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CAPITULG t I0GOR POST, § 122.° NOTA HISTORICg “COMPAR ATISTICA 4s origens e problematica bisica 1. O Cédigo Civil dedica o pecial, 20 JOO & aposta: artigo; hese a0 entendimento comum da Materia, A distingao entre as duas figu- jas tem sido ensaiada ao longo dos tempos3259_ ya base, temos praticas sociais lidicas: no Jogo, duas ou mais Pessoas desenvoly: uma atividade competitiva, de acordo com regras Preestabelecidas, para apurar um vendedor; na aposta, também duas ou mais Pessoas prefigu- nm situagdes hipotéticas diferentes, combinando que ganhara quem mais capitulo xy, Telatiy $ 1245.9 a 1470 ie Contratos em i it ie tte (1898), 38 pp., 8 ss.; Hermann Mengel, *8 Julius Armheim, Uber pee na ate Pot eric Unie won Syiel nd Wette (1901), 92 pp., 14 ss. ee eee ee ind Were (1903), 42 pp., 6; Alfted Gompartz, anaes 1 ss. ¢ 8 sss Friedriche Singerlichen Gesetzbuche. fiir das Deutsche Rell . (1964), 71 ppa 25 ¢ 26; Georg Bode, Moncke, Spiel und Wette im Biirgerlichen acre, (1905), 35 pp 16; Max a Viel und Wette nach dem biirgerlichen Gesetzh Joakim Duderstadt, Spiel, We ae "er Spiel und Wette (1906), 51 pp. 3 on Fechiprechg des nape ions vad Uiferen:geschafe ($§ 762-764 BGB) in de nde a contaposici & equactni tN “r stgentashohe Crasaan (2007), eo are (24 85.) © 20 atin Habre, to romano (20 ss.), no antigo vos egos Na lO), § 12 a SS), antes de se passar aos primeiros on BGB 6,72 a de Direito civil ay A ry ltt 0 Miinchener Kommentar 2, ri city IA? eb iy (81-836); entre nds, Luiz da C Céaigo Civil anon 6.307; Pires de Lima/Antmes Varela, 3, 112 eb 51 Menezes Leitdo, Direito das obrigacoes Scanned with CamSca Jogo € aposta 1026 Bee ue de antem&o nenhum se aproximar 32 oem Hohe ‘mais diversa natureza: ae don, conhecia. Os jogo” Ps ou intelectuais; organizados por tear ® equips fico ea etigSes de atletismo, de luta, de bola, eg ® hoe. Serio jon wt futebol, de dados, de cartas ou de xadrey m0 para 0 ae jones” individuais ou passatempos: pacigncis con ——- sudoku e jogos eletrénicos. Os jogos podem ser de P ou azar (dados); mas podem envolver pericia (poker) ou, ag, sng * regras que, tendencialmente, suprimam a dlea (bridge, através do o do leilao ou golfe, com recurso a0 handicap, pelo qual o resultado exigiyg a cada jogador depende da sua habilidade previamente demonstrada), 0; chamados jogos desportivos procuram eliminar o fator “sorte” (yeja $e “yideo-arbitro”, no futebol), 0 que ndo conseguem totalmente: ainda b pois sem incerteza niio ha jogo. Por seu turno, as apostas s40 ad hoe organizadas. Tudo pode ser apostado, desde que os agentes nao conheran, de antemao, o resultado. Contrapdem-se, nao obstante, as apostas singuly res ds miituas: nestas, um niimero indeterminado de participantes faz lan. ces, distribuindo-se a coleta assim obtida de acordo com regras, III. Os jogos podem servir de entretenimento aos préprios parti. pantes. Quando envolvam prestagdes vistosas, eles valem também com espetaculo, reunindo publicos por vezes muito numerosos. Desenha-se un negécio: o public paga para assistir; os fabricantes pagam para publicitx, nesse ensejo, os seus produtos; os aficionados patrocinam as suas equips os clubes procuram chamar a si melhores jogadores e pagam para iss formam-se carreiras desportivas, com regras, com versdes de contra com agentes ¢ com uma (certa) fiscalizacdo publica. Finalmente, 0s joe podem ser uma base para prestacOes reciprocas, associando-se a posts 