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orvo42020 Robert Kurz - © ESTADO DO DINHEIRO E 0 DINHEIRO DO ESTADO Robert Kurz O ESTADO DO DINHEIRO E O DINHEIRO DO ESTADO Pode 0 Estado, através do seu comando, revogar as contradigées intemas da economia capitalista? Embora o Estado e 0 mercado se contraponham institucionalmente, eles tém uma base comum. A maquina do Estado tem de ser tao financiada como os investimentos de capital ou a empresa cultural. Portanto, o dinheiro é um meio transversal. E a expressao material da “riqueza abstracta" (Marx) e s6 é geral porque representa o fim em si capitalista de fazer de um euro dois euros, Com isso, no entanto, 0 meio dinheiro est4 vinculado a acumulagao de capital. Cuja substancia de trabalho, por sua vez, esta dependente do nivel de produtividade social imposto pela concorréncia. Donde decorre que o Estado pode regular a acumulacdo de capital, mas ndo a pode fazer surgir por magia, nem muito menos substitui-la. Na auséncia de valorizagao de capital auténoma suficiente nao ha mais nada para regular. © Estado é uma maquina do dinheiro, na medida em que garante o contexto exterior da valorizagao. Justamente por isso ele ndo tem qualquer comando sobre o dinheiro. Ele sé pode obter regularmente 0 seu prdprio dinheiro dos impostos sobre a produgao de mais-valia real (lucros e saldrios). E enganoso falar de investimento publico, como se este pudesse contribuir para o crescimento. Se o Estado constréi estradas e escolas, ou se financia a educagao e a investigagao, trata-se de consumo social, porque o poder de compra para isso foi previamente retirado da produgao real de mais-valia. O mesmo se aplica também a actividade de empresas de construgao, de instituicdes de ensino etc., se esta é financiada por gastos do Estado. Logo que o Estado receba crédito através de empréstimos, por ser insuficiente a sua renda regular, ele esta sujeito as mesmas condigdes que as empresas e os particulares. No entanto, o servigo da divida {ures @ amortizapic) prestupte uma aplaagio de capita priutiva que nfo ooore com 0 Estadn como se, no caso das empresas, estas nao produzissem valor, mas apenas consumissem. E Por isso que Marx, no terceiro volume de O Capital, apresentou as dividas ptiblicas negociadas como titulos de crédito como uma forma especial desde logo iluscria de "capital ficticio". Mesmo 0 carécter do banco emissor como “ultima instancia" para a criagdo de dinheiro nao dé ao Estado 0 comando real do dinheiro. A competéncia do banco emissor é puramente formal, nao é substancial. O dinheiro por ele criado a partir do nada apenas pode representar a substancia de valor real da acumulagdo de capital. Se se injecta dinheiro a mais, como se correspondesse a relagdes reais de valor, 0 resultado é a desvalorizagao do proprio dinheiro. Por maioria de razdo isto se aplica, naturalmente, se o Estado deixa de se sujeitar as condigdes do crédito e, em vez disso, da instrugées ao seu banco central para Ihe transferir dinheiro directamente. Actualmente os Estados, por um lado, em todo o mundo langam mao desta medida desesperada, Por outro lado, querem limitar as suas consequéncias com uma politica de poupanga rigida. Assim se vao movendo numa contradigao circular que sé pode conduzir a novas distorgées. Se as falhas do Estado e as falhas do mercado estdo permanentemente a entrar e a sair, com intervalos cada vez mais curtos, isso aponta para crise do préprio meio transversal em si, O que é apenas outra maneira de dizer que as forgas produtivas cresceram para além da forma da “riqueza abstracta’, Aqui se desacredita tanto a credulidade no Estado como a credulidade no mercado. Original DER STAAT DES GELDES UND DAS GELD DES STAATES in www.exi Publicado em Neues Deutschland, 28.05.2010 nline.org. www obsco-online.orgitkur2366.him wn

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