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j | ‘ 11] ENCICLOPEDIA PRATICA DA. .CONSTRUCAO CIVIL TEXTO E DESENHOS DE PF, 11) PEREIRA DA COSTA MADEIRAMENTOS E TELHADOS Ni* chemede categoria de telhedos especiais contamos todas as coberturas de cipula, de forma cdnica € 25 ponteagudas e de erista que cérosm os torze6es. Algumas destas construgdes so problemas de dificil execucao, pela estrutura um tanto complicada, quando se trata de carpintaria, Na serralharia, porém, sao todas estas obras de mais suméria concepcao e é também fora de divida que a construct metalica the € mais apto- priada, quando as dimensdes da edificagdo sejam rela- Svamente grandes. Os toscos de algusnas cépulas, para que © seu inte- Hor no seja um amontoado de barrotes © escoras, mister een estudados dentro da boa arte da carpin- taria civil. - (Os telhedos eénicas podem, quando 9 caso da sua armacSo for convenientemente delineado, apresentar um sistema de tosco estético, de boa composicao ¢ de exe- cago muito pratica Todos os trabalhos de carpintasia civil podem e de- vem ser de concepcao tratémos no nosso estudo, CONSERVACAOG DOS TOSCOS pas’ as estruturas dos madeiramentos devem = pintadas com 1 demio de tinta de dleo, de * relho, quando nio se lhe aplicar qualquer induto 4°" priado & sua preservaco, contra as intempéries ¢ = sectos. Este simples medida de precausdo protege a8 deiras eficezmente através dos tempos. As pecas de ferro © os revestimentos de chars: = ferco ot de zinco deverdo ser pintadas, tambect. 1 demio de tinta anticotrosiva. Isto, € claro. 4° qualquer pintura que se aplique nos paramentos o tivos & vista exterior. Estas ligeiras pinturas aqui lembradas ceferes as estrutucas interiores, porque o seu exterior, na casio, eacecerd da pinture aproprads no acsben= MADEBIRAMENTOS 5 TELHADOS Fig. 9 ESTRUTURA DO MADEIRAMENTO DE UM PAVILHAO DE CRISTA Bm cima: Aigado. Em babzo: Planta ANOTACOES Doss de constinida e vltimada toda a estrutura de qualquer madeiramento, procede-se 2 execugso dos revestimentos exteriores, quer metalicos, quer de gutre natureza, Faz-se 0 assentamento das pecas de ferragens e de outros motives de reforgo ¢ de acaba- mento, E s6 depois de toda a estrutura ficar completa se procede ao assentamento do telhado ou, aa substituicao dele, dos revestimentos exteriores. Os comprimentos das pecas dos madeirementos, deverio em todos os casos ficar espertos, como ja tivemos ocasiio de esccever, pare que toda a estrutura fiqae de solider garantida, enbora 2 sua fixago seja feite com os pregos adequedos & espessure de toda a madeica. Muiizs veres os compcimentos dos sinctes so obti- dos por escantilhio, constituido por duas fasquies, que Se pregacs uma a autra, dentro do proprio Jocal que Ré-de rectber estas pecas de <0,20 ou de 300,25, tudo pouco mais ou menos, como se deve compreender. Nos telkados de grandes edificagées as ordeas de passadeires so muitas e de variada disposicéo. Telhes-passadeiras — Nos telhados coastituidos por telhas marselhes, lusas ¢ oxiras afins, utilizam-se umas pecas apzopriades, denominadas felhas-passedeiras, que fem as mesmas dimensées das telhas vulgares destes tipos. A sua cazacteristica para o fim a gue se destinam €a de terem uma espécie de plataforma, vm pouco ele- vada acima da sua altura formal, que serve para a pas sagem sobre elas. MADEIRAMENTOS E TELHADOS Fig. 1 —GUARDA DE TELHADO DE BEIRAL Tethas ventiladoras — Nos tethados de telhas ware sethas, lusas € afins empregam-se pare ventilagso dos 3S € sotdos as telhas ventiledores, cujos for- 2is a5 telhes normais € por isso casam con bras com as outcas. as tém no centro uma espécie de elevasio, como se fosse um degra, aberto na sua frente com vé- Hos furos, por vezes em forma de flordo, por onde passa Do lado interior essa caixa é totalmente aberta. © arejamento do sétdo € completo. Cumicires — Tem esta designacio as telhas que co- brem 0 esrigdo do telhado, Nes coberturas ordinacias empregara-se em geral as telhas de meia-cana, sobrepos~ tas umas nas outtas como aas verteates dos telhedos. Em algumes obras aplicam-se telaas mais compridas do que o normal que se designam telhoes. [Nos ieihedos a portuguesa bem construdos, as tethas das cumitiras s¥o acompanhadas nas suas exitemidsdes, nas ligasées de umas com as outras, com argemassa. Nos ‘tethados de telhas marselhas, lusas e alias usem-se telhas cumiciras aproprisdas, que asseatam ‘umas nas outras com seguranca. Uma das extremidades tem boca ea outra tem espera, de molde que o seu ajus- tamento € consequente. Poisa-pardais — Os poisa-pardais so uns ornatos de barro que se assentam nos cantos o aagulos dos telbe- dos de beital, para sua decoraggo ¢ beleza. Quando sao desprovides da ponia de lanca ou de qualquer outro motivo de ornato elevado, designact-se simplesmente cantos de tethado, Tethas aramadas — As telhas destinadas 2 telhados muito sacudidos pelo vento, ou de grande inclinacgo como os de pavilhées € os que revesien trapeires © man- sardes sé0 providas de dois.furos