do futuro. “N) No passado historia Batmovel2 EDITORIAL Lembrangas da graxa foto abaixo tem mais de 60 anos, mas eu ainda lembro muito bem desse dia. Rua Iperoig, esquina da rua Wanderley, no bairro das Perdizes, onde morei até os sete anos de idade. Depois disso, 0 local se tornou uma das oficinas nas quais meu pai preparava seus carros de corrida (e que, em muitas vezes, eu ajudei). Muitos Simca e DKW passaram por ld, entravam “caretas” e saiam prontos para a pista. Janeiro 2024 Cultura do Automével Foi, também, o local onde, em 1970, eu pintei com latas e mais latas de Colorgin dourado aquele feioso protétipo Lorena que bateu o recorde de velocidade na Marginal Pinheiros. O carro da foto estava ai para isso, tinha sido levado pelo mago dos DKW, o mecinico Vicente Sabatini, para ser preparado.a SUMARIO 04 Pelo mundo O que acontece no mundo dos automoéveis classicos 10 Ahistoria do DKW Oprimeiro automovel oficialmente brasileiro 26 Asorigens do DKW Como era 0 automével antes de se tornar brasileiro 30 Carros do futuro Nos anos 50 e 60, achava-se que eles voariam 38 Carros no cinema Talvez o mais importante carro de cinema: o Batmovel Cultura do Automével Janeiro 2024 3FESTA NO MUSEU Inauguracao do novo museu de automoveis classicos Os primeiros dias de exposicao de classicos no Dream Car Museum, situado na cidade de Sao Roque, a 60 km da capital paulista, foram muito agitados. Depois de muito instigarem 0 adeptos dos carros antigos, com teaseres durante a montagem do museu, seria dbvio que a presenca na inauguracéo, que foi comemorada com um coquetel para cerca de mil pessoas, fosse tao concorrida. Além do Plymouth Superbird 1970, que foi © destaque da festa de inauguracdo, merecendo até uma plataforma giratoria bem na entrada principal do museu, outros 144 veiculos encantaram a platéia, a maioria deles com uma forte bagagem de historia e relevancia. O prédio que abriga 0 acervo do museu tem 12 mil metros quadrados de area construida, incluindo 0 centro de compras com 23 lojas, em uma area de 100 mil metros quadrados, que inclui tambem um kartodromo & ainda em construcao. Na cobertura do prédio principal haverd ainda uma area para quatro restaurantes de grife. O mais interessante é que 0 idealizador principal do projeto so passou a se interessar por veiculos antigos ha apenas sete anos, ao receber como pagamento de uma divida um carro velho, como ele mesmo chamava qualquer veiculo que nao fosse bem novinho, Com ele, comecou uma colecdo e néo parou mais, chegando ao projeto do museu. (0 Dream Car Museum esta situado em uma area de 100 mil metros quadrados na Estrada do Vinho, em Sao Roque 4 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelA galeria dos mini Mini Cooper, BMW Isetta, Romi-isetta e Masserschmitt KR 175 Cultura do Automével Janeiro 2024 5See 4 DREAM CAR MUSEUM a Jaguar E-Type 6 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelDREAM CAR MUSEUM PELO Cadillac Deville 1959 Cultura do Automével Janeiro 2024 7Entre em nosso grupo no Telegram t.me/clubederevistas Tenha acesso as principais revistas do Brasil de forma gratuita!PELO DO DREAM CAR MUSEUM ry ae ° Dos 745 veiculos expostos, 85 sao automioveis, 20 saio motacicletas e ainda tem 40 bicicletas antigas ide it aedmedmaenes FS Se tte ‘© complexo conta ainda com um parque de diversdes vintage, com brinquedos dos anos 70 @ Janeiro 2024 Cultura do AutomévelDREAM CAR MUSEUM 174-1 Koy" (0) ple) Cultura do Automével JaneiroDKW Na historia do automével nacional cabamos de ver, na edigio anterior da revista Cultura do utomével, a histéria do Romi-Isetta, 0 primeiro automovel produzido no Brasil. Na pratica, ja que o carrinho foi langado em 5 de setembro de 1956, dois meses antes do langamento daquele que, na teoria, seria considerado o primeiro, conforme a definigio de automével pelo GEIA - Grupo Executivo da Indtstria Automobilistica. De acordo com esse drgio federal, criado por Juscelino Kubitscheck, 0 10 Janeiro 2024 Cultura do Automével [BKW-YEMAG) ... Oprimeiro DKW produzido no Brasil, aperuaF-91 com motor dois tempos de 896 cm? automével nacional deveria ter pelo menos duas portas e quatro lugares, 0 que, obviamente, o Romi-Isetta nao tinha. Assim, langado em 26 de novembro de 1956, o DKW F-91 Universal Sonderklasse carrega consigo a fama de ser o primeiro automével brasileiro. Injustamente. Montada com componentes vindos da Alemanha, a “perua” DKW nao. era assim tao brasileira, mas, em sua evolugio, com maiores indices de nacionalizacao, ganhou até nome local: DKW-Vemag Vemaguet.A ideia de fabricar o DKW no pais partiu de um distribuidor da marca Studebaker, que montava e vendia também os caminhées Scania-Vabis. Adotando em 1952 0 nome Vemag — Veiculos e Maquinas Agricolas SA - a empresa se instalou no bairro do Ipiranga, em