Tertulia - Sonhos - 2023 (1) Abeniades

CENTRO DE ESTUDOS PARAÍSO
TERTÚLIA – FRANCA
22 de setembro de 2016
TEMA: A função de sonhar
1
Colaboradores:
Abenides Afonso de Faria

Suzana Granados Afonso de Faria
2
Ao Mestre Raumsol.
3
Recordá-lo uma vez ao dia, com emoção de

gratidão, é uma singela homenagem que cada
discípulo deve tributar-lhe na intimidade de seu
coração. EL
4
O Mestre se recorda de todos os seus discípulos,

enquanto trabalha, infatigavelmente,...
5
Os seis passos do aperfeiçoamento:
1 – Curiosidade;
2 – Interesse;
3 – Aspiração;
4 – Realização;
5 – Contemplação;
6 – Aperfeiçoamento.
6
O Objetivo para hoje é despertar:
3 - Aspiração
7
Ficarão para o individual ou para próximas etapas.
4 – Realização
5 – Contemplação
6 - Aperfeiçoamento
8
Os princípios e os conceitos logosóficos estão

nos livros. Vocês explicarão o que
experimentaram. 24/11/53
9
Perguntas que surgiram no decorrer do estudo e

investigação.
Por que não me lembro dos meus sonhos?
Como começar a lembrar dos sonhos?
Quais são os tipos de sonhos quando estou dormindo?
Quais são os tipos de sonhos quando estou acordado?
O que é entre sonho?
O que é sonambulismo?
O que é pesadelo?
O que é sonho lúcido?
O que é sonho acordado?
10
Por que não me lembro dos meus sonhos?
11
18. E vou lhes dizer por quê. É porque o espírito

foi tão esquecido em todos os seres, e são tantas
as coisas que os seres fazem, que esse espírito
sente muito temor de não poder cumprir a missão
que poderia cumprir no ser físico que ele anima.
12
Conferência de 16/06/35
No mundo comum – já expliquei – os seres tomam
uma imensa quantidade de fotografias e imagens
em todas as partes, que passam por sua retina
mental sem nenhuma classificação,...
13
...sem nenhuma seleção; e assim, como é na vida

física, se repete nos sonhos.
14
4. Essa confusão nos sonhos, essas visões

incoerentes, são o reflexo das imagens tomadas
ao acaso.
15
Como começar a lembrar dos sonhos?
16
Conferência de 16/06/35
Para obter visões perfeitas nos sonhos, para ter a
sensação ou experimentar a realidade de que
durante esse período de descanso dos sentidos
do corpo físico, a alma vive e experimenta coisas
mais reais que no mundo físico,...
17
...basta selecionar as imagens que se imprimem

na retina mental, coordenando-as para que todas
as imagens levem sempre um determinado
propósito, e depois vem a ação mental,
18
... reflexo que o Mestre ensina, para poder

localizar-se em uma nítida recordação, dentro
dessas mesmas imagens que fixou em sua mente,
para revivê-las no sonho.
19
Citar exercícios.
Imagem do ICL
20
Quais são os tipos de sonhos quando estou

dormindo?
21
Podemos sonhar:
Dormindo
Sonho lúcido
Sonho confuso
* Nítido
• Ofuscado
22
• Quais são os tipos de sonhos quando estou

acordado?
23
Em Vigília (sonho acordado)

- Consciente
- Inconsciente
24
O que é entre sonho?
25
20. Agora, vou explicar como é e como se produz

esse "entresueño".
26
27
17. Quando me disponho a isso, eu me deito com

o propósito de dirigir conscientemente as
alternativas de meu sono e, para isso, não passo
ao sono, uso o "entresueño".
28
Assim, nesse plano mental, posso realizar muitas

coisas que, naturalmente, para as mentes não
capacitadas, são impossíveis de compreender.
29
Mas o certo é que não penso como habitualmente

faço na vigília. Preparo muito bem o
funcionamento de minhas faculdades da
inteligência, faço breves exercícios com cada uma
delas.
30
Depois, abstraindo-me totalmente do físico, mas