na sua extremidade posterior, a fim de neles se enfiarem arames de ferro gelvenizado para a fixagdo as tpas. Quando rio hd as ethas apropriadas os pedteicos, a] do trabalho, abrem os furos convenieatemente. Qualquer tipo de telhas pode ser aramado, conforme as conveniincias, Telkas vidrades — Sob 2 designacio de telhas vi- drades entendem-se todas aguelas que receberam vi- drado colorido ¢ sofretam segunda cozedura. Estes te- thas destinam-se a coberturas pitorescas ¢ a edificios mais ou menos estilizados. Podem ser vidredas de uma 36 cor ou matizades de duas ou trés cores, tal qual como vemos nas pecas de loica de barre vermelho, Os telhados coloridos si0 de grande efeito, especialmente as de uma cor anica. Fig. 15—DIVERSOS SISTEMAS DE ALGEROZES EXTERIORES 13 ~ MADEIRAMENTOS E TELHADOS Tethas de vidro — De qualquer dos tipos ¢ forma- fos das telhas de barro, febricam-se telhas de vidro des- das & cbtencao de luz nos sotdos, esconsos ¢ onde por qualquer motivo se ado possam construir clarabéias, tas telhas em geral casam bem com outras telhas > econémicamente zesolvem 0 problema de iluminagéo na- ural nos vos dos telhados. A sua duracdo € regular e acompanhe a resisténcia de todo o telhado onde tenham lugar. ALGEROZES EXTERIORES A teumas vezes no é conveniente que os beirais pin- guem pare 2 cua e assim é melhor aplicar-se um algeroz de celha pare a recolha das Sguas da chuva. Estes algecozes construides de chapas de zinco ficam ypoiados ou dependurados, como melhor convier, por neio de consolas ou suspensérios de barra de ferro. © assentamento destes algerozes no comprimento de oma fachads, deve permitir um certo declive na dizec- %o dos tubos de queda, para onde despejem. ‘Os tubos de queda destinados a receber as Aguas pluviais desses algerozes podem ficar dispostos em qual- uer ponto da fachada, como melhor satisfaca os prin- iplos arquitectonicos da obra. Tanto podem ficar si- wiados nas extremidades dos algerozes como em qual- quer cutzo local dos mesmos. ‘Os tubos de queda ligam aos algerozes livremente. 3stes possuem um furo com o didmetro necessario € pro- vido de um tubo, também de zinco, que enfia propria- mente ng tubo de queda. Na Figura 15 mostrzos alguns casos dos algezozes TUBOS DE QUEDA OS tbos de queda que séo destinados # conduzi as aguas pluvieis do algeroz para o exterior ou para im colector que as leva a destino, sio de duas espécies: ws interiores © os exteriozes. Os de prioieica espécie, os que descem a0 interiox das paredes, s20 consireides por aenilhas de grés, de cimento ou mesmo de ferro preto. Os da segunda esp: cie, 03 que se fixem no peramento das fachades, $30 constrvigos. de chapa de zinco, de ferro galvanizado ou mesmo de ferro preto ou fibro-cimento. Geralmente os tubos de queda exteriores construidos de zinco no atingem o nivel do terreno. Para se eviter @ sua damificagao so substituides no seu sltimo trog0, uns 2,00 do chao, por tubos de ferro preto, gue suportam maior resistencia, Em algumas edificagées os tubos de queda exteriores entram nas pacedes pela altura do primeiro pevimento, a fim de ser evitedo esse inconveniente. A fixagio dos tubos de queda exteriores & feita por de bracadeizas de ferro metidas na parede, onde ficom seguras por uma unba racheda, Esta bracadei 1&0 € mais do que uma anilha constituida por duas pecas que se ligam depois de assente 0 tubo, por parafusos de porea. Os tubos de queda sfo formades por fragmestos do comprimento das chapas de zinco, para maior economia, geralmente de 1,20, que enfiam uns nos outros. Cada Fragmento ou pedaco de who fica metido numa anilha, conde se dependura apoiedo no filete exterior de boca da campanula (Fig. 15). O di&metro dos tubos de queda € geralmente de 0,08. A passagem das Sguas do algeroz pera o tubo de queda & em geral feita por meio de uma manilha curve que as despeja para um funil de zinco, assente sobre © tubo onde enfia. GUARDA - FOGOS Tritt esta designaco os muretes que se constroem @ separar os grandes telhados com o fim de nao dei- xar propagar os incéndios através das coberturas. ‘Os guarda-fogos elevam-se 2 partir dos tectos do iltino andar de um edificio, sobre alguma das suas pa- redes divisérias, atravessam todo 0 s6ti0 ou vio sob Fig. 16—TELHADO PROVIDO DE GUARDA-POGO MADEIRAMENTOS E TELHADOS lorries > Pilartros Fig. 17 EMPENA COM BEIRAL 0 telhado € aparecem-nos sobre este com 0,40 ow 0,60 de altura, & vista (Fig. 16). ‘Nos espacos dos sétdos das grendes edificagdes cor tados pelas paredes do guarda-fogo deixem-se ficar ‘umas aberturas ou portais, para 2. livre passagem etre- vés de todo 0 edificio e vigier-se a conservagio do ma- deiramento, | let s paredes dos guarda-fogos atravessam a casa na sua largura, entre fathedas, onde encesttem como st cede com todas as paredes divisérias, e acima do te- Ihado ligam as platibandes, interrompendo os algerozes. Estes tém-as suas saidas préprias dentro do especo en- tre 0s quasda-fogos. Os (guard-foges, pelo menos exteriormente, devem ser embogedos € rebocados como todas as outras pare- des. Acima do tethado recebem a caiacdo ou 2 pinturs, tal qual como as chaminés e as platibandes. GUARDAS DOS TELHADOS ano os telhados so desprovidos de platibenda, como sucede com as coberturas A portuguesa, € muito conveniente aplicar-se-lbe uma guarda destinada 2 proteger as visitas de conservacio. EB de uso corrente fazer as guardes dos telhados por meio de grades de ferro, da maior simplicidade pos- Sivel. A localizacéo deste motivo, que de utiitario passa a ser ornamental &, em geral, um poveo atris do beitado. ‘A sua fixagio pode ser feita por maneiras diferen- ies, sendo as mais usvais aquelas em que a grade en- castra alguns dos seus prumos na alvenaria, onde se prende por uma unha rechada, e os que dispdem de tumas hastes que se fixam por parafusos no frechal ou no harbate. Para a passagem dos prumos das grades através das telhas furam-se estas nos sitios aproprisdos: seguida- ‘mente estes buracos so tapados e remetados em zedor dos prumos de ferro com massa forte de cimento. REMATES OS cantos dos tethados que nos apazecem nas cober- tures providas de tacanica, isto é, nas coberturas dos edificios com duas ou mais frentes, s30 rematados guase sempre por uma peca de barro, a que se da a de- signagio de canto, quando so apenas umas pecas an- gulates, ¢ de poisa-pardais. quando comportam vma certs elevacdo com qualquer forma, mas em que predomine uma espécie de asa. Nos ‘elhados de beiredo, so imprescindiveis os poisa-pardais, para a sua elegducia e imponéncia. Nas edificacées das casas chemadas @ portuguesa os poisa-pardais tm um lugar de muito relevo nos seus telhados, pois que em todas os seus angulos se osten- fem, E de facto em todos os telhados provides de beirais © seu remate angular deve ser 0 poisa-pardeis. Nes velhas casas minhotas também os telhades sio omados nas suas arestas de ceracteristicos ornatos. as pombas de gesso. Estas pombas, embora de ume grande imperfeicio, pois so obra de populares artesées, dio aos telhados gue as ostentam vistosa e saborosa graciosidade acolhe- dora, ¢ formam com a escadaria exterior dessas casas jum Conjunto de grande beleza ristica. No desenko (Fig. 12) wostramos os remates dos bei- ais nessas formas graciosas de sabor um pouco nistico, mas sempre de jovial conjunto. * NAS siifcacses & portuguesa, em cujos telhados pre- dominem os beirais de telhas de mefa-cana ou de canal, € costume, as vezes, quando se 030 constroem cisalhas, aplicar-se inferiormente uma fiada de telhas, como remate de efeito decorative Estes sub-beirais de telhas si0 de belo aspecto ¢ nas pequenas cases onde a feigdo econémica se patenteia, est5o sobejamente indicados. ‘A construgdo de cornijas € sempre, mais ou menos, dispendiosa e nas edificacdes de escass2 dimenséo tor na-st um tanto ou quanto pesade. A fiode inferior de telhas de canal empresta 2s fachadas uma agradivel simplicidade. Nas grandes edificagSes, de mais de dois andaces. j8 se podem construie comnijas, pilastras © outros moti- vos que encerecem a obca. Nes pequenas fachedas a simplicidade € tudo. Técnicamente a disposicéo das telhas € absolutamen- te livre em relagio ao telhado. 15 — A Pig. 18 -REMATE DE BEIRAL (A Algador B— Planta) E dispensével que as_telhas do sub-belrado se combinem com as do beiral. No nosso desenbo (Fig. 12) mostramos a disposicdo do sub-beiral em relacdo com 0 beiral, que, ecentuamos, € sbsolutamente livre. ‘A velhe que forma 6 canto tem de ser cortada, para former 9 angulo. * ANDO os edificibs provides de beiral ficam entala- dos ou seguidos de outras cases com outra forme de telhado, o seu aspecto € zbsoluiamente mau se no tiver em conta 0 seu bom remate, Em geral véem-se telhados de beisal seguirem e ter- minarem sem remate, terminando a edificagéo de uma extremidade € da outra com as classicas pilestras, como se isso fosse 0 bastante pare boa terminacéo da obra. Pera 2 boe harmonia da cobertura em face do ali- shemento das edificacdes € sempre bom darthe um re- mate conveniente. Assim, contorna-se o beiral (Fig. 18) sobre a f2- chada viziaha, obtendo-se para 0 conjunto uma elegén- cia construtiva acentuada. Nas construcées encostadas, s6 em casos especiais se fazem tacanigas: as duas dguas mestras so 0 que h& de mais indicado e usual Sé as beirados com a sua comija, se a tém, devem ter os seus comomes, — 16 FES certss edificastes ficam as empenas a vista, porque “se no quis dar 20 telhado mais do que as du wulgares éguas mestras e, assim, se a cobertura disp: de beirais, € mister dotar também esta frente com beir adequado. © telhado poder, como j& temos acentuado, set construido com telhas de qualquer tipo e possuir 0 sev elegente heirsdo com as telbes de canal, que também 0 mesmo modo podem ser aplicadas sobre as empenas. No nosso desenho (Fig. 17) demos um aspecto de ema eapena provida de beirado, que forma, por isto, Engulo com as frences. Estes Angulos podem possuir poisa-pardais. pombas de gesso ov qualquer omsto ceramico. ‘© assentamento dos beirados & sempre semethant ho zspecto € na consirucdo. Quando uma casa possui alpendrados nes suas fren. tes principais, também os pode possuir mas suas empe- nas. Tuds depende do projecto da obra. CHAPAS METALICAS USADAS NAS COBERTURAS PESO DE 1 METRO QUADRADO DE CHAPA DE ZINCO 030 210 035 245 049 280 045 315 050 058, 068, ors 58, 082 374 098 658 1.08 756 121 a7 134 938 ia 10,28 PESO DE 1 METRO QUADRADO DE CHAPA ONDULADA DE FERRO GALVANIZADO acces Epo a 0457 576 0538 64 omit 854 ost 9,86 128 1259 11626 ° 1740 ee Fr RE ROAR ALAA TANTEI INN TINEA IE ME IE . r 12 TEXTO E DESENHOS DE ENCICLOPEDIA PRATICA DA CONSTRUCAO CIVIL 12| ¥. PEREIRA DA COSTA TECTOS DIVERSOS OS tectos das habitagses #0 em geral de dois géne- ros: os de madeica e os estucados. Os tectos de madeira ainda constitiem variadas es- pécies desde as antiquadas coberturas de viges de ma- deizas pesadas, a vista, e dos de caixotées ricamente tha- balhados. até as esteiras de foro, leves ¢ simples. A variedade € assaz grande, As formas dos tectos de madeira séo do mesmo modo também grandes. Os tectos estucados formam relativa variedade desde 08 de mais tica ornamentacao até zos de wafor singeleza. De entre os tectos estucados ha aqueles de esteira ae fasquisdo, de placas de estale e os das lajes de betito 2ecrado. . Fora deste quadro 36 ha a contar os tectas especiais, construidos por necessidades isnperiosas de determinadas edificagdes para fins pasticulaciesimos. E entio nestes ‘casos temos a aplicacdo de materiais de grande diversi- dade. Em tempos antigos contivamos com os famosos tte- tos de absbads dos diversos sistemas construtivos. De todos os tipos de tectos sctualmente em uso da- remos deseavolvida reseaha. ig LI i 4 tt aS J Pig, 1~ TECTO DE CAIXOTOES DE MADEIRA TECTOS DIVERSOS PRELIM A, constzusso dos tectos esté actualmente generalizada simplesmente dgueles que so estucados, nas casas de habitasao de ordem velgar. Nas casas de certa im- portincia ainda se canstroem tectos de madeiras pesadas © de rica ornamentagio. Fora desta ordem de edificegdes aplicam-se tectos de factura requintada ex estabelecimentos comerciais, onde, or vezes, vemos magnificos trabalhos de cerpintaria. Em alguns saldes particulares também se constroem teitos de preciosas madeitas ¢ de estugue revestido de * folhas de ofro, com sangueados perenes de delicada ornamentacio. So 4185 os principais tipos de construgdo de tectos, nas nossas edificagées, que enumeramos com pormenores, Temos os tectos atsentes em esteira, os que se cons- troem no vigamento dos pavimentes ¢ os que se fazem ‘nas placas de betfo armado que servem de pavimentos. Estes ‘iltimos so meramente esbocados ¢ caiedos ou esbocados ¢ estucados, enguanto que os primeiros pode- ro ser de madeira, estucados ou constituides por placas dos mais diversos materiais. , VIGAMENTOS DE ESTEIRA A, ies 08 vigamentos destinados a suportat os tectos s¢ di a designacao de vigamentos de esteira ou sim- plesmente esteira, ou ainda esteira de tectos. A sua disposicao €, em geral, mais ou menos idéatica 0s vigamentos para sobrados, desenvolvida no sentido mais estreito das dependéncias a cobrir, por efeitos de economia, tanto do volume da madeira como da mao de obra. Para afastemento das vigas bastam_uns 0.40 de eixo 2 Gixo das suas espessuras ou 0,30 entre elas, quando se tratar de tectos vulgares estucados ou de ma- deira, Pare outros géneros de tectos 0 afastamento das vigas sez diferente, como teremos ocasilio de observar. As seccbes precisas para estas esteiras stao na con- cordancia geral estabelecida no mercado, que pouco mais ow menos acerta com os célculos arbitrados para cada superficie. A média das secgbes usadas para as esteiras dos tec- tos € a seguinte: 0,10X0,06, 0,120.06 € 0,14X0,07, para dependéncias de superficie até 3,50 de comprimento 2 de maior cutelo para maiores dimensdes. Todos estes vigamentos deverao ser devidamente tarigadas, como fazemos para os pavimentos (%}, 2 fim de se obter uma solider que evite oscilagdes que podem racher os tectos guando estucados, Também nos cabe aqui lembrar que todas estas madeiras deverdo estar bem secas para se evitarem os torcimentos, que prejudicario bem de-pressa ‘os tectos em toda a sua estratura, quer sejam estucados ou de madeira, © mau estado des madeiras ¢ muitas vezes, quase sempre, © motivo danificador des tectos. () Ver,o Caderoo Ne 7 desta Eaciclopédia (Pavimentas de Modeica). —2- INARES As vezes, em certos casos, quando a superficie 2 co- brir ¢ de deminutas dimensSes, constroe-se a esteira ape- nas com serrafdes de 0,08%0,05 ov ainda de 0,08 X0.04 e também de 0,07X0.03, 6 que se pode considera sufi- ciente, tanto mais que © peso a suportar pelos tectos & apenas a sua carga propria, Para efeito das visitas 20 sétd0, deixam-se ficar assentes sobre as Paredes das divis6rias mas passadeiras constitvidas por uma ot Suas tabuas de 0,035 de espessura, que no sobrecarre- gam os tectos. Em todas as plantas das edificagdes vemos que bd umas dependéncias maiores do gue outres, 9 que nos faz prever uma economia de madeira na construg3o das festeiras, a respeito dos cutelos das vigas. 