Sao Paulo, e iniciou a montagem do DKW F-91. O DRW jg existia por aqui, pois era importado na versio F-89, com motor dois tempos transversal de do lindros e 700 cm‘, mas os primeiros F-91 ja tinham motor dois tempos longitudinal de trés cilindros e 896 cm’, com poténcia de 38 cv. Em 1958, a nova versio F-94 ficou maior e passou a ter também a carroceria seda de quatro portas. No ano seguinte, 1959, o DKW passou a ser equipado com 0 novo motor de 981 cm’, com poténcia de PMR) S UT) 44 ev e, dois anos depois, em 1961, as duas versdes, seda quatro portas e perua duas portas, passaram a ser chamadas oficialmente de Belcar e Vemaguet. d gem do DKW F-9', lancado no Brasil em 26 de novembro de 1956 Cultura do Automével Janeiro 2024 11DKW + t ODKW janacionaiizado, em 1961 12 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelDKW LHR AN Os DKW eram veiculos de conceito um tanto diferente do que estavam acostumados 0s usuarios dos enormes carrées americanos, com a lubrificagio do motor feita por adogio de éleo no tanque, misturado a gasolina, e com as portas dianteiras abrindo ao contrério, para tras, que depois ganharam o apelido de portas “suicidas”. Outro apelido do DKW era “dechavé”, justamente por causa dessas portas, que deixavam donzelas de saias em situagio embaragosa ao entrar e sair do carro. Aos poucos, 0 DKW brasileiro foi se atualizando, tanto na parte mecfnica quanto no seu visual, cada vez mais moderno. Uma melhoria aparentemente sem muita importancia foi a incorporagao de parte dos para-lamas traseiros 4 abertura das portas traseiras, em 1962. Além de melhorar 0 acesso dos ocupantes, permitiu que os vidros pudessem abrir até o fim. ‘As portas suicidas do DKW, abrindo para tras Gravura do DKW F-94 de 1959, jd com omotor 1000 Foi nesse ano, também, que surgiu a versio “de pobre” da Vemaguet, batizada de perua Caigara. Sem qualquer item de adorno, como frisos ou cromados, com forragio interna basica (em alguns casos, sem forragio) e sem equipamentos titeis para a condugio, como marcadores de temperatura e de combustivel, o DKW Caicara estava disponivel apenas nas cores bege e azul claro, sempre com o interior vermelho. Em tempos em que ter um carro era sindnimo de luxo e status, estd explicado 0 porqué de o Caigara nao ter tido sucesso comercial. Era uma declaragio publica de “ser pobre”. Assim como seus rivais, na época apenas o Simca Alvorada e, trés anos depois, o Renault Teimoso, 0 Simca Profissional e o Volkswagen Fusca Pé-de-boi, além da prépria evolugio do Caigara, a perua DKW Pracinha, a maioria dos poucos compradores desses modelos corriam para “vestir” seus carros pelados, isso quando nao saiam com eles da concessionaria ja com a maior parte dos itens faltantes instalados. » Cultura do Automével Janeiro 2024 13Noalto, o DAW Caicara, de 1962 e, acima, o DKW Pracinha, de 1965, As principais diferencas s3o as portas e lanternas 14 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelDKW PMR) S UT) Nas fotos ao lado, é possivel ver as principais diferengas entre o DKW Caigara, de 1962, e o Pracinha, de 1965. Além das portas, que passaram a abrir do modo convencional no modelo mais atual, as lanternas traseiras passaram de verticais para horizontais, as rodas passaram de 8 - a para 12 furos de ventilacao, e a porta traseira, de abertura lateral, perdeu os ressaltos verticais (as tiltimas unidades j4 vinham com a porta traseira em duas partes, igual 4 da Vemaguet). Houve ainda a tentativa de um furgao, mas que nao passou da fase de protétipo. ae Expedite Marazzi testando o DKW Belcar Rio, em 1965, e 0 DW Belcar S,em 1967 Em 1964, duas das mais peculiares caracteristicas que marcariam para sempre todos os DKW, justamente o sistema de lubrificagao (ou a falta dele) e as portas suicidas, foram “consertadas”, ou seja, os carros da marca passaram a ter o sistema de lubrificagéo automatico Lubrimat e as portas dianteiras passaram a abrir da maneira convencional. Nao ha diividas de que, no caso das portas, a evolucio foi muito positiva, a favor da seguranga, apesar de que esse tipo de abertura, considerado um pouco excéntrico, é bem interessante para colecionadores (sé que, na época, nao era visto assim). O sistema Lubrimat, no entanto, tinha Id as suas ressalvas, por nao ser de muita confianga. Para quem nao acreditava nele, a tranquilidade era continuar a misturar 6leo no tanque, muitas vezes desativando de vez o sistema automatico. Cultura do Automével Janeiro 2024 15HISTORIA DKW 2 colocou o Belcar Rio e a Vemaguet Rio nos cartées postais Em 1965, em homenagem ao aniversirio de 400 anos da cidade do Rio de Janeiro, foi langada a série Rio, que, entre outras pequenas inovagdes, como os limpadores de para-brisa parando do lado direito, tinha novas cores externa e interna. O departamento