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No i Arad Cao en sro ters pel ITI Sore Tease nemo Rewsto emai Desi Welt ‘en Ca Aedes bts Cnl |i Capel | a | a eb hres st tf 55 0" orgies Lance sempre gual ad en bce oi varia fcedvent incerta alba, I] elasperanza ebbe nora ace. ‘Alu é sempre qua a una outea Depois se modificou: de iz se tornow alvorada incerta, [ea esperangateve uma nova lz Pasolini resécnesta (961, Em Funico moo per sent vit, hia tint, Cuca forma: or fina Sopareviviamo ed él confasione ‘una vit vnata fur dalla agone Tesupplce, ak 1 supplice: non voler mori rao snico moda de sentra vida, sina ca a tna formar agora aca Sobrevivemos: €€ confasio deta vida renaseida fora da tava ‘Tesuplco, ah te suplico: no queias morrer, 1 Pasolini nina se 1952, SUMARIO 1 INFERNOS? Grande ele) paradisinca versus pequenss izes ecto) na ‘ale inferal dos "conslheiros pérfidos” (11). ~ Dante reviradlo de cabeca para baxo nos tempos da guerra moderna (14), Um. Jovem rapaz, em 1941 descobre nos vagatumes os lampejos do descjo eda Inocéncia (17). ~ Uma questi politica: Pi Paolo Pasolini 1975, oneofscismo eo desaparecimenta dos ‘age-lumes (21). © povo, sua tesisténcla sua sobrevvdnca, Aestuidos por uma nova diadura (31), ~ © inferno eliza? O apocalipse pasoliniano repeovado,experimentado, aprovado, slrevaorizad hoje (38, " SOBREVIVENCIAS (0s vaga- lames desaparecerams tad eles sobrevivem apesar dle tudo? A experiencia postico-visal da es oh: reaparecer, edesaparecer (45). Lawes menores dlestrritvialzadas, politics, coetiva. O desesper polis ¢ sexual cde Pasolini, Nao comunidad viva sem Fenomenologs de sia apresentagio: 0 gest hinaso dos vaga-luanes (52). = Walter in € as imagens daca. Qualguer maneira de imagloar & uma maneiea de fazer politica, Politica das sobeeviencias: Aby Warburg e Ernesto De Martino (38) ut APOCALAI st Interrogae 6 contemporineo através dos paradigmas ¢ uma arqucoogafilosic: Giorgio Agamben com Pasolini (67). ~ 8 “estruigo da experience apocalipse, Ito da infincia Entre Aestrugio redengio (72). Critica do tom apocaliptico por Incques Derrida edo impensado da ressureigho por Theodor Adorno (78). ~ Nao hi, para umalteovia das sobrevivencls, rem destruigdo radical nem eedeacio final. Imagem versus horizon (6 wv pavos Lures poster versa lampejos dos contrapoderes: atl Schmit versus Benjamin, Agamben além de toda separagio (91). ~ Totaitarismo e democracia, segundo Agamben, vie Schmitt ¢ Guy Debord: da aclamacio i opin pica. Os povosreduridos 4 nificasio © & negtividade (96). ~ A anquvologiaHlosi, Segundo Benjamin, exige a “itmica dos goles contagalpes, aclamagiese revgies (106), y DESIRUIGORS? Imagem versus bosizant: © lampejo dialéticu “transpoe a horizonte” de suancira intermitente (115). ~ Ressurgéncias dda imagem versus horizontes sein recusso, Declnio no & sdesaparecimento, Declinagio, ineidanca, bifercagio (119). - Inestimivel versus desvalorizagso. A temporaidade pura do deseo resusos tempossem recursos da desta eda eden, Fazer apareerem as palavras as imagens (126) “I IMAGENS Fazer aparecerem os sonhos: Charlotte Beradt ou 0 saber-vaga lume. Testemunbo eprevisio, A autridade do moribund (13), ~ Recuos na escuridio, ampejos. Georges Batlle na guerra: ‘sur, erotisma, experiécia interior. Elueidao politica eno saber (139). =O indestrutiel a comonidade que resto Maurice Blanchot, Parcels de humanidade na “beech entre 0 passa anna Arendt ea “ong diagonal” (148). a2 dos ins versus lampejas dos pawos. As imagens ames Lavra Wadlington. Organiza o pessimism (15). 