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O BRASIL ENTRE A NORMA CULTA

E A NORMA CURTA
Carlos Alberto Faraco
UFPR
O BRASIL ENTRE A NORMA CULTA
E A NORMA CURTA

• O ensino de língua portuguesa no Brasil, atualmente, está em grande


destaque. Na grande maioria das discussões ouvimos questionamentos
a respeito desse ensino, isto porque, a grande maioria da população,
acredita que existe um foco maior no uso da norma culta.
• Segundo o autor, a norma culta é apenas uma das normas,
linguisticamente não é melhor ou superior às demais.
O BRASIL ENTRE A NORMA CULTA
E A NORMA CURTA

• Nesta obra, Faraco fala que a norma culta é descrita e apresentada como
a “seleção de um dos modos sociais de falar entre os muitos existentes
na comunidade de fala e o estabelecimento de um conjunto de regras
que definem o modo “coreto” de falar”.
• O autor nos mostra que, ao ponto de vista dos linguistas, existe uma
defesa da norma culta como um bem sociocultural inquestionável, que
as normas se equivalem, mas do ponto de vista social isso não acontece.
O BRASIL ENTRE A NORMA CULTA
E A NORMA CURTA

• O autor nos mostra o pensamento do sociólogo Cornelius Castroriadis,


falando sobre o funcionamento da sociedade e como deve sempre
incluir um poderoso imaginário, um poderoso conjunto de imagens que
dão sentido à sociedade e a cada um dos fatos sociais.
• O imaginário social predominante nos segmentos mais bem situados
(economicamente e culturalmente falando), mais letrados, indentifica a
variação linguística dos segmentos desposuídos como sendo inferior,
ignorante, como falta de educação e cultura.
O BRASIL ENTRE A NORMA CULTA
E A NORMA CURTA

• Neste caso, esse pensamento levanta questionamentos: Como será


possível aceitar o argumento lógico-racional e empirico dos linguistas
de que esses segmentos usam normas equivalentes às demais normas da
lingua? E equivalem no sentido de que todas são tão organizadas e
complexas quanto a norma prestigiada, como podemos aceitar isso?
• Esses são preceitos que devem ser analisados juntamente com o
imaginário, deve ser perceptivél a nós.
A NORMA CURTA

• Segundo Faraco, é possível encontrar outra tradição a que ele deu o


nome de norma curta. A norma culta são manuais que emitem juízos
categóricos sobre fatos linguísticos; manuais que têm uma atitude
condeatória que desqualificam os falantes.
• A norma curta é a cultura do erro, a cultura que afirma nossa
inferioridade linguística.
• Embora a norma curta exponha as contradições, ainda assim não abrem
mão das certezas e dos juizos categóricos. O imaginário resiste aos
fatos, aos argumentos lógico-racionais.
A NORMA CURTA

• O autor relata a critica da fala do ex-presidente Fernando Henrique


Cardoso apontando um suposto erro de gramática na expressão “melhor
educados”, que revela o modo como a língua é transformada em
argumento nos debates.
• Um modo enraizado de ver os fatos como absolutamente certos e
absolutamente errados;
• Uma longa história na qual a sociedade brasileira deu a sua língua uma
imagem depreciativa, está ligada a construção da norma curta;
A NORMA CURTA

• Grande parte da elite do século XIX defendeu a “higienização da raça”;


• Contradição em relação a língua;
• As diferenças foram vistas como erros e nossa sociedade passou a ser
inferiorizada com relação a norma lusitana; Esse padrão foi definido
como modelo para nossa escrita;
• Com as diferenças entre a norma culta brasileira e esse padrão, foi
necessário a construção da norma curta´para justificar essa escrita;
• Apesar das rebeliões, o pensamento construído no século XIX se mantém
até os dias atuais.
BIBLIOGRAFIA

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