0s terceiros podem combinar entregas em dinheiro, a atribuir a quem acer num resultado previsto. E num Tegresso ao ponto de partida: 0s propris Jogadores podem acordar Contribui¢des iniciais, feitas por eles propos? atribuir ao vencedor; também quanto a apostas, o apostadores téma tese de acordar que o vencedor receba dinheiro dos perdedores. IV. Os jogos fazem uma forma de adestramer O jogo vale por si, indep clara um esquema de parte da Humanidade, desde o inicio. Cons nto, de entretenimento e de formagio dos endentemente do resultado, Pode-se, Pome” Banhos ¢ de perdas, ainda que simbdlicos- Ale® ocarnleu wit Larnsca V. O Direito desde cedo conhece ¢ © fenémeno e tenta controli-lo. Temos 0 problema em varios niveis. Como exemplos: () 0 jogo e a aposta podem ser organizados Por terceiros interessa- dos: ou por se tratar de jogos complexos que exigem equipamento (encontros; bancas; slot machines), ou por estarem em causa Prestagdes complementares lucrativas, como bebidas, diversdes ou instalagGes; esses terceiros podem atrair pessoas para o jogo, incluindo menores ou podem falsear as Tegras da competi¢io, recebendo contrapartidas; () os préprios jogos ou apostas podem ser inadmissiveis: combates cruentos (lembrem-se os gladiadores) ou apostas imorais; (©) as regras do jogo silo falsedveis, originando “batota”: cartas mar- cadas, dados viciados ou resultados previamente combinados; (@) os jogadores ¢ os apostadores podem envolver quantias desme- didas, pondo em risco o patriménio prdprio, o da familia ou o de terceiros; (©) ainda os jogadores ¢ os apostadores podem celebrar negécios laterais descalibrados: contrair empréstimos, constituir ou assu- mir dividas, adstringir-se a condutas futuras, quig4 contrérias aos Costumes; carined wit LamSca a. <. (f) 0 mundo do jogo, particularmente o clandestino, liga, mente a submundos paralelos, como a droga e a Prostitys’ ih (g) 0 jogador/apostador pode desenvolver uma dependéncia ; gica, que deve ser tratada; ; Pato, (h) finalmente, o Estado pode ser parte interessada, Procurandg lizar para si e para 0 que ele represente parte dos fluxog Can, ros envolvidos nos jogos. es, VI. Neste panorama, perfeitamente consistente j4 na Roma any leis tém ensaiado varias solugées: proibigdes totais ou Seletivas; ofi ‘a % ¢4o de certos jogos; repressiio de jogos viciados; limitagdes em fun ~ idade; enfraquecimento dos vinculos juridicos associados ao Jogo oy a derivados. . dat. inser _nimem | | | | | | 453. Direito romano e evolucao intermédia I. O jogo, nas suas distintas modalidades, é uma constante das cal | turas humanas*?®, Na Antiguidade, o fendmeno esta documentado, pan além de provas bélicas ou desportivas: assim quanto a dados e simi na Grécia?*6! e em Roma*?®, Praticado nas diversas idades e pelas varias camadas sociais**®, o jogo, proximo da aposta, suscitou reservas e oposi- gao das leis. 1 Jogo, em latim, diz-se dlea. Os dados sao tesserae. A pratica do jogo € os seus maleficios aparecem nos textos nao juridicos, com relevo pan Cicero“, Apesar do interesse da matéria, os especialistas apontam falta *26 Johan Huizinga, Homo Ludens/Versuch einer Bestimmung der Spielelementes der Kultur (1939), XVI + 345 pp.. *5' Gerhard Rohlfs, Antikes Kndchelspiel in einstigen Grossgriechenland: cit vergleichende historisch-linguistische Studie (1963), 24 pp.. : 62 Marek Kurylowicz, Die Gliicksspiele und das rémische Recht, St. oo Sanfilippo IV (1983), 267-282; idem, Das Gliicksspiel im rémischen