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Direito Penal

Docente
Lucas Cavalcanti
TIPICIDADE

•Tipicidade Formal: relação de subsunção entre fato concreto e um tipo


penal previsto abstratamente. Adequação típica.

•Tipicidade Material: Lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente


protegido (ofensividade).

•Tipicidade Conglobante (Eugênio Raul Zaffaroni): antinormatividade


Muito embora o agente atue em consonância com tipo penal, na veradde
contraria a norma. Verifica-se se o fato que aparentemente viola uma
norma penal proibitiva é permitida ou incentivada por outra norma
jurídica, mesmo que de outro ramo do direito.
ILICITUDE – ANTIJURIDICIDADE
• Ilicitude formal: é a contraiedade entre o fato típico praticado por alguém e o
ordenamento jurídico.

• Ilicitude material:
material contrariedade que se impõe entre a conduta e ordenamento
jurídico lesionando um bem jurídico ou expondo este a perigo de lesão.

• A Ilicitude Possui Uma Relação Com A Tipicidade, Sendo A Tipicidade Um


Indício Da Ilicitude.

•Excludentes de Ilicitudes /causas de justificação/justificativas/


descriminantes/tipos penais permissivos/eximentes: (i) estado de necessidade;
(ii) legítima defesa; (iii) exercício regular de um direito e (iv) estrito
cumprimento de um dever legal

• Excludente de ilicitude supralegal: consentimento do ofendido.


ILICITUDE – ANTIJURIDICIDADE
• Ilicitude e teoria da imputação objetiva

• Causas genéricas ou gerais: prevsitas na parte geral do código penal,


aplicadas a qualquer espécie de infração.

• Causas Específicas Ou Especiais: Aplicadas unicamente a determinados


crimes. ex. Aborto necessário praticado pelo médico (art. 128, CP);
ofensa em juízo na discussão da causa (art. 142, I); invasão de
domicílio para cumprir ordem de prisão durante o dia(art. 150, §3º)
Direito Penal
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO

Reequisitos:
- Bens jurídicos disponíveis
- Titular do bem jurídico tutelado tem que ser pessoa física ou juríca, não
sendo cabível quando metaindividuais ou pertencentes à sociedade ou
estado.
-Consentimento expresso (oral ou escrito)
-Não deve haver coação ameaça
-Previamente, não pode ser posterior
- Ofendido deve ser capaz, não tem efeito o consentimento prestado pelo
representante do menor ou incapaz.
Direito Penal
ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato
para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se

-Reequisitos:

a) Perigo atual: deve estar ocorrendo no momento em que fato é


praticado.
Perigo iminente?
Perigo pretérito ou futuro (não caracteriza estado de necessidade)
b) perigo não provocado voluntariamente pelo agente: dolo e culpa?
Direito Penal
ESTADO DE NECESSIDADE
c) Ameaça a direito próprio ou alheio: Legitimidade do bem protegido,
para proteção de bem de terceiro não há necessidade de parentesco ou
intimidade.
d) Ausência de dever legal de enfrentar o perigo
e) Inevitabilidade do perigo
f) Proporcionalidade: Razoabilidade, cotejo de valores entre o bem
jurídco sacrificado e o bem jurídico preservado.

- Causa De Diminuição:
-Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a
pena poderá ser reduzida de um a dois terços
- estado de necessidade recípro: Duas ou mais pessoas estão
simultaneamente em estado de necessidade. Ex exploradores de caverna.
Direito Penal
LEGÍTIMA DEFESA
O estado avocou a função jurisdicional, proibindo a autotutela (justiça
com as próprias mãos), porém como o estado não consegue estar
presentes em todos os lugares o estado autoriza excepcionalmente o
individuo a defender direitos.
Art. 25- Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem

•Requisitos:
a) Agressão injusta (atividade exclusiva do ser humano). Cuidado:
Animais podem ser instrumento do crime. Injusta: ilícita, contrária ao direito,
dolosa ou culposa. Não há necessiade da agrassãos ser crime, apenas injusta.
b) Agressão Atual Ou Iminente (futura ou pretérita não configura
legítima defesa)
Direito Penal
LEGÍTIMA DEFESA

c) Agressão a direito próprio ou alheio (Princípio da solidariedade humana)