0 que pode fazex-se, mas lembramos, contudo, que € préprio norma lizar-se todo 0 vigamento numa s6 sec¢i0, a mais forte. Como vantagem indicames que, sendo as dependéncies pequenas, podemos fazer correr um vigamento ou serra- fado comprida sobre alguns desses compartimentos, 0 que nos tzaz economia de mio de obra e aumento de solidez na estrutura. No entanto cada obra € um caso eG Construtor estudaré 2 economia convenieate, por- gue is vezes um vigamento curto podera topejar com um outro de maior comprimento, obtendo-se boa seguranca € fazendo-se 0 aproveitamento da madeira de pequenas dimensées. ‘Temos descrito a construcSo de uma esteita vulgar para tectos estucados e de madeiza e vamos de seguida estudar as esteiras para tectos encabeicados, sanqueados ede masscira Para qualquer destes géneros de tectos constroe-se primeiramente a esteira pelo sistema vulgar (Fig. 2) € devidamente terugada, como dissemos, paca a sua boa icados ¢ sanqueados fazemos 0 assentamento de chincharéis ou tarugos entre as duas ltimas viges de eads lado das paredes longitudinais (Fig. 3) para neles assentarmos as tabuas de cabeiza, tal qual como nos sobrados, ¢ as cambotas para as san- cas respectivamente. As cambotas ficam pregadas superiormente 20s chin- charéis € inferiormente ficam encastradas nas paredes. Algumas vezes os chincharéis no ficom assentes eatze gs dung vigas, porque se dispensou a que fica encostada 3 parede. Assim, neste caso, o chincharel assenta de um lado no forneco aberto na viga e @ outra extremidade en- castra na parede. Nao se deve clvidar que todo este trabalho deve ser muito bem nivelado, Para os tectos amasseirados poderemos também fazer a aposigdo de chinchareis, como fizemos para os tectos jé ‘estudados, mas vamos atender um pouco na economia da obra, © assentowento das vigotas da masseira é feito pre- gendo-as de par nas vigas da esteira no sentido do com- primento destas (Fig. 7), por meio de orelha e dente, en- castrando 2s suas pontas inferiores nas paredes sioner Nop seatida da larguea da casa 0 assentamento das vigotas é feito sobre 2 viga da esteira por boca de lobo e encastrando a ponta inferior wna parede. A viga en- costada fica indtil e, se nao precisarmos dela para outro fim, alg devemos assenti-la. Quando a masseica € executada com madeiras pesa- das © cheia de ornatos que a sobrecatregam, faz-se. em certas construcées chamadas de categoria. 0 assenta- mento de chincharéis em todo 0 sentido transversal da esteira, a fim de neles serem assentes as vigotas respec- tivas (Fig. 2). ‘As vezes, por motives decoratives, no € conveniente fazer-se a fixacio das masseitas sob a liaha das vigas, e, assim, com a linha de chinchacéis assente, podem assen- tacse as vigotas a onde melhor convenka e resolve-se qualquer complicagio Todos estes assentamentas deverio fcar muito Sem nivelados € certos pela sua parte inferior, isto €, do lado do tecto. Se ado se empregar madeira de quina viva e ances de meia-quadea, devem 23 arestas Boleadas ot chanfradas ficar para cima, ESTEIRAS ESPECIAIS Coorsimenasos esteiras especiais agiclas que se desti- nam a tectos mais ov menos invulgeres, como sejam os de massa forte, os revestidos de chapas de variado material e ainda 0s conhecidos tectos falsos. Pata os tectos construidos com massa forte é conve- niente que as vigas da esteiza sejam selativamente grossas, a fim de se poder pregar bem a rede metélica, Big. 2~ PLANTAS DE ESTEIRAS Em Cima ~ Esteire para Tectos Encabei- rados. Em Baixo —Edeira para Tecior Valgaces TECTOS DIVERSOS {| Nae Fig. 3—ESTEIRA DE. MASSEIRA A) = Pormenoe dos Chinchacis quer _seja do chemado metal distendido, quer seja de simples rede de capoeiro. Para os tector de chapas metilicas ou de fibro- -cimento combina-se em geral a equidistancia das vigas de molde que as chapas se fixem nas extremidades e, se 58 de grandes diamensies, se possém também pregar ou aparafusar 2 meio ou a tercos. Para a execucio destas esteiras € conveniente dese- nhat-se 0 respectivo pormenor. Wd Fig, 4~ESTEIRA ENGRADADA DP TARUAS. AO ALTO —3— TECTOS DIVERSOS Nesta ordem de trabalbos no € necessirio gue se assente ema esteira, como fazemos pata os tectos vul- gares de madeira ou estucados. As esteiras para os tectos falsos devem construir-se com serzafées apropriados, assentes de par nas viges rincipais ou, o que sucede muitas vezes, pregados no sentido transversal da esteira Nos desenhos que apresentamos para os estudos dos tectos de caixotées (Fig. 20) mostramos a execucao do assentamento do serrafado, ‘Tamibém fazemos refecéncia s esteiras apropriadas Para os subcéus, que so sempre provides de cadeias, a fim de se deixarem as caixas para os envidracados. Fora das caixas para os eavidragados, constréi-se a esteira apropriada a0 tecto que se adoptar. Esta esteira preperada para conter subcéus deve cuidadosamente executada, com as vigas bem esquadria- das, pois que