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ESTUDO DO POTENCIAL ENERGÉTICO PARA A COMPLEMENTAÇÃO POR PCH


DA GERAÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA AMADOR AGUIAR I

Article · March 2016


DOI: 10.14268/pchn.2015.00034

CITATIONS READS

0 302

7 authors, including:

Alessandro Barbosa Felipe Adriano da Silva Gonçalves


Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
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SEE PROFILE SEE PROFILE

Daniel P. Carvalho Fernando Bento Silva


Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Universidade Federal de Ouro Preto
8 PUBLICATIONS   34 CITATIONS    18 PUBLICATIONS   25 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

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Salient Pole Synchronous Generators View project

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Comitê Diretor do CERPCH
Director Committee
CEMIG / FAPEPE / IEE-USP / FURNAS /
IME / ELETROBRAS / ANEEL / MME

Comitê Editorial
Editorial Committee
Presidente - President
Geraldo Lúcio Tiago Filho - CERPCH/UNIFEI
Editores Associados - Associated Publishers
Adair Matins - UNCOMA - Argentina

03
Alexander Gajic - University of Serbia
Alexandre Kepler Soares - UFMT
Ângelo Rezek - ISEE/UNIFEI
Editorial
Antônio Brasil Jr. - UnB Editorial
Artur de Souza Moret - UNIR
Augusto Nelson Carvalho Viana - IRN/UNIFEI
Bernhard Pelikan - Bodenkultur Wien - Áustria
Carlos Barreira Martines - UFMG
Célio Bermann - IEE/USP
Edmar Luiz Fagundes de Almeira - UFRJ
Fernando Monteiro Figueiredo - UnB
Tecnologia
04
Frederico Mauad - USP
Helder Queiroz Pinto Jr. - UFRJ
Jaime Espinoza - USM - Chile Technology
José Carlos César Amorim - IME
CERPCH/UNIFEI em parceria com universidade
Marcelo Marques - IPH/UFRGS
do Canadá faz adaptação em Bancada de Testes
Marcos Aurélio V. de Freitas - COPPE/UFRJ
de Modelo de Turbina Axial de Ultra Baixa Queda
Maria Inês Nogueira Alvarenga - IRN/UNIFEI
Orlando Aníbal Audisio - UNCOMA - Argentina CERPCH/UNIFEI partnered with Canadian university,
Osvaldo Livio Soliano Pereira - UNIFACS adapts Test Grounds for Ultra Low Head
Regina Mambeli Barros - IRN/UNIFEI Axial Turbines Model
Zulcy de Souza - LHPCH/UNIFEI

Agenda 08
TECHNICAL COMMITTEE
Prof. François AVELLAN, EPFL École Polytechnique Fédérale de Lausanne,
Switzerland, francois.avellan@epfl.ch, Chair; Schedule
Prof. Eduardo EGUSQUIZA, UPC Barcelona, Spain, egusquiza@mf.upc.es, Vice-Chair;
Dr. Richard K. FISHER, VOITH Hydro Inc., USA, richard.fisher@voith.com, Past-Chair;
Mr. Fidel ARZOLA, EDELCA, Venezuela, farzola@edelca.com.ve;
Dr. Michel COUSTON, ALSTOM Hydro, France, michel.couston@power.alstom.com;
Dr. Niklas DAHLBÄCK, VATENFALL, Sweden, niklas.dahlback@vattenfall.se;
Mr. Normand DESY, ANDRITZ Hydro Ltd., Canada, normand.desy@andritz.com;
Prof. Chisachi KATO, University of Tokyo, Japan, ckato@iis.u-tokyo.ac.jp;
Prof. Jun Matsui, Yokohama National University, jmat@ynu.ac.jp;
Dr. Andrei LIPEJ, TURBOINSTITUT, Slovenija, andrej.lipej@turboinstitut.si; Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mauá –
Prof. Torbjørn NIELSEN, Norwegian University of Science and Technology, Norway, Bibliotecária Margareth Ribeiro- CRB_6/1700
torbjorn.nielsen@ntnu.no;
Mr. Quing-Hua SHI, Dong Feng Electrical Machinery, P.R. China, qhshi@dfem.com.cn;
R454
Prof. Romeo SUSAN-RESIGA, “Politehnica” University Timisoara, Romania, re-
siga@mh.mec.utt.ro;
Revista Hidro & Hydro – PCH Notícias & Ship News, UNIFEI/CERPCH,
Prof. Geraldo TIAGO F°, Universidade Federal de Itajubá, Brazil, tiago@unifei.edu.br.
v.1, 1998 -- Itajubá: CERPCH/IARH, 1998 – v. 68, n. 1, jan./mar. 2016.
Expediente
Editorial Trimestral.
Editor chefe: Geraldo Lúcio Tiago Filho.
Editor Geraldo Lúcio Tiago Filho
Coord. Redação Camila Rocha Galhardo Jornalista Responsável: Adriana Barbosa – MTb_MG 05984
Jornalista Resp. Adriana Barbosa MTb-MG 05984 ISSN 2359-6147 / ISSN 1676-0220
Redação Adriana Barbosa
Camila Rocha Galhardo
1. Energia renovável. 2. PCH. 3. Energia eólica e solar. 4. Usinas hi_
Projeto Gráfico Net Design
Diagramação e Arte Lidiane Silva drelétricas. I. Universidade Federal de Itajubá. II. Centro Nacional de Re_
Tradução Joana Sawaya de Almeida ferência em Pequenas Centrais Hidrelétricas. III. Título.
Impressão Editora Acta Ltda

Hidro&Hydro - PCH Notícias & SHP News


é uma publicação trimestral do CERPCH
The Hidro&Hydro - PCH Notícias & SHP News
is a three-month period publication made by CERPCH
Tiragem/Edition: 6.700 exemplares/issues
contato comercial: pchnoticias@cerpch.org.br / site: www.cerpch.org.br
Universidade Federal de Itajubá

ISSN 2359614-7
Av. BPS, 1303 - Bairro Pinheirinho
Itajubá - MG - Brasil - CEP: 37500-903
e-mail: pchcomunicacao@cerpch.org.br
pchnoticias@cerpch.org.br
Fax/Tel: +55 (35)3629 1443
9 772359 614009 00068

2
HIDRO&HYDRO | ISSN 2359-6147 EDITORIAL
Prezado Leitor, Letter from the Editor,

Esta edição marca uma nova etapa para a revista Hidro&Hydro – PCH This edition marks a new stage for the Hidro&Hydro – PCH Notícias&SHP
Notícias&SHP News, depois de dezessete anos ininterruptos de publicação News magazine. After seventeen uninterrupted years of printed publication,
impressa, e seguindo a tendência de mercado, a revista passa a ser following market tendencies, the magazine will now be published in its
publicada apenas na versão digital. digital version only.
Desta maneira, os leitores poderão acessá-la a qualquer hora e de This way, the readers will be able to access the magazine at any time
qualquer lugar por meio do portal do CERPCH www.cerpch.org.br, o que through the CEPRCH portal www.cerpch.org.br, allowing a more dynamic
vai possibilitar mais dinamismo na leitura das matérias e artigos aqui read of the stories and articles published.
publicados. We would also like to present in this edition an R&D project developed
Apresentamos, ainda, nessa edição um projeto de P&D desenvolvido by teams from Brazil and Canada for the creation of test grounds for the
entre Brasil e Canadá para a criação de uma bancada de Testes de Modelo de Ultra-Low Head Axial Turbine Model. This project has the objective of
Turbina Axial de Ultra Baixa Queda. Projeto este que objetiva desenvolver developing a turbine for water exploitations in low and ultra-low heads for
uma turbina para aproveitamhídrico de baixas e ultra baixas quedas para a electric energy generation.
geração de energia elétrica.
Pleasant reading!
Boa Leitura!

Geraldo Lúcio Tiago Filho Geraldo Lúcio Tiago Filho

Apoio:

IAHR DIVISION I: HYDRAULICS


TECHNICAL COMMITTEE:
HYDRAULIC MACHINERY AND SYSTEMS

3
TECNOLOGIA HIDRO&HYDRO, 68, (1), JAN,FEV,MAR/2016

CERPCH/UNIFEI EM PARCERIA COM UNIVERSIDADE


DO CANADÁ FAZ ADAPTAÇÃO EM BANCADA DE TESTES
DE MODELO DE TURBINA AXIAL DE ULTRA BAIXA QUEDA

Da Redação

Desenvolvido por uma parceria entre a University of New que resulte em desempenho confiável, com eficiências adequadas.
Brunswick (Canadá) e a Universidade Federal de Itajubá (Brasil), Uma vez desenvolvido, propõe-se que o sistema possa se mostrar
por meio do Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais adequado a gerar potencias de até 150 kW, ou superiores.
Hidrelétricas (CERPCH) e as empresas Norcan Hydraulic Turbines A finalização do projeto, com seus resultados publicados,
Inc. (Canadá), Clamper Indústria e Comercio S.A. (Brasil), reflete em planos de demonstração comercial, onde serão
Swiderski Engineering Inc. (Canadá) e T. Tung Hydraulic and tomadas as decisões para o planejamento do desenvolvimento
Renwable Energy Technologies (Canadá), o projeto objetiva do protótipo comercial da turbina.
desenvolver uma turbina para aproveitamento hídrico de baixas Considerando que a geração de energia elétrica por fontes
e ultra baixas quedas para a geração de energia elétrica. hidráulicas dentro da matriz nacional seja totalmente por
O projeto conceitual foi desenvolvido pela equipe canadense. hidrelétricas e PCHs convencionais, com o uso de barragens,
A parceria entre as partes visa na troca de know how para a podemos afirmar que existe abertura para outras tecnologias de
otimização do projeto e ensaios hidromecânicos e computacionais aproveitamento do potencial hidráulico. Dentre estas tecnologias
do modelo, e posteriormente ensaios hidromecânicos em podemos citar o aproveitamento do potencial hidráulico de quedas
protótipo visando atingir as expectativas quanto à eficiência do inferiores a 5,0 metros de altura. Geralmente quedas naturais
conjunto turbina-gerador. Ao final do projeto será firmado um do terreno, sem necessidade de grandes obras civis, criação de
planejamento comercial do protótipo para aplicação em campo e barragens e reservatórios. A estrutura básica para a instalação
comercialização. dessas máquinas favorecem ao empreendimento em comunidades
Os ensaios hidromecânicos da turbina e ensaios de eficiência isoladas e/ou rurais afastadas das linhas de transmissão.
do gerador vêm sido realizado nas dependências do Laboratório As turbinas geradoras para operarem condições abaixo
Hidromecânico de Pequenas Centrais Hidrelétricas (LHPCH), no de 5,0 metros são tecnologias que se encontram em fase de
Centro Nacional de Referencia em Pequenas Centrais Hidrelétricas desenvolvimento. São máquinas direcionadas para operarem
(CERPCH) – Unifei. locais onde não há possibilidades de se criar reservatórios, e
O modelo fabricado pela equipe canadense possui diâmetro sim, aproveitar quedas naturais a fio d’água. Sendo assim, não
externo das pás de 360 mm, alojado em um conduto com o exigem grandes obras civis, o que pode favorecer para o custo
formato de um Venturi, com diâmetro de tubulação de 26,75”. do empreendimento.

Descrição Técnica da bancada.


Bancada de teste nas instalações do laboratório da UNIFEI
A bancada de ensaios para o modelo de turbina foi
Facilities of bench test at Unifei laboratory
desenvolvida pela equipe brasileira da Unifei, com supervisão da
equipe de engenharia canadense. Ela foi desenvolvida para se
adequar ao canal de alimentação suportado por duas bombas
Arquivo CERPCH

de 250 l/s cada, existente no Laboratório Hidromecânico de


Pequenas Centrais Hidrelétricas (LHPCH) da Unifei. A bancada
de ensaios consiste num circuito fechado, com retorno da água
escoada de volta ao tanque de alimentação. O conjunto possui
instrumentação para medição da vazão, das pressões à montante
e à jusante da turbina, torquímetro acoplado ao eixo da turbina
conectado ao eixo de um gerador síncrono permanente de 10
kW, o qual funciona como freio eletrodinamométrico por meio de
resistência, permitindo controlar a rotação da turbina. O sistema
possui ainda um inversor de frequência conectado à rede, o qual
permite ler a energia elétrica gerada pelo sistema.

Aplicação

Para localizações onde a faixa de baixa-quedas atinge quedas


de menos de 5,0 m, os custos para a utilização de tecnologias
desenvolvidas existentes são ainda muito elevados. Atualmente,
existem muito poucos grupos de geradores que podem, de forma
adequada, serem utilizados para a aplicação de forma eficaz.
As equipes do Canadá e do Brasil, por meio dessa proposta de
trabalho de P&D conjunta, objetivaram unir suas experiências de
muitos anos no desenvolvimento de equipamentos de pequenas
centrais hidrelétricas e centrais de baixa-queda, propondo
desenvolver um conjunto de turbina e gerador, que possam operar
em instalações para ultra baixa-queda, a um custo competitivo,

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HIDRO&HYDRO | ISSN 2359-6147 TECHNOLOGY

CERPCH/UNIFEI PARTNERED WITH CANADIAN UNIVERSITY,


ADAPTS TEST GROUNDS FOR ULTRA LOW HEAD
AXIAL TURBINES MODEL

Translation: Joana Sawaya de Almeida

Developed by a partnership between the University of New the supply channel supported by two 250 l/s pumps at the Small
Brunswick (Canada) and the Federal University of Itajubá (Brazil), Hydropower Hydro-mechanical Laboratories (LHPCH) at UNIFEI.
through the National Research Center for Small Hydropower Plants The test grounds were in a closed circuit, with water back-
(CERPCH), Norcan Hydraulic Turbines Inc. (Canada), Clamper flowing to the supply tank. The set included instrumentation for
Industry and Commerce S.A. (Brasil), Swiderski Engineering measuring the flow, downstream and upstream turbine pressure
Inc. (Canada), and T. Tung Hydraulic and Renewable Energy and torque coupled to the turbine axis, connected to a generator
Technologies (Canada), the project’s objective is to develop a permanently synced to 10kW, working as electro-dynamic brakes
turbine for the exploitation of low and ultra-low water heads for from the resistance, allowing for turbine rotation control. The
electric energy generation. system also has a frequency invertor connected to the network
The conceptual design was developed by the Canadian team. in order to read the amount of power generated by the system.
The partnership between the parties aims to exchanging know-
how for the optimization of the project, and hydro-mechanical Application
and computer tests for prototypes, sought to reaching the For locations where the low-head rates reach less than
expectations in terms of the efficiency of the turbine-generator 5.0 meters, the costs for the use of the existing technologies
set. At the end of the project, a commercial plan for the prototype developed are still very high. Currently, there are very few
will be in place for field applications and commercialization. groups of generators that can properly and efficiently be used for
The hydro-mechanical turbine and generator efficiency tests the application. Through this R&D work proposal, the Canadian
have been carried out at the Small Hydropower Hydro-mechanical and Brazilian teams have joined their experiences of many
Laboratories (LHPCH) at the National Research Center for Small years on the development of small hydropower and low-head
Hydropower Plants (CERPCH), UNIFEI. plant equipment. The proposal is to develop a turbine-generator
The model manufactured by the Canadian team has an set that can be operated in ultra-low head installations at a
external blade diameter of 360 mm, housed in a Venturi shaped competitive cost, resulting in a trustworthy system with suitable
conduct, with a duct diameter of 26.75”. efficiencies. Once developed, it is proposed that the system can
be suitable for the generation of up to 150 kW of power, or more.
Technical Description of the Grounds
The completion of the project and its published results reflect the
The test grounds for the turbine model were developed by plans for commercial demonstration, where decisions will be made
a Brazilian team from UNIFEI, under the supervision of the as for development planning for the commercial turbine prototype.
Canadian engineering team. It was developed in order to adapt to Considering that the generation of electric energy generation
from water sources within the National Energy Matrix is totally
from hydropower plants and conventional SHPs using dams,
one can affirm that there is an opening for other technologies
for hydropower exploitation. Among these technologies is the
exploitation of hydropower with heads smaller than 5.0 meters
in height. Generally natural heads have no need for large scale
civil construction, dams or reservoirs. The basic structures for the
installation of these machines favor the venture in isolated and/
or rural communities that are far from transmission lines.
The generator turbines, operating at conditions below 5.0
meters are Technologies that are found in developmental stages.
They are machines directed at local operations where there is no
possibility for creating reservoirs, but can, however, exploit natural
run-of-the-river heads. Therefore, there is no need for large scale
civil construction, which is favorable to the cost of the venture.