1 INFERNOS? em antes de fazer resplandever, em sua escatolg lori, grande luz luce} do Paratso, Dante quis reservar, no vigésimo sexto canto do Inferno, um destino discreto, cembora significative, 8 "pequena luz” (lucia) dos pit lamps, dos vaga-lumes. O poeta observa, eno, a oitava vala infernal: vala politica, caso existisse, visto que reconhecem alguns notivels de Florenga reunidos com ‘outros, sob mesma condenasio de “conselhirospérfidos: © eespaco todo € salpicado ~ constelado, infestade ~ de pequenas chamas que parecem vagg-hires, exatamente como aquees que as pessoas do campo, nas beas notes de verlo, veem esvoacar, aqui eal, ao acaso de seu esplendo, sliscreto, pasate, tremeloyente Talo camponio vs, que ae monte asst, na esagio em que sola so aclara Camas trices ei por WH Re BENIAMI re lt se ans car ci (ibn hth Pes Ae 98718 62 Gage Oi totems \l ‘exemplo” © uma verdadeira“arqueologia ilosities” que, de ‘maneira ainda bastante benjaminiana,“etoma em sentido inverso o curso da historia, assim como a imaginagio” Festabelece o curso das coisas fora das grandes teloologias coneeituas A revelagio das fontes aparece aqui come a condigio necessiria— eo exe paciente- deum peasa- tendo procura deimediato tomar partido, mas que quer intermgaro contemporneo na medida de sua Hilologia ‘oculta, de suas tradigées escondlidas, de seus impensados, de suas sobeevivencias, Distante, portanto dos ilésofas que se apresentam como, dogmaticos pare aeternidade ou como abricantesimediatos 4e opinides para o tempo presente ~ a propesito da ultima engenhoca tecnoldgica ou da ultima elegdo presidencial -, Agamben vé o contemporaneo na espessura considerivel «© complexa de suas temporalidades emaranhaclas, Dai 0 aspecto de montagersele também warburguiano e ben jaminiano, que seus textos adquirem com freguéncia, O contemporaneo, para el, aparece somente “na detasagem € ‘no anacronism em relagdoa tudoo que percebemsos coma nossa “atualidade"” Ser contemporneo, nesse sentido, seria iv pF Penne pth ler geo comempins ommend. nae Nes. Chae Ag nracausis? 69 ‘obscurecer oespeticulo do século presente fim de perce ber nessa mesma abscuridade, "luz que procura nos lca ‘sare ndo consegue’® Seria, enti, etomand o paradigans {que nos ocupa aqui, dar-se as meios de ver apareverent os saga: lumies no espaco de superexposigo fer0z, demasiado uminoso, de nossa historia presente. Essa tarefa,acrescenta Agamben, pede a0 mesmo tempocoragesn = virtue politica poesia, que éa arte de raturar a linguagem, de quebrar as aparéncia, de desunir a unidade do tempo." Ora, essas duas virtudes sio as mesmas que Pasolini pusera em pritica em cada um de seus textos, em cada uma de suas imagens. De Pasolini a Giorgio Agamben, as referéncias histricasefiloséficasapresentam, decerto, die rengas consideriveis. Maso gestus geal de seus respectivos pensamentos deixa adivinhar wm inegivel parentesco, até em seus efeitos de provocagao e nos ataques virulentos que suscitam com requéncia seus posicionamentos. Ambos afirmam gue “hi entre varcaico eo moderno um encontra ‘seereto® Ambos fazem de seu trabalho um obstinado con: fronta do presente ~ volentamente criticado ~ com outros tempos.*o que é um modo de reconhecera necessidade de 70 Gouge Heermon © tesco ene ince gai er (19, eg _qontagens tempos para toda reflexda consequente sobre 6 contemporaneo. Como Pasolini, Agamben & um grande ‘profanador das coisas que se admitem consensualmente como “Sagradas’ F, assim como 6 cineasta quand falava do “sacral, 0 flbsofo dedica-se a repensar @ paradigm antropol6gico contido na extensio da palavrasacer: Agamben, até onde sei, jamais se dedicou a um estude ‘especifico da poesia ou do cinema de Pasolini, Mas ele proprio, e muito cedo, fez parte desse cinema, visto que cencarnava em ’Evangil selon saint Matthieu [O Evangelho segundo So Mateus], em 1964, um dos doze apéstolos de Cristo. £, sobretudo, surpreendente encontrar no flésofo ‘um conjunto de reflexdes que atravessam as preocupagoes

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