de marketing usou e abusou das imagens do DKW na cidade maravilhosa, sempre em gravuras bastante atraentes. Mais novidades vieram em 1966, como os novos parachoques, a nova grade, piscas maiores e novo volante. O ano de 1967 foi 0 ultimo para o DKW, ji que a compra da marca pela Volkswagen indicava mesmo o fim daquela linha (apesar de a VW 16 Janeiro 2024 Cultura do Automével declarar publicamente que nao descontinuaria o DKW). Por ironia, foi quando o Belcar e a Vemaguet tiveram a maior mudanga, adotando uma enorme grade dianteira, quase desproporcional, com quatro fardis. Na traseira, a mudanga foi apenas as novas lanternas. Essa alteragao visual veio com as alteracdes técnicas necessarias para a continuidade dos modelos, como a mudanga do sistema elétrico de 6 volts para 12 volts ea troca do dinamo pelo alternador. A tiltima alteragao dos DKW foi a adogao do motor “S” do Fissore, com poténcia de 50 cv, 6 cv a mais em relacgao ao motor anterior.DKW PMR) S UT) ‘As novas lanternas traseiras da Vemaguet 1967 As novas lanternas traseiras do Belcar 1967 Os ultimos DKW a sal Jalinha de montagem em outubro de 1967, um Belcar e uma perua Vemaguet O iltimo DKW saiu da linha de Vemaguetes, 6 mil Pracinhas e mil montagem em outubro de 1967, Caigaras) e 51 mil Belcar, além de com um total produzido de cerca de _ cerca de 10 mil unidades do Fissore 55 mil exemplares da perua (48 mil _e do jipe Candango. Cultura do Automével Janeiro 2024 17DR Vaalii Antes de ser um Vemag brasileiro, a saga do comecou em 1916, quando o dinamarqués Jorgen Skafte Rasmussen fez experimentos com motores a vapor. Nao progrediu nesse setor, mas, apenas trés anos depois, jd estava construindo motores dois tempos. Da época dos vapores nada sobrou, além do nome Dampf Kraft Wagen, que significa motor a vapor, em alemao. DKW. DKW F-1, ou DKW Front, o primeiro da marca Seu primeiro motor dois tempos estava mais para um brinquedo, de forma que Jorgen aproveitou a sigla DKW para batiza-lo: Des Knaben Wunsch, que significa “o desejo do menino”. Foi a evolugio desse motor, no entanto, que o levou aos seus maiores feitos, adaptando-o para motocicletas. E mais uma vez as iniciais DKW foram aproveitadas: desta vez, elas se referiam ao nome mais conhecido de seus produtos, Das Kleine Wunder, ou “a pequena maravilha”. E foi essa a definic¢io sempre utilizada oficialmente, tanto para as motocicletas quanto para os automéveis. DKWFSD 18 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelPMR) S UT) ODKWF-7 Meisterklasse, de 1937, tinha mator transversal de dois clindros dois tempos de 700 cm’ Em 1928, a DKW ja era o maior fabricante de motocicletas do mundo, passando a produzir automéveis de tracio dianteira em larga escala a partir da década seguinte. E 0 primeiro automével DKW foi 0 F-1, apresentado em fevereiro de 1932, trés anos antes de a Citroén lancar o Traction Avant. Foi nesse ano também que a DKW se juntou 4 Audi, a Horch ea Wanderer, para criar a Auto Union, célebre pelo logotipo dos quatro anéis, cada um deles simbolizando uma dessas marcas. Trés delas jd no existem mais, incluindo DKW, mas a Audi utiliza esse logotipo dos quatro anéis em todos os seus carros até hoje. Cultura do Automével Janeiro 2024 19HISTORIA DKW Na sequéncia, a partir do F-1, os DKW foram evoluindo e se tornaram sucessos de vendas, claro que levando-se em conta que aquele perfodo era de grande recessio. Os pequenos motores dois tempos de dois cilindros eram o principal motivo da satisfacao dos clientes, com cilindradas de 600 e de 700 cm’, até o DKW F-89 de 1950, que ja tinha 0 jeitio dos DKW brasileiros que conhecemos. S6 que menor. Enquanto o DKW F-89 era feito na Alemanha Ocidental, uma versio muito parecida desse modelo era produzido pelos soviéticos, de 1949 até 1956, chamado de IFA F-9. Os dois modelos derivam do protétipo DKW F-9, apresentado ainda em 1939 e j4 com linhas bem mais modernas e aerodinamicas, com coeficiente de resisténcia de 0,42, excelente para aquela época. Se a guerra nao tivesse come¢ado, o F-9 teria sido lancado ainda em 1940, substituindo o antiquado F-8, cuja produgio foi interrompida em 1942. Teria sido o primeiro DKW com 0 novo motor de trés cilindros, que estreou apenas no DKW F-91. O DKW F-89 e 0 IFA F-9 foram os primeiros modelos de passeio produzidos pelo grupo Auto Union apés a sua reestruturagao em 1949, Oprototipo do DKW F-9, que deveria ter sido lancado em 1940, Dele surglu o DKW F-89, a base para o nosso DKW 20 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelDKW LHR AN ODKW F-89 de 1950, exposto no Audi Museum, em ingolstact Este € oIFA F-9, DKW sovietico O DKW F-89, também conhecido como Meisterklasse (Master Class, em inglés), foi lancado em 1950, mas antes dele veio sua versio utilitaria, o DKW F-89 L, também