Environmental Impacts

The turbine model has a rotor that follows the Fish-Friendly


concept, preventing the mutilation of fish as they pass through
the blades as they rotate.
Its installation structure does not require large scale civil
construction or transposition of any kind, allowing for easy
individual installation or in a matrix, so as to not alter the local
environment or its dependents.

Benefits

The main source of energy in Canada and Brazil is hydropower


plants. Seventy percent of electric energy in Canada is produced

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TECNOLOGIA HIDRO&HYDRO, 68, (1), JAN,FEV,MAR/2016

dentro dos próximos quarenta anos. Nos


Fotos: Arquivo CERPCH

Estados Unidos, existem mais de 80.000


barragens existentes. Apenas 2.300 são
eletrificadas com usinas hidrelétricas.
No Brasil, Pequena Central Hidrelétrica
pode ser definida como uma única central
com capacidade instalada inferior a 30
MW (30.000 kW), e Central Hidrelétrica
de Baixa-Queda pode ser definida pela
sua altura de queda de água inferior a 1,0
metros.

Para o Brasil e o estado


de Minas Gerais

Até a década de 1990, o manual da


Eletrobras para estudos de inventários
recomendava que trechos com potenciais
abaixo de 50 MW poderiam ser desconsi-
derados. Isso se dava em função de
que não havia interesse econômico e
estratégico para o aproveitamento desses
potenciais médios. O resultado é que, na
maioria dos rios já inventariados, com
centrais já construídas e em operação, há
uma infinidade de potenciais que foram
desconsiderados por esses estudos.
A grande maioria está localizada em
trechos de rios com baixas declividades
resultando em aproveitamentos de baixas
quedas. Como é caso de Minas Gerais
Impactos ambientais
onde a maioria de seus rios encontram-se nessa situação.
O modelo de turbina possui rotor que segue o conceito Fish Portanto, o desenvolvimento desse equipamento poderá vir a
Friendly, o qual previne a mutilação dos peixes ao passarem constituir numa solução que poderá permitir a viabilização do
pelas pás durante o giro destas. aproveitamento desses potenciais ditos “remanescentes”.
Sua estrutura de instalação não requer grandes obras civis ou Para outras regiões do Brasil também ocorre o mesmo.
qualquer transposição de qualquer leito, podendo ser instalado Deve-se considerar que na região amazônica a maioria dos
facilmente individualmente ou em matriz de maneira a não aproveitamentos hidrelétricos têm resultado ou resultarão em
alterar o ambiente do local ou das vidas dependentes deste. centrais com características de baixas quedas.
De acordo com estudos da ANEEL (Agencia Nacional de Energia
Benefícios Elétrica), há cerca de 7500 MW em potencial de baixo-custo
A principal fonte de energia elétrica no Canadá e no Brasil gerado por pequenas centrais hidrelétricas. A maioria dos sítios
é das hidrelétricas. Sessenta por cento de energia elétrica do de pequenas centrais é de baixa-queda e poderão contribuir em
Canadá é produzida em centrais hidroelétricas. No Brasil esse até 4% da energia matricial no Brasil entre os próximos quarenta
fornecimento é de 70%. Há importantes sítios com potenciais anos. Pequenas centrais e locais favoráveis poderão utilizar deste
hidrelétricas não desenvolvidos disponíveis no Canadá e no novo equipamento pré-fabricado e de baixo-custo.
Brasil, adequados tanto para o desenvolvimento de grandes e
Para o Canadá
pequenas hidrelétricas. Um estudo recente indica que quase
5000 MW de baixo potencial hídrico de baixas-quedas em mais de As estimativas razoáveis dos novos sistemas de altura de
2000 localizações no Canadá, incluindo locais de até 50 MW. Há queda ultra-baixa, produzidos em conjunto por equipes de
aproximadamente 10.000 barragens de baixa queda existentes, Brasil e Canadá, terão mercado comercial médio de 10 MW por
barragens e estruturas hidráulicas em todo o Canadá. Eles são ano para os primeiros cinco anos. Assumindo o custo instalado
para controle de cheias, abastecimento de água e irrigação e de $ 2000/kW, cerca de 20 M dólares anualmente. Este novo
controles de gelo de inverno. Muitos destes são estruturas de empreendimento trará grandes benefícios sociais e ambientais e
ultra baixa-queda com altura inferior a 3,0 m. Em Ontário, há também a criação de empregos para ambos os países.
mais de 2.500 barragens já existentes, onde apenas 25% têm De acordo com a Ontario Waterpower Association (OWA), em
instalações hidrelétricas, o que significa uma boa oportunidade toda a província, há mais de 2.500 barragens existentes, das
para a adição de pequenas unidades hidrelétricas de baixa-queda quais apenas um quarto (1/4) estão associados com a produção
nesses locais. Da mesma forma no Brasil, de acordo com a Aneel hidráulica. O foco político atual de Ontário em tecnologias
(Agência Nacional de Energia Elétrica) estudos, há cerca de 7500 renováveis, a geração descentralizada e a inovação proporcionam
MW de potencial para pequenas centrais hidrelétricas. Uma grande uma excelente oportunidade para o desenvolvimento de novas
parte estão localizadas em sítios que resultam pequenas centrais tecnologias de ultra baixa-queda hidráulica. Existe um forte
hidrelétricas de baixa-queda, mas que, numa estimativa inicial potencial para alavancar o potencial inexplorado no mercado de
que poderão contribuir com até 4% da matriz energética do Brasil Ontário e além nesta área.

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HIDRO&HYDRO | ISSN 2359-6147 TECHNOLOGY

from hydropower plants. In Brazil, this supply is also 70%. There rivers that are not very steep. As is the case of the state of Minas
are important sites with potentials not yet developed in Canada Gerais, most of its rivers are in the same situation. Therefore,
and in Brazil for large and small hydropower plants. A recent the development of this equipment could constitute a solution,
study indicated that there is almost 5,000 MW of water potential which could allow for the viability of exploiting these so-called
of low-heads in more than 2,000 locations in Canada, including “remaining” potentials.
locations with up to 50MW. There are approximately 10,000 The same thing happens in other regions of Brazil. It should
existing low-head dams in with heights below 3.0 meters, dams be taken into consideration that in the Amazonian Region, most
and water structures in all of Canada. They are there for flooding of the hydropower exploitations have resulted or will resulted in
control, water supply and irrigation, and winter ice control. Many plants with low head characteristics.
of these are ultra-low head structures with heights below 3.0 According to studies performed by Aneel (National Electric
meters. In Ontario, there are over 2,500 existing dams where Energy Agency), there are potentially around 7,500 MW, with a
only 25% have hydropower installations, meaning there is a good low cost, generated by small hydropower plants. Most of the sites
opportunity for adding small low-head hydropower units to these of these small plants has a low head and could contribute up to
locations. In this same way, Brazil, according to Aneel (National 4% of the matrix energy in Brazil within the next 40 years. Small
Electric Energy Agency) studies, there are about 7,500 MW of hydropower plants and favorable locations could thus use new
potential for small hydropower plants. A large part are located on equipment, as it is prefabricated and has a low cost.
sites that result as small low-head hydropower plants, but, in an
initial estimation, can contribute to 4% of the energy matrix in For Canada
Brazil over the next forty years. In the United States, there are The reasonable estimates of the new systems for ultra-low
more than existing 80,000 dams, where only 2,300 are electrified head height, produced in sets by teams in Brazil and Canada, will
with hydropower plants. have a commercial market of 10 MW on average per year in the
In Brazil, Small Hydropower Plants can be defined as a single first five years. This is assuming the installed cost is of $2,000/
plant with an installed capacity below 30 MW (30,000kW), and kW, about $20 million per year. This new venture will bring with
a Low-Head Hydropower Plant is defined by a head height below it great social and environmental benefits, as well as create jobs
1.0 meters. for both countries.
According to the Ontario Waterpower Association (OWA), in
For Brazil and the State of Minas Gerais
the entire province, there are more than 2,500 existing dams;
Until the 1990’s, the Eletrobras manual for inventory studies of those only one quarter (1/4) is associated with hydropower
recommended that stretches with potentials below 50 MW production. The current political focus in Ontario is renewable
should be disregarded. This was because there was no economic technologies, decentralized generation and innovations that
interest and strategy for the exploitation of these medium-sized provide an excellent opportunity for the development of new
potentials. The result was that in most of the inventoried rivers, technologies for ultra-low head hydropower. There is a strong
with a built plant in operation, had an infinite amount of potential, potential for boosting the unexplored potentials in the market of
which were disregarded for these studies. Most are located in Ontario, and beyond.

7
AGENDA HIDRO&HYDRO, 68, (1), JAN,FEV,MAR/2016

EVENTOS LIGADOS AO SETOR DE ENERGIA - 2016 Bloomberg New Energy Finance (BNEF)
Data: 16 de Junho de 2016
Local: São Paulo/SP
FEVEREIRO Site: http://go.bloomberg.com/promo/invite/160616/
Turbo Expo - Turbomachinery Technical Conference & Exposition
Perú Energia
Data: 13 a 17 de Junho de 2016
Data: 10 e 11 de fevereiro de 2016
Local: Seul / Coréia do Sul
Local: Lima/Peru
Site: https://www.asme.org/events/turbo-expo
Site http://peruenergia.com.pe/2016/index.html
Power-GEN Europe
MARÇO Data: 21 a 23 de Junho de 2016
Local: Milão/ Itália
EnergyMed Site: http://www.powergeneurope.com/index.html
Data: 31 de Março a 02 de Abril de 2016
Local: Nápoli/ Itália EU PVSEC | European Photovoltaic Solar Energy Conference
Site: http://www.energymed.it/ and Exhibition
Data: 20 a 24 de Junho de 2016
ABRIL Local: Munique/ Alemanha
Site: http://www.photovoltaic-exhibition.com/
VI Congresso Brasileiro de Energia Solar Workshop Energia Mercado Livre – FIESP
Data: 04 a 07 de abril de 2016 Local: São Paulo/SP
Local: Belo Horizonte/MG Data: 29 de Junho de 2016
Site: http://www.abens.org.br/CBENS2016/ Site: http://www.fiesp.com.br/agenda/workshop-energia-junho16-
IFT Energy mercado-livre/?utm_source=fiesp&utm_medium=email&utm_
Data: 17 a 19 de Abril de 2016 content=programacao-31.05.16&utm_campaign=workshop-energia-
Local: Santiago/ Chile mercado-livre
Site: http://ift-energy.cl/ Brasil Solar Power – Conferência e Exposição
9º Simpósio Nacional de Biocombustíveis Data: 30 de Junho e 01 de Julho de 2016
Data: 27 a 29 de abril de 2016 Local: Rio de Janeiro/RJ
Local: Teresina/PI Site: http://www.brasilsolarpower.com.br
Site: http://agroevento.com/agenda/9-biocom/
JULHO
X - SIMPÓSIO SOBRE PEQUENAS E MÉDIAS CENTRAIS
HIDRELÉTRICAS E USINAS REVERSÍVEIS 28th IAHR symposium on Hydraulic Machinery and Systems IAHR
Data: 27 e 28 de abril de 2016 Data: 4 a 8 de julho de 2016
Local: Florianópolis – SC Local: Grenoble/França
Site: www.cbdb.org.br Site: http://www.iahrgrenoble2016.org/

MAIO World Renewable Energy Congress & Exhibition


Data: 08 a 12 de Julho de 2016
SolarExpo Local: Bucareste/Romênia
Data: 03 a 05 de Maio de 2016 Site: http://www.wrenuk.co.uk/calendar.html
Local: Milão/ Itália Power – GEN Europe
Site: http://www.solarexpo.com/ Data: 21 a 23 de julho de 2016
13º Encontro Nacional Agentes Setor Elétrico ENASE Local: Milão/Itália
Data: 04 de maio de 2016. Site: http://www.powergeneurope.com/
Local: Rio de Janeiro/RJ Hydro Vision International
Enersolar Brasil Data: 26 a 29 de julho de 2016
Data: 10 a 12 de maio de 2016. Local: Minneapolis – USA
Local: São Paulo/SP Site: http://www.hydroevent.com/
Site: http://www.enersolarbrasil.com.br III SRN – Seminário de Recursos Naturais, Sustentabilidade e
Oman Energy & Water Exhibition & Conference Tecnologias Ambientais.
Data: 23 a 25 de Maio de 2016 Data: 09 de agosto a 12 de agosto de 2016.
Local: Muaskar Al Murtafa'a/ Oman Local: Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI/EXCEN
Site: http://www.energyandwateroman.com/en/
AGOSTO
AWEA Windpower Expo
Data: 23 a 26 de Maio de 2016 Intersolar South America
Local: Orlando / EUA Data: 23 a 25 de agosto de 2016
Site: http://www.windpowerexpo.org/ Local: São Paulo
VII ENAM Site: http://www.intersolar.net.br/pt/inicio.html
Data: 23 a 25 de maio de 2016 Brazil Windpower 2016
Local: Rio de Janeiro Data: 30, 31 de agosto a 1 de setembro de 2016
Site: www.enam.com.br Rio de Janeiro – RJ

JUNHO International Group for Hydraulic Efficiency Measurement!I GHEM


-2016
O TCS Brasil’16 – Conferência Internacional de Soluções em Data: 24 a 26 de agosto de 2016
Conversão Térmica e Biogás & Feira Internacional de Soluções Local: Linz/ Áustria
em Conversão Térmica e Biogás Site: http://www.ighem.org/
Data: 01 a 03 de junho de 2016 13º COBEE
Local: Foz do Iguaçu/PR Data: 30 de 31 de Agosto de 2016
Site: http://agroevento.com/agenda/tcs-brasil16/ Local: São Paulo/SP
XI SEMEAR Site: http://www.cobee.com.br/
Data: 2 de 3 de junho de 2016
Local: Itajubá/MG SETEMBRO