conservando plenamente a consciência,
incursiono ali onde os seres flutuam no sono.
31
32
E, enquanto observo, enquanto examino

minuciosamente o ambiente para o qual eu dirigi o
impulso de minha vontade, não descuido em
absoluto dos movimentos rítmicos de meu
organismo físico.
33
E, assim, quando vejo que o coração está

acelerado em demasia, enfim, de imediato cessa o
"entresueño", e volto então a tomar novamente o
impulso quando está tudo normal. E, assim, a
mente pode desenvolver uma atividade cem vezes
superior àquela que ela pode desenvolver durante
a vigília.
34
E, assim, durante a vigília, caminhando, indo de

um ponto a outro, ou onde se encontre, o ser
sempre está em perigo de que lhe ocorra algo,
algum acidente, e, logicamente, o espírito trata
sempre de auxiliar, quando pode, em todos os
momentos em que um perigo possa sobrevir.
35
Porém, estando quieto, deitado, essa

preocupação não existe para o espírito. E, então,
é lógico que possa atuar livremente, e ainda mais
quando é prodigamente recordado e quando está
vivendo constantemente no ser que ele anima,
quando pode se manifestar quantas vezes quiser,
porque pode fazê-lo.
36
19. Por essa razão, nesses momentos cada

atividade parece centuplicar-se. Parece que tudo é
visto com grandes lentes de aumento.
37
Logicamente é muito diferente do "entresueño"

que os seres costumam ter.
38
Quando o ser se deita e há um pensamento ou

uma ideia que está girando no ar, isso excita a
imaginação, e o ser se deixa levar por essa
imaginação, mas não dorme, está no
"entresueño", e a imaginação o faz voar, enfim,
por muitas partes, lhe apresenta muitas coisas
bonitas, até que uma cutucada de alguém ou
algum ruído o desperte.
39
21. Recordo que certa vez, havendo falado dessas

coisas, um discípulo me disse: “Uma vez ocorreu
comigo o seguinte: corriam atrás de mim, eu fugia,
e estavam quase me pegando. Eu corria e, no
final, quando já estavam quase me pegando, eu
despertei. Ah! Que sorte! Que sorte que foi um
sonho!”.
40
E também disse: “Mas, Maestro, eu não consigo

explicar como isso pode acontecer comigo, porque
eu não fiz nada que . . . .”.
41
Não, este é um sonho que vem atrasado “Ah!

Claro!”. E, então começou a se recordar de
alguma vez em que podiam ter corrido atrás dele,
mas escapou sem que o conseguissem. De
maneira que tudo tem sua explicação.
42
22. Outra vez, um disse: “Eu comecei a subir uma

escada, e subia, e subia, e ela nunca terminava.
E, quando já estava chegando ao último degrau,
escorreguei e . . .outra vez lá embaixo. Quando
caí, o golpe me despertou. E, então, eu disse: ‘
Ah! Que sorte que foi um sonho !’ ” Não é assim ?
43
23. Isso ocorre porque, às vezes, o espírito se

sente tão...(o Maestro faz um gesto). Ele também
tem algumas reações, não? E aproveita esses
momentos. Ah! Vou te fazer correr!
44
“Agora vou te fazer subir escadas.” E o agita, e o

agita, e o agita, e, quando está quase chegando
em cima, zum!, para baixo outra vez, e depois
desperta.
45
O que é sonambulismo?
46
24. Sim, sim, sim! Já, já, já, já! O caso do

“ensueño”, já sei! Vejam se o espírito não é
inteligente, se não é mais vivo do que o ser físico!
47
Quando quer, ele o levanta da cama, torna-o

sonâmbulo, faz com que caminhe, faz com que
faça muitas coisas e, depois, lhe diz: “Deita-te”.
48
Isso porque, se na vigília não lhe permite estar

com ele, aproveita no sono, lógico, pois de alguma
maneira tem de se servir, e o faz às vezes
caminhar pela beiradinha, e ele não cai, não cai.
49
E depois negam a existência do espírito! Tudo isso

vocês não pensaram ontem, nem antes de ontem,
quando lhes falei dos sonhos, não foi? Sai tudo da
cartola. E quantos livros já se escreveram sobre o
sonambulismo!
50
Falei também muitas vezes dos sonhos e disse