conhecido por Schnellaster (Rapid Transporter, em inglés), e o IFA F-9, em 1949. Sua evolugio, o DEW F-91, veio em 1953 com o novo motor de trés cilindros longitudinal, mas ainda com a carroceria estreita. Era justamente a versio de estréia do Outilitario DKW F-89 L Schnellaster, lancadoem 1949 ~~ DKW brasileiro. Cultura do Automével Janeiro 2024 21HISTORIA DKW ODKWF-91, de O DKW F-91 estava disponivel na versio cupé duas portas, conversivel e perua. Em 1955, o DKW F-93 era disponibilizado nas versées cupé duas portas e conversivel, este com carroceria fornecida pela Karmann, e em 1957 veio o F-94, o primeiro com quatro portas, e o F-94U, a perua Universal. Esses DKW eram chamados também de 3=6, tinham a carroceria bem mais larga que os 3, de carroceria estreita ODKWF-91 Universal 22 Janeiro 2024 Cultura do Automével anteriores F-91 e ostentavam a nova grade dianteira ovalada. Uma variagio do F-94 era o Auto Union 10008, que se destacava pelo para-brisa panoramico e um motor ligeiramente mais potente, de 50 cv. Os DKW 3=6 foram produzidos até 1959, sucedidos pelo Auto Union 1000, que ficou em linha até 1963. Depois dele, foi a vez do DKW F-102, produzido até 1966.DKW PMR) S UT) O DKW de quatro portas so chegou em 1957 e foi a versao mais importante praduzida pela Verag brasileira Cultura do Automével Janeiro 2024 23HISTORIA DKW A importancia das motocicletas DKW Nos anos 20, a DKW era a maior fabricante de motocicletas do mundo, sendo que a pequena RT 125 eraa mais popular. Coma guerra, a fabrica da RT 125, em Zschopau, ‘suspendeu a producdo da motocicleta e, ao fim do conflito, essa fabrica acabou ficando do lado oriental da Alemanha. Como parte da indenizacao por ter iniciado a guerra, os alemaes foram obrigadosa repartir 0 projeto da exitosa maquina com varios paises, que iniciaram a producdo da motocicleta sob diversas marcas. Na Inglaterra, essa motocicleta se tornoua célebre BSA Bantam, nos Estados Unidos, a Harley-Davidson copiou a motocicleta achamou de Hummer, a propria DKW continuoua producdo em Ingolsdadt, do lado ocidental da Alemanha, e do lado. oriental ela foi produzida em Moscou pela IFA, que foi renomeada MZ (Motorradwerk Zschopau). Na Pol6nia, ela fol fabricada pela WSK ena Russia pela Voskrod. Umponto beminteressante é que a Harley construiu o motor espelhado, para que o pedal de cambio ficasse do lado esquerdo. O feito mais importante da DKW RT 125, no entanto, aconteceu nos anos 50, no Japao: a primeira motocicleta da Yamaha era também uma cépia da alem, porém projetada por meio de engenharia reversa. Assim, foi langada em 1955 a Yamaha YA-1 Dragonfly, que, em seu primeiro ano de producdo, venceu a subida de montanha do Monte Fujie garantiu o sucesso da nova marca. A Yamaha VA~1 de 1955 no Museu da Yamaha 24 Janeiro 2024 Cultura do Automével Ainglesa BSA Bantan ‘A americana Harley-Davidson HummerDI O DKW F-102 ja tinha carroceria bem atualizada, de linhas retas e nio arredondadas e angulares como a do 3=6. Seu motor dois tempos de trés cilindros, no entanto, apesar de ser competente e confidvel, tendo evoluido muito desde sua concepg¢io, jd no era bem visto pelo mercado. A Volkswagen, nova proprietaria da Auto Union, mudou o nome da Ottitimo dos DKW: 0 F-102 abriti caminho para amarca Audie seus modelos, IKW- eNO APN empresa, reativando a marca Audi. Assim, o F-102 foi o tltimo DKW produzido, que passou o bastio para seu sucessor, 0 Audi F-103. Esse carro manteve as linhas basicas de seu antecessor e estreou 0 motor quatro tempos, produzido pela Mercedes-Benz. Foi 0 marco inicial dos automéveis Audi atuais, que comegaram sua saga pelo Audi 80. @ Cultura do Automével Janeiro 2024 25TECNOLOGIA embra do filme De Volta Para o Futuro? De acordo com a histéria, de 1985, apenas 30 nos mais 4 frente, ou seja, em 2015, os carros estariam voando. E nao adianta dizer que se trata de uma ficco, j4 que a viagem no tempo € algo impossivel, mas sim de prever o futuro. Hoje, nove anos depois da data prevista, os carros ainda nao voam. E nem poderiam. Isso me faz pensar no passado, digamos, 60 anos atrés. Naqueles anos 60, talvez influenciadas pela magia da corrida espacial, mentes sonhadoras previam automdéveis futuristas que, se nao voavam, pelo menos se pareciam com “coisas voadoras”. Menos com os foguetes, jf uma realidade, na época, gragas corrida espacial, que empolgou a populagio mundial, e mais com os discos voadores dos filmes de ficgio. 