Congresso Internacional de Biomassa – CIBIO 2016 X Conferência de Centrais Hidrelétricas, Mercado e Meio Ambiente
Data: 15 e 16 de junho de 2016 Data: 13 e 14 de setembro de 2016.
Local: Curitiba/PR Local: Hotel Maksoud Plaza
Site: http://agroevento.com/agenda/cibio-2016/ Site: http://centraishidreletricas.com/

8
HIDRO&HYDRO | ISSN 2359-6147 SCHEDULE
NEWS
X CBPE DEZEMBRO
Data: 26 a 28 de setembro de 2016
Local: Gramado Renewable Energy World International
Site: http://www.xcbpe.com.br/ Data: 13 a 16 de dezembro de 2016
Local: Orlando – USA
XXVII Congresso Latino Americano de Hidráulica Site: http://www.rewintl.com/
Data: 26 a 30 de setembro de 2016
Local: Lima/Peru Energaïa
Site: http://ladhi2016.org/ Data: 14 a 15 de Dezembro de 2016
Local: Perols/França
14º Utility Week Site: http://www.energaia-expo.com/
Local: São Paulo/SP
Data: 13 a 15 de setembro de 2016
Site: www.latin-american-utility-week.com/ EVENTOS LIGADOS AO SETOR DE ENERGIA - 2017
EGÉTICA
Data: 28 a 29 de Setembro de 2016
Local: Valência/Espanha FEVEREIRO
Site: http://egetica.feriavalencia.com/
Energy Now EXPO
OUTUBRO Data: 08 a 09 de Fevereiro de 2017
Local: Telford/Reino Unido
FIMAI Site: http://www.energynowexpo.co.uk/
Data: 04 a 06 de Outubro de 2016
Local: São Paulo/ SP MARÇO
Site: http://www.fimai.com.br/
Mexico WindPower
RENEXPO Data: 01 a 02 de Março de 2017
Local: Ausburg/Alemanha Local: Cidade do México/México
Data: 06 a 09 de Outubro de 2016 Site: http://www.mexicowindpower.com.mx/en
Site: http://www.renexpo.de/
RECAM Week
Hydro 2016 Data: 06 a 10 de Março de 2017
Local: Montreux/ Switzerland Local: Cidade do Panamá/ Panamá
Data: 10 a 12 de outubro de 2016. Site: http://www.recamweek.com/
Site: www.hydropower-dams.com
BW Expo
Seminário Nacional de Energias Renováveis Data: 29 a 31 de Março de 2017
e Eficiência Energética Local: São Paulo/ SP
Local: Rio de Janeiro/RJ Site: http://www.bwexpo.com.br/
Data: 26 e 27 de outubro de 2016
Power- GEN Russia ABRIL
Data: 25 a 27 de outubro de 2016.
POWER-GEN Brasil incorporating HydroVision Brasil
Local: Moscou/Rússia
Data: 25 a 27 de Abril de 2017
Site: http://www.powergen-russia.com/ru/
Local: São Paulo/ SP
Site: http://www.pennwell.com.br/pt_br/eventos-pennwell.2.leftcolumn_
NOVEMBRO
aggregator.html
WINDABA
Data: 02 a 04 de Novembro de 2016 SETEMBRO
Local: Cidade do Cabo/África do Sul
Husum Wind Energy
Site: http://www.windaba.co.za/
Data: 12 a 15 de Setembro de 2017
Key Energy Local: Husum/ Alemanha
Data: 08 a 11 de Novembro de 2016 Site: http://www.husumwindenergy.com/
Local: Rimini/ Itália
Site: http://www.keyenergy.it/

9
10
<Destaque>

Comitê Diretor do CERPCH ESTUDO DO POTENCIAL ENERGÉTICO PARA A COMPLEMENTAÇÃO


Director Committee POR PCH DA GERAÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA AMADOR AGUIAR I............ 3

TECHNICAL ARTICLES

CEMIG / FAPEPE / IEE-USP / FURNAS / POTENTIAL ENERGY STUDY FOR COMPLETION BY GENERATION
IME / ELETROBRAS / ANEEL / MME SHP OF HYDROELECTRIC POWER PLANT AMADOR AGUIAR I
SILVA, Fernando Bento, JÚNIOR, Sebastião Camargo Guimarães, VANÇO, Wagner
Comitê Editorial
Editorial Committee Eduardo, GONÇALVES, Felipe Adriano da Silva, CARVALHO, Daniel Pereira de,
BARBOSA, Alessandro Monção Araújo, JÚNIOR, Carlos Augusto Bissochi
Presidente - President
Geraldo Lúcio Tiago Filho - CERPCH/UNIFEI
Editores Associados - Associated Publishers SENSIBILITY ANALYSIS OF ECONOMICALLY OPTIMUM SCENARIOS
Adair Matins - UNCOMA - Argentina OF A SMALL HYDROPOWER (SHP) IMPLEMENTATION PROJECT IN BRAZIL....... 9
Alexander Gajic - University of Serbia SANTOS, Ivan Felipe Silva dos, FILHO, Geraldo Lucio Tiago, BARROS,
Alexandre Kepler Soares - UFMT
Regina Mambeli, SILVA, Fernando das Graças Braga da
Ângelo Rezek - ISEE/UNIFEI
Antônio Brasil Jr. - UnB
Artur de Souza Moret - UNIR PROPOSTA PARA REPOTENCIALIZAÇÃO DE UMA MICRO CENTRAL
Augusto Nelson Carvalho Viana - IRN/UNIFEI HIDRELÉTRICA E SUA TRANSFORMAÇÃO EM UMA USINA DIDÁTICA............. 15
Bernhard Pelikan - Bodenkultur Wien - Áustria
REPOWERING PROPOSAL FOR A MICRO HYDROELECTRIC POWER
Carlos Barreira Martines - UFMG
Célio Bermann - IEE/USP PLANT AND ITS TRANSFORMATION INTO AN EDUCATIONAL PLANT
Edmar Luiz Fagundes de Almeira - UFRJ Stahlhoefer, Marcelo, JUNIOR, Oswaldo Honorato de Souza, ALVES, Gilberto Manoel
Fernando Monteiro Figueiredo - UnB
Frederico Mauad - USP
Helder Queiroz Pinto Jr. - UFRJ
Jaime Espinoza - USM - Chile
José Carlos César Amorim - IME
Marcelo Marques - IPH/UFRGS
Marcos Aurélio V. de Freitas - COPPE/UFRJ
Maria Inês Nogueira Alvarenga - IRN/UNIFEI
Orlando Aníbal Audisio - UNCOMA - Argentina
Osvaldo Livio Soliano Pereira - UNIFACS
Regina Mambeli Barros - IRN/UNIFEI
Zulcy de Souza - LHPCH/UNIFEI

ARTIGOS TÉCNICOS

IAHR DIVISION I: HYDRAULICS


TECHNICAL COMMITTEE:
HYDRAULIC MACHINERY AND SYSTEMS

Classificação Qualis/Capes

B5 ENGENHARIAS I; III e IV Áreas de: Recursos Hídricos ISSN 1676022-0


Biodiversidade Meio Ambiente

B4
Energias Renováveis
Interdisciplinar
e não Renováveis
A revista está indexada no DOI sob o prefixo 10.14268

ISSN 1676-0220 9 771676 022009 00068



ESTUDO DO POTENCIAL ENERGÉTICO PARA A
COMPLEMENTAÇÃO POR PCH DA GERAÇÃO DA USINA
HIDRELÉTRICA AMADOR AGUIAR I
TECHNICAL ARTICLES
PCHNotícias&SHPNews
Publisher: Acta Editora/CERPCH ESTUDO DO POTENCIAL ENERGÉTICO PARA
DOI:10.14268/pchn.2015.00034
ISSN: 1676-0220 A COMPLEMENTAÇÃO POR PCH DA GERAÇÃO
Subject Collection: Engineering
Subject: Engineering, measurement DA USINA HIDRELÉTRICA AMADOR AGUIAR I
1
SILVA, Fernando Bento, 2JÚNIOR, Sebastião Camargo Guimarães, 3VANÇO, Wagner Eduardo,
3
GONÇALVES, Felipe Adriano da Silva, 2CARVALHO, Daniel Pereira de,
3
BARBOSA, Alessandro Monção Araújo, 2JÚNIOR, Carlos Augusto Bissochi

RESUMO

Este trabalho apresenta o estudo do potencial energético para a complementação da geração da Usina Hidrelétrica Amador Aguiar I,
através da implantação de uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) que será instalada nas proximidades do vertedouro desta usina
hidrelétrica. Nesse estudo haverá a comparação entre os valores especificados dos principais equipamentos eletromecânicos, contidos
no Relatório Final do Projeto Básico da Pequena Central Hidrelétrica, que foi elaborado a pedido do Consórcio Capim Branco Energia
e a maneira em que estes estão especificados no guia de Diretrizes para Estudos e Projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas da
Eletrobrás.

PALAVRA-CHAVE: Equipamentos eletromecânicos, PCH, Usina Hidrelétrica Amador Aguiar I.

POTENTIAL ENERGY STUDY FOR COMPLETION


BY GENERATION SHP OF HYDROELECTRIC
POWER PLANT AMADOR AGUIAR I
ABSTRACT

This paper presents the study of the energy potential to complement the generation of hydroelectric power plant Amador Aguiar I,
through the implementation of a SHP (Small Hydroelectric Power Plant) that will be installed near the spillway of this hydroelectric
plant. In this study there will be a comparison between the specified values of the main electromechanical equipments, contained
in the Final Report of the Basic Design of Small Hydroelectric Power Plant, which was prepared at the request of the Capim Branco
Energia Consortium with those values that were specified in the Guidelines for Studies and Projects for Small Hydro Power elaborated
by Eletrobrás.

KEYWORDS: Electromechanical equipments, hydroelectric power plant Amador Aguiar I, SHP (Small Hydroelectric Power Plant).

1. INTRODUÇÃO o cenário atual de baixo nível dos reservatório das usinas


hidrelétricas, dispor de um reservatório a fio d’água é um
Atualmente devido ao frágil cenário energético brasileiro, o
privilégio. Tal fato ocorre na Usina Hidrelétrica Amador Aguiar I,
País poderá sofrer alguns danos que vão muito além das elevadas
com potência instalada de 240 MW, onde além de possuir um
contas que chegaram às casas de milhões de brasileiros.
reservatório a fio d’água, esta verte 7 m3/s de água por meio
O maior mal causado pelas altas tarifas de eletricidade, no
de uma válvula de controle de vazão sanitária para manter um
entanto, é de fato sentido pelas indústrias do País. Com a certo volume de água em um trecho de vazão reduzida, antigo
ameaça de racionamento, muitas indústrias já decidiram reduzir leito do rio, com o objetivo de minimizar os impactos ambientais.
a sua produção no país, substituindo-a por importações ou O local oferece as condições ideais para a implantação de uma
remanejando a produção para o exterior, o que é um duro golpe Pequena Central Hidrelétrica (PCH). A Figura 1 apresenta uma
na indústria, e pode ter consequências muito severas para a foto aérea do local.
economia (Eenergy, 2015). As PCHs se tornaram uma alternativa de geração limpa e
Além disso, a preocupação com o esgotamento da base renovável de energia e de acordo com dados da ANEEL, as
de recursos naturais do planeta e os impactos ambientais da pequenas centrais respondem atualmente por 3,51 % do parque
exploração e do uso dos recursos energéticos apontam para a gerador brasileiro, num total de 4.795,162 MW (ANEEL, 2015).
necessidade de se repensar o crescimento econômico de forma Assim este trabalho tem como objetivo estudar o potencial
a não comprometer o bem estar das gerações futuras (Junges, energético para a complementação por PCH da geração da Usina
2007). Hidrelétrica Amador Aguiar I através da comparação de valores
Para tanto, são necessários adotar medidas que minimizem já calculados sobre a especificação dos principais equipamentos
as emissões de gases poluentes, conservem as condições eletromecânicos dentre eles: turbina hidráulica, gerador
agriculturáveis do solo, a não contaminação das águas, e a síncrono e transformador de força, contidos no Relatório Final
exploração racional dos recursos renováveis (Junges, 2007). do Projeto Básico da Pequena Central Hidrelétrica em relação às
Nesse contexto, qualquer fonte de energia que seja mais especificações sugeridas no guia de Diretrizes para Estudos e
barata que a térmica é bem vinda a matriz energética. Com Projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas da Eletrobrás.

1
Doutorando em Engenharia Elétrica (UFU) Universidade Federal de Uberlandia Uberlândia, MG BRAZIL
2
Doutor em Engenharia Elétrica (USP)
3
Mestrando em Engenharia Elétrica (UFU)

PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 3-8 3
ESTUDO DO POTENCIAL ENERGÉTICO PARA A
ARTIGOS TÉCNICOS COMPLEMENTAÇÃO POR PCH DA GERAÇÃO DA USINA
HIDRELÉTRICA AMADOR AGUIAR I

velocidade de rotação é a mesma para a turbina e o gerador,


sendo assim, deve-se procurar a velocidade síncrona mais
próxima da calculada (ELETROBRÁS, 2000), (Schreiber, 1977)
e (Souza, Santos, & Bortoni, 1999). Essa velocidade de rotação
pode ser calculada pela equação:

(2)

Onde:
n é a velocidade de rotação síncrona (rpm); f é a frequência
da tensão gerada; p é o número de polos do gerador.
A partir desses dados, é possível determinar a velocidade
específica da turbina, essa grandeza define a geometria ou o tipo
do rotor da turbina hidráulica (Souza, Santos, & Bortoni, 1999) e
(VATECH, 2006) , que é dada por:

(3)
Fig. 1: Arranjo do circuito hidráulico de geração de energia por PCH da
ampliação da UHE Amador Aguiar I (Silva, 2010).
Onde:
ns é a velocidade específica; n é a velocidade de rotação
2. METODOLOGIA síncrona (rps); g é a aceleração da gravidade (m/s2); Hliq é a
queda líquida (m); Q é a vazão (m3/s).
2.1 Turbinas Hidráulicas A Figura 3 ilustra as faixas de rotações específicas das
As turbinas hidráulicas utilizadas nas PCH’s devem ser turbinas (ns).
escolhidas de modo a se obter facilidade de operação e de
manutenção, dando-se grande importância à sua robustez e
confiabilidade, pois a tendência é de que a usina seja operada no
modo não assistido (ELETROBRÁS, 2000). A potência simplificada
que é fornecida pela turbina é dada por:

(1)

Onde:
Pt é a potência da turbina (kW); ηt é o rendimento da turbina;
ρ é a massa especifica da água (kg/m3); g é a aceleração da
gravidade (m/s2); Hliq é a queda líquida (m); Q é a vazão (m3/s).
A queda líquida Hliq (m) e a vazão de projeto por turbina Fig. 3: Rotação específica e classificação de cada turbina hidráulica (Filho,
2010) e (Silva, 2010).
Q (m3/s) são os parâmetros utilizados para a escolha preliminar
do tipo de turbina, conforme mostra a Figura 2. A potência (kW)
2.2 Geradores Síncronos
estimada na saída pode ser obtida da mesma figura, bastando
interpolar os valores das linhas oblíquas (ELETROBRÁS, 2000). A potência do gerador síncrono é determinada após o cálculo
da potência disponível no eixo das turbinas, e pode ser obtida
pela equação a seguir:

(4)

Onde:
PG é a potência do gerador [kVA]; Pt é a potência no eixo da
turbina [kW]; ηG é o rendimento do gerador; cosФ é o fator de
potência nominal do gerador.
O rendimento do gerador deve ser obtido junto ao fabricante
do equipamento. Na falta de informações, podem ser utilizados
os valores mostrados na Tabela 1.