como também reagia o espírito quando o fazia
levantar da cama em estado sonambúlico e o fazia
caminhar pelos beirais e por muitas partes para
fazer o ser compreender que ele o pode guiar,
seguro de si mesmo.
51
E se isto pode fazer estando dormindo, quanto

mais, discípulos, não pode fazer o espírito se o ser
está desperto, não lhes parece? Isto tem que ser
compreendido através de uma análise consciente
de todos os aspectos com que se configura este
conhecimento.
20/10/55
52
Creio, uma vez já disse também, que eram tantas as

ânsias do espírito às vezes por alternar um pouco no
mundo físico que durante o sono se fazia incorporar no
ser físico, o convertia em sonâmbulo e se dava ao luxo
de marchar por beirais, nas ruas, e por muitas outras
partes, e depois entregava o corpo na cama outra vez.
Ao final, o outro, nem notícias de haver se levantado.
27/07/52
53
O que é um pesadelo?
54
Costuma acontecer que, quando o ser está muito

preocupado, ou quando cometeu algumas faltas
ou – como costumam dizer comumente – sua
consciência “remuerde” como se a consciência
tivesse dentes – costuma acontecer que o ser se
deita, buscando um pouco de sossego.
55
Estou pensando, neste momento, uma frase que

comumente costumam dizer: “Agora é que são
elas”! O ser busca o sossego no sono mas no
momento de dormir se recorda de seu espírito e
lhe apresenta todos os problemas que o
preocupam, enfim, e lhe comunica tudo o que fez
e lhe pede ajuda.
56
Produz-se, então, o conflito entre o espírito e o ser

físico. O espírito aproveita para imputar-lhe tudo o
que durante muito tempo não lhe pode dizer.
Disparam todos os pensamentos da mente. E
claro o espírito descarrega tanto sobre ele pelo
que fez que é por isso que se chama pesadelo.
57
Porque aparece depois com enorme peso na

cabeça como se tivesse uma montanha em cima
dela. A mente recorda passagem entrecortadas,
fugazes, que muitas vezes nada tem a ver com
seus problemas, com suas preocupações, com
suas faltas.
58
Mas ocorre que naturalmente, nesses momentos o

ser físico promete muito, promete ao espírito
tanto, e o espírito, como o conhece o aceita para
comprometê-lo mais – e aí se produz o conflito
entre o ser físico e ele mesmo.
59
Agora, ele tem não somente seus problemas, suas

faltas, suas preocupações, mas também o peso
daquilo que prometeu. E, então, seu sono é
agitado, é muito agitado. E, quando voltam os
pensamentos, encontram ali todo um – como
posso dizer? – um turbilhão de coisas.
60
Os pensamentos ricocheteiam contra as paredes

da mente. Finalmente o ser desperta e diz: “Oh,
que pesadelo eu tive”. É a única conclusão a que
chega e toma uma aspirina.... Vocês já veem que
não esqueço um só detalhe, não é mesmo?
61
Em outras ocasiões, tem-se, ao despertar, a

sensação de haver sofrido um horrível e
inquietante pesadelo, sem que possam ser
explicadas as causas que o
motivaram.
O Espírito página 173
62
Os pesadelos, nos quais o ente físico sofre

angustiantes comoções, vacilando ao despertar antes
de se convencer de que não era verdade o que
sonhou, evidenciam igualmente a intervenção do
espírito; mas o ente físico não sabe disso, nem
suspeita, tampouco, que o choque psicológico
experimentado poderia obedecer a alguma
admoestação do espírito, motivada por sua cegueira.
MVC 92
63
O que é um sonho lúcido?
64
Discípulo - Compreendi os problemas que vivi nos

sonhos; me abstive de dar-lhe a menor
importância. O Mestre assinalou um aspecto que
me fez meditar; o que se refere a que a faculdade
do sonho, diante de certos problemas que
assediam a mente do homem, também dava sua
participação no sonho, onde as faculdades
dormiam.
65
MESTRE - Descansavam.
66
Disc. Ricardo Calo – Descansavam, e ao mesmo