Recht, SZRom 1 (1985), 185-219, %S Jutta Viterlein, Roma ludens/Kinder und Erwachsene beim Spiel im antie Row (1976), Il + 126 pp., com exemplos e gravuras, Vide, com transcrigées, Marek Kurylowicz, Die Gliicksspiele cit, 188; 0! clementos constam de Vaterlein, Roma iudens, ct. na nota anterior. Também neste domi oCadlneu with Lalnoca jiularidade incerta © a rendg y; —— Wd it a Vitalie} — snrio. Todavia, Galy; Cla. O jg, oP ie ee i Teles eXxDlica ins Post ocupam um lugar cular riven Omnia, Pigg Propte defnignes ee 0 © por Fae Fa M2508 dle moran eee WE, “Segundo tai seriam Henan Abe oe co ah Me 5920 © a aposta nao gcultariam, ic gacultai oe i ieee COM a tradigaig ai Srado a nutidade, eles geveriam disp Teele, a fixar em Boral: ees Materiais, Estas por suceder. ‘al: como, de facto, acabaria ™ Protea dq Il. Galvao Telles Props tras i ei Preceitos si dade do contrato de jogo ou aposta (1: ; arene fixavam: a muli- portivas (2.°) © a referéncia 4 legistacag especial (3 oan petases des- causa foram formalmente alte; . yo. Os textos em Tados na | 23303 teriais, bem como no Pro; i Ca 2. Revisdes Minis 1et0395. Com exe ~ _ Revisdes Minis- i see e¢ao do Ultimo, s6 at redacdo definitiva no texto Promulgado, em 1966, inion 457. As nogées de jogo ou aposta 1. Na sequéncia de todos os antecedentes, consagra, a0 jogo e aposta, o capitulo XV do titulo relativo aos contratos em especial: artigos 1245.° (nulidade do Contrato), 1246,° (competicdes desportivas) € 1247.° (legislacaio especial). Ponto prévio seri o da defi- nigdo de “jogo e aposta”. O Cédigo, assumidamente, nao se abalangou a formulacdo do conceito. Independentemente da nogio técnica, dada pela Lei do J jogo e abaixo referida, devemos partir de uma ideia social de Jogo © aposta. Com efeito, nfo chega remeter para a sorte, a lea ou a imprevi- Sibilidade: todos os contratos seriam, a essa luz, um jogo ou uma aposta, uma vez que nunca se podem prever as precisas coneecrutoctas que dees derivem, mesmo quando sejam de execugio instantinea. Isto dito, ¢ Pm 4 pratica que, na sociedade considerada, vise 0 adestramento, 0 entreteni- apontados, 0 Cédigo Civil *2 Idem, 280. ‘i 2.9 a 1224.°), vn, BMY 120 (1962), 160-161 (artigos 1222" 81224.) ig. 3304 Jacinto Rodrigues Bastos, Dos contratos em ns 05 sdigo Civil cit, 362 (1245° 012472). 69-93, com Projecto de Cédigo Civil cit, 36° 000" ig, Themis 3 (2001), 69-93, | *% Sobre o jogo, Rui Pinto Duarte, 0jog0¢0 , |" ltz0 espectro de questbes. canned wit LamnSca 1040 Jogo e aposta ‘i bjetivos patrimonia; eo soas, nao tendo ol niais, to ou o convivio entre as pessoas, © . eee seguird a mesma via, distinguindo-se do a por depender gg i antes. mero acaso, independente das atitudes dos particips expli ‘i I Podemosacompaae Ane a. Todavia cate ndo tem, em si, relevancia juridica’””": apenas S° i vd © dar mais um passo e incluir 0 jogo ¢ a aposta no Ambito dos acordos de corte. sia3398: nao tém contetido patrimonial e nao relevam como contratos, par 0 Direito, por os participantes nao exercerem, aseu Tiler = Poderes jurigenas que o artigo 405.