que a Secretaria de Seguranga ¢ Saiide no Trabalho - SSST (hoje Departamento de Seguranga e Saiide no Trabalho, parte da Secretaria de Inspego do Trabalho do Ministério do Trabalho) é 0 érgio de ambito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a seguranca ¢ medicina do trabalho, a quem cabe a fiscalizagio do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre seguranga € medicina do trabalho em todo o territério nacional. Entendemos, entio, de grande pertinéncia discutir tecnicamente, com enyolvimento dos diversos érgios piblicos afeitos ao tema, ¢ dentro da competéncia do Ministério do Trabalho, a questdo da eficécia dos Equipamentos de Protegdo Individual ~ EPI — para protegio A saiide e seguranga dos trabalhadores, Em primeiro lugar, porque, como esta no ARE 664335, “A climinagao das atividades laborais nocivas deve ser a meta maior da Sociedade - Estado, empresariado, trabalhadores e representantes sindicais -, que devem voltar- se incessantemente para com a defesa da satide dos trabalhadores, como enuncia a Constituigiio da Republica, ao erigir como pilares do Estado Democritico de Direito a dignidade humana (art. 1%, Ill, CRFB/88), a valorizagio social do trabalho, a preservagio da vida ¢ da satide (art, 3°, 5°, e 196, CRFB/88), e o meio ambiente de trabalho equilibrado (art. 193, e 225, CRFB/88)”. Em segundo lugar, tal discussio se faz necesséria tendo em vista a possibilidade de alegagdio dos empregadores, bastante frequente segundo o niimero de agdes judiciais a respeito, frente ao INSS, por meio do docuniento PPP, e frente a Justiga do Trabalho, de que os Equipamentos de Proteg4o Individual ~ EP! — neutralizariam as condigdes nocivas a saiide presentes nos ambientes de trabalho, fazendo com que 0 pleito de contagem de tempo em regime ‘especial’ seja afastado ou a demanda de recebimento de adicional de insalubridade por parte do trabalhador seja recusada pelo! judiciério. Deixa-se assim de se conceder a compensago financeira devida ou de se reconhecer 0 direito ao beneficio da aposentadoria especial ao segurado, apenas por esse motivo, qual seja, fornecimento de Equipamentos de Protegdo Individual, mesmo que atendidos os requisitos previstos em Lei para esses beneficios. A legislagdo pertinente A caracterizagao de atividade insalubre, para efeito pagamento de adicionais de insalubridade, de responsabilidade legal do Ministério do Trabalho, sobrepde-se, em diversos pontos, & legislagio sobre os direitos previdenciérios, especialmente no caso das Aposentadorias Especiais, como se colocaré adiante. A CLT permite a aboligiio do direito ao adicional de remuneragdo, ‘neutralizando’ o dircito & s percepgio de adicionais de insalubridade.' £ muito importante, diga-se de passagem, nio confundir tal ‘neutralizago’ de direitos, pecunidrios e previdencidrios, com o necessério controle dos riscos & saiide dos trabalhadores. Ainda que os Equipamentos de Protesao Indi idual sejam instrumentos valiosos de protego em determinadas situagdes de trabalho, devem ser considerados, conforme a literatura técnica internacional e segundo as exigéncias da Norma Regulamentadora 09 (NR-09) do Ministério do Trabalho, a ultima escolha e a mais precdria barreira contra riscos ambientais. Mesmo assim, seu uso esti previsto legalmente, ainda que com diversos condicionantes, considerando-se ‘neutralizada’ ou ‘eliminada’ a insalubridade (art. 191 da CLT) se houver a utilizagdo de equipamentos de protecdo individual pelo trabalhador “que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerdncia”, em substituigio a adogo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerincia. Veja-se a CLT © a Norma Regulamentadora 15, Portaria n? 3217/78 do Ministério do Trabalho: Art, 189. Serio consideradas atividades ou operagdes insalubres aquelas que, por sua natureza, condi¢des ou métodos de trabalho, exponham os empregados @ agentes nocivos a saide, acima dos limites de tolerdncia fixados em razio da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposigio aos seus efeitos. ‘Ant 190. © Ministrio do Trabalho aprovari © quadro das atividades ¢ operagies insalubres e adotara normas sobre os crtérios de caracterizagio da insalubridade, os limites de toleréncia aos agentes agressivos, meios de proteslo e o tempo méximo de exposiglo do empregado a esses agentes (..] ‘Art. 191. A eliminagio ou a neutralizagio da insalubridade ocorrer 1- com a adogdo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de toleranei IL com a utilizagdo de equipamentos de protegio individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerncia. (erifo nosso) [ol A Norma Regulamentadora 15 (NR-15) do MTb, por sua vez, define: \NR-15 - ATIVIDADES E OPERAGOES INSALUBRES 15.1 - Sio consideradas atividades ou operagdes insalubres as que se desenvolvem: 15.1.1 - Acima dos limites de tolerancia previstos nos anexos n° 1, 2,3,5, 11 € 12;[..] 15.1.3 - Nas atividades mencionadas nos anexos n° 6, 13 ¢ 14; 15.14 - Comprovadas através de laudo de inspesio do local de trabalho, constantes. dos anexos n° 7,8, 9 ¢ 10. 154 - A eliminago ou neutralizagio da insalubridade determinaré a cessagio do ‘pagamento do adicional respectiv. 15.4.1 - A eliminacdo ou neutralizagao da insalubridade devera ocorrer: 7 a) com a adogdo de medida de ordem geral que conservem 0 ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerincia; ) com a utilizagdo de equipamento de protesio individual. {.) 15.4.1.2 ~ A eliminagao ou neutralizacdo da insalubridade ficaré caracterizada através de avaliagao pericial "por érgio competente, que comprove a inexisténcia de risco & saiide do trabalhador.

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