tempo apresentava a solução do problema que
estava perturbando. Relata um sonho no qual
encontrou a solução para um assunto muito
importante que lhe preocupava muito.
67
MESTRE - Esse é um sonho lúcido.
68
MESTRE – Isto é justamente o que disse ontem, e lhe

disse nesse momento; um sonho lúcido, porque você
extraiu uma realidade desse sonho. Você confirmou o
sonho na realidade pondo em prática aquilo que,
recordando do sonho, você experimentou a segurança
de que era uma solução; mas a maioria dos sonhos
não conduzem a esse fim prático e são usados
simplesmente para um momento de vaidade pessoal,
não?
69
E estes são os que, naturalmente, são sonhos

pouco recomendáveis. Mas os que revelam uma
solução que depois se confirma na prática, este
sim é fora de toda dúvida, um sonho lúcido,
porque está confirmado; e esta diferença é tão
clara, tão palpável que não admite a menor
vacilação para aceitá-la como uma verdade
inquestionável.
70
Disc. Ricardo Calo – Penso que entre o sonho

lúcido e o sonho a que o Mestre se referiu ontem,
existe uma diferença fundamental, é uma questão
de melhoramento de condições em todos os
aspectos. Me satisfaz pensar que em algum caso
a lucidez do sonho e a comprovação evidenciou
que havia me aproximado de um elemento útil.
71
MESTRE – Depois você não pode desprestigiar uma

faculdade, a razão, narrando sonhos ridículos; você se
desprestigia e se esquece desse fim útil que recebeu da
faculdade de sonhar. Isto é o comprovável, o que
conduz você com segurança, o outro não. Você sonha
que se transforma em uma flor que sai voando, que é
um passarinho, uma mariposa, tudo muito lindo, mas,
como o faz na prática? Hem? De maneira que está
perfeitamente explicado.
72
Sempre há que se buscar em todos os

ensinamentos o fim prático; jamais o discípulo
deve interpretar um ensinamento com fins
egoístas, pretendendo adaptá-los a um desejo
pessoal, a um capricho mental, a um desvio da
sua razão, porque então o ensinamento não serve
para nada, sem deixar de ser por isso muito útil a
todos os demais.
73
O que é sonho acordado?
74
04/06/51
26 – Bom, e o que é “sonhar acordado”? Tiveram

tantos! Sonhar acordado é um sonho? Não é um
sonho? É um entresonho? O que é?
75
Vamos ver.
Viram como niguém pode falar? Tantas vezes
falam dos seus “ensueños.” (sonho acordado)
76
Não existe nenhum poeta que diga o que é sonhar

acordado?
77
Sabem calar quando querem...
78
Nem os que o tiveram podem explicá-lo?

Hummmmm?
79
Mais de uma vez pudemos observar que o espírito

move a faculdade de sonhar em momentos muito
especiais da vigília; momentos que são
denominados “sonhar-acordado”,* quando os
pensamentos fugazmente se alçam até outros
planos e nos deleitam na contemplação de
primorosas abstrações. O Espírito página 182
80
Pois bem; o fato se produziu aqui por obra de um

forte anelo, de um querer profundo do ser, e o
espírito respondeu mediante o sonhar-acordado,
pelo qual a mente pode chegar a nutrir-se de
elementos apropriados para seu porvir e destino.
81
4 – Já sei que muitos sonham; pois sonhar não

custa nada. Mas o que também sei é que agregam
muito com a imaginação, e isto é o que advirto
que há que cuidar, porque o sonho não é o mais
importante, mas a vigília, quer dizer, que cheguem
a ter a consciência tanto na vigília como no sonho.
03/06/51
82
A faculdade de sonhar é:
- um dos maiores triunfos evolutivos reservados
ao ser humano;
- a chave que dá partida nos sistemas mental,
sensível e instintivo.
- a conexão entre o físico e o espírito.
FIM
83
Desde a Antiguidade, o homem atribuiu aos

sonhos interpretações e significados dos mais
variados, sendo a grande maioria de cunho
premonitório. Alguns eram tidos, até mesmo, como
pecaminosos e passíveis de castigo pela Igreja.
84
Foi a partir dos estudos do psicanalista Sigmund