°/1 lhes atribui. Podem ter uma relevancia ing. reta, no plano da responsabilidade por deferéncia: num hee Social, 0s par ticipantes devem observar deveres de seguranga, de lealdade e de ‘informa. do, para evitar vexagdes ou outro tipo de danos pessoais ou patrimoniais, A situagdo altera-se quando o jogo ou a aposta passem a ter um conteiido patrimonial ou seja, quando se jogue a dinheiro. Ainda entio, sera Possivel distinguir entre 0 jogo com pequenas quantias, por vezes necessarias para a propria articulago da modalidade em causa e 0 jogo a dinheiro propria- mente dito. O que seja uma “pequena quantia” depende do nivel social ¢ patrimonial em que nos coloquemos: mas em principio, ela corresponderi ao que, segundo a pratica social, se pode oferecer como gratificacio ou gorjeta a quem preste um servigo. Havendo dinheiro, teremos verdadeiros contratos de jogo ou aposta, mas ainda entao mediante uma dupla delimi- tagdo: € necessario que o contrato em causa equivalha ao que, socialmente, se considere ser um “jogo” ou uma “aposta” e que o “jogo” em causa nfo se possa reconduzir a outro tipo legal ou social. III. Em certos casos, 0 jogo é licito e produz efeitos juridicos. Assim sucede ao abrigo da Lei do Jogo**. Esta nfo podia abdicar de uma nogdo precisa. Assim, segundo o seu artigo 1.° (Jogos de fortuna ou de azat)?>"®: van, Pites de Lima/Antunes Varela, Cédigo Civil anotado cit, Il, 4 ed., 921. 38 Tratado cit, I, 4 ed., 304-305, __ 2A Lei do Jogo, aprovada pelo Decreto-Lei n° 422/89, de 2 de dezembro, foi alterada diversas vezes, designadamente pelo Decreto-Lei n° 11472011, de 30 de novembro, que a republicou em ane n! 114/2017, de 29 de dezembro, “© & Por iltimo (em julho de 2018), pela Let 31° O artigo 4/1 da Lei do Jogo enumera t de fronteira; assim, precisando o que sejam jogos (Proenga da Costa), Proc. 145/10, num caso de ‘ipos de jogos de fortuna ou azar; hé rea de fortuna ou de azar: REv 24-set.-2013 Senhas ou rifas; RPt 9-jul.-2014 (Alves oCalneu wit Lalnsca Jogos de fortuna or F U azay assentar exclusiva oy fundamen miele cujo Tesul Mente na sorte, Itado & Contingente por A aed de tais jogos 56 & permis sgo ¢ reservada ao Estado @ a itida em asin ; fe (9°71). Nesse campo, existe tod, de ser exercida pe 1); tal explo- exolugdo, COM Vertentes administrati 4 uma teia norm, Por Concessions. i i ietér; va, em contir cionatérias, em torno «8? SOCietatias dics. inua esancior das quais Serd possiy, Aisciplinares, fiscais do jog? - © Construit um “Diseito 458. O regime geral; negocios Acessérios primeiro, O jogo ¢ a aposta nao sto contratos vali valid it obrigagées civis; lidos nem constituem fonte de Prosseguindo o segundo, (...) porém, quando licitos, sdo fonte de obrigacdes naturais, exceto se neles concorrer qualquer outro motivo de nulidade ou anulabilidade, nos termos gerais de direito, ou se houver fraude do credor na sua execugaio. A primeira parte nao foi conseguida, embora se entenda a preocupa- s40 moralizadora do legislador. Com efeito, 0 jogoea aposta, contrariando aepigrafe e a primeira proposiciio, nao sao nulos, quando licitos: basta ver que: (a) dao azo a obrigagdes naturais; (b) obedecem as regras gerais sobre Avalidade e a eficdcia dos negécios. : ica; RPL 8-out-2014 Dust), Proc. 514/13, a propésito de uma cola mec ovens arenas “elo Rio), Proc. 15/13, quanto # modalidades de PO 10 (os¢ Canes), Proc Nowa), Proe, 60/10, sobre méquinas eletrénicas; RPY 1, relative a eertos jogos de maquinas. canned wit LamSca Jogo e aposta ee emos uma op¢ao doutrinaria de origer Il Na base do paradoxo t : 3311 @ por Antunes Varela?3!2, +9 liana, defendida por Galvao a ee ‘ . um tanto por Menezes Leite podendo produzir efeitos de pr meramente extrajuridica, ainda qu Daas extendaVexplonsclohih ito O aprofundamento do tema levaria 3 ate capitulo Revontaeig ¢ histérica: remetemos para 0 comp defendida por obrigacionistay nas, que domina hoje a op¢ao inversa, Ribsite de Faas Manuel de Andrade, Vaz Serra, Almeida Costa, Ribeiro de Faria, Rui Goq, galo Palma e Nuno Pinto Oliveira?