INTERAÇÕES

Um olhar sobre Os
Maias
Um olhar sobre Os Maias

Este romance retrata o

Portugal da segunda
metade século XIX.
Estrutura-se à volta de
dois vetores
fundamentais: a história
da família Maia e a
crónica de costumes.

Interações – 11.º Ano

Um olhar sobre Os Maias

Em alternância com a intriga

principal - os amores de
Carlos e Maria Eduarda -
encontramos episódios que
funcionam como
caracterização da sociedade
portuguesa da época,
assumem a forma de crítica e
de sátira social e revelam os
defeitos sociais que impedem
o progresso e a renovação
das mentalidades.
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A casa que os Maias vieram
habitar em Lisboa, no Outono de
1875, era conhecida na
vizinhança da rua de S.
Francisco de Paula, e em todo o
bairro das Janelas Verdes, pela
casa do Ramalhete ou
simplesmente o Ramalhete.

"eram sempre fatais aos Maias

as paredes do Ramalhete“
in Os Maias, 1888
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• Sombrio casarão de paredes severas
com disposição apalaçada;
• as paredes cobertas de frescos onde
já desmaiavam as faces dos
O Ramalhete cupidinhos e os tetos apainelados;
antes da • renque de estreitas varandas;
• pobre quintal abandonado às ervas
reforma
bravas, com um cipreste, um cedro,
1858/1870 uma cascatazinha seca, um tanque
entulhado, e uma estátua de mármore
(onde monsenhor reconheceu logo
Vénus Citereia) enegrecendo a um
canto na lenta humidade das
ramagens silvestres.

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• Girassóis perfilados ao pé dos
degraus do terraço;
• cipreste e cedro envelhecendo
O Ramalhete juntos;
• Vénus Citereia no seu tom claro de
depois da estátua de parque;
reforma • a cascatazinha era deliciosa, dentro
do nicho de conchas, com os seus
1875/1877 três pedregulhos arranjados em
despenhadeiro bucólico;
• quintal soalheiro com pranto de
náiade doméstica.

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• Ao longo da obra são

apresentados dois
modelos educacionais
A distintos incarnados por
Educação diferentes personagens.

• Os modelos educacionais
obedecem à teoria
naturalista.

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Os naturalistas defendem a tese de
que todo o comportamento do
indivíduo é condicionado por três
fatores:

Tese  a hereditariedade /genética,

 a educação,
Naturalista  o meio envolvente.

Este comportamento é analisado

numa perspetiva determinista.

(causa  efeito;
causa  consequência)

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Pedro da Maia herdou da mãe,

Maria Eduarda Runa:
• a melancolia
Hereditariedade • a debilidade
• a fragilidade caráter fraco e
• a fraqueza depressivo
• a instabilidade  natureza
desequilibrada

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• Desenvolvimento da
memória
• Saber exclusivamente
Educação teórico
tradicional e
conservadora
• Atrofiamento
 do raciocínio

 do espírito crítico

 da capacidade de

iniciativa
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• Falta de contacto com o

ar livre e a vida prática
• Sentido punitivo da
Educação religião
tradicional e • Superproteção feminina
conservadora

Incapacidade de gerir e
superar os problemas

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Meio envolvente • Romântico

• Sentimental
Lisboa • Piegas
sentimental,
boémia,
pervertida pelas
• Paixão
leituras arrebatadora
• Casamento falhado
• Suicídio

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Pedro da Maia P. Vasques e o catecismo

Londres - O latim e a Cartilha
Educação e Superproteção materna
infância

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• Todo Runa
• Paixão doentia pela mãe
Pedro da Maia • Crise mística após a morte da
Lisboa - mãe
Educação • Boémia lisboeta (um
sentimental bastardozinho)
• Paixão romântica e
avassaladora por Maria
Monforte atraído pela beleza,
mistério e transgressão.