Freud, retratados na obra "A Interpretação dos
Sonhos", publicada em 1900, que certa aura de
cientificismo foi declarada sobre as imagens e
situações presenciadas enquanto dormimos. Tais
interpretações passaram a ter aplicações práticas
na psicanálise para tratar males psíquicos.
85
Professor adjunto da Faculdade de

Ciências Médicas da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), o neurocientista Renato
Sabbatini conta que foram os egípcios e os
assírios os primeiros a deixarem registrados por
escrito exemplos de interpretação dos sonhos,
que eram considerados uma espécie de
comunicação com os deuses.
86
“Os sonhos também tinham relação com a

premonição de eventos e problemas, principalmente
de saúde. Aliás, existem teorias históricas de que as
religiões e a crença em espíritos surgiram como
consequência dos sonhos e de alguns conteúdos
oníricos que todos os seres humanos têm”, revela o
professor, que é pós-doutor pelo Instituto Max Planck
de Psiquiatria, de Munique, Alemanha.
87
Sabbatini destaca que com o posterior desenvolvimento da

ciência grega, por meio de filósofos naturais como Heráclito
e Aristóteles, bem como do médico Hipócrates, os sonhos
passaram a ser entendidos como uma função natural do
organismo, que tinham seu conteúdo relacionado aos
eventos passados da vida da pessoa, entretanto, persistindo
a relação com a premonição e a cura das doenças. “Os
romanos foram os primeiros a escrever manuais de
interpretação dos sonhos nesse sentido”, ressalta.
88
Segundo o professor, no passado, se uma pessoa

sonhasse, por exemplo, que tinha se ferido, ou
estava banhada em sangue, isso era interpretado
como um problema de saúde futuro. O médico que
fazia a leitura desse sonho tomava uma medida
preventiva, ou até cirúrgica, com intenção
curativa.
89
“Na Antiguidade, existiam templos religiosos nos

quais as pessoas iam para dormir até ter um
sonho que pudesse ser interpretado como uma
solução ou cura para um problema que tivesse.
90
Reis e príncipes contratavam especialistas em

sonhos para interpretá-los quanto ao sucesso nas
batalhas, perda ou ganho de poder, identificação
de conspirações e inimigos, entre outros
assuntos”, conta o docente.
91
Mas como a Igreja encarava os sonhos?
92
Sabbatini explica que ocorreram punições na

cristandade durante a Idade Média, já que alguns
sonhos podiam ser interpretados como uma
relação com demônios, levando a uma
condenação por bruxaria.
93
Na Antiguidade, a interpretação de que o sonho

era uma comunicação com Deus foi suprimida
pela Igreja, pois isso era considerado um privilégio
somente dos sacerdotes”, afirma o professor.
94
O especialista ressalta que a grande mudança na

interpretação dos sonhos ocorreu no Século XIX,
quando surgiram manuais de interpretação
escritas por pessoas comuns. Ele aponta que
alguns desses manuais foram muito populares e
reimpressos por décadas.
95
“Entretanto, essas interpretações não tinham mais

tanto a conotação ligada à saúde, mas sim a
eventos cotidianos, como amores, problemas
emocionais, relacionamentos na família e no
trabalho.
96
Um exemplo dessas interpretações, que perduram

até hoje: se uma pessoa sonha que anda nua na
multidão, pode estar com medo, ou sofrerá uma
perda de patrimônio, como dinheiro, ou
propriedades”, comenta.
97
Diante de significados e interpretações baseados

em subjeções, Sabbatini afirma que a ciência, em
grande parte, desconhece até hoje a função dos
sonhos e porque eles são assim.
98
A teoria mais aceita é a de que o sonho é uma

espécie de processador das memórias passadas e
recentes, que precisam ser classificadas,
desfragmentadas e armazenadas para uso futuro.
99
O professor explica que o fato de muitos sonhos

