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Resumão de Literatura - Parte 1 (1) (1) - 2023-10-10T220916.785
Resumão de Literatura - Parte 1 (1) (1) - 2023-10-10T220916.785
Escolas Literárias
PARTE 1
CONTEXTO HISTÓRICO: O trovadorismo (séc. XI ao séc. XV) teve origem no continente europeu durante a Baixa Idade Média , um longo período da
história que esteve marcado por uma sociedade religiosa. Nele, a Igreja Católica dominava inteiramente a Europa. Nesse contexto, o teocentrismo
(Deus no centro do mundo) prevalecia, cujo homem ocupava um lugar secundário e estava à mercê dos valores cristãos. O feudalismo era o sistema
econômico, político e social que vigorava numa época de descentralização do poder. Baseado em feudos, grandes extensões de terras comandadas
pelos nobres, a sociedade era rural e autossuficiente. Nele, o camponês vivia miseravelmente e a propriedade de terra dava liberdade e poder.
PRINCIPAIS Hagiografias - relatos da vida de algum santo, beato e servos de Deus .
Cronicões – Caracterizavam-se como uma ordenação cronológica dos fatos históricos;
CARACTERÍSTICAS:
Livros de linhagem ou nobiliários – Definiam-se como compilações da linhagem genealógica de famílias nobres.
Novelas de cavalaria – Representavam narrativas de grandes feitos guerreiros e aventuras amorosas dos cavaleiros medievais de autoria
TROVADORISMO desconhecida e resultando como sendo fruto das transformações das canções de gesta – poemas que pautavam por narrar as aventuras
Produção em prosa
heroicas de cavaleiros andantes. Estão divididas em três grandes ciclos: O ciclo bretão ou arthuriano, cuja origem se atribui à Inglaterra e
INÍCIO:1189 (1198) -
fazendo referência aos feitos do rei Arthur e aos cavaleiros da Távola Redonda; ciclo carolíngio, referindo-se ao rei Carlos Magno e aos doze
Cantiga da Ribeirinha
pares de cavaleiros da França; e o ciclo Clássico, tendo como referência as figuras da antiguidade grega e romana.
(cantiga da Garvaia) -
de Paio Soares de
Teocentrismo, subjetividade, uso do galego-português;
Taveirós.
União da música e da poesia; Recitação de poemas com acompanhamento musical;
FIM:1418 – Nomeação Produção de textos em versos: cantigas líricas (que evidencia os sentimentos, emoções e percepções do autor) e satíricas (que tem como objetivo
de Fernão Lopes como criticar ou ridicularizar algo ou alguém); “amor cortês” e “vassalagem amorosa”;
Guarda-mor da Torre Principais temas explorados: amor, sofrimento, amizade e críticas política e social, presença de trovadores, jograis e menestréis.
do Tombo.
Cantiga de amor – cantiga de origem provençal trazidas através dos eventos religiosos e contatos entre as cortes.
Poeta = trovador Se expressa através de uma voz masculina que louva a amada, dama da corte.
• Trovador assume um eu lírico masculino sofredor, cativo, aflito que se dirige à dama;
PRINCIPAIS
• Idealização da mulher pela qualidade física, moral e social. A dama é ratada por senhora (“mia senhor”)
TROVADORES: LÍRICAS • Vassalagem amorosa – o poeta ama e se põe servo de uma mulher inatingível, cujo nome não revela.
João Soares de Cantiga de amigo – cantiga de origem galaico-portuguesa em voz feminina, canta a saudade do amado.
Paiva; • Trovador assume um eu lírico feminino: mulher formosa, bela, graciosa e camponesa que se dirige à natureza, à mãe,
João Zorro; Martin à irmã para expressar seu sofrimento;
Codax, • Idealização do amado como um homem formoso, mas mentiroso e traidor;
Paio Soares de CANTIGAS • Sofrimento peala saudade que sente do “amigo” (namorado)que a abandonou.
Taveirós;
João Garcia de
Guilhade; Cantiga de escárnio - "São mais irônicas e trabalham sobretudo com trocadilhos e palavras de duplo sentido, sem
Vasco Martins de mencionar diretamente nomes. São críticas indiretas: é um “mal dizer” de maneira encoberta, insinuada.
Resende; SATÍRICAS
Aires Nunes;
Meedinho; Cantiga de escárnio - "São aquelas em que os trovadores apontam direta e nominalmente o alvo de suas sátiras, de
e os reis D. Dinis I forma propositalmente ofensiva e fazendo uso de vocabulário grosseiro.
e Afonso X
As cantigas chegaram aos nossos dias graças ao Cancioneiros (Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Biblioteca Nacional e Cancioneiro da Vaticana)
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS ROMANCES DE CAVALARIA SÃO:
Relatavam, em sua maioria, grandes aventuras e atos de coragem dos cavaleiros medievais;
No enredo destes romances, os acontecimentos tinham mais importância do que os personagens;
Aventuras sem fim com várias possibilidades de continuação (sequências);
Amor idealizado do cavaleiro pela dama que amava (amor cortês). Este amor, quase sempre, era impossível. As histórias costumavam terminar de forma
trágica, sem o final feliz;
Provação da honra, lealdade e coragem do cavaleiro em várias situações como, por exemplo, batalhas, aventuras, torneios e lutas contra monstros imaginários;
Alguns temas ligados às batalhas entre cristãos e muçulmanos durante as Cruzadas Medievais;
As novelas de cavalaria foram marcadas fortemente pela tradição oral;
Glorificação da violência na Idade Média;
Referências a períodos históricos e míticos do passado;
Eram narradas em capítulos;
Uso de locais geográficos irreais (falsos) imaginários como, por exemplos, terras fantásticas e míticas;
Apresentação de códigos de conduta próprios dos cavaleiros medievais.
Cantiga de amor de Bernardo de Bonaval
Dona fea, nunca vos eu loei Dona feia, eu nunca vos louvei
em meu trobar, pero muito trobei; em meu trovar, embora tenha trovado
mais ora ja um bom cantrar farei, muito;
em que vos loarei toda via; mas agora já farei um bom cantar;
e direi-vos como vos loarei: em que vos louvarei de qualquer modo;
dona fea, velha e sandia! e vos direi como vos louvarei:
dona feia, velha e maluca!
João Garcia de Ghilhade
Exemplos de Cantiga de Maldizer
11. (UFMG) Nas mais importantes novelas de cavalaria que circularam na Europa medieval, principalmente como
propaganda das Cruzadas, sobressaem-se:
a) As namoradas sofredoras, que fazem bailar para atrair o namorado ausente.
b) Os cavaleiros medievais, concebidos segundo os padrões da Igreja Católica (por quem lutam).
c) As namorada castas, fiéis, dedicadas, dispostas a qualquer sacrifício para ir ao encontro do amado.
d) Os namorados castos, fiéis, dedicados que, entretanto, são traídos pelas namoradas sedutoras.
e) Os cavaleiros sarracenos, eslavos e infiéis, inimigos da fé cristã.