26 Janeiro 2024 Cultura do Automével Tr es Ford Gyron, 1961 Com uma indistria automobilistica ainda em sua primeira década, as nossas poucas revistas especializadas nao tinham tanto assunto quanto nos dias atuais e, talvez por causa disso mesmo, as mentes voavam alto na criatividade. Os assuntos iam muito além de novos modelos, eram verdadeiras reportagens, mesmo quando elas abordavam a criatividade da turma do outro lado, aqueles que sonhavam e desenhavam carros futuristas. Tinhamos, entio, o trabalho dos projetistas de automéveis que vislumbravam ideias e formas e 0 trabalho dos artesios, que tornavam essas ideias em realidade, mesmo que esses espetaculares protétipos nem funcionassem. Aquelas capas de revista com carros do futuro jamais me sairam da mente. E acho que nunca vou vé-los de perto.Os dois exemplos nesta abertura mostram tanto a criatividade quanto a ingenuidade dos projetistas dos anos 60, que desenhavam alguns automéveis bonitos porém sem qualquer condicao de funcionaliade. Como entrar e sair do carro? Onde ficam 0 motor e os demais sistemas mecinicos? Eles voam? 4 Essas ideias deixavam o motorista da €poca — € 0 leitor das principais revistas — cheio de diividas. E cheio de desejos. A Ford criou o Gyron, em 1961, realmente parecido com um aviio. Mas era apenas um automével, isso se nio fosse considerado uma moto, ja que tinha apenas duas rodas. Mesmo com quatro lugares, esse carro se equilibrava nas duas rodas por meio de um sistema auxiliar de giroscépio. Em velocidades baixas, ou parado, duas rodas auxiliares desciam \. embaixo das asas Ss traseiras para ele nao tombar. Os projetistas da Ford focaram tanto na aerodinfmica que nao cuidaram do aspecto funcional do carro. Os estudos, no entanto, serviam mesmo para isso, uma vez que esses prototipos jamais se tornariam um veiculo comercial. O Ford Gyron das fotos acabou sendo destruido em um incéncio. » ES Cultura do Automével Janeiro 2024 27ECNOLOGIA CARROS DO FUTURO Mais ou menos na mesma época,a_—_ compras embutidos no porta-malas, General Motors criou 0 seu carro do para as idas ao supermercado. futuro, o Runabout, de 1964. Estes, Mesmo assim, a imaginacio dos pelo menos, se projetistas viajou longe, preocuparam mais com TP jd que no lugar do a funcionalidade, = volante havia um estranho console com dois controles giratérios, como se fosse um video game. O Runabout nio mesmo que 0 carro nao tivesse uma aparéncia comum. Com trés rodas, com a dianteira girando 180° para facilitar manobras de foi pensado para ser estacionamento, o Runabout um carro, pois jamais teve vinha com dois carrinhos de motor e sistema de transmissio. Ainda nos anos 50, os carros do futuro eram: imaginados sem tanta simplicidade, mas com muito mais apéndices, asas € rabos-de- 1958, que mais parece de desenho a 28 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelCARROS DO FUTURO TECNOLOGIA Mais inverossimil seria o Ford Nucleon, de 1958, movido a fissio nuclear. Logicamente esse carro nao chegou a ser produzido, nem mesmo como protétipo, as fotos mostram apenas modelos em escala. Dizem que nao fizeram um protétipo em tamanho real porque nao existia um reator nuclear que coubesse em um automével comum. 0 Cultura do Automével Janeiro 2024 29TECNOLOGIA CARROS DO FUTURO Os anos 50 foram prédigos em criatividade, mas essa “brincadeira” dos projetistas e dos fabricantes de automéveis comecou bem antes. Se alguém da minha €poca jé era fa de automéveis em 1971, deve ter colecionado as figurinhas do 4lbum Carros Famosos. Dele, lembro bem de alguns carros estranhos, entre eles 0 Volvo Venus Bilo, de 1933. Com a frente achatada como se tivesse acertado um poste, o Venus Bilo tinha 0 objetivo de estudar os efeitos aerodinamicos na condugio de um automével. Nao passou de um protétipo, mas do outro lado do planeta, apenas um ano depois, os americanos da Chrysler nao sé apresentaram como também : a] ousaram lancar comercialmente 0 = Airflow, de 1934, que tinha nitidas = formas aerodinamicas. Foi um Ba retumbante fracasso de vendas, pois ele foi considerado feio e, por isso, Os motoristas nao o aceitaram. No mesmo ano de 1934, Edsel Ford importou da Europa algumas ideias aerodinamicas (provavelmente ele viu o Venus Bilo) e pediu para 0 departamento de estilo um modelo com essas caracteristicas. Dai surgiu o carro-conceito Edsel Ford Model 40 Special Speedster. 30 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelCARROS DO FUTURO TECNOLOGIA Ainda nos anos 30, provavelmente o mais famoso carro-conceito de que temos noticia € o Buick Y-Job, de 1938. Foi 0 primeiro carro-conceito da General Motors, concebido por Harley Earl. Faréis escamoteaveis e capota que some quando aberta, o Y-Job fez fama e influenciou a linha Buick por muitos anos. Esse eu vi de perto, no Heritage Center da GM, em Detroit. A marca Buick usou e abusou dos modelos de estilo. Em 1951, 0 Buick Le-Sabre voltou a marcar época para a GM. Feito apenas com materiais ultra-leves como 0 magnésio, a fibra de vidro e 0 aluminio aerondutico, teve a inspiragao nos jatos. Em 1956, outra vez a Buick mostra sua criatividade, com o Centurion, que tinha