qualquer ligeiro empeno pode prejudicar ‘© assentamento dos envidracados. © caso das esteiras engradadas, solusio que no satisfaz plenamente o fim visado; é também assunto para estudo. Recoxe-se 2 este sistema de esteira quando a superficie de qualquer dependéncia a cobrir ndo pode comporter grandes vigas, por falta de elegimento para elas ou por qualquer outro motive estranho, ‘Algumas vezes para tectos estucados de grandes efeitos decorativos em que se teme o comportamento das vigas por oscilagées. torcimentos ¢ outros inconvenien- tes proprios das madeiras nem sempre bem secas e de- sempenadas, coastroem-se estes engradamentos. Esta construcao consta simplesmente de tabuas del- gadas, uns 0,03'€ quanto basta, com 0 cutelo de 0.18 ou 0,20, encastradas nas extremidades, como de ordi- nitio, ¢ taragadas amiudadamente em fiadas de tébuas da mesma espessura ¢ altura, como mostremos a0 de- senho (Fig. 4). ‘Os pedacos de tabua que tamgam as tébuas com- pridas entram nestas por rasgos abertew em toda a sua altura, Fica estabelecida uma espécie de grade, cuja solidez € absoluta © parece que pode evitar os temidos desmandos de madeiras verdes ou de mé qualidade, 2lém de serem muito Jeves, o que em certos casos ¢ de estimar. Por este processo podem construirse tectos de ma- deira ou estucados, de qualquer dos sistemas em uso. TECTOS SOB SOBRADOS JE, 42 maior prstica construirem-se os tectos 0 viga~ mento dos sobrados. E medida econémica conce- hida como nada prejudicial; ao entanto surgem As vezes Gesvantagens ou prejuizos de grande importincia. A. combinagio dos varios elementos dos vobrados com os tectos nem sempre resulta como se deseja. Umas vezes ¢ 0 solho que esié verde ¢ puxa para certo lado, ‘outras sio as vigas a torcer para um lado € outro, € para concluir estas considerasses, fazemos notar que 0 foro dos tectos de madeira e o fasquiado dos tectos estucados também puxam cada um para a sua banda Resultado: os tectos 2 rachar e a avizinherem-se todas as consequencias, ‘Nas construcées vulgares € assim, porém. que se constréi e @ suficiente. As vigas zecebem © solho por cima e © tecto por debaixo (Fig. 5 « 6) Nos tectos de Iuxo fazse 0 assentamento de uma esteira por debaixo do vigamento do sobrado, a fim do ecto ado softer as causas do pavimento. Mas isto. € claro, € obra mais cara, As secgées destas esteiras sao iguais as restantes esteiras livres. ‘A construgio destes tectos falsos ¢ usada por neces- sidade mas casas cuja cobertura € uma laje ou placa de betio armado, para ser eviteds 2 pastagem de humida- des que vem do exterior. Neste caso o tecto € completamente isolado da co- bertura do edificio. como nos tectos dos ailtimos andares de qualquer edificacao. ULLA,. asi 5~CORTE DE TECTO DP MADEIRA E DO PAVIMENTO. SUPERIOR Pig. 6~ Corre De TECTO ESTU- CADO E DO PAVIMENTO SUPERIOR TECTOS DIVERSOS Fig. 7 ~TECTO DE MASSEIRA : (Do Lado Bequerdo: Cocte Longitudinal; Do Tado Dixeito: Cecte Transvessa) TECTOS DE MADEIRA OS sectos de madeira s50 05 mats antigos, desde que comesou a consiricio de tectos nas habitagdex. Os primitivos tectos eram apenas uma cobertura, as- seate sobre um vigamento, tat qual como so os soalhos dos pavimentos dos andaces. As coberturas das babitagdes dos sltimos _andares exam ligeiras esteiras pregadas paca secrafSes. S6 muito mais tarde se construiram os Belos testos com as vigas 4 vista ¢ os famotos caixotées ornados de ricas obras de talha. Mas estes suntuosos tectos artezonados $6 se coastruiam nos palacios. ‘Nas edificagSes vulgares feziam-se as esteiras sim- ples ¢ nos sales com alguma categoria aplicavam-se 60s tipicos tectos amasseirados, onde a pintura decorativa sobressaia, nas suas tintas de cola, entre molduras de raroavel desenvolvimento. Até & actualidade chegaram ¢ ainda se usam quase todos os tpos de tectos de madeira e nas construgies regionais ¢ de lugares preteasiosos vémo-los construidos de madeiras caras ou na Sua imitagio, em busca de ar- caismo. Actualmente constroem-se os tectos de esteira, de masseica e de caixotées, segundo o valor das edificagies que os comportam ou conforme © gosto que deles se espera. Utilizam-se para “estas obras madeiras de diversas qualidades. Nes construsées populares emprega-se 0 pinko, que umas vezes € pintado de branco, a dleo ou 2 cola, outras veres € simplesmente envernizado, Em algumas localidades temos vista tectas de exteica construides com pinho bravo © com pinho manso. em tabuas alternadas, resultando das suas cores diferentes um efeite expléndido depois de eavernizado. Nos tectos de preso elevado empregam-se madeiras ricas, porque geralmente ficam enceradas. Os tectos de “steira sio covstituides par tabuas de forro (*) aplainadas s6 na face ¢ em geral com uma (7) Taboos que geralmente tim a espeseura de O01; quaado so de casquinhs a sua espesgura € de quate fas. pequena moldura corrida nos dois cantos, quase sempre fémes on sinc. Qs diferentes tipos de tectos de madeira vamos pas- sar a descrever detalhadamente, de modo que todos