serem absurdos, ou até bizarros, é devido ao
“desligamento” parcial do córtex cerebral,
responsável pelo funcionamento da consciência,
durante determinadas fases do sono, chamadas
de Movimento Rápido dos Olhos - Rapid Eye
Movement (REM).
100
“O cortex fica parcialmente consciente, mas

desinibido pelos estímulos externos, e
funcionando livremente, reproduzindo fragmentos
de memórias, que podem ser extremamente
vívidas e até confundidas posteriormente pela
pessoa como tendo ocorrido de verdade”, conclui.
101
No ano 33 o Maestro fala sobre os sonhos e os

discípulos confundem com sono.
102
06/01/33
12 - Existem muitas coisas que o Maestro
ensina que devem ser profundamente
meditadas, mas também devem meditar-se
aqueles ensinamentos que o Maestro reserva,
provando assim que o discípulo vai
desenvolvendo sua percepção interna.
103
13 - Vou fazer uma pergunta simples: Por que

se produz o sueño? (sonho ou sono)
104
Os discípulos respondem:
105
- Fisiologicamente dizem que por uma espécie

de intoxicação do cérebro.
106
- Por desconexão das células nervosas.
107
- Por cansaço do corpo físico, que requer

reparação.
108
- Porque as células necessitam renovar-se,

pois lhes é indispensável carregar-se de
energias.
109
- Por inércia; dentro da atividade não existe

sono. (ou sonho)
110
A palavra sonho e sono em castelhano

(espanhol) é sueño.
Ao lermos em castelhano temos que discernir
quando é sonho e quando é sono.
111
Do que temos registrado, o Maestro só voltou a

falar em sonhos no ano 34.
112
02/09/34
6 - Daí também a confusão nos sonhos, porque
ao reproduzir-se no mundo profano (comum)
em cada mente o reflexo da placa na qual se
imprimiu uma multiplicidade de imagens,
sucede que a visão noturna está envolvida por
uma série de reflexos falsos.
113
Ao contrário, no discípulo que conseguiu a

iniciação, seus sonhos são reais, porque
reproduzem a imagem impressa em cada placa
(chapa – filme); e então ele vive na realidade em
todos seus detalhes e o Maestro conduz a seus
discípulos através de diversas experiências,
capacitando-os para que possam imprimir em
suas mentes a imagem que ali... (espaço)
114
... e atuar em um plano superior de consciência,

enquanto seu corpo repousa.
115
Observarão quão grandioso é o processo interno

ao permitir-lhes transladar a consciência a esse
gabinete oculto onde se imprimem as imagens.
116
Mas para imprimir uma imagem se requer duas

coisas: a firmeza no propósito e a continuidade
do mesmo até alcançar o objetivo perseguido.
117
Reflexões
118
Se a mente é o motor de um automóvel, a

faculdade de sonhar é a chave que lhe dá partida.
119
Se a grande impostura desmontou o motor do

automóvel, com relação aos sonhos, tomou-nos a
chave.
120
Esta é mais uma oportunidade para

aproveitarmos um tempo que é utilizado
apenas para reparar o cansaço físico.
Este é o verdadeiro tempo onde não se pensa
nada.
121
No ano 1951 o Maestro volta a falar dos sonhos.

04/06/51
26 – Bom, e o que é “sonhar acordado”? Tiveram

tantos! Sonhar acordado é um sonho? Não é um
sonho? É um entresonho? O que é?
122
Vamos ver.
Viram como niguém pode falar? Tantas vezes
falam dos seus “ensueños.” (sonho acordado)
123
124
Não existe nenhum poeta que diga o que é sonhar

acordado?
125
Sabem calar quando querem...
126
Nem os que o tiveram podem explicá-lo?
127
Hummmmm?
128
Reflexão:
Não podemos conceber que os discípulos diante
do que está adiante, deixem essa realização para
uma próxima etapa.
129
Alcançar o manejo consciente da faculdade de

sonhar implica haver alcançado um dos maiores
triunfos evolutivos reservados ao homem: a
integração
do ser psicofísico com seu espírito. O Espírito 191
130
CONFERÊNCIA PRONUNCIADA PELO MESTRE