OBS: É possível proteção de bens do estado ou de pessoa jurídica,. Bem


como legítima defesa de feto. Legítima defesa de cadáver ?

d) Reação com meios necessários: meios que o agente tem à sua disposição.
Os meios podem ser desproporcionais desde que empregados moderadamente. Se
o meio for desnecessário caracteriza-se o excesso (doloso, culposo e exculpante)
e) Uso moderado dos meiso necessários: os meios necessários utilizados na
medida suficiente para afastar a agressão injusta. Perfil do homem médio
f) Proporcionalidade entre os bens jurídicos em conflito ex. Legítima
defesa da honra
Direito Penal
LEGÍTIMA DEFESA

Legitima Defesa e a Vingança: A legítima defesa possui um caráter de reação


que deve estar presente nos momentos objetivo e subjetivo da conduta. A agressão
deve estar configurada e a reação deve estar consciente na mente do ofendido.
Contudo, nada impede que se ajunte ao seu psíquico um desejo pessoal de
vingança, desde que não exceda os limites da necessidade de defesa.
Legítima Defesa e o Desafio: Nesse caso, não há que se falar em legítima
defesa. Falta o elemento "injusta agressão", devendo os contendores responder
pelos crimes praticados.
Legítima Defesa contra a Multidão: Prevalece o entendimento pela sua
admissibilidade, pois o instituto não limita a conduta humana a um só indivíduo.
Importante anotar que há entendimento contrários que inserem no contexto uma
conduta em estado de necessidade, diante do comportamento grupal da agressão.
Direito Penal
LEGÍTIMA DEFESA

Legítima Defesa contra Pessoa Jurídica: É perfeitamente possível, uma vez


que a pessoa jurídica exterioriza suas vontades através de representantes,
humanos, que podem praticar agressões injustas.
Legítima Defesa nas relações familiares: Nesse caso, duas situações
distintas podem ser visualizadas: (1) agressões dos pais contra filhos; e (2)
agressões entre cônjuges. Na relação entre pais e filhos, os castigos moderados
inserem-se no campo do exercício regular de direito, impedindo a intervenção de
terceiras pessoas. Se, entretanto, forem imoderados e excessivos, caracterizam
agressão injusta, possibilitando a legítima defesa. Nas relações conjugais, é
cabível a legítima defesa por qualquer um deles contra agressão injusta, em face
da igualdade prevista pela CF, art. 226, §5º.
Direito Penal
LEGÍTIMA DEFESA

Legítima Defesa e aberractio ictus: Se, ao repelir injusta agressão, o agente


atinge pessoa diversa da que pretendia ou além da pessoa diversa, também a
pessoa pretendida, subsiste a seu favor a legítima defesa. A regra do CP, art. 73 é
aplicável também em efeitos de exclusão da ilicitude.

Legítima Defesa de terceiro e consentimento do ofendido: Questiona-se:


par ao exercício da legítima defesa de terceiro é necessário o seu consentimento
para ser protegido de uma injusta agressão?
Depende da natureza do bem jurídico atacado.
Se o bem jurídico em risco é indisponível, será prescindível o
consentimento do ofendido, diante da valoração entre os bens em questão.
Diversa conclusão, porém, quando se tratar de bem jurídico disponível,
impondo-se o consentimento do ofendido, se possível a sua obtenção. Se essa
não for obtida, restará caracterizada a legítima defesa putativa.
Direito Penal
LEGÍTIMA DEFESA

Legítima Defesa e aberractio ictus: Se, ao repelir injusta agressão, o agente


atinge pessoa diversa da que pretendia ou além da pessoa diversa, também a
pessoa pretendida, subsiste a seu favor a legítima defesa. A regra do CP, art. 73 é
aplicável também em efeitos de exclusão da ilicitude.

