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Abstract. In a country of continental dimensions like Brazil, the identification and monitoring of various kinds
of illicit activities constitute a growing challenge for governmental institutions in their different spheres of
activity. Some of these challenges are related, for example, to combating drug trafficking and environmental
crimes in the Amazon borders, as well as the trafficking of weapons in the triple border regions. In response to
these challenges, unmanned aerial vehicles (UAV) come to Brazil as the newest trend in remote sensing. Beside
the reduction in operating costs compared to manned aircraft, the use of UAV's brings the possibility of
monitoring illegal activities in real time or in adverse conditions, what makes of this instrument an excellent
alternative to the area of security and defense and opens new perspectives for the monitoring of environmental
crimes. Considering this scenario, this paper aims to present an overview on the unmanned aerial vehicles in
Brazil and more specifically, highlight the prospects of using unmanned aircraft to combat illegal activities in the
Amazon. The improvements obtained with this data can be further enhanced by means of automated tools of
image processing implemented in strategic Geospatial Systems currently available. The range of possible
applications of such data represents a landmark in the areas of public security, environment and so many others
that require the usage of high resolution data in real time for civil and military emergency situations.
Palavras-chave: VANT’s, sistemas geoespaciais estratégicos, atividades ilegais, Amazônia Legal, UAV’s,
strategic geospatial systems, illegal activities, Legal Amazon
1. Introdução
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, a identificação e o monitoramento
de ilícitos de diversas naturezas constituem um crescente desafio para as instituições
governamentais em suas diferentes esferas de atuação. Alguns desses desafios estão
relacionados principalmente ao combate ao tráfico de drogas na Fronteira Amazônica, à
erradicação da maconha no nordeste, aos crimes ambientais, sobretudo o desmatamento ilegal
na região norte, ao tráfico de armas e contrabando em regiões de tríplice fronteira, etc. A
escala e intensidade com que esses crimes ocorrem demandam utilização de instrumentos que
sejam capazes de dar respostas rápidas às situações emergenciais que frequentemente surgem
nesses cenários.
Dados de sensores orbitais e aerotransportados são uma ótima alternativa para o
planejamento de operações de combate a tais ilícitos. Entretanto, a obtenção desses dados é
limitada, no caso dos sensores orbitais, às datas programadas de passagens do satélite o que
ocasiona quase sempre uma defasagem temporal em relação à data de ocorrência dos fatos.
No caso dos sensores aerotransportados, o principal fator limitante está no alto custo dos
sobrevoos para obtenção dos dados, além do risco à vida do piloto, dependendo da localização
geográfica da área onde o ilícito é investigado. Além dos fatores mencionados, as demandas
frequentemente exigem a utilização de imagens de alta resolução espacial, o que onera ainda
mais as operações de aquisição de dados de sensoriamento remoto.
Como resposta a esses desafios, os veículos aéreos não tripulados (VANT’s) estão
chegando ao Brasil como a mais nova tendência em sensoriamento remoto. Além da redução
dos custos de operação quando comparados às aeronaves tripuladas, a utilização de VANT’s
traz a possibilidade de monitoramento de atividades ilícitas em tempo real ou em áreas onde o
voo tripulado pode representar um risco a tripulação, o que torna esse instrumento uma
excelente alternativa para a área de segurança e defesa e abre novas perspectivas para o
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2.2 Classificação
Na falta de normas internacionalmente aceitas, cada país ou conjunto de países,
desenvolve suas próprias regras para agrupar os VANT’s em diversas categorias, o que resulta
em inúmeros tipos de classificações. Uma classificação muito utilizada, definida pela UVS
International (Associação Internacional de VANT’s), combina variáveis como alcance, altura
de voo, autonomia em horas e peso para agrupar os VANT’s em categorias como, por
exemplo, do tipo Mini - baixa altitude e autonomia, para sistemas com alcance menor que 10
km e autonomia inferior a 2 horas; MRE (Medium Range Endurance), para alcance acima de
500 km e autonomia de 10 a 18 horas; MALE (Medium Altitude Long Endurance), com
altitude de 5/8.000 m e autonomia de 24 a 48 horas; e HALE (High Altitude Long
Endurance), para sistemas com altitude de 20.000 metros e autonomia de 24 a 48 horas
(Blyenburgh, 2010).