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• A boémia romântica de Arroios
• A conversão de Maria pela
maternidade
• A perversão pelas leituras
Pedro da Maia
românticas
Lisboa -
• O romance oculto pelo príncipe
Casamento italiano
• A fuga de Maria com o italiano
e a filha

Ingredientes e desenlace de uma

novela romântica.
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Pedro da Suicídio
Maia

Solução Romântica

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Educação de Carlos e de Eusebiozinho
CARLOS DA MAIA EUSEBIOZINHO
• símbolo  TRAPÉZIO
• símbolo  CARTILHA
• pedagogo  BROWN • pedagogo 
• vida ao ar livre CUSTÓDIO
• contacto com a • superproteção feminina
natureza
• exercício físico • interesse por alfarrábios
• Vitalidade física • debilidade física

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CARLOS DA MAIA EUSEBIOZINHO
• aprendizagem de • aprendizagem de
línguas vivas, o línguas mortas, o
INGLÊS equilíbrio LATIM.
• desprezo pelo clássico • recurso à
conhecimento vs memorização.
exclusivamente
romantism• deformação da
teórico vontade própria
o
• submissão da • chantagem
vontade ao dever.decadente afetiva
• rigor - método -
ordem

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• ginástica
• línguas vivas
A educação • ciências experimentais
de Carlos da • convivência com as
Maia crianças da aldeia
Sta. Olávia • rigor nos princípios
• tolerância nas ideias
• educação religiosa
agnóstica

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• O charme discreto do
Paço de Celas.
• Carlos, Ega, o Craveiro e
A educação as novidades filosófico-
de Carlos da literárias vindas de além-
Maia Pirenéus, ou seja, o
Coimbra ideário da Geração de 70.
• O adulteriozinho muito
ultrarromântico com
Hermengarda.
•O romance com
Encarnation. Interações – 11.º Ano
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Carlos:
• o laboratório
Outono de • o consultório
1875 • o livro de medicina
Projetos -
ideais Ega
• o cenáculo
• o livro do Ega:
Memórias de um
átomo
• a revista

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• o laboratório (sem utilidade)

• o consultório (deserto)
Realidade • o livro de medicina (adiado)
Projetos • Memórias de um átomo
adiados (1 capítulo sem qualidade)

• o dolce farniente
• o Bric-à Brac
• o adultério elegante.

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A intriga central entrelaça-se na crónica
de costumes

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A
frustração
da viagem
a Sintra
em busca
de Maria
Eduarda

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Carlos vai assistir às Corridas de Cavalos
com o objetivo de rever Maria Eduarda

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Conclusão do episódio das
CorridasA sensatez de Afonso:
Maria Eduarda não aparece
nas corridas de cavalos; “O verdadeiro
Carlos e Craft são os únicos patriotismo, talvez –
que estão familiarizados com disse ele – seria, em
este tipo de acontecimento lugar de corridas fazer
uma boa tourada. (…)
social;
Dâmaso destaca-se pela Cada raça possui o
negativa – “pelo seu podre seu “sport” próprio, e
de chique” representado pela o nosso é toiro: o toiro
indumentária escolhida: com muito sol, ar de
sobrecasaca branca e véu dia santo, água fresca
azul no chapéu. e foguetes ” (Cap. X).
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Crónica de Costumes - Ambientes

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A crónica de costumes e a intriga principal
O A O SARAU
AS O
JANTAR “CORNE- LITERÁ-
Episódios CORRIDA JANTAR
DO TA DO RIO DO
da vida S NO DOS
HOTEL DIABO” TEATRO
romântica HIPÓDO- GOUVA-
CEN- E “A DA
MO RINHOS
TRAL TARDE” TRINDADE

Carlos
Carlos Ega é
Os vê Mª Carlos
procura cúmplice Revelação
Maias Eduarda declara-
em vão na da relação
pela se a Mª
Mª relação incestuosa
primeira Eduarda
Eduarda amorosa
vez

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O passeio final de Carlos e Ega por
Lisboa dez anos depoisPORTUGAL PASSADO
CAMÕES E (Camões)
CHIADO estagnação e Contrasta Com o PORTUGAL
(nostalgia e ociosidade DO PRESENTE (liberalismo
decadência) frustrado, crise de identidade
Importação Monumento nacional)
aos Restauradores
PELA cultural falta símbolo da renovação nacional
AVENIDA da identidade Contrasta com a nova geração,
(frustração) nacional
ociosa, exibicionista, a imitar sem
estilo o que vem do estrangeiro
PELA BAIRRO DO ALTO DA
Saudosismo CIDADE / CASTELO
AVENIDA Inoperante
(autenticidade) símbolos do Portugal
absolutista anterior a 1820
Destruição RAMALHETE EM RUÍNA
RAMALHETE e morte Reflexo de Lisboa/Portugal

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