Legítima Defesa de terceiro e consentimento do ofendido: Questiona-se:


par ao exercício da legítima defesa de terceiro é necessário o seu
consentimento para ser protegido de uma injusta agressão?
Depende da natureza do bem jurídico atacado.
Se o bem jurídico em risco é indisponível, será prescindível o
consentimento do ofendido, diante da valoração entre os bens em questão.
Diversa conclusão, porém, quando se tratar de bem jurídico disponível,
impondo-se o consentimento do ofendido, se possível a sua obtenção. Se essa
não for obtida, restará caracterizada a legítima defesa putativa.
Direito Penal
LEGÍTIMA DEFESA
Legítima Defesa da honra.
A honra constitui direito fundamental do homem, inviolável por expressa
disposição constitucional (CF, art. 5º, X).
O CP, em seu art. 25, não faz distinção entre os bens jurídicos, concluindo-se,
portanto, admissível o alcance da legítima defesa pela honra. Entretanto, ela não
pode ser isoladamente considerada, ma destacada em três aspectos:
a) respeito pessoal: engloba a dignidade e o decoro, admitindo-se a legítima
defesa com o emprego de força física, necessária e moderada para que cesse os
ataques por meio de injúria, difamação e calúnia.
b) liberdade sexual: em outras palavras, na livre disposição do corpo para fins
sexuais, também se autoriza a legítima defesa.
c) infidelidade conjugal: no passado, admitia-se a exclusão da culpabilidade
para os crimes passionais motivados pelo adultério. Atualmente, após muita
discussão e com a evolução da sociedade, prevalece o entendimento que a traição
não humilha o cônjuge traído, mas o traidor, que não se mostra preparado para o
convívio familiar.
Direito Penal
LEGÍTIMA DEFESA
Legítima Defesa Presumida.
A tipicidade funciona como indício da ilicitude. Assim, todo fato típico
presume-se ilícito. Quem alega qualquer exclusão da ilicitude, tem invertido
a seu desfavor o ônus da prova, devendo provar a sua ocorrência. Por esse
motivo, não se admite a legítima defesa presumida.
Legítima Defesa Sucessiva.
Constitui em legítima defesa contra o excesso de legítima defesa. É
possível a sua ocorrência, posto que o excesso sempre caracteriza uma
agressão injusta.
Legítima Defesa Preordenada.
Direito Penal
LEGÍTIMA DEFESA
O agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a
vítima mantida refém durante a prática de crimes.
Direito Penal
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL

O Código Penal não trouxe conceito nem requisitos constitui uma


excludente de ilicitude na qual o agente pratica fato típico em razão
de cumpriri uma obrigação imposta pela lei Obrigação direta ou
indiretamente resultante de lei.
1) Prisão em flagrante
2) Mandado de prisão, uso de violência necessária
3) arrobamento para busca e apreensão
4) ingresso em residência por agentes sanitários
Etc.
Direito Penal
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

Ex. Atividade esportiva, intervenção médica ou cirurgica, ofendículos.


Direito Penal
Fato típico: conduta, resultado, nexo causal e
tipicidade penal
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA (CLAUS ROXIN)

Para essa teoria, a partir da doutrina funcionalista de claus roxin, só pode


ser imputado um resultado a alguém que tenha criado um risco não
permitido ao bem jurídico penalmente protegido. Desta feita, a conduta
será atribuída àquele que criou ou incrementou um risco proibido, desde
que o resultado tenha ocorrido em decorrência desse risco. Assim, não
deve ser imputado um resultado a alguém que tenha agido em
conformidade com os preceitos normativos. Como exemplos, paulo C.
Busato (2015) destaca as intervenções médicas para salvar pacientes ou a
conduta de conduzir veículo em obediência às normas de trânsito, uma
vez que representam a ausência de ultrapassagem dos limites toleráveis
do risco.
Direito Penal
Fato típico: conduta, resultado, nexo causal e
tipicidade penal

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades


para a sua própria produção ou a sua construção.” Paulo Freire
Pedagogia da Autonomia

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