Tabela 1: Rendimento do gerador síncrono em função da classe de


potência (ELETROBRÁS, 2000).

Rendimento (%) Potência do Gerador (MVA)


96 Até 2 MVA
Fig. 2: Gráfico de escolha do tipo da turbina (ELETROBRÁS, 2000). 97 Até 3 MVA
98 Até 5 MVA
A escolha da velocidade de rotação da turbina depende da
potência nominal, da altura de queda, do tipo de turbina e do O fator de potência deve ser definido em função das
tipo de gerador. Para o gerador síncrono sem multiplicador, a necessidades do sistema elétrico ao qual o gerador será ligado.

4 PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 3-8
ESTUDO DO POTENCIAL ENERGÉTICO PARA
A COMPLEMENTAÇÃO POR PCH DA GERAÇÃO DA USINA
HIDRELÉTRICA AMADOR AGUIAR I
TECHNICAL ARTICLES

Para o caso de geradores que operem interligados ao sistema Para potências nominais acima de 5 MVA, a utilização de
elétrico, um fator de potência nominal de 0,90 a 0,95 é adequado transformadores com sistema de ventilação forçada começa a se
(ELETROBRÁS, 2000). tornar uma alternativa atraente. Recomenda-se a instalação dos
Os geradores horizontais na faixa de potência das PCHs, na transformadores elevadores o mais próximo possível da casa de
maioria dos casos, são completamente montados e ensaiados na força, de modo a utilizar um comprimento mínimo de cabos de
fábrica, o que facilita a sua instalação na obra. No arranjo da casa interligação, o que possibilita obter uma redução nos custos de
de força, deve ser previsto espaço suficiente para remoção do aquisição e instalação dos cabos e menores perdas (Schreiber,
rotor no caso de reparo do gerador. Para os geradores verticais, 1977). Recomenda-se que, devido à importância do transformador
o rotor costuma ser a peça mais pesada a ser movimentada na elevador para a usina, os mesmos sejam especificados para os
casa de força, definindo a capacidade da ponte rolante. Para valores superiores de tensão suportável nominal de impulso
geradores de eixo horizontal com potência nominal abaixo de 5 atmosférico constantes da Norma ABNT NBR 5356.
MVA pode ser utilizado o gráfico da Figura 4, onde os pesos são Caso a potência do transformador seja ultrapassada, deve-se
obtidos a partir da relação kVA/rpm. adotar o esquema unitário, ou seja, um transformador por gerador,
a Tabela 3 sugere valores que resultam numa solução econômica
para o transformador bem como de sua tensão primária.

Tabela 3: Determinação da tensão do transformador em função de


sua potência (ELETROBRÁS, 2000).

Tensão primária Potência do Transformador


220/380 ou 480 V Até 2 MVA
2300 V Até 5 MVA
4160 V Até 10 MVA
6900 V Até 15 MVA
13800 V Até 30 MVA

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Fig. 4: Gráfico para determinação do peso de geradores de eixo horizontal 3.1 Considerações iniciais
até 5 MVA.
Para serem feitas as especificações dos principais equipamentos
Quando o gerador está ligado ao sistema de transmissão eletromecânicos como turbina, gerador e transformador foram
através de um transformador, a determinação da tensão de feitas as considerações citadas a seguir.
geração é geralmente baseada em fatores econômicos. Os Em relação a determinação da turbina foram consideradas todos
custos de um gerador, para uma determinada potência nominal e os dados finais, contidos no Relatório Final do Projeto Básico da
velocidade, variam com a tensão (ELETROBRÁS, 2000). Pequena Central Hidrelétrica, que estão na Tabela 4. Para o cálculo da
A escolha da tensão de geração deve considerar não só os queda de referência deve ser levada em conta as perdas, que neste
custos do gerador, mas também os custos da interligação gerador– relatório foram feitos os cálculos das perdas de carga do circuito
transformador e dos equipamentos ligados à tensão de geração. hidráulico de geração e as perdas localizadas, estas foram possíveis
Recomenda-se, a menos que hajam razões especiais para se adotar de serem calculados a partir de valores coletados e considerados na
uma determinada tensão, que o valor especificado da tensão seja parte de obra civil, em conjunto com o valor da vazão.
orientativo, dando-se liberdade aos fabricantes de apresentarem
proposta para o valor que julgarem mais adequado ao seu Tabela 4: Dados obtidos do Relatório Final do Projeto Básico da
fornecimento, o que evidentemente deve resultar num custo total Pequena Central Hidrelétrica (Silva, 2010).
final inferior. A seguir, apresenta-se a Tabela 2 que serve como ESTUDOS ENERGÉTICOS
orientação para a seleção da tensão de geração que resulta numa Queda Bruta 45,55 m TURBINAS
solução economicamente atraente (ELETROBRÁS, 2000). Perda Hidráulica 1,9 % Tipo Francis
Horizontal
Tabela 2: Determinação da tensão de geração em função da Rendimento do 88,27 % Número de unidades 1
potência do gerador (ELETROBRÁS, 2000). conjunto turbina/
gerador
Tensão do Gerador Potência do Gerador
Potência gerada 2, 646 MW Potência Unitária nominal 2, 646 MW
220/380 ou 480 V Até 2 MVA
GERADORES Rotação Síncrona 600 rpm
2300 V Até 3 MVA Número de unidades 1 Queda de Referência 43,65 m
4160 V Até 5 MVA Potência Nominal 3, 260 MVA Rendimento máximo 91 %
6900 V Até 15 MVA Tensão Nominal 4,16 kV Vazão Nominal Unitária 7 m3/s
13800 V Acima de 10 MVA Fator de Potência 0,8
Rendimento Médio 97 %

2.3 Transformadores Ligação Y aterrado


TRANSFORMADOR ELEVADOR
O transformador elevador deverá ter potência nominal igual Número de unidades 1 Elevação de Temperatura 55 °C
ou superior à potência máxima do gerador. Potência Nominal 3,5 MVA Frequência 60 Hz
Recomenda-se procurar especificar um valor de potência Tensão nominal no 4,16 kV Resfriamento ONAN
padronizado, o que possibilita um prazo de entrega mais rápido, enrolamento de baixa
menor custo de aquisição e mais facilidade de eventual reposição Tensão nominal no 13,8 kV Ligação Baixa ∆
(ELETROBRÁS, 2000). enrolamento de alta Alta Y aterrado

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ESTUDO DO POTENCIAL ENERGÉTICO PARA A
ARTIGOS TÉCNICOS COMPLEMENTAÇÃO POR PCH DA GERAÇÃO DA USINA
HIDRELÉTRICA AMADOR AGUIAR I

Para a especificação do gerador síncrono foi considerado geradores mais baratos. Assim, aplicando os valores da queda
primeiramente o valor da potência nominal da turbina, a faixa de líquida, potência da turbina e o coeficiente chega-se:
potência aparente do gerador síncrono, o seu fator de potência
nominal (que é determinado em consequência de se operar
interligado ao sistema elétrico), o seu peso e a sua classe de
tensão.
Para o transformador foram considerados a potência do Fazendo a correção para a velocidade síncrona mais alta,
gerador, sua classe de tensão, a tensão da linha de distribuição chega-se a n = 600 rpm (ou 10 rps) e K = 1845.
de energia que irá interligar a PCH à Usina de Amador Aguiar I. Usando-se (3) determina-se a velocidade específica, que
Os outros detalhes para a especificação do mesmo são adotados define a geometria ou o tipo do rotor da turbina hidráulica:
pelo o fabricante, tais como a impedância de curto-circuito e os
acessórios.

3.2 Especificações da turbina hidráulica


Para a turbina da PCH, de acordo com as Figuras 2 e 3
Pelos dados de vazão nominal, queda líquida e rendimento, pode-se classificar como Francis Normal, por estar na faixa de
contidos na Tabela 4, calcula-se a potência nominal efetiva ou de atuação destas turbinas e possuir velocidade específica ns = 281.
eixo da turbina usando-se (1): Por facilidade de instalação e manutenção do gerador em PCH
normalmente monta-se esta na posição horizontal.

3.3 Especificações do gerador síncrono

Para a especificação do gerador síncrono, deve-se considerar a


Levando os valores de queda líquida e vazão no gráfico da potência de eixo da turbina que já foi calculada, o rendimento em
Figura 2, chega-se à escolha preliminar da turbina Francis. A relação à sua classe de potência e o fator de potência. Deve ser
turbina Francis com caixa espiral, classificada como turbina de lembrado que, de acordo com o guia de Diretrizes para Estudos
reação, que tem por característica a transformação da energia e Projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas da Eletrobrás, para
potencial de queda em energia mecânica no rotor da turbina. o caso de geradores que operem interligados ao sistema elétrico,
Essa turbina possui uma caixa espiral em aço ligada em seu lado um fator de potência nominal de 0,90 a 0,95 é adequado. Como
montante a um conduto forçado. Na periferia interna da caixa o valor de potência de eixo da turbina é de 2727,675 kW, a classe
espiral, um anel rígido suporta as pás fixas do pré-distribuidor. de potência aparente do gerador se enquadrará na faixa de
A variação da potência fornecida pela turbina é obtida com a 3 MVA, na falta de dados de rendimento utilizase o mesmo como
abertura ou fechamento das palhetas diretrizes situadas na sendo 97%, conforme a Tabela 1. Sendo a potência ativa do
periferia interna do pré-distribuidor em um conjunto chamado gerador (potência gerada pela PCH):
distribuidor, a Figura 5 mostra um sistema distribuidor e a caixa
espiral de uma turbina Francis na posição horizontal. O rotor da
turbina Francis é normalmente feito em uma única peça fundida
e usinada. Modernamente, é vantajoso prever o rotor em aço
inoxidável fundido, onde a qualidade e a garantia de menor
manutenção compensam o custo maior. Para um fator de potência na faixa 0,90 ≤ fp ≤ 0,95 tem-se a
potência do gerador síncrono entre:

Fig. 5: Sistema distribuidor e caixa espiral de uma turbina Francis na


posição horizontal (Antloga & Vasconcellos, 2007).
De acordo com a Tabela 2 para geradores com potência de até
A velocidade de rotação é preliminarmente escolhida em 3 MVA, a tensão nominal deverá ser de 2300 V. Como o gerador
função da queda e da potência da turbina, segundo a equação: será ligado em estrela aterrado a sua corrente nominal para a
faixa de potência calculada anteriormente será de 738 [A] ≤ IN
≤ 699 [A].
(5) Para determinar o número de polos do gerador (2) fornece:

Onde:
K é um coeficiente adimensional entre 1300 e 1900 (para PCH
utilizar o valor 1600); P é a potencia da turbina [kW].
Se o gerador escolhido for do tipo síncrono e não houver Para geradores de eixo horizontal com potência nominal abaixo
multiplicador de velocidade, o valor encontrado deve ser de 5 MVA pode ser utilizado o gráfico da Figura 4, onde os pesos
corrigido para a velocidade síncrona mais próxima. A velocidade são obtidos a partir da relação kVA/rpm. As relações kVA/rpm
de rotação mais alta conduz a turbinas de dimensões menores e para a faixa de potência calculada foram aproximadamente de

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ESTUDO DO POTENCIAL ENERGÉTICO PARA
A COMPLEMENTAÇÃO POR PCH DA GERAÇÃO DA USINA
HIDRELÉTRICA AMADOR AGUIAR I
TECHNICAL ARTICLES

4,9 e de 4,642. Para a determinação do peso foram feitas as 4. CONCLUSÃO


aproximações, considerando o trecho de 4,2 a 5 e de 17000
Neste trabalho foram utilizados valores reais de projeto, sendo
a 18000 como linear. Tendo esses pontos e usando-se (6) foi
os principais a queda líquida e a vazão nominal. A partir destes
possível determinar (7), sendo:
valores principais foi possível realizar os cálculos para específicar a
turbina, o gerador síncrono e o transformador elevador, seguindo
o guia de Diretrizes para Estudos e Projetos de Pequenas Centrais
Hidrelétricas da Eletrobrás. Porém, alguns detalhes foram
considerados através de valores de referência como, por exemplo,
os rendimento da turbina e do gerador. Também faltaram alguns
detalhes das específicações das características do transformador,
como a impedância de curto-circuito e os acessórios, porém tais
detalhes dependem de critérios adotados pelos fabricantes dos
equipamentos.
O fator de potência nominal para o gerador síncrono da PCH
foi adotado com um valor de 0,95, como este estará conectado
ao barramento da Usina Hidrelétrica Amador Aguiar I, não há
necessidade do mesmo fornecer muito reativo, até porque
Pelos resultados nota-se que o peso do gerador síncrono vai poderá implicar diretamente nos custos da sua compra e do
estar na faixa de 17,553 a 17,875 toneladas, já para o valor do transformador.
gerador especificado no Relatório Final do Projeto Básico da Pequena Além da geração de energia elétrica, com a conexão ao
Central Hidrelétrica considerando a mesma equação anterior para barramento da UHE Amador Aguiar I a PCH contribuirá com uma
o gerador de 3.260,00 [kVA] com rotação de 600 [rpm], valores da potência correspondente a 1,1 % desta usina, tal faixa de potência
Tabela 4, chega-se a um peso de 18,542 toneladas. Comparando garante em uma possível condição de black start, termo destacado
a diferença de peso com o valor já especificado anteriormente, por (Knight, 2001), o fornecimento de energia necessário para a
chega-se em 989 [kg], para uma diferença de 475 kVA e 0,15 excitação dos geradores síncronos e a interligação da mesma
do fator de potência. O gerador especificado no Relatório Final no sistema elétrico de potência, sem necessitar do grupo diesel
do Projeto Básico da Pequena Central Hidrelétrica terá um preço de emergência, trazendo mais confiabilidade no que tange ao
maior, o que também não traz vantagens para a PCH em relação um bom plano de contingência para a restauração de energia
à geração de potência reativa, e sim de potência ativa. Assim elétrica.
é mais viável economicamente optar pelo gerador especificado Assim, como foi mostrado neste trabalho, algumas
com fator de potência de 0,95. específicações dos principais equipamentos eletromecânicos
contidas na Tabela 4, devem ser revistos, pois é possível utilizar
3.4 Especificações do transformador elevador equipamentos de menor classe de potência, que possam atender
as espeficicações para a PCH, refletindo financeiramente em
O transformador elevador deverá ter potência nominal igual
menores custos do projeto.
ou superior à potência máxima do gerador.
Considerando que será usado um gerador com potência de
2785,100 kVA, pode ser adotado um transformador de potência 5. AGRADECIMENTOS
nominal na faixa de 2,8 MVA, que possivelmente deve existir Os autores agradecem a empresa Consórcio Capim Branco
valores comerciais próximos destes. As características do Energia, pela disponibilidade dos dados para a elaboração deste
transformador estão contidas na Tabela 5, conforme especificado trabalho.
pela (ABNTNBR5356, 1993).