pos- sam assimilar a nossa descsicéo. FORROS DE ESTEIRA SIMPLES JD) % fades as exteiras 3 mals econdmice € a que € cons ‘ituida por tabuas, simplesmente encostadas mas ais outras ¢ a de maior rego a que se forma por réguas de 0,10 de largura, de macho e fees, e encabeitada e _moldurads. As tabuas so pregadas para as vigas ou serrafoes, com pregos de fasquiado com a cabeza achatada, se séo. € claro, tectos para piutar ¢ com pregos redondos de acads, de 1¢ ¢ 14, se sé0 para ficar 4 Depois de toda a esteira pregada sio todos os pregos rebatidos: ge os tectos ficam & vista a covidade da ca- bera dos preges € coberta com cera virgem ou qualquer outra espécie de betume adequado, se $80 pintados $40 essas cavidades sujeitas a betumasdo e barcagem com massa de éleo, como € préprio desses trabalhos. Todos os tectos de esteira de forro de madeira si0 rematados para as patedes por ums eba, que € uma réqua que se prega para o paramento da parede. Esia aba acompanha 0 tecio © recede como ele 2 sua pintura da mesma cor, ot fica encerads ou ex branco como a esteira a que liga. Forro de junta — Encostam-se as tabuas ao lado umas das outzas ¢ pregam-se para as viges com dois ou eis pregas, conforme 2 sua largura, que em geral é de 0,16 a 0.22, Depois de toda 2 esteira estar pregada assentam-se as abas, cujo canto superior € sutado de encantio & esteira, TECTOS DIVERSOS LL Pip.8 > TECTO DE FORRO DE JUNTA A eltura das abas variavel, podendo também ser moldurada. A aba € pregada por tacos embebidos nas paredes, tal qual como fazemos com os roda-pés. Algumas vezes as junts do foro so cobertas com uma fasquia simples ou molduzada (Fig. 8). Todas as tabuas sio devidamente galgadas, para que fo seu nimero numa esteira seja regular e com a mesma largura. Forro chanfrado — Para este génezo de esteira pre- param-se as tibvas, devidamente galgadas « com os cantos chanfrados. Assentem-se encostando também as tabuas umas as outras. ia forros com os chanfros de cada canto simétricos um 20 outro, para se eacontrarem tabuas de espera € de cobrir ¢ ha fortes com os chanfros opostos em cada canto, No ltimo caso o esteira assente-se 2 encher e no primeiro assentam-se primeizamente as tébuas de es- pera, espacadas devidamente de acordo com a largura das tbuas de cobriz, que s6 no fim se pregam e ficam entalades entre as de espera Forro de meio-fio — Tem estas tabuas os canios pro- vidos de meio-fio, t2! qual como as tibuas de solho € assim também se assentam, havendo as tébuas de espera ¢ 5 de cobrir. As tébuas tém também de ser bem gal- gadas para que a perfeicio seja obtida facilmente. ‘© pregamento € executado pregando-se a tabua de espera com sim prego a0 centro e 66 depois se prego a tabua de cobrir com um prego em cada margem. Quando estas tabuas de cobrir so de boa Jargura prega-se tam- bem um prego no meio. FORROS SOBREPOSTOS D5 foros mais usados nes cases de habitesio sé0 aqueles_que geralmente se designam de esteira sobreposta (Fig. 9). As tibvas para este sistema de forro slo simples- mente aplaiadas numa face ¢ com os dos cantos fits no gue se refere as tabuas de espera; a respeito das ta buss de cobri, estas s30 tambem aplamnadas nua face € depois dos cantos feitos so desengrossadas & junteiza —6— pelo seu tardoz. E este desengrossamento nos dois lados das tabuas de cobrir que assenta sobre as de espera (Fig. 11). ‘Os cantos das tabuas de cobrir sio em geral moldu- rados com fémea ou com qualquer outro perfil muito simples. ‘ ‘© assentamento deste forro, quando € a encher, faz- -se pregando as tabuas de espera ou camisas com um prego a meio, sobre cada viga, ficando espasades umas, das outras 2 largura necessiria para se fazer o assen- tamento das tabuas de cobrir ou saias, que se fixam com dois pregos 20s lados pare atingirem as camisas. Em volta dos tectos assentom-se sobre as paredes as abas, O assentamento destas esteiras € de uma grande singeleza, como pelos desenbos muito bem se observa. Tectos encabeicados — Quando séo de relativa im- portincia 2s dependéncizs a forrar também quase sem- re se encabeiram as esteiras. O encabeirado dos forros consiste em assentar em toda a volta das esteiras uma ou mais tébuas de cabeira. Estas sto em geral iguais As gue se pregam a encher a esteira, \s ligagbes das cabeiras nos angulos das casas tanto podem ser fertas por meia-esquadria, como de topo. As jungées das tébuas que formam a esteira"central com as das cabeiras so cobertas com uma pequena réqua molducada ox mata-juntas (Fig. 10). Este foro de esteira € de todos os sistemas o mais pratico ¢ sem duvida o mais usual (Os pregos que se utilizam para estes forsos so os de fasquiado N.