teto transparente, fardis embutidos e camera na traseira, com um monitor no painel. \ Pouick Centurions Cultura do Automével Janeiro 2024 31CARROS DO FUTURO | 2/5/95 Buick Le-Sabre, 1951 No ano de 1954, a General Motors iniciou uma série de experimentos mais para desempenho do que estilo. Comegou com Firebird XP-21, com turbina a gas no lugar do motor. O bélido foi testado na pista da GM, no Arizona, por um piloto de jato. O Firebird II, de 1956, era “civilizado”, pois sua turbina a gas trabalhava em menores temperaturas € 0 carro levava quatro pessoas. GM Firebird XP-21, 1954 32 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelCARROS DO FUTURO TECNOLOGIA O GM Firebird III, de 1958, foi idealizado para ser 0 automével mais facil de ser conduzido de todos os tempos. Um tinico comando elimina o volante, 0 acelerador e o pedal de freio. O Firebird III poderia mesmo ser considerado um carro do futuro, ja que antecipou muitos dos recursos jos 4 condugao aut6noma, icos controlados taladas nas rodovias. Cultura do Automével Janeiro 2024 33EARROS DOFUTURO Nao poderia deixar de ser quarta e ultima versio do Firebird, de 1964, que, cinco anos depois, ganhou equipamentos e tornou-se 0 Buick Century Cruiser, de 1969. Nesses dois casos, 0 foco era tornar um carro a turbina mais confortavel. —_ adi Na foto acima, o Cadillac Cyclone, de 1959, Os destaques sio para o teto transparente basculante e para as portas de correr. Na dianteira, no lugar dos fardis, esto dois enormes sensores de proximidade de objetos, antecipando os sistemas utilizados 34 Janeiro 2024 Cultura do Automével atualmente nos carros modernos. Como enxergar a noite, entio? No Heritage Center, em Detroit, onde o carro esta exposto, fotografei o Cyclone equipado com dois pares de modernos faréis auxiliares. E, alguém quis experimenté-lo a noite.fe CARROS DOFUTURO. (guise fe) Relei/\ ~e a Chevrolet e Pontiac, ambas marcas Chevrolet Corvette, a visio da da General Motors, compartilharam Pontiac era o Bonneville Special, de muitas plataformas, cada uma dando 1954. O proté o acabamento final de acordo como _ tornou de produgio, tinha o fam o de seus clientes. No caso do motor 8-em-linha do Chieftai O charme do Pontiac Bonneville Special era o domo de acrilico como capota, com duas janelas basculantes também de acrilic: Pontiac Bonneville Speg ia ee Cultura do Automével J)Gece 4 CARROS DO FUTURO Os brasileiros espetaculares. Da minha mente, puxando a memoria de crianca, destaco apenas dois: 0 Fei-X1.e 0 DKW Carcara. Na foto acima, Expedito Marazzi pilotando o Carcara, que tinha mecanica DKW, com motor de tres. cilindros e dois tempos, a abaixo 0 Fei-X1, que tive o privilégio de experimentar quando ainda era crianca. 36 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelCARROS DO FUTURO General Motors, com todas as suas marcas de automéveis, e Ford, com as suas, certamente comparecem com mais exemplos de carros do futuro, mas existem muito mais, até mesmo europeus. Para os automéveis, quanto mais 0 TECNO! A Chrysler também tem os seus sonhadores. O Diablo, de 1957, é um bom exemplo. Montado sobre o chassi encurtado do Chrysler 300, 0 Diablo foi criado pelo estiidio Ghia, que desenhou também a capota. Dois deles foram destrufdos no filme futuro se aproximava, menos eles se pareciam ser do futuro. Por isso os mais antigos so os mais viajantes, a exemplo do Rumpler Tropfenwagen, que teve 80 unidades produzidas. alemao Metrépolis, de 1927. Consta que o Tropfenwagen foi o primeiro carro projetado com estudo aerodinimico, obtendo um indice de resisténcia de apenas 0,28, em 1921. Pela quantidade de automéveis futuristas que j4 povoaram as mentes dos projetistas e que j4 causaram o espanto e o desejo de meros mortais, contar a hist6ria apenas dos mais famosos exigiria varios capitulos. O que seria bastante conveniente. Sera 0 que faremos, entio. « Cultura do Automével Janeiro 2024 37CARROS NO CINEMA iL» = a — que ser muito especial TT Batmovel O carro do Batman tinha Opprimeiro carro do Batman surgiu em 1939, ainda nao tinha nome e era parecido com um Ford Coupé 1937 uem aqui é fi do Batman? Eu sou, desde sempre. Ou melhor, desde 1966, quando ele surgiu na minha TV Emerson preto e branco, em episédios semanais. Nao sei explicar o porqué, mas fiquei fascinado pelo seriado. Chegava a nao querer ir em festas de aniversario sé para nao perder as ridiculas aventuras de Batman e Robin aos domingos. Na época, no entanto, eu nao as achava ridiculas. Coisa de crianga de seis anos... E aquele Batmével? Era tio especial que, muitos anos depois, virou cult, com uma longa histéria, 38 Janeiro 2024 Cultura do Automével que pode ser bem dividida em o Batmével dos filmes e o Batmével dos quadrinhos. Em sua primeira aparigao, na revista em quadrinhos Detective