Tabela 5: Características do transformador elevador especificado. 6. REFERÊNCIAS

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Características do transformador elevador Acessado em 26 de Maio de 2015, em: http://atriaeenergy.
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• Junges, F. C. Análise de Viabilidade de Implantação de Pequena
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Central Hidrelétrica na Barragem Rodolfo da Costa e Silva.
Tensão nominal do enrolamento
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primário (V) (Baixa tensão) Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2007.
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13800
secundário (V) (Alta tensão)
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Deslocamento angular YNd1
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Tensão máxima do equipamento Trabalho de Conclusão de Curso. Programa de Graduação em
15
kV (eficaz) Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Uberlândia, 2010.
Tensão suportável nominal de • Filho, G. L. T. “Estado da Arte das PCHs”. CERPCH – IRN,
95
impulso atmosférico pleno kV (crista) Universidade Federal de Itajubá, pdf, 2010.
Tensão suportável nominal à • Antloga, A.; Vasconcellos, R. C. Soluções em PCH’s. Alstom
frequência industrial, durante 1 34 Power Systems, 2007. Acessado em 26 de Maio de 2015, em:
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PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 3-8 7
ESTUDO DO POTENCIAL ENERGÉTICO PARA A
ARTIGOS TÉCNICOS COMPLEMENTAÇÃO POR PCH DA GERAÇÃO DA USINA
HIDRELÉTRICA AMADOR AGUIAR I

• ELETROBRÁS - Centrais Elétricas Brasileiras S.A. Diretrizes • Projeto Básico – Ampliação da UHE Amador Aguiar I, Consórcio
para Estudos e Projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas. Capim Branco Energia – CCBE. Relatório Final, Volume I –
Ministério das Minas e Energia, Janeiro de 2000. Texto, 2009.
• Schreiber, G. P. Usinas Hidrelétricas, Editora Edgard Blücher, • ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR
Rio de Janeiro, ENGEVIX, 1977. 5356- Transformador de Potência. Avenida Treze de Maio,
• Souza, Z.; Santos, A.H.M.; Bortoni, E.C. Centrais Hidrelétricas: 13 - 28º andar 20031-901 - Rio de Janeiro – RJ: ABNT -
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– ELETROBRÁS, 1999. • Knight, U. G. Power Systems in Emergencies: From
• VA TECH HYDRO. Noções Gerais Sobre Turbinas Hidráulicas, Contingency Planning to Crisis Management. John Wiley &
100p, 2006. Sons, England, 2001.

8 PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 3-8
SENSIBILITY ANALYSIS OF ECONOMICALLY OPTIMUM
SCENARIOS OF A SMALL HYDROPOWER (SHP)
IMPLEMENTATION PROJECT IN BRAZIL
TECHNICAL ARTICLES
PCHNotícias&SHPNews
Publisher: Acta Editora/CERPCH SENSIBILITY ANALYSIS OF ECONOMICALLY OPTIMUM
DOI:10.14268/pchn.2015.00035
ISSN: 1676-0220 SCENARIOS OF A SMALL HYDROPOWER (SHP)
Subject Collection: Engineering
Subject: Engineering, measurement IMPLEMENTATION PROJECT IN BRAZIL
1
SANTOS, Ivan Felipe Silva dos, 2FILHO, Geraldo Lucio Tiago,
3
BARROS, Regina Mambeli, SILVA, 4Fernando das Graças Braga da

ABSTRACT

Hydroelectric generation is among the most widely used forms of energy generation in Brazil. In 2013, about 75% of the electricity
consumed in the whole country was produced in hydropower plants. That source of energy can be developed by small hydropower
plants (SHP), who have low environmental-impacts and risks, due to the less reservoirs and the possibility of distributed generation,
done near consumption centers. The power of implementation of a SHP plant is commonly adopted as the power that more give
economic benefits, even if this is not the one that more harnesses the local hydrological potential. In this paper the impact of the
market conditions above the optimum power and the potential harnessed by a SHP in Brazil was analyzed through sensibility analysis.
The results shows that a same local, can have his harnessed hydrological potential reduced about 10 times, due to adverse market
conditions and their influence about the optimum power determination method.

KEYWORDS: Small Hydropower Generation, Sensibility Analysis, Optimum Scenarios and Market Conditions.

1. INTRODUCTION impacts are reduced when the development of hydropower is


done by the implementation of small hydropower plants (SHP).
Production of energy is a catalyst for the development, where
The criteria for the classification of a hydroelectric as a SHP are
as the parameter per capita energy consumption can be used as
normally based in the installed power, and range around the
an index of the level of economic development of the country
world, being P < 1 [MW] in Germany and P < 50 [MW] in Canada
(Mohamed e Lee, 2006). Thereby, the interest in alternative
(Zhang et al., 2012).
energy sources, especially those naturally renewable, has been
In Brazil, the criteria to hydropower classifications was stated
widespread globally.
by ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) in the Resolution
Mason et al. (2010) assert that the increase of generation of
652:
electricity through renewable sources is the key to an urgent and
i) Mini Hydropower (μCH): Plants where the installed
necessary reduction of greenhouse gas emissions. Ostojic et al.
capacity is less than, or equal to 1,000 [kW];
(2013) assert that many countries prioritize their development
ii) Small Hydropower (SHP): Installed capacity is limited
when their economical, technical and environmental benefits are
between 1,000 [kW] and 30,000 [kW]. The downstream
considered, being this type of generation totals more than 20% of
water level from the power house must be determined
the electricity generated worldwide. In this context, the hydraulic
without considering the spilled flow and the area of the
energy, renewable and clean source of energy, becomes a quite
reservoir must be less than 3 [km²] following the equation:
important option. According to ANEEL (2008), Brazil was the second
biggest consumer of hydroelectricity in 2006 and 2007, consuming
in these years 348.8 and 371.5 [TWh] respectively. In 2013, (1)
about 75 % of the renewable electricity consumed in brazil is from
hydroelectric origin (Brazilian National Energy Balance – BEN 2013). Here, A is the area of the reservoir [km²], P is the power
Amongst the advantages of the hydropower generation, are to be installed [MW] and Hb is the gross head [m].
mentioned: iii) Hydropower plant or hydroelectric power plant (HPP):
i) Fuel is not necessary and the water used for generation is Installed capacity is equal to, or higher than 30 [MW].
not consumed; The table 1 shows a panorama of the SHP potential, with
ii) Long lifetime (50-100 years); an installed capacity greater than 10 [MW], in the whole word.
iii) Small number of workers to operate the plant; Is observed that Asia is the continent with the greater absolute
iv) It works easily during the daily peak demands; non availed potential (59.21 %), being great part of the already
v) Consolidate technology; implanted potential due to two countries: India and China. In
vi) Benefits linked to the possible multiple uses of the relative terms, the continent with the greater remainder potential
reservoir. is Africa. The table 1 also shows that, in general, the continents
However, the hydroelectric plants also cause environmental with non developed countries and in-development countries are
and social impacts, as: greenhouse gases emissions in the the highest in non availed potential, what shows the possibility
operation of reservoirs (specially in tropical areas), land of use of hydropower to collaborate with the economic growth of
disappropriation, population reallocation, soil loss, etc. These this areas.

1
Water Engineering and Master in Energy Engineering. GEER – Grupo de Energias Renováveis – Natural institute Resources (IRN) UNIFEI, Av, BPS, 1302, Itajubá- MG, Zip Code:
37500-903, Brazil, phone number +55 35 36216935, ivanfelipedeice@hotmail.com
2
Mechanical Engineer, PhD – USP. MSc – UNIFEI. Professor – GEER – Grupo de Energias Renováveis – Natural institute Resources (IRN)/ UNIFEI Av.BPS, 1303, Itajubá-MG, ZIP
Code: 37500-903, Brazil, phone number +55 35 3629-1156, tiagounifei@hotmail.com
3
Associate Professor, National Reference Center in SHP-CERPCH; Federal University of Itajubá, GEER – Grupo de Energias Renováveis – Natural institute Resources (IRN) UNIFEI,
Av.BPS, 1303, Itajubá-MG, Zip Code:: 37500-903, phone number +55 35 3629-1156, remambeli@hotmail.com
4
Civil Engineer, PhD, USP, Associate Professor,National Reference Center in SHP-CERPCH – IRN/UNIFEI,Av.BPS, 1303, Itajubá-MG, Zip Code: 37500-903, Brazil, phone number +55
35 3629-1156, ffbraga.silva@gmail.com

PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 9-14 9
SENSIBILITY ANALYSIS OF ECONOMICALLY OPTIMUM
ARTIGOS TÉCNICOS SCENARIOS OF A SMALL HYDROPOWER (SHP)
IMPLEMENTATION PROJECT IN BRAZIL

Tabela 1: SHP’s potential in the world. Source: UNIDO e ICSHP The calculation of minimum flows was done through the
(2013). Q7,10 Methodology that presents the moving average of seven
days for a returning period of ten years. The value obtained
Availed through this methodology was Q7,10= 2.22 m3/s. According
potential Total potential Availed to IGAM (2012), the grantable peak flow in Minas Gerais state
Continent
(Upper than 10 [MW] percentage (%) corresponds to 50% of the reference flow Q7,10. Therefore, the
MW) [MW]
flow which must be kept in the part of the river obtained in the
project is Q = 0.5.Q7/10 = 1.11 [m³/s]. Lastly, the permanence
Africa 525 7,901 6.64
curve (figure 1) was plotted, which connects, through a statistic
Central America 599 4,166 14.38
study, the monthly average flows with its occurrences throughout
the history of flows. The permanence is very important to the
South America 1,735 9,465 18.33 application of the optimum power determination.

North America 7,843 9,099 86.20

Asia 45,972.5 112,705.5 40.79

Europe 17,827 28,149 63.33

Oceania 310 932 33.26

However, to the development of the remainder hydropower


potential, economic feasibility is required. For example, in Turkey
only 3.3% of economically viable SHP potential has been exploited
(Dursun and Gokcol, 2011), what indicates future growing.
In Brazil the assurance of hydroelectrics's financial
profitability has been difficult in the last years. Tiago Filho et
al. (2014) stated that SHP development in Brazil suffered a Fig. 1: Permanence curve of the project.
decline in light of the new national energy market scenario,
whose mechanism for commercialization is executed by energy 3. METHODOLOGY FOR HYDROENERGETIC CALCULATIONS
auctions. The participation of SHPs in these energy auctions has
decreased at a startling rate, proving impossible to compete with 3.1 Energy Calculation
Wind Energy generation that, with every auction, has presented The hydroenergetic calculations are composed through the
increasingly lower costs. According to Large Buildings (2010), the aid of the permanence curve previously defined. The power
wind power plants are taking over a market previously belonging related to the flow of each frequency can be obtained through
to the hydropower plants due to some fiscal advantages and the following equation:
government subsidies that were given to the sector, leaving the
SHP(s) in competitive disadvantage.
(2)
In this context, the main objective of this present work is to
verify the impacts of the market conditions about the optimum
parameters of a hydropower implementation project. According Here, γ is the specific weight of water and equals 9.8 [kN/m³],
Jenssen et al. (2000) this is the most common way to deal with Q is the turbinated flow (excluding the flow which must be kept in
a risk of an enterprise, and through it, the investor can check the river – 1.11 [m³/s]) and Hn is the initial estimative of the net
the impact of potential errors associated with the various items head. The layout of the project foresaw the powerhouse located
of cost or energy production on the economic benefits of central. near the bottom of the dam. In these cases, Eletrobrás (2000)
points that it must be considered, for the purpose of preliminary
2. SITTING AND HYDROLOGICAL STUDIES calculations, head loss of 3% of the gross head value in the water
main system (Hn = 97% Hg).
The project on which the sensibility analysis was performed The area in the permanence curve defined by the cumulative
referred to an area located in the town of Delfim Moreira (MG), frequencies and its correspondent flows can be associated to
in the River Lourenço Velho, Brazil. The hydrological studies the energy produced by that flow. We have then the energy
were performed evaluating the mean variation in function of produced by the flow 100% frequent as the basis (Rectangle of
the draining area of the hydro meteorological stations located in the E1 energy as seen in Figure 2) and any other flow taken will
the sub basin in which is located the River Lourenço Velho. Data produce an increase of energy (Trapezium of the ΔE energy in
about the stations were collected from ANA (Agência Nacional Figure 2). Once the power for each flow of permanences defined,
das Águas), two stations near the point chosen to the SHP were it is possible to obtain the energy for each one by summing
then defined. After the analysis of the data, the station São João these energy increments (trapeziums) with the base rectangle.
de Itajubá was chosen because of its location downstream of The permanence was ranging by 0.01 and the values of energy
the point and because it has historical data consolidated, thus increase were then summed. The equation for the calculation of
being possible to determine its flow rate curve. It was confirmed the relative energies to certain permanence will be as follows:
that the data from the station were collected during the period
from 1936 to 2002, and from the historical data of the flow, the
(3)
draining area of the station and the draining area of the site of
study, it was obtained a series of flows to the site of the SHP by Here, n is the quantity related to any frequency and ρ is the
transposition of historical data and areas. permanence.

10 PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 9-14
SENSIBILITY ANALYSIS OF ECONOMICALLY OPTIMUM
SCENARIOS OF A SMALL HYDROPOWER (SHP)
IMPLEMENTATION PROJECT IN BRAZIL
TECHNICAL ARTICLES

The unit cost Cun of the hydropower plant implementation


can be estimated by the Aspect Factor - AF, parameter defined by
Tiago Filho (2011), only based on the power and head installed,
as it shows the equations 5 and 6.

(6)

With the unit cost is possible to calculate the initial investment


necessary to the implementation of the plant with each power
of the energy curve. The operation and maintenance cost was
assumed as being equals to 5% of the initial investment, as
suggested by Eletrobrás (2000).
The Equation 7 below calculated the capital recovery factor.
The assumed lifetimeto the analysis was equal to the time for
granting: n = 30 years.
Fig. 2: Permanence curve with energy increment.
( 7)
As the frequency increases, the energy increment diminishes.
The point from which this increase becomes to result in more As the EM considers only the hydrologic potential of the
costs than benefits is the optimum point that must be determined. local to the sizing of the optimum power, and the MNB considers
hydrologic and economic aspects, them can be compared to
3.2 Optimum Power Determination measure the impact of the economical aspects in the analysis.
Cardoso et al. (2011) defined a coefficient k (Eq. 8), which relates
Two of the main methods to determine the power referring to the flows referring to the optimum powers of both methods
the optimum economically scenarios of the harnessing are: The previously presented. When the coefficient k is near 1, the market
Expeditious Method and the Maximum Net Benefit Method. conditions are not exerting influence about the hydrological
According to Souza et al. (2009) and Cardoso et al. (2011), potential in other way, when k became far from 1, the market
the Expeditious Method (EM), is a graphical method that uses condition is influencing the hydrological potential, increasing the
the energy curve chart, which relates installed power with the EM optimum power (Favorable economic scenarios) or decreasing
average energy generated, to verify the point where the energy it (unfavorable scenarios). Then, the natural resources - the
curve presents an asymptotic behavior. At this point a straight optimal hydrologic potential - can be not fully exploited in function
line is drawn. The intersection point of this straight line with a of the market conditions.
straight line of 45º passing in the origin represents the optimum
power point. Figure 3 presents an example of this methodology: (8)

4. RESULTS

4.1 Sensitivity of the optimum scenarios in relation to the


price of electricity

The sensitivity analysis was done using the MNB Method for
the project chosen. Firstly was adopted a gross head of 30 [m],
a discount rate of 9% and varying the values of the price of
electricity from 40 to 66.67 [US$/MWh], with an increment of
4.44. These values were chosen because it comprehends the
typical values of the Brazilian energetic scenario. The result is
presented below (Figure 4):

Fig. 3: Example of the application of Expeditious Method.