*!. Nés préprios temic, igualmen defendido essa opga0°3!®, A questéio pode ser equacionada com simpli dade: na constituigdio de uma obrigago natural ha que observar regras ju. dicas, altura em que ela comungaré da. juridicidade ou: ela um simples facto, juridicamente indiferente, do qual decorram certos efeitos? A Tesposta esti na lei: pelo artigo 404.°, a disciplina geral das Obrigagdes Civis aplica-se ag naturais, enquanto o artigo 1245.° as faz depender de nao concorter qual. quer motivo de nulidade ou de anulabilidade. As obrigagées naturais sig juridicas, submetem-se a um regime legal do qual resulta a sua validade e dependem de o Direito as admitir. Apenas nao sao judicialmente exigiveis, III, Perante esta leitura, hoje dominante, a primeira parte do artigo 1245.° deve ser interpretada no sentido de nao considerar 0 jogo e a aposta como contratos validos, para efeitos de constituigdio de obrigagées civis. Para originar obrigades naturais, o jogo ou aposta devem: (a) ser licitos; ha, ai, que lidar com a Lei do Jogo; (b) observar as regras do préprio jogo; se houver batota, temos fraude do credor; (c) respeitar o regime geral da validade dos negécios: capacidade, nfo ocorréncia de vicios na formagio © na exteriorizagdo da vontade e conformidade legal. Se ndo se reunirem essas condigdes, nao ha obrigagao natural: antes um contrato invalido, que obriga a restituir as importancias perdidas ao jogo. 3 Tnocéncio Galvio Telles, Manual de € 2." ed. (1965), 62; em boa verdade, sus op: Bo chegou a dé-la, quanto sabemos. ate fetes Viel Das obrigagdes em geral 1, 10 ed. (2000), 719-74l- co “0, O enriquecimento sem causa no Direito civil (1995 2! Tratado VI, 22 ed., 611 5s.. %15 Vide as competentes >" Direito das obrigago Direito das obrigagées 1, 1: ed. (1957), 22 este Autor remeteu para mais tarde a explicagao MOS No Tratado VI, 22 ed, 634 ss. 1319 ser fet 321 © Tr : 7 Ve Tratado 8 Qart feU WILT UalTISCa $1232 9 (0 luséfono 1043 1V. Questdo importante, discutid, ‘uae30 dos negocios conexos com o jo Tas tei aum Jogador: © empréstimo & a temoS, quando muito, uma obri; ” osta deriva de uma interpretaga civil Quando exista um miituo com 9 fim, « jogat ou de apostar a quantia . 7 diversas doutrinas, é a da de Bicol Alguém empresta | .° Uircito portugués, a artigo 281°, do Cédigo cae vena @ ambas as partes, eid de jogo: vale como fonte de uma Sone ae ral Omeore Sole com promessas ou garantias Prestadas para concede i ndos son gat. NBO sendo 0 caso, o empréstimo ou Similar segue ean onan nutuante nada tem a ver com o destino q tro dé a0 dnhene Ue © mutuario dé ao dinheiro. 459. Excegoes, legislacdo especial e politica legislativa 1. O artigo 12462 exceciona, ao regime do jogo e aposta, as competi- des desportivas, relativamente as Pessoas que nela tomarem parte. Cabe, ai, fazer uma distingao, entre amadores e profissionais. Os profissionais devem estar inscritos em clubes ou associagées reconhecidas e competen- tes: na linguagem habitual, devem estar “federados”. Cabe-lhes observar miltiplos requisitos, em fungo dessa modalidade. Isto posto, podem ser remunerados, seja no Ambito de contratos de trabalho desportivo, seja cele- brando acordos quanto a imagem, seja coletando prémios e patrocinios. Os amadores, de acordo com a ética de cada sector, nao sio remunerados; poderio, quando muito, ser reembolsados de certas despesas. Assim, num tomeio amador de golfe, ou bridge ou numa prova de automdveis antigos, se houver prémios significativos a atribuir, eles devem ser sorteados entre odos e no atribuidos ao vencedor. ILA legislagao especial (1247.