Comics ntimero 27, de maio de 1939, o Batman dirigia um cupé vermelho, parecido com um Ford Coupé 1937. Mas foi s6 dois anos depois, na revista em quadrinhos Detective Comics nimero 48, que o carro do Batman ganhou um nome: Batmobile. Ou Batmével, para nés. Desta vez era um conversivel vermelho, parecido com um Cord 810, o carro mais inovador daquelesEm 19410 carro do Batman, um conversivel vermetho p: tempos. E tinha mesmo que ser, pois Bruce Wayne jé era um excéntrico multimiliondrio e ficou estabelecido que o seu carro deveria ser muito especial, perfeitamente adaptado as n dades do Batman. No mesmo ano de 1941, Batman ja tinha revista propria e um novo Batmével apareceu na edigao de numero 5, surgindo também na capa CARROS NO CINEMA ganhou onome de"B: da edicio de Batman ntimero 20, em uma entrada triunfal, “rasgando” o papel. Esse Batmével era bem escuro, azul ou preto, como melhor se destacasse nas paginas dos quadrinhos, e tinha uma enorme cabega de morcego na frente da grade do radiador, que serviria para “abrir” caminho durante as perseguig6es a bandidos. ce Cultura do Automével Janeiro 2024 39Co \-1-Toh-9 Teel VW BATMOVEL, Até agora s6 falamos de carros nos quadrinhos, mas nio era “Carros no Cinema? Sem divida! O Batmével ficou realmente famoso na telinha, no seriado cémico dos anos 60, mas houve dois filmes seriados antes, cujos episédios eram exibidos nas salas de cinema, semanalmente. No primeiro, de 1943, Batman e Robin perseguiam bandidos em um enorme Cadillac conversivel 1939, que também era 0 automével de uso pessoal de Bruce Wayne. E 0 truque era simples demais: Bruce usava 0 carro com a capota aberta e Batman 86 0 ditigia com a capota fechada. $6 ganha desse truque como disfarce de alter-ego os 6culos do Clark Kent. Em 1949, outro seriado do Batman e Robin. Nele, os encapugados se disfargavam e fechavam a capota do Mercury 1949 conversivel para nio serem descobertos. Bruce Wayne circulava com esse carro de capota aberta e, ao ser chamado para um caso, trocava de roupas dentro do carro enquanto a capota fechava eletricamente. Bem sutil. 0 Cadillac 1939 e o Mercury 1949 eram utllizados simultaneamente por Batman e por seualter-ego Bruce Wayne Enquanto isso, de 1941 até 1950, os desenhistas das HQ’s do Batman usavam toda a sua criatividade para criar um Batmével cada vez mais ousado. Foram dezenas deles, com centenas de pequenas variagoes. Um deles, na edi¢io ntimero 219 da Detective Comics, de 1955, deve ser destacado: um Marmon 1905, que tinha uma enorme cabeca de morcego na frente e uma ainda maior barbatana atrés. Batman foi obrigado a usar esse carro de sua colegio para perseguir criminosos que se misturaram em um encontro de automéveis classicos, j4 que os carros normais estavam proibidos de circular no local. Depois desse caso, Robin ficou feliz ao poder voltar ao moderno Batmével de 1955. Os Batmovels utilizados pela dupia dinamica nos quadrinhos de 1955, incluindo um Marmon de 1905 40 Janeiro 2024 Cultura do Automével1=7-\ 4 [0)" 10a] CARROS NO CINEMA 8 Batmovel® 2. 2c en OBatmovel em suas primeiras aparicoes. A foto ¢ da época da gravacao do primeiro epis6dio de Batman e Robin Os batmanjacos dos longas de Tim Burton e posteriores até podem nao concordar, mas 0 carro do Batman do seriado de 1966 é “O” Batmével. E para ser bem sincero, nao gosto de nenhum dos outros. A histéria desse Batmével deve ser mais que conhecida por todos, de tanto que jd se falou sobre o carro, mas nao custa nada relembrar como ele surgiu. Diferentemente dos seriados de 1943 e 1949, nos quais Batman e Robin utilizavam modelos comuns, de produgio normal, o seriado de 1966 exigia um Batmével especial, como eram vistos nos quadrinhos. O customizador de automéveis Dean Jeffries, entao, que ji havia criado o Monkeemobile, em 1965, para o seriado Os Monkees, e depois criaria o Beleza Negra, para o seriado O Besouro Verde, em 1966, ja estava contratado para idealizar 0 Batmével, mas, como os esttidios anteciparam o projeto, ele nao pode cumprir 0 contrato e foi obrigado a repassi-lo para George Barris. Barris j4 era mais conhecido nesse meio, com criagdes como o carro da Familia Buscapé, em 1962, o Porter 1928 que falava com seu dono, em Mamie Calhambeque, em 1965, e 0 carro da familia Munster, em Os Monstros, em 1964. Entre outros. Mesmo assim, o pedido do estudio 0 pegou de surpresa, com um prazo de apenas trés semanas para entregar o automével. Por sorte, ele havia comprado um carro-conceito para a sua prépria colecao, um Lincoln Futura de 1955, por apenas um délar (a Ford nao guardava suas criagGes, por falta de espago, e as vezes as descartava) € aproveitou o carro. Pronto, para chegar ao Batmével, faltava pouco, j4 que o Futura era realmente um carro futurista. \ Cultura do Automével Janeiro 2024 