The Maximum Net Benefit Method (MNB) consists of calculating


the net benefits (NB) generated for each flow and each frequency
and verifying which flow (power) to be implemented to maximize
the benefits.
According to Simeon (1980, apud Cardoso et al. 2011), the
annual NB value is calculated by the following equation:
(4)

Here, NB is theannual net benefit, E is the annual generated Fig. 4: Net Benefit curves for various values of electricity prices.
energy [KWh/h], P is the power capacity, Cun is the unit cost [US$/
kW], OMC is the Operation and Maintenance Costs, CRF is the capital The observation of Figure 4 above allows the conclusion
recovery factor, Tm is the average price of electricity [US$/kWh]. that as bigger is the electricity prices, greater are the optimum

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SENSIBILITY ANALYSIS OF ECONOMICALLY OPTIMUM
ARTIGOS TÉCNICOS SCENARIOS OF A SMALL HYDROPOWER (SHP)
IMPLEMENTATION PROJECT IN BRAZIL

power to be installed in the power plant. Therefore, worse market the flow is sensitive to the variations of electricity prices and it
conditions tend to cause a minor portion of the potential of the interferes in the type of hydropower plant to be implemented.
site of implementation to be harnessed. It can be observed that The power curves are equidistant from each other, non-linear,
the curves have two growing directions as the prices grow: showing changes of inclination, and growing as the price of
horizontal and vertical directions. electricity and the height of the head increase.
To continue the analysis it was used, in addition to the 30 Yet by observation of Figure 7, it can be noted that, in all
[m], three more values of the gross head: 15, 20, 25 [m]. The heads, the last electricity prices analyzed raised the power of
MNB Method was applied and the values of power, flow, annual greatest benefit to double the power of the first price of electricity.
net benefit, aspect factor and coefficient k (See Equation 7) This proves, again, the impact of the market conditions on the
were achieved in the points of maximum net benefit (Optimum implementation of the hydropower plant.
scenarios) and plotted according to the head and the electricity
prices. Thereby it can be obtained the profile variations of
important quantities along the various optimum scenarios,
because each combination between the electricity price and the
head results in a point of maximum benefit.
The annual net benefit (NB) of the optimum points grew in
a non-linear form as the electricity price increased, and it was
crescent at constant intervals as the head increased.
As mentioned before, the granting of benefits given to the wind
power generation in detriment of the small hydropower plants
causes the small hydropower market to lose competitiveness, as
the selling price of electricity for this type of energy ends becoming
higher than the price of electricity for the wind market. In order to
be more competitive this option of generation would have to low
their selling prices of electricity, and as a result, shown in Figure
Fig. 7: Power variation for various optimum scenarios generated by
5, the reduction of benefits would be approximately exponential. variations in electricity prices and head.

The aspect factor AF decreased as the head increased. The


curves of the aspect factor are not equidistant from each other
and decreased its distance as the difference in levels increases.
This demonstrates that as the head increases, the unit cost of the
project lowers. This increase of the head in order to low the unit
cost no longer interest the investors when the power grows to the
point to ´compensate´ the decrease of the unit cost, raising the
initial investment and decreasing the annual benefits.

Fig. 5: Net benefits variation for various optimum scenarios generated by


variations in electricity prices and head.

Fig. 8: Aspect factor variation for various optimum scenarios generated by


variations inelectricity prices and head.

Lastly, the calculation of coefficient k was done by dividing the


values of flow of Figure 6 by the values of optimum flow pointed
by the Expeditious Method (See Section 3). It was observed in
Figure 9 that the flow obtained by the MNB Method becomes
bigger when the electricity prices increase, but don't reaches the
flow obtained in the Expeditious Method (k = 100 %).
Fig. 6: Optimum flow variation generated by variations in electricity prices
and head. As discussed in the section 3, the Expeditious Method does
not consider economical data, and when the values of k decrease,
Figures 6 and 7 below represent the variation of optimum the flow obtained through the MNB Method also decreases and
flow and optimum power as the electricity prices varied. It can be the market is becoming unfavorable to the hydropower plant
observed that to the same electricity price, the flow of the various implementation, causing a lower part of the local potential to be
heads were substantially close to each other. It is observed that used in the venture.

12 PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 9-14
SENSIBILITY ANALYSIS OF ECONOMICALLY OPTIMUM
SCENARIOS OF A SMALL HYDROPOWER (SHP)
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TECHNICAL ARTICLES

The annual net benefit (NB) of the optimum points had a non-
linear decrease as the discount rate increased. The curves obtained
to the various heads presented equidistant from each other.
Figures 12 and 13 shows the variation of flow and power for
optimum scenarios generated by variations of rate and head.
Figure 12 shows that the variations of values of optimum flow
between the various curves are small (not surpassing 0.5 [m³/s])
and that the increase of the head tend to increase the flow to
be installed. The analysis of Figure 13 shows that the values of
power of optimum scenarios decrease approximately non-linear
as the rate grows.

Fig. 9: Coefficient k variation for various optimum scenarios generated by


variations in electricity prices and head.

4.2 Sensibility of the optimum scenarios in relation to the


discount rate

The procedure shown in previous topic was repeated and


sensibility analysis was performed using variations of the discount
rate. The values of electricity prices used were varied from 9 to
15%, with an increment of 1%. The electricity price was fixed
as being 64.5 [US$/MWh]. Firstly, it was taken H = 30 [m] and
applied the MNB Method. Fig. 12: Flows variation for various optimum scenarios generated by
variations in discount rate and head.
The result obtained is shown in Figure 10.

Fig. 13: Power variation for various optimum scenarios generated by


variations in discount rate and head.
Fig. 10: Net benefit curves to various values of the discount rate.
With the descent of the power, the aspect factor AF will also
Figure 10 demonstrates that as the discount rate decreases,
decrease as the rate increases. The biggest values of head result
the power to be harnessed grows, and this will generate great
in lower values of AF (as mentioned in item 4.1). The curves of
benefits, showing, once more, the influence of the market in the
the aspect factor can be approximated by a straight line; they
implementation of a hydropower plant.
are not equidistant from each other and shorten their distance
Including the heads of 15, 20 and 25, and verifying the
as the difference in levels increases. These results are shown in
sensibility of NB the variations of rates on various optimums
Figure 14 below:
scenarios is obtained:

Fig. 11: Net benefits variation for various optimum scenarios generated by Fig. 14: Aspect factor variation for various optimum scenarios generated
variations in the discount rate and head. by variations in discount rate and head.

PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 9-14 13
SENSIBILITY ANALYSIS OF ECONOMICALLY OPTIMUM
ARTIGOS TÉCNICOS SCENARIOS OF A SMALL HYDROPOWER (SHP)
IMPLEMENTATION PROJECT IN BRAZIL

Lastly it was analyzed the sensibility of coefficient k in 5. CONCLUSION


optimum scenarios. As the rate increased, k was decreasing,
The results allow the observation that the economical aspects
indicating that less potential of the site of implementation is
affect the optimum hydropower plant power to be implemented
being harnessed. The values of k are reduced by half between
and consequently the quantity of potential harnessed in the site
the extremes values of discount rates analyzed. The values of k
of implementation. The economical optimal power to be installed
increased with the increase of the head, indicating that the local
in a hydropower plant is not the same to all market situations,
potential is better harnessed when bigger heads are used.
varying only the benefits arising from the plant.
The values of flow (along with these other various parameters of
the plant) which resulted in major net benefits vary with the variables
that represent the market conditions. The difference in the SHP’s
parameters (table 2) obtained between the two scenarios shows the
great variation caused by market adverse conditions, in the same
local of implantation. In the worst scenario analyzed, the k Value is
11.4% characterizing a hydrological potential barely tapped due to
the adverse market conditions, however, in the better economical
scenario about 80 % of the optimal hydrological local potential is
being harnessed. That fact shows the great impact of an instable
market's conditions above the SHP‘s optimal point, influencing the
Fig. 15: Coefficient k variation for various optimum scenarios generated by environmental, energetic and economic benefits of the same.
variations in discount rate and head. The variations in flow of maximum benefit to be used also
resulted in modifications in the type of hydropower plant to be
1.3 Analysis of better and worst scenario- implemented. In the project analyzed, the power was always
below 2 [MW]. However, in some cases, the optimum power
The SHP’s important parameters, as: energy production,
exceeded 1 [MW], characterizing a SHP. In other cases, it was
aspect factor, optimum power, cost per kW, avoided emissions,
below, characterizing a mini hydropower.
was also calculated for the better and worst scenarios of electricity
These classifications’ changes are important, in the Brazilian
sale and discount rate as shown in table 2. The calculation of
scenario, because it determines the government regulation and
avoided CO2 emissions (Ecev) was done using the equations 9,
the benefits conceded to the venture.
10 e 11 (Modified from Barros e Tiago Filho, 2012).

(9) 6. ACKNOWLEDGMENTS

We wish to thank the Coordination for the Improvement of


Higher Education Personnel (Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior, CAPES; in Portuguese), for the
support given by granting of Master-of-Science scholarship
(10) for Ivan Felipe Silva dos Santos and to the National Council for
Scientific and Technological Development (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq; in Portuguese) by
granting of Productivity scholarship for Geraldo Lúcio Tiago Filho.

Where: P = power [W], A = Flooded Area = arbitrated as 5 hectare, 7. REFERENCES


E = Annually produced energy [MWh], 0.009 [tCO2/MWh] = typical
• Akella, A. K. et al. Social, economical and environmental
emission factor for small hydro = 0.009 tCO2/MWh (obtained in IEA
impacts of renewable energy systems. Renewable Energy. V.
1998, apud Akella et al. 2009) and fem = Brazilian interconnected
34, pp.390-396, 2009.
system baseline emission factor = 0.593 [tCO2/MWh] (MCT, 2013).
• ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Atlas de Energia
Tabela 2: SHP's parameters in the best and worst scenarios. Elétrica do Brasil. 3. ed. Brasília (DF). Aneel 236 p., 2010.
Available in: <http://www.aneel.gov.br/visualizar_texto.
Worst scenario Better scenario cfm?idtxt=1687>. Access: August, 06,2013.
Parameter ( i = 15% and T = 40 (i = 9% and T = 66.7 • Barros, R.M. e Tiago filho, G. L. Small hydropower and carbon credits
[US$/MWh]) [US$/MWh])
revenue for an SHP project in national isolated and interconnected
Poptimum [kW] 142.3 1,019
systems in Brazil. Renewable Energy, V.48, p. 27-34, 2012.
Qoptimum [m³/s] 0.5 3.57
• BEN - Balanço Energético Nacional (2012). Empresa de
k [%] 11.4 81.5
Pesquisa Energética Brasileira. Available in: <https://ben.
AF 10.16 27.22
epe.gov.br/downloads/Resultados_Pre_BEN_2012.pdf>.
Ecev [tCO2 year] 0 135,380
Access: August, 06, 2013.
Cost [US$/kW] 4,532.4 4,928.1
• Cardoso, R. B. et al. Uma avaliação do método expedito para
Investment [106 US$] 0.645 5.025
determinação da vazão de projeto em pequenas centrais
Optimum capacity factor 0.99 0.85
hidrelétricas. Centro Nacional de Referência em Pequenas
Eannual [GWh/year] 1.23 7.61
Centrais Hidrelétricas (CERPCH) - 2011.
Etotal [GWh] 37.03 228.3
• Dursun, B.; Gokcol, C. The role of hydroelectric power and
NB [US$] -3,560 79,087
contribution of small hydropower plants for sustainable development
The difference in the SHP’s parameters obtained between the in Turkey. Renewable Energy, Vol. 36, 2011, p. 1227 – 1235.
two scenarios shows the great range caused (in environmental, • Eletrobrás. Centrais Elétricas Brasileiras S.A. Diretrizes para
energetic and economic fields) by market adverse conditions Estudos e Projetos de PCH. Ed. Eletrobrás, RJ, 2000.

14 PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 9-14
PROPOSTA PARA REPOTENCIALIZAÇÃO DE UMA MICRO
CENTRAL HIDRELÉTRICA E SUA TRANSFORMAÇÃO
EM UMA USINA DIDÁTICA
TECHNICAL ARTICLES
PCHNotícias&SHPNews
Publisher: Acta Editora/CERPCH
DOI:10.14268/pchn.2015.00036
PROPOSTA PARA REPOTENCIALIZAÇÃO DE UMA MICRO
ISSN: 1676-0220 CENTRAL HIDRELÉTRICA E SUA TRANSFORMAÇÃO
Subject Collection: Engineering
Subject: Engineering, hydro power EM UMA USINA DIDÁTICA
plants; dam

1
STAHLHOEFER, Marcelo, 2JUNIOR, Oswaldo Honorato de Souza, 3ALVES, Gilberto Manoel

RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados obtidos no projeto de repotencialização da Micro Central Hidrelétrica Roncador,
situado no município do Bocaíuva do Sul – Paraná. Tal projeto visa transformar uma antiga micro central desativada há mais de 40 anos
em um ambiente didático e de preservação ambiental. O projeto foi desenvolvido para utilizar diferentes tipos de turbinas hidráulicas
para uma mesma faixa de queda líquida, sendo a potência ótima definida de maneira econômica, além disso os equipamentos
hidromecânicos serão definidos com base em normas, livros e manuais comumente utilizados em projetos de centrais hidrelétricas.
Dentre os principais resultados expostos, estarão: a vazão de água adotada no projeto, a potência instalada, o dimensionamento
básico do circuito de geração, um esboço do layout da casa de força com quatro máquinas diferentes instaladas e por fim, uma
estimativa de custos para a aquisição e instalação dos equipamentos com base na planilha de custos Eletrobrás.

PALAVRA-CHAVE: Micro central hidrelétrica, repotencialização, dimensionamento básico.

REPOWERING PROPOSAL FOR A MICRO HYDROELECTRIC


POWER PLANT AND ITS TRANSFORMATION INTO
AN EDUCATIONAL PLANT
ABSTRACT

This work describes a repowering project of the Roncador Micro Hydroelectric Power Plant. This power plant has been out of service
for more than 40 years and in 2010 the government of the district of Bocaiuva do Sul, where the plant is located, granted the Federal
Technologic University of Parana, permission to create there an appropriate place for educational activities and environmental
preservation. The design criteria used in this work are based on international and national standards, books and handbooks,
usually employed in similar studies. Special attention has been given to the following aspects of the project: design water flow rate,
developed power evaluation, a basic design of the circuit generation. Additionally, a 3D sketch of the power house was included.
Lastly is presented an estimative cost of the designed equipments.

KEYWORDS: Micro hydroelectric power plant, repowering, basic design.