No Brasil, além dessa classificação, é comum dividir-se as categorias de VANTs em três
grupos: Pequeno, Médio e Grande porte. Dessa divisão podem resultar diferentes
classificações, já que um mesmo VANT pode ser enquadrado em diferentes categorias,
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navegáveis da região dos quais 11 mil km são de fronteira, cortando a floresta. Além dos rios,
fazem parte da logística de apoio a essas atividades, as pistas de pouso clandestinas (não
homologadas). As pistas não homologadas são elementos de fundamental importância para a
compreensão de como se configura espacialmente uma determinada atividade ilegal, pelo fato
de que fazem parte da logística de várias atividades ilícitas ligadas ao tráfico de drogas e
armas, exploração de garimpos ilegais, exploração madeireira, biopirataria, entre outras
práticas. Durante os seis meses da estação chuvosa na Amazônia, por exemplo, as pistas
clandestinas são o principal ou o único ponto de apoio para transporte de ferramentas e
maquinário necessário para extração de madeira, escoamento de minerais, transporte de
drogas, etc. devido à impossibilidade de acesso a área de floresta densa, alagada durante toda
a estação.
Para identificação e monitoramento de pistas clandestinas, por exemplo, as imagens de
radar são uma excelente alternativa, sobretudo na Amazônia, em razão da cobertura de nuvens
e pelo fato de que estas imagens favorecem as diferenças texturais e geométricas dos alvos
imageados, facilitando a identificação das pistas, principalmente em áreas de florestas (Figura
3a). Na ausência de dados de radar, a identificação das pistas depende da disponibilidade de
imagens de alta resolução espacial (Figura 3b), ou de dados que validem as feições de pistas
identificadas em imagens de média resolução, como as do satélite CBERS. O uso de um
VANT pode melhorar substancialmente a capacidade de análise dessa atividade. O uso
integrado dos sensores EO/IR e radar a bordo do VANT dispensaria validação da informação
no campo propiciando a tomada rápida de decisão sobre a ação a ser executada. Em operação
integrada da Força Aérea Brasileira na Fronteira Brasil-Colômbia, por exemplo, o uso do
sensor EO/IR do VANT HERMES 450 da FAB, possibilitou a identificação de pistas de
pouso clandestinas (Figura 3c). A confirmação da existência de uma pista de 1,5 mil metros
de comprimento e 15 de largura, própria para pequenas aeronaves, propiciou rápida tomada de
decisão que resultou na destruição da pista.
Figura 3. a) Feições de pista de pouso em imagens de radar; (b) em imagem óptica de alta
resolução; (c) em imagens do sensor EO/IR do VANT Hermes 450, operado pela FAB.
As análises nesse cenário podem ser ainda mais precisas quando integrados dados de
outros sensores, como por exemplo, do radar SABER do CENSIPAM. O radar SABER
detecta voos irregulares que cruzam a fronteira do Brasil na Região Amazônica em altitude
inferior a 300 m complementando dados de outros 25 radares que operam na região. Por meio
de software específico de Gerenciamento de Pistas Aéreas (GPIS), projetado exclusivamente
para a análise espacial de padrões de regularidade das incursões aéreas de aeronaves que
trafegam em baixa altitude, é possível identificar e analisar a frequência, a rota, a localização,
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dúbia, resultando em melhor qualidade técnica do produto final. O mesmo método de análise
focado na integração de dados de sensores a bordo de VANT’s pode ser usado para o
monitoramento de áreas de mineração ilegal e exploração madeireira.
Essa possibilidade de imageamento em pequeno intervalo de tempo é possibilitada pela
autonomia de até 40 horas para cada aeronave, o que constitui uma das principais vantagens
dos VANT’s com grande autonomia em relação a aeronaves tripuladas. A grande autonomia
permite que a missão possa prosseguir enquanto a tripulação é revezada em solo. Mesmo
chegando ao fim de sua autonomia, é possível substituir a aeronave em voo por outra que
esteja abastecida, procedimento chamado de hand over, traduzindo, além da capacidade de
imageamento, uma capacidade de monitoramento e vigilância persistente praticamente
ininterrupta, enquanto durar a missão (Almeida, 2012).
Figura 5. Ferramentas de detecção de mudanças (A), anotação em vídeo (B) e (C) mosaico em
tempo real, disponíveis no sistema RICent.
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7. Considerações Finais
O trabalho ora realizado demonstrou o grande potencial de dados obtidos de VANT’s
para uma diversidade de aplicações, sobretudo na Amazônia, que vão muito além daquelas
demonstradas nesse artigo. Sem dúvida, os dados disponibilizados e o leque de análises
possíveis por meio destes representa um marco na área de segurança pública e meio ambiente
e em tantas outras áreas que carecem de dados de alta resolução em tempo real para atender a
situações emergenciais, tanto no segmento militar quanto civil.
8. Referências Bibliográficas
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