41Coy: \=1-{oke9 Teel N10): BATMOVEL Q.Lincoln Futura na cor original, branco perolizado, Era um carro-conceito que depois foi descartado pela Ford O préprio Lincoln Futura, antes de se tornar lenda como Batmével, ja tinha uma boa histéria. Depois de cumprir a fungao de carro-conceito, foi emprestado ao estidio MGM para o filme Comegou com Um Beijo (It Started With a Kiss, 1959), com Glenn Ford e Debbie Reynolds. Ko Ela ganha o carro na rifa e com ele tumultua a vida de seu marido, um sargento da aerondutica americana a servico na Espanha. Originalmente na cor branca, com um tratamento chamado, na época, de Pearlescent (perolizado), o Futura foi pintado de vermelho para ficar melhor na tela. (O Lincoln Futura fo! pintado de vermelho para ter melhor imagem no filme Comecou Com um Bejo, de 1955 42 Janeiro 2024 Cultura do Automével1=7-\ 4 (0)"-10a) CARROS NO CINEMA Como o Lincoln Futura vermelho ficou depois de cinco anos abandonado no quintal de George Barris Depois do filme, que também exigiu do Futura uma longa peregrinagao para sua divulgacao, no inicio dos anos 60 a Ford vendeu o carro para Barris, pois ele j4 nao tinha utilidade para a empresa (sera que esqueceram do museu?). Ele recebeu o carro na cor vermelha e 0 abandonou nos fundos de seu galpao, pois, como nao tinha documentagio, nao poderia rodar pelas ruas. Até que surgiu o Batman. A essa altura, 0 carro estava bem degradado, mas como foi totalmente refeito para a série, 0 resultado foi o que conhecemos. » Cultura do Automével Janeiro 2024 43(nenhuma novidade para as cri pequeno projétil de plastico pelo de hoje), computador e arm: : nhao traseiro. Sonho das criangas. dupladinamica1=7-\ 4 (0)"/-1eg] CARROS NO CINEMA \Visao traseira do Batmével original, do primeiro episodio ‘As duas fotos acima mostram o Batmsvel do primeiro episédio, com pintura fosca, e depois, coma pintura brilhante O Batmével original, feito a partir do Lincoln Futura, em pouco tempo alcangou o status de mais importante custom-car j4 produzido, posto que ocupa até hoje, apesar de centenas de outros automé6veis terem surgido desde entio. No primeiro episédio de Batman, em janeiro de 1966, o Batmével nao estava totalmente pronto, como se pode ver pela pintura fosca, sem acabamento brilhante. Logo em seguida ele foi pintado com a cor preto brilhante, com os filetes na cor vermelha fluorescente. » Cultura do Automével Janeiro 2024 45Cor \1-{0k-9 Teel 007-9 BATMOVEL Na foto, uma das replicas oficiais do Batmovel, a esquerda, e o Batmovel original, a direita George Barris montou outras trés _ chassis de um Ford Thunderbird, s6 réplicas do Batmével, sobre o chassi_—_ que Barris acabou o comprando. do Ford Galaxie e com carroceria de Atualmente, as réplicas oficiais do fibra de vidro (0 original € de ago), Batmével ainda cumprem sua fungio para campanhas de divulgacao da de expor e contar a historia do carro série. Um quinto Batmével surgiu, _e 0 original foi vendido, em 2013, nio autorizado, montado sobre o por 4,62 milhGes de dolares. Em escala Toda boa colecao de miniaturas deve ter, pelo menos, um Batmovel, em qualquer escala. 46 Janeiro 2024 Cultura do Automével1=7-\ 4 (0)"/-1eg] CARROS NO CINEMA Os “outros” Batm : 5s , iy 3 Y i Voltando um pouco 4 histéria do Batman, depois que conheci a série de 1966 passei a colecionar o gibi, de varias formas e formatos. E o meu heréi parecia ser fiel a0 que eu ja conhecia. Mais ou menos. Até que, em 1986, veio a saga “O Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller. Eu nao era mais crianga e entendi que aquele Batman era cheio de defeitos, velho e sombrio, muito amargurado. Ou seja, humano. Mas tudo bem, o choque nfo foi tio forte quanto o do primeiro filme de Tim Burton, que assisti na pré-estréia em. Hollywood, na California, em 1989. Decidi ali que nao gostava mais do meu velho heréi. O Batmével do filme de 1989 era algo irreal, parecendo um tanque de guerra e passando a impressao de ser inguidvel. Mas era apenas o inicio de uma série de veiculos horrendos que viriam a ousar ocupar 0 posto de um dos automéveis mais icénicos que o cinema ja criou. Cultura do Automével Janeiro 2024 47CARROS NO CINEMA fg-J.\ i [ei 48 Janeiro 2024 Cultura do AutomévelBATMOVEL- (@fXatelsy (okey i-4U.y Cee RM Mpa ne PPP) _— Cultura do Automével Jane!(Ao ele avy BATMOVEL e criatividade —BAe oROSSE PROGR Cultura do Automével Janeiro 2024 51AUTOMOVEL E CULTURA. Vocé vai gostar de relembrar! 1 cultura dO™) -ultura do_ teams jcu auto’ l auto =U EDICAOESPECIAL Sao lancamentos, provas, testes, recordacées... tanto de carros como de motos que Gabriel Marazzi relembra como se fosse hoje. Uma colegado que vocé pode assinar e fazer o passado bater deliciosamente a sua porta. TELEFONE: (11) 3038-5050 | WHATSAPP: (11) 95186-4134 | WWW.EUROPANET.COM.BR