°) envolve a Lei do Jogo ® 2 les ae lotarias, apostas mutuas e similares, Operam as concessionarias de j ene Santa Casa da Misericérdia de Lisboa, bem como, em certos termos, “lidades benemerentes. trés niveis IIL. A exploragao do jogo © da aposta oe oan ae justificagao: (a) pretende evitar 0 joB° itati er qualitativo; ) introduz um fator de moderagao, quer quantitativo, 4 ignificati endo que, além de per- *)drena, para fins publicos, receitas significativas, § —_ Scared wit camSca 1044 ___ Jogo e aposta_ a i mitir financiar entidades benemerentes, como a Santa Casa, ainda facut, ao Estado, clevadas pungdes fiscais. Todavia, assiste-se a UM excesgg © legislador deveria ponderar. Os chamados jogos sociais ~ de que 9 milhdes é, neste momento, o campeiio — silo acompanhados de uma pup; cidade sufocante. Quase toda a populagio joga, mas com especial ing cia nas pessoas de poucas posses. O dinheiro investido é perdido, ois ag hipéteses de ganhos sio praticamente nulas. Atis das apostas mituas vem outras priticas de apostas, como a “raspadinha”, onde recursos m sao continuamente dissipados. Os proprios casinos, para além da di so turistica, so sorvedores de fortunas e fonte de lavagem de dinheito, Apresenga de terminais “Multibanco” junto as salas das maquinas permite uma continua drenagem de dinheiro, de jovens e da pequena classe Média, O “vicio do jogo” legalmente obtido passa, com facilidade, para Priticas de jogo clandestino. Em suma: os poderes piblicos e os parlamentos tém 0 6nus de regular o fenémeno, sem se limitarem a perspetivas financeiras, IV. Quanto aos particulares: 0 jogo é uma diverso; nunca uma fonte de rendimento. O jogador ocasional pode ganhar; o habitual perde sem- Pre, numa ldgica matematica inevitével. Numa sala de jogo, o bom pai de familia (se Id entrar) limita seja a importncia que pretende gastar (perdet) para se divertir, seja o tempo (breve) que 14 queira passar. E se ganhar: sai imediatamente. Nos jogos sociais que envolvam dinheiro, a ética manda que se arrisquem pequenas importincias e, em qualquer caso, nunca mais do que se tenha, em liquido, no bolso. A dimensiio ladica e as boas manei- Tas prevalecem, em qualquer caso. Quanto a apostas mutuas e a lotarias: investem-se, apenas, pequenas quantias, com fins de diversiio. Logica mente, deveriam ser evitadas. O Direito civil contém e Pressupde um bom Cédigo Etico, V. As pessoas coletivas capacidade juridica para jogat € uma doagdo potencial: 0 jo; » designadamente as sociedades, no tm t. O jogo, quando encarado racionalmente, u gador, que pelo célculo das probabilidades vai perder, tem de estar consciente de que, provavelmente, vai oferecet © valor jogado ao ganhador, Ora as sociedades nao podem fazer doagées, exceto numa margem estrita??!7 (6.9/9 qo CSC). Sustentamos, pois, que 3317 Direito das sociedades 1,3 ed., 381 ss,, oCalneu with Valnsca § 123° O Direito luséfono 1045 ando pequenos jogos de relevo social e sem expresso econdémica, oo dades no podem envolver parte significativa do seu patriménio no 35500 y na aposta. Pela mesma ordem de ideias, nao poderao “investir” em rrutes de risco. Scanned with CamSca

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