1. INTRODUÇÃO onde linhas de transmissão de grandes centrais normalmente


não chegam, possibilitando assim o desenvolvimento e o conforto
O presente projeto estudou e avaliou economicamente
em lugares longínquos desse país de dimensões continentais.
algumas das estruturas deterioradas da Micro Central Hidrelétrica
Roncador que são fundamentais para uma futura operação. Esta
usina operou nos anos de 1953 a 1959 na cidade de Bocaiuva 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
do Sul – Paraná e atualmente encontra-se desativada e num
2.1 Potência Hidráulica
contínuo processo de deterioração.
No ano de 2010 foi realizado um convênio entre a Universidade O termo potencial hidráulico significa a energia cinética
Tecnológica Federal do Paraná e a prefeitura de Bocaiuva do Sul para ou potencial da água dos rios e lagos que se concentra nos
ali, transformar a área da MCH em um parque tecnológico voltado aproveitamentos hidrelétricos e é transformada em energia
à ações de pesquisa e treinamentos. Desta maneira, a etapa de mecânica e, finalmente, em energia elétrica. (SCHREIBER, 1977).
projeto básico é de fundamental importância para a obtenção da A potência na saída do gerador pode ser calculada multiplicando
estimativa de custos antes da implantação do empreendimento. um fator característico da instalação da usina hidrelétrica “k” pela
Os potenciais hídricos são recursos pertencentes à nação vazão disponível para turbinar “Q”, conforme equação 1.
brasileira, de tal forma que é autorizado ou concedido, por um
órgão regulador, visando sua utilização na produção de energia P = k . Q (1)
elétrica, irrigação, abastecimento de água, etc. Sendo o fator k a multiplicação entre os fatores físicos
Se enquadram nestes potenciais hídricos as micros, minis e
do ambiente onde será instalada a casa de força e os fatores
pequenas centrais hidrelétricas. Atualmente elas correspondem
relacionados a eficiência do grupe gerador.
a uma pequena parcela da produção de energia létrica nacional,
entretanto são fundamentais, principalmente por atingir regiões k = g . ρ . nsa . nt . ng . Hb . 10-3 (2)

1
UTFPR, stahlhoefer@gmail.com
2
UNIFEI,oswaldo@unifei.edu.br
3
UTFPR, gilbertomanoel@yahoo.com.br

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PROPOSTA PARA REPOTENCIALIZAÇÃO DE UMA MICRO
ARTIGOS TÉCNICOS CENTRAL HIDRELÉTRICA E SUA TRANSFORMAÇÃO
EM UMA USINA DIDÁTICA

Onde g é a aceleração da gravidade, ρ a densidade da água, 2.6 Tomada de Água


nsa o rendimento do sistema de adução, nt o rendimento da
A tomada de água tem a finalidade de captar e conduzir a
turbina, ng o rendimento do gerador e Hb é a queda bruta.
água aos órgãos adutores e daí às turbinas, impedir a entrada de
Para um estudo preliminar o valor de k pode ser considerado
corpos flutuantes e fechar a entrada de água quando necessário.
constante enquanto que a vazão varia de acordo com sua curva
Deve ser projetada de uma forma que reduza as perdas de carga
de permanência.
para o mínimo. Também deve ser projetada para evitar a formação
de vórtices que possam levar ar para dentro da tubulação, e
2.2 Vazão de Projeto prejudicar consequentemente o funcionamento da turbina.
A vazão de projeto ou a forma como uma central hidrelétrica
utilizará sua disponibilidade hidrica deve atender às necessidades 2.7 Grades da Tomada de Água
impostas pelos seus consumidores finais. Por exemplo, a central As grades têm por finalidade evitar a entrada na tomada
pode trabalhar durante algumas horas do dia gerando uma alta d’água de detritos, troncos de madeira ou outros corpos possíveis
quantidade de energia e aceitando deplecionar o seu reservatório de serem transportados pelo rio e que possam danificar a turbina,
de modo a atender o consumo de horários de pico de demanda. tubulação e válvulas (SCHREIBER, 1977). Elas são geralmente
De outra maneira, a central pode trabalhar como base para o construídas de barras chatas de aço. As perdas de cargas podem
fornecimento de energia elétrica em uma propriedade rural ser diminuídas dando-se às barras um formato mais hidrodinâmico.
durante o dia e a noite. Cada uma dessas centrais irá aproveitar
de forma diferente sua vazão disponível e seu reservatório. 2.8 Comportas da Tomada de Água

As comportas servem para fechamento da entrada de água


2.3 Conduto Forçado
para os órgãos adutores e às turbinas, em caso de revisão ou
Os condutos forçados são tubulações de grande diâmetro, eventual consertos. Em casos de emergências (como por exemplo,
podem ser feitos de aço, concreto, fibra de vidro, PCV e outros rompimento da tubulação adutora ou defeito no regulador da
materiais empregados na fabricação de tubulações. São utilizados turbina que impeça o fechamento do distribuidor). Na falta de
para conduzir a água de um reservatório ou de um sistema uma válvula a montante da turbina, a comporta deve fechar-se
adutor para a casa de força. Devem ser projetados para resistir rápida e automaticamente (SCHREIBER, 1977).
a altas tensões devido à pressão estática da coluna d’água e
devido ao golpe de aríete criado por mudanças bruscas no fluxo 2.9 Válvula Borboleta
d’água, podendo ser pelo fechamento e abertura de válvulas e/
A válvula borboleta tem a função de proteger a turbina
ou distribuidor da turbina (NOVAK, 2004).
caso haja uma falha do distribuidor ou em necessidades de
manutenção sem a necessidade de esgotar o conduto forçado.
2.4 Diâmetro Econômico

O diâmetro da tubulação adutora pode ser escolhido através 2.10 Turbina Hidráulica
do cálculo do diâmetro econômico. Seu valor é determinado pela
É uma máquina através da qual escoa água, e tem a finalidade
comparação entre os custos devido à construção do conduto e
de transformar a energia potencial hidráulica, do escoamento,
as receitas deixadas de arrecadar devido a as perdas de carga,
em energia cinética de rotação de eixo, para posteriormente
sendo então somados estes valores se encontra um valor mínimo.
ser transformada em energia elétrica (SOUZA JR, 2013). Uma
das classificações empregadas denomina as turbinas de centrais
2.5 Perdas de Carga hidrelétricas em turbinas de ação e de reação.
As perdas de carga são as perdas de energia resultante do Uma vez determinado a queda líquida e a vazão de projeto
pode-se determinar o tipo de turbina recomendado para o
atrito das partículas entre sí e contra as paredes da tubulação
aproveitamento em estudo.
quando o fluido escoa. Em tubulações, as perdas podem ser
divididas em perdas localizadas e perdas distribuidas.
As perdas de carga distribuídas são calculadas segundo a 2.11 Chaminé de Equilíbrio
equação universal de Darcy-Weisbach: A utilização da chaminé de equilíbrio esta relacionada ao
alívio do golpe de aríete em uma rejeição ou tomada de carga
Δh = λ . (L/D ) . (V / 2g)
2
(3)
da turbina e também à regulação de frequência dos grupos
O coeficiente de atrito λ é um valor dependente do regime geradores (ELETROBRAS, 2003).
do fluido. No caso das hidrelétricas, onde o número de Reynolds
normalmente é superior a 4000, o regime considerado é o 2.12 Casa de Força
turbulento. Para o cálculo do coeficiente de atrito utiliza-se a A casa de força tem a finalidade de alojar as máquinas
equação proposta por Levin(1968) para o regime turbulento geradoras e os equipamentos auxiliares necessários ao
plenamente rugoso. funcionamento da central hidrelétrica, possibilitar sua montagem,
eventual desmontagem, operação e manutenção. Ela deve ter o
λ = 1 / (2 . log (3,7 . D / ε))2 (4)
menor volume possível por questões econômicas. O ambiente
Onde ε é a rugosidade absoluta do material do conduto. deve ter uma boa aparência estética e estar limpo.

As perdas localizadas são cálculadas segundo as seguintes


2.13 Estimativa de Custos
literaturas:
ƒƒ Hydraulic Design Criteria, chart 228-1, chart 228-2/1, chart O levantamento de custos é essencial ao estudo de viabilidade de
228-4; um empreendimento hidrelétrico e neste trabalho ele está baseado
ƒƒ Levin, L, tableau 5, abaque Nº 58. nas planilhas de custos de equipamentos padrão Eletrobrás.

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TECHNICAL ARTICLES

3. MATERIAL E MÉTODOS este caso específico a metodologia escolhida foi aquela onde a
espessura do conduto forçado é pré-fixada.
3.1 Material
Decon = 0,3867 . [{λ . AC . Cener . ntot. (pwf) . Q3 } / (γ . Cucond . t)] 0,1667 (5)
3.1.1 Localização da Micro Central Hidrelétrica
Sendo:
O aproveitamento hidrelétrico esta localizado no município de
pwf = (i + 1)ny – 1/i . (i + 1)ny (6)
Bocaiuva do Sul no estado Paraná, aproximadamente a 50 km
do centro da cidade de Curitiba. As coordenadas geográficas da Onde λ é o coeficiente de atrito, AC o número de horas de
casa de força e da barragem são respectivamente: (25°11’19” S trabalho da central em plena carga, Cener o custo de venda de
49°08’15” W e 25º11’13” S 49°08’13” W). 1kWh, ntot o rendimento total do grupo gerador, pwf o valor
3.1.2 Materiais para Determinação da Vazão de Projeto e presente, Q a vazão turbinada, γ o peso específico do material
Queda Bruta do conduto, Cucond o custo unitário do conduto, t a espessura
da parede do conduto, i a taxa de retorno e ny o período de vida
Para determinação da vazão de projeto foi utilizado como econômica do aproveitamento.
base a curva de permanência mostrada na figura 1 desenvolvida
por Reis, Sousa e Filho (2011). Estes mesmo autores também 3.2.3 Método para Determinar as Dimensões de Passagem
determinaram a queda bruta através de uma equação proposta Hidráulica da Toma de Água
pela bibliografia e obtiveram uma queda de 14,81 m. A Eletrobras (1985) recomenda que a velocidade da água
na seção da comporta não seja superior a 3 m/s. As dimensões
da boca da tomada d’água deve ser definidas de forma que a
velocidade na entrada não exceda 1 m/s, e que seja respeitada
uma submergência mínima em relação ao teto da comporta igual
a 1,5 vezes a altura da comporta.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Determinação da Vazão de Projeto

Para o caso da curva da permanência mensal, mostrada na


figura 1, a potência ideal de projeto é de 45 kW, o que equivale a
Fig. 1: Curva de permanência da MCH Roncador.
Fonte: Reis, Souza e Filho (2011) uma permanência de 66,2% no mês, sendo a vazão neste ponto
igual 0,42 m³/s. Já para a curva da permanência anual, também
mostrada na figura 1, a potência ideal de projeto é de 47 kW, o
3.2 Método
que equivale a uma permanência de 85,6% no ano e uma vazão
de aproximadamente 0,45 m³/s.
3.2.1 Método para Determinar a Vazão de Projeto
Como a MCH Roncador terá fins didáticos, a central não
será operada de modo a gerar lucros, dessa forma, diferentes
tipos de máquinas serão instaladas para que a MCH se torne
um laboratório de treinamenos e pesquisa. Assim a vazão
máxima adotada para o cálculo do sistema adutor será a vazão
correspondente a duas vezes a vazão de projeto, sendo igual a
0,9 m³/s. Essa vazão equivale a uma potência de menos de 15%
de permanência no mês.

4.2 Determinação do Diâmetro Econômico e o Diâmetro


Escolhido

Fig. 2: a) Curva de duração de potência. b) Curva de energia versus potência. Os valores utilizados no equacionamento proposto pela ASCE
Fonte: Souza, Santos e Bortoni (1999) (1999) com espessura do conduto pré-fixada estão mostrados na
tabela 1. Considerando para o trecho unitário a vazão de 0,9 m3/s
A metodologia para determinar a vazão e a potência ótima de e para o trecho ramificado a vazão de 0,45 m3/s, obtêm-se os
projeto é apresentada por Souza (1999). Partindo da equação 1 valores de 619 mm e 445 mm respectivamente. Sendo adotados
da potência hidráulica e considerando que os valores que resultam os valores finais de 650 mm e 500 mm respectivamente.
em k sejam constantes, pode-se observar que a potência torna-
se somente dependente da vazão. Desta forma, pode-se traçar
4.3 Determinação das Dimensões Hidráulicas da Tomada
um gráfico dividindo certas faixas de potência pelas respectivas
de Água
permanências, conforme figura 2-a. Partindo dessa curva pode
ser traçada a curva de energia versus potência instalada, figura Seguindo a metodologia definida no item 3.2.3 a velocidade
2-b, desde que se admita que para cada potência instalada seja recomendada na embocadura da tomada d’água é de 1 m/s.
possível calcular a energia gerada no período de operação com Sendo a vazão de projeto de 0,9 m³/s, a área mínima admissível
base na curva de permanência. nessa seção é:

3.2.2 Método para Determinar o diâmetro econômico Q = V . Ag => Ag = 0,9/1 => Ag = 0,9 m2 (7)

A American Society of Civil Enginneers (1993) fornece Foi adotado o valor de 1,15 m para a largura da embocadura
algumas equações para o cálculo do diâmetro econômico. Para da tomada e de 1,47 m para a altura. Resultando em uma área

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de passagem de 1,69 m³. A velocidade da água para esse caso 4.6 Turbinas
será de 0,53 m/s. Para a seção da comporta, a velocidade
mínima recomendada na seção da comporta, seguindo o critério
mostrado no item 3.2.3, é de 3 m/s. Dessa maneira a área
mínima é calculada:

Q = V . Ac => Ac = 0,9/3 => Ac = 0,3 m2 (8)

As dimensões da comporta foram definidas a partir da norma


NBR 12289, foi selecionada a comporta gaveta de aço com as
dimensões de 0,85 m de largura e 0,75 m de altura. Esse valor
resulta em uma área de passagem de 0,637 m² e uma velocidade
para o caso em estudo de 1,41 m/s.

Tabela 1: Valores e resultados para o diâmetro econômico ASCE.

Fig. 4: Carta de seleção de turbinas.


Fonte: Souza (1999)

Calculado o valor da vazão de projeto no item 4.1 e a perda


de carga no item 4.5, obtém-se o valor da queda líquida. É
possível então inserir estes dois pontos na figura 4 e verificar
qual o tipo de turbina que melhor se enquadra nas características
disponíveis da MCH Roncador. Os melhores tipos de turbina que
se enquadram para a queda e vazão encontrada na MCH Roncador
são as turbinas Francis Horizontal e Michell-Banki.
Como a MCH Roncador terá fins didáticos, será implantada
além das turbinas acima citada uma turbina do tipo pelton e
outra do tipo hélice.
4.4 Circuito de Geração

O traçado do novo circuito de geração será mantido conforme 4.7 Válvula Borboleta
as antigas intalações. Alterando somente os diâmetros hidráulicos
O sistema de proteção utilizado nas turbinas será válvulas
da tomada de água e do conduto forçado. A figura 3 mostra a
borboleta de operação manual. Esse tipo de válvula suporta com
planta do traçado do cicuito de geração da MCH Roncador.
segurança a carga hidrostática da MCH. É um tipo mais barato,
pois possui um menor peso que outros modelos.
A seleção do diâmetro da válvula é baseada no diâmetro
de entrada da caixa espiral da turbina. Com isso selecionamos
a válvula de menor diâmetro possível. O diâmetro de entrada
da caixa espiral da turbina é de 480 mm. Esse será o valor
selecionado do fabricante de válvulas borboleta.