RAUMSOL, NO DIA 16 DE JUNHO DE 1935.
(Local ignorado)
Tradução livre efs – 09/2015
131
Assim, todos devem buscar a simplicidade,

afastando-se das complicações e de tudo aquilo
que dificulta a evolução.
132
Quanto mais simples o discípulo chegar a ser,

tanto mais sutil será seu ser, como entidade divina
e humana,...
133
... e então poderá experimentar com plena certeza

a realidade dessa evolução, sem o corpo, para
estados superiores de consciência.
134
As atividades no mundo físico, no mundo denso,

têm sempre sua repercussão no mundo sutil, no
mundo sideral.
135
Assim, o Mestre vai guiando o discípulo para a

compreensão do manejo e utilização do seu ser
físico como algo imprescindível para a realização
do seu objetivo na vida, na qual lhe coube atuar.
136
Há que cuidar sempre dos reflexos para não afetar

toda a base do organismo fisiológico e psicológico.
137
No mundo comum – já expliquei – os seres tomam

uma imensa quantidade de placas (chapas de
filme) e trajes em todas as partes, que passam por
sua retina mental sem nenhuma classificação,...
138
...sem nenhuma seleção; e assim, como é na vida

física, se repete nos sonhos.
139
Essa confusão nos sonhos, essas visões

incoerentes, são produto do reflexo sobre as
imagens tomadas ao acaso.
140
Para obter visões perfeitas nos sonhos, para ter a

sensação ou experimentar a realidade de que
durante esse período de descanso dos sentidos
do corpo físico, a alma vive e experimenta coisas
mais reais que no mundo físico,...
141
...basta selecionar as imagens que se imprimem

na retina mental, coordenando-as para que todas
as imagens levem sempre um determinado
propósito, e depois vem a ação mental,
142
... - reflexo que o Mestre ensina, para poder

localizar-se em uma nítida recordação, dentro
dessas mesmas imagens que fixou em sua mente
para revivê-las no sonho.
143
E revivendo-as nesses momentos em que a alma

atua, poderá complementar a imagem tomada no
mundo físico com a imagem similar que sua
câmera mental possa captar nas horas em que
sua alma atua, ...
144
...levando ao esclarecimento, toda a reflexão das

imagens em que atua no mundo sideral.
145
Quantos discípulos comunicam ao Mestre as

mudanças que vão experimentando nos sonhos!...
146
Antes tinham esses sonhos confusos,

incoerentes…
147
...e muitas vezes, por deficiência da mente, a

imaginação teve que entrar em ação para suprir
alguns defeitos do filme; ...
148
...depois, quando o Mestre ampliou sua mente na

essência dos ensinamentos e imprimiu, tal como
o Mestre indica, sob uma rigorosa seleção,...
149
... essas imagens que mais impressionaram seu

espírito pela intensa vibração com que foram
vividas, surge na tela mental, nos momentos do
sonho, essa visão clara, nítida, e tão divinamente
formosa, dessa passagens vividas, ...
150
...aumentadas com o colorido divino do mundo

sideral, que lhes dá um novo aspecto; e projeta
sobre a tela mental novos aspectos que passaram
despercebidos, ao fixar o primeiro filme em seus
momentos de vigília.
151
E os discípulos que comunicavam isso ao Mestre

sabiam muito bem a que obedecia, desde que
tendo organizado seu sistema mental, tendo
canalizado o fluxo e suas atividades internas, ...
152
...já tendo ordenadas todas as suas coisas,

logicamente, apareceria a consequência em seus
sonhos, ao refletirem, com toda nitidez, os estados
pelos quais foram passando.
153
Acontece muitas vezes que para induzir mais o

discípulo para uma investigação mais profunda,
não dando lugar, ao mesmo tempo,...
154
... a que possa surpreender os segredos que

permanecem visíveis aos que se fazem dignos,
superando seus estados, ...
155
... se vestem de uma forma simbólica, e então

aparece claramente nos sonhos uma visão com
representação simbólica que o discípulo deve
decifrar mediante as chaves analógicas...
156
...que o Mestre pôs em suas mãos para

determinar o significado desses símbolos.
157
De modo que puderam observar quanta relação