* 5 para as camisas ¢ os de sétia N27 para as saies, pois que estes tém de atravessar também as tabuas de espera ou camisas. FORROS DE MACHO E FEMEA G fe estes forros de macho e fémea os que melbor ace- bamento podem dar a um tecto vulgar de esteira 2 encher. Estas tSbuas que tanto podem ter de largura 0.10, 0,12" ou 0,20 tém a mesma espessura dos ovtros forros. Quando a sua lerguza € estreita € costume com- portarem mo canto do lado'do macho uma pequena mol- dure, que € quase sempre 0 rincéo. ‘As diferencas das larguras largas ¢ estreitas dé ori- gem a dois sistemas de forro de tectos, que passamos 2 descrever. Forro largo ~ Este forro ¢ quase sempre desprovide de qualquer moldura: As tébuas so aplainadas como é necessirio ¢ os cantos depois de feitos so providos, de um lado, de macho e, do outro, de fémea. E da maxima conveniéncia que 2s tibuas fiquem bem galgadas ¢ de espessura desengrossada em todas elas, para gue. quando se assentem, os machos enfiem rapi- damente nas fémeas e a face do tecio fique sem altos € baixos. Embora seja sempre conveniente fazer um afa- gamento ligeiro com ume plaina de dois ferros, a exe- euso da mio-de-obra € muito facilitada, Este tipo de esteiza com tSbvas largas (Fig. 15) & de assentamento muito rendoso. Depois de todo 0 assefitamento procede-se & aposi- so das molduras, quando © tecto fo fica completa- mente liso, A disposico das molduras em réguas ¢ fas- quias é feita livremente. Podem ser pregadas em qual- sedate Fig.9~TECTO DE ESTBIRA DE CAMISA P SAIA quee lugar, obedecendo-se simplesmeate ao seu desenko, Para este tipo de tecto nfo € preciso dotar o viga- meato de qualquer disposicao especial nem prové-lo de chincharéis. As moldures deverio ficar bem alinhadas e bem cor- tadas & meia-esguadria. Foro estreito ~ Com réguas de 0.10 ou 0,12 pre- para-se um forro magnifico, de bom efeito e aprestado para_a formacio de apsinelados. Este forro € sempre‘dotade de um fincéo no canto provide dev macho. . Algumas-vezes tambéoi sé esoldura com fémea, mas © rincdo & 0 mais apropriado.~ Consiste esta pequena moldura num arredondado de. azesta, como apreseatamos nos cantos das viges na Fig. 23, muito facil de correr e ligar a meia-esquadzia, ‘Nas esteixas 2 encher 0 assentamento ¢ de execucio muito cépida devido 3 sua pouca largura. + O fort moldurado no necessita de afagamento. TECTOS DIVERSOS Fig, 10—TECTO DE FORRO ENCABEIRADO Nos desenhos (Figs. 13 e 14) mostramos alguns tipos de apainelados e muitos outros se poderdo cons- truir a vontade do arquitecto e do construtor. Para esta ordem de trabalhos € mister dotar ¢ viga- menta com o¢ chinckaréis necessaries para pregamento das tabuas. Este fazse como nos salhes; aplica-se 0 prego aa junta sobre macho. Por este meio o tecto fica sem os pregos & vista, pelo que pode ser envernizado na cor da madeira Algumas vezes na construcio destes tectos empre- gam-ze tabuas de varias cores, o que Ihe da um bonito aspecto, Com madeira de picho conseque-se isso facil- mente. Nos tectos de forro apainelado também se costuma faze 9 encabeiramento, que 8s vezts conta trs ou mais Fig. 11 —CORTE DO TECTO FORRADO DE CAMISA E SAIA TECTOS DIVERSOS © tagade para os apainelados € obtido dividindo @ superficie a cobrir no nimero de partes iguais que figque de acorde com a planta do tecto: a sua marcacao no vigamento da esteira é feita com cordéis fixedos em pregos apontados. Para a boa execucdo destes tectos constituides por painéis, € da maior convenigacia desenhar-se a planta pormenorizada da esteira, mesmo que se estude o tecto Propriamente dito. 'B segundo 2 planta que se faz a construgdo da es- trutera do tecto. ESTEIRAS ESCONSAS Qs tectos em rempa podem ser forrados por diferen- tes modes, alguns dos quais estudamos dentro dos principios usados na carpintania Um dos sistemas destes forros € 0 da sobreposicio, pregando-se 20 serrefado a camisa e sobre esta a saia, come se pratica nos tectos vulgares destas obras. ‘Outro sistema em uso corrente é 0 de escama. O seu LVAZA KS VAISS Fig. 13 ~TECTO ENCABSIRADO E QUADRICULADO —8— assentamento inicie-se pregando-se_a primeira tébua sobre 0 serrafado de um lado ¢ sobre uma ripa, para The dar altura, do outro. Seguidamente vao-se pregando as tibvas, sobie © serzafado e sobre a tibua ja assente, ficando sobrepostas umas as outras em toda a extenséo do tecto. Este sistema € bastante pritico. A preparago das tabuas consia £6, além do aplainado da face, da factura os cantos, Um dos cantos, 0 que fica do lado exterior, asseate sobre 2 tabua anterior, € em geral maldurado ou chanirado. As tabuas so desengrossadas, correndo-se @ jun- teics 20 tardoz, a fim de obter uma espessura igual em todas elas, junio ao canto exterior, conforme vernos ne Pormenor dos nossos deseahos (Fig. 12). Estes tectos Ge ramps S8o utilizados em sotdos para aproveitamento da isclinacdo do telhado, Lembramos, porém, que para a construgso destas esteiras no deve ser aproveltade 0 varedo da cobertura, Consttdi-se, & parte, um serra- fado ou vigamento de esteica, para se evitar que as vibra- ges da cobertura ou torcimento das suas madeiras in- fluam perniciosamente na €strutura dos tectos ¢ nas pa- redes divisérias que lhes fiquem ligadas. As cobesturas dos edificios apoiadas, como no po- dia deixar de ser, nas paredes mestras e raras vezes Das interiores, nao devem ligar-se as esteiras de tectos nem a