4.8 Casa de Força


Fig. 3: Circuito de geração.
Fonte: Autoria própria
A nova proposta da casa de força foi definida de acordo com
a quantidade de turbinas a serem instaladas e suas dimensões.
4.5 Determinação das Perdas de Carga Tendo em vista a utilização da usina como laboratório didático, o
As perdas de cargas foram calculadas com auxílio do programa número de máquinas escolhido foi de quatro turbinas.
excel. Utilizando as equações e referências citadas no item 2.5, Para fins de estimativa do tamanho da casa de força, as
foi possível estimar o valor das perdas de carga. dimensões das máquinas que se pretende instalar na MCH
Na tabela 2 esta mostrado o resumo dos resultados obtidos Roncador foram referenciadas na NBR 12591.
no cálculo da perda de carga no circuito de geração.

Tabela 2: Planilha de cálculo da perda de carga.

Fig. 5: Modelo da casa de força.


Fonte: Autoria própria

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O modelo tridimensional da casa de força foi realizado com 4.9 Estimativa de Custos
auxílio de um software de modelagem de sólidos. As máquinas
Os custos considerados neste estudo foram os dos
foram posicionadas em um ângulo de 60° em relação ao eixo do
equipamentos permanentes. Estes custos levam em consideração
conduto. Foram estudados diferentes layouts até chegar nessa
as turbinas, conduto forçado, grade, comporta, válvula borboleta,
proposta, resultando em uma área menor para a casa de força
etc. A tabela 3 mostra os custos de cada equipamento, impostos,
com essa quantidade de máquinas. A turbina Francis Horizontal
transporte, seguro, montagem e testes baseado na tabela de
foi instalada no trecho final do conduto devido ela necessitar
custos Eletrobrás.
maior distância lateral entre os eixos do conduto de adução. A
figura 5 mostra o modelo casa de força.

Tabela 3: Custos dos equipamentos permanentes

PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 15-20 19
ARTIGOS TÉCNICOS

5. CONCLUSÃO máquinas e o canal de fuga(setting). Além disso, seria necessário


também, um estudo dos custos para construção da estrutura civil
Espera-se com este trabalho, ter contribuído no estudo das
da casa de força.
alternativas para implantação de diferentes máquinas na MCH
Roncador. Utilizando as estruturas existentes e recuperando
6. REFERÊNCIAS
aquelas que apresentem tal necessidade, espera-se no mínimo
reduzir os impactos ambientais de sua construção, acrescentando • AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS. ASCE Steel
à UTFPR laboratórios didáticos que certamente irão contribuir no Penstocks No.79. New York, 1993.
aprendizado das áreas de engenharia e tecnologia. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
Os objetivos foram alcançados, pois com a existência da curva 12289: Seleção de Comportas Hidráulicas para Pequenas
de permanência foi possível definir a vazão de 0,9 m³/s, e assim, Centrais Hidrelétricas (PCH). Rio de Janeiro, 1991.
projetar o circuito de geração. Esse valor equivale a duas vezes a • ______. NBR 12591: Dimensões Principais de Turbinas
vazão referente à potência ótima, definida como 47 kW. A vazão Hidráulicas para Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). Rio
turbinada de 0,45 m³/s(47kW) foi utilizada para o cálculo das de Janeiro, 1992.
perdas de carga. Com as perdas calculadas foi possível obter o • ELETROBRÁS. Manual de minicentrais hidrelétricas, 1985.
valor da queda líquida e consequentemente selecionar os quatro • ______. Diretrizes para estudos e projetos de Pequenas
tipos de turbina de acordo com a norma brasileira. Sendo assim Centrais Hidrelétricas, 2000.
possível estimar o tamanho da casa de força. • ______. Critérios de projeto civil de Usinas Hidrelétricas,
Devido à topografia do terreno, foi mantido o mesmo traçado 2003.
para o circuito de geração. Dessa forma o estudo teve o foco em • LEVIN, L. Formulaire dês Conduites Forcées Oléoducs et
definir uma alternativa para a casa de força, que resultou em Conduits D’ Aération. 1 ed. Paris: Dunos, 1968.
uma ramificação com quatro saídas laterais. As máquinas foram • NOVÁK, Pavel. Hydraulic Structures. 3 ed. New York: Taylor
posicionadas na casa de força de modo a resultar em uma menor & Francis, 2004.
área construída, por isso utilizou-se um posicionamento inclinado • REIS, Josilene F.; SOUZA, Wellington L. C. de; FILHO, Sérgio
das mesmas. L. O. Medição da vazão da Hidrelétrica de Roncador. 2011. 92
Com o auxílio de ferramentas fornecidas pela empresa estatal f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de
brasileira Eletrobras, foi possível estimar o custo dos equipamentos Engenharia Industrial Elétrica – Eletrotécnica. Universidade
que fazem parte do objetivo desse estudo, resultando em um valor Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2011.
total aproximado de US$790.400,00. A relação Custo x Potência • SCHREIBER, Gerhard P. Usinas Hidrelétricas. Rio de Janeiro:
Instalada para implantação dessa alternativa à MCH Roncador, Edgard Blücher, 1977.
resulta em um custo de aproximadamente de 3.952,00 US$/kW. • SOUZA, Zulcy De. Centrais hidrelétricas – dimensionamento
Os maiores custos estão relacionados às turbinas Francis, Pelton de componentes. Rio de Janeiro: Edgard Blücher, 1999.
e Tubular S, elas juntas custam o valor de US$486.450,00. A • SOUZA, Zulcy de; SANTOS, Afonso H. M.; BORTONI, Edson
turbina mais barata é a Michell-Banki, sendo o seu valor estimado C. Centrais hidrelétricas: estudos para implantação. Rio
em US$ 21.114,00. de Janeiro: Centro da Memória da Eletricidade no Brasil,
Posteriormente haverá a necessidade de obter os recursos 1999.
financeiros para a concretização do empreendimento e a escolha • SOUZA JR, Oswaldo H. Introdução às máquinas hidráulicas.
dos fornecedores dos equipamentos para definição do layout final Notas de aula. Curitiba, 2013. Disponível em: <http://
da casa de força. paginapessoal.utfpr.edu.br/honorato/maquinas-de-fluxo/
Como sugestão para trabalhos futuros: estudar e definir a IntroducaoMaquinasHidraulicas.pdf/view>
cota de jusante do rio, de modo a obter a curva chave, assim será • UNITED STATES CORPS OF ENGINEERS. Hydraulic design
possível definir a altura de sucção ideal entre do distribuidor das criteria. Mississippi, 1987.

20 PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 68, (1), JAN,MAR/2016, DA PÁG. 1 5-20
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Primeira Etapa (exigida para submissão do artigo) First Step (required for submition)
O texto deverá apresentar as seguintes características: espa- The manuscript should be submitted with following format:
çamento 1,5; papel A4 (210 x 297 mm), com margens superior, should be typed in Times New Roman; 12 font size; 1.5 spaced
inferior, esquerda e direita de 2,5 cm; fonte Times New Roman 12; lines; standard A4 paper (210 x 297 mm), side margins 2.5 cm
e conter no máximo 16 laudas, incluindo quadros e figuras. wide; and not exceed 16 pages, including tables and figures.
Na primeira página deverá conter o título do trabalho, o In the first page should contain the title of paper, Abstract
resumo e as Palavras-chave. Os quadros e as figuras deverão ser and Keywords. The tables and figures should be numbered con-
numerados com algarismos arábicos consecutivos, indicados no secutively in Arabic numerals, which should be indicated in the
texto e anexados no final do artigo. Os títulos das figuras deverão text and annexed at the end of the paper. Figure legends should
aparecer na sua parte inferior antecedidos da palavra Figura mais be written immediately below each figure preceded by the word
o seu número de ordem. Os títulos dos quadros deverão aparecer Figure and numbered consecutively. The table titles should be
na parte superior e antecedidos da palavra Quadro seguida do written above each table and preceded by the word Table fol-
seu número de ordem. Na figura, a fonte (Fonte:) vem sobre a lowed by their consecutive number. Figures should present the
legenda, à direta e sem ponto final; no quadro, na parte inferior data source (Source) above the legend, on the right side and no
e com ponto final. full stop; and tables, below with full stop.
O artigo em PORTUGUÊS deverá seguir a seguinte sequên- The manuscript in PORTUGUESE should be assembled in the
cia: TÍTULO em português, RESUMO (seguido de Palavras- following order: TÍTULO in Portuguese, RESUMO (followed by
-chave), TÍTULO DO ARTIGO em inglês, ABSTRACT (seguido de Palavras-chave), TITLE in English; ABSTRACT in English (fol-
keywords); 1. INTRODUÇÃO (incluindo revisão de literatura); lowed by keywords); 1. INTRODUÇÃO (including references);
2. MATERIAL E MÉTODOS; 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO; 4. 2. MATERIAL E MÉTODOS; 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO; 4.
CONCLUSÃO (se a lista de conclusões for relativamente curta, a CONCLUSÃO (if the list of conclusions is relatively short, to the
ponto de dispensar um capítulo específico, ela poderá finalizar point of not requiring a specific chapter, it can end the previous
o capítulo anterior); 5. AGRADECIMENTOS (se for o caso); e 6. chapter); 5. AGRADECIMENTOS (if it is the case); and 6. REFER-
REFERÊNCIAS, alinhadas à esquerda. ÊNCIAS, aligned to the left.
O artigo em INGLÊS deverá seguir a seguinte sequência: The article in ENGLISH should be assembled in the follow-
TÍTULO em inglês; ABSTRACT (seguido de Keywords); TÍTULO ing order: TITLE in English; ABSTRACT in English (followed by

TECHNICAL ARTICLES
DO ARTIGO em português; RESUMO (seguido de Palavras- keywords); TITLE in Portuguese; ABSTRACT in Portuguese (fol-
-chave); 1. INTRODUCTION (incluindo revisão de literatura); 2. lowed by keywords); 1. INTRODUCTION (including references);
MATERIALAND METHODS; 3. RESULTS AND DISCUSSION; 4. 2. MATERIAL AND METHODS; 3. RESULTS AND DISCUSSION;
CONCLUSIONS (se a lista de conclusões for relativamente curta, 4. CONCLUSIONS (if the list of conclusions is relatively short,
a ponto de dispensar um capítulo específico, ela poderá finalizar to the point of not requiring a specific chapter, it can end the
o capítulo anterior); 5. ACKNOWLEDGEMENTS (se for o caso); previous chapter); 5. ACKNOWLEDGEMENTS (if it is the case);
e 6. REFERENCES. and 6. REFERENCES.
O artigo em ESPANHOL deverá seguir a seguinte sequên- The article in SPANISH should be assembled in the follow-
cia: TÍTULO em espanhol; RESUMEN (seguido de Palabra llave), ing order: TÍTULO in Spanish; RESUMEN (following by Palabra-
TÍTULO do artigo em português, RESUMO em português (segui- llave), TITLE of the article in Portuguese, ABSTRACT in Portu-
do de palavras-chave); 1. INTRODUCCTIÓN (incluindo revisão guese (followed by keywords); 1. INTRODUCCTIÓN (including
de literatura); 2. MATERIALES Y METODOS; 3. RESULTADOS Y references); 2. MATERIALES Y MÉTODOS; 3. RESULTADOS Y
DISCUSIÓNES; 4. CONCLUSIONES (se a lista de conclusões for DISCUSIÓNES; 4. CONCLUSIONES (if the list of conclusions is
relativamente curta, a ponto de dispensar um capítulo específi- relatively short, to the point of not requiring a specific chapter, it
co, ela poderá finalizar o capítulo anterior); 5. RECONOCIMIEN- can end the previous chapter); 5.RECONOCIMIENTO (if it is the
TO (se for o caso); e 6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS. case); and 6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
Os subtítulos, quando se fizerem necessários, serão escritos The section headings, when necessary, should be written
com letras iniciais maiúsculas, antecedidos de dois números with the first letter capitalized, preceded of two Arabic numerals
arábicos colocados em posição de início de parágrafo. placed at the beginning of the paragraph.
No texto, a citação de referências bibliográficas deverá ser References cited in the text should include the author’s
feita da seguinte forma: colocar o sobrenome do autor citado last name, only with the first letter capitalized, and the year
com apenas a primeira letra maiúscula, seguido do ano entre in parentheses, when the author is part of the text. When the
parênteses, quando o autor fizer parte do texto. Quando o autor author is not part of the text, include the last name in capital
não fizer parte do texto, colocar, entre parênteses, o sobrenome, letters followed by the year separated by comma, all in pa-
em maiúsculas, seguido do ano separado por vírgula. rentheses.
O resumo deverá ser do tipo indicativo, expondo os pontos Abstracts should be concise and informative, presenting the
relevantes do texto relacionados com os objetivos, a metodologia, key points of the text related with the objectives, methodology,
os resultados e as conclusões, devendo ser compostos de uma results and conclusions; it should be written in a sequence of
sequência corrente de frases e conter, no máximo, 250 palavras. sentences and must not exceed 250 words.
Para submeter um artigo para a Revista PCH Notícias & SHP For paper submission, the author(s) should access the online
News o(os) autor(es) deverão entrar no site www.cerpch.unifei. submission Web site www.cerpch.unifei.edu.br/submeterartigo
edu.br/submeterartigo. (submit paper).
Serão aceitos artigos em português, inglês e espanhol. No
caso das línguas estrangeiras, será necessária a declaração de
The Magazine PCH Notícias & SHP News accepts papers in Por-
tuguese, En-glish and Spanish. Papers in foreign languages will be
ARTIGOS TÉCNICOS
revisão linguística de um especialista. requested a declaration of a specialist in language revision.

Segunda Etapa (exigida para publicação) Second Step (required for publication)
O artigo depois de analisado pelos editores, poderá ser After the manuscript has been reviewed by the editors, it is
devolvido ao(s) autor(es) para adequações às normas da Revista either returned to the author(s) for adaptations to the Journal
ou simplesmente negado por falta de mérito ou perfil. Quando guidelines, or rejected because of the lack of scientific merit and
aprovado pelos editores, o artigo será encaminhado para três suitability for the journal. If it is judged as acceptable by the
revisores, que emitirão seu parecer científico. Caberá ao(s) editors, the paper will be directed to three reviewers to state
autor(es) atender às sugestões e recomendações dos revisores; their scientific opinion. Author(s) are requested to meet the re-
caso não possa(m) atender na sua totalidade, deverá(ão) viewers, suggestions and recommendations; if this is not totally
justificar ao Comitê Editorial da Revista. possible, they are requested to justify it to the Editorial Board.

Obs.: Os artigos que não se enquadram nas normas acima Obs.: Papers that fail to meet totally or partially the guide-
descritas, na sua totalidade ou em parte, serão devolvidos e lines above described will be returned and lose the priority of the
perderão a prioridade da ordem sequencial de apresentação. sequential order of presentation.

PCH NOTÍCIAS & SHP NEWS, 66, (3), ABR,JUN/2015, DA PÁG. 3-5 21
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