tem então tudo quanto concerne à mente, e suas
consequências imediatas na consciência, que é de
incalculável valor para a evolução.
158
Essa parte dos sonhos tem uma importância muito

grande, porque contém segredos realmente
divinos, ...
159
...tanto que chegam a constituir todo um Arcano

dos mistérios iniciativos.
160
De modo que vivem no mundo comum, onde

vivem a vida sós, sem saber que existia outra.
Vieram ao Sendero onde começaram a viver outra
vida.
161
Depois, transcendendo estados, o Mestre os

transporta,...
162
...fazendo-os viver a realidade nos sonhos e

dando ensinamentos nos sonhos.
163
E é outra vida,...
164
... e assim sucessivamente, o discípulo chega,

durante uma vida,...
165
...a ter a sensação de que viveu toda a

eternidade!.
166
FIM
167
168

Tertulia - Sonhos - 2023 (1) Abeniades

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Tertulia - Sonhos - 2023 (1) Abeniades

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CENTRO DE ESTUDOS PARAÍSO

TEMA: A função de sonhar

Abenides Afonso de Faria

Recordá-lo uma vez ao dia, com emoção de

O Mestre se recorda de todos os seus discípulos,

Os seis passos do aperfeiçoamento:

O Objetivo para hoje é despertar:

Ficarão para o individual ou para próximas etapas.

Os princípios e os conceitos logosóficos estão

Perguntas que surgiram no decorrer do estudo e

Por que não me lembro dos meus sonhos?

18. E vou lhes dizer por quê. É porque o espírito

...sem nenhuma seleção; e assim, como é na vida

4. Essa confusão nos sonhos, essas visões

Como começar a lembrar dos sonhos?

...basta selecionar as imagens que se imprimem

... reflexo que o Mestre ensina, para poder

Quais são os tipos de sonhos quando estou

• Quais são os tipos de sonhos quando estou

Em Vigília (sonho acordado)

O que é entre sonho?

20. Agora, vou explicar como é e como se produz

17. Quando me disponho a isso, eu me deito com

Assim, nesse plano mental, posso realizar muitas

Mas o certo é que não penso como habitualmente

Depois, abstraindo-me totalmente do físico, mas

E, enquanto observo, enquanto examino

E, assim, quando vejo que o coração está

E, assim, durante a vigília, caminhando, indo de

Porém, estando quieto, deitado, essa

19. Por essa razão, nesses momentos cada

Logicamente é muito diferente do "entresueño"

Quando o ser se deita e há um pensamento ou

21. Recordo que certa vez, havendo falado dessas

E também disse: “Mas, Maestro, eu não consigo

Não, este é um sonho que vem atrasado “Ah!

22. Outra vez, um disse: “Eu comecei a subir uma

23. Isso ocorre porque, às vezes, o espírito se

“Agora vou te fazer subir escadas.” E o agita, e o

24. Sim, sim, sim! Já, já, já, já! O caso do

Quando quer, ele o levanta da cama, torna-o

Isso porque, se na vigília não lhe permite estar

E depois negam a existência do espírito! Tudo isso

Falei também muitas vezes dos sonhos e disse

E se isto pode fazer estando dormindo, quanto

Creio, uma vez já disse também, que eram tantas as

Costuma acontecer que, quando o ser está muito

Estou pensando, neste momento, uma frase que

Produz-se, então, o conflito entre o espírito e o ser

Porque aparece depois com enorme peso na

Mas ocorre que naturalmente, nesses momentos o

Agora, ele tem não somente seus problemas, suas

Os pensamentos ricocheteiam contra as paredes

Em outras ocasiões, tem-se, ao despertar, a

O Espírito página 173

Os pesadelos, nos quais o ente físico sofre

O que é um sonho lúcido?

Discípulo - Compreendi os problemas que vivi nos

Disc. Ricardo Calo – Descansavam, e ao mesmo

MESTRE - Esse é um sonho lúcido.

MESTRE – Isto é justamente o que disse ontem, e lhe

E estes são os que, naturalmente, são sonhos

Disc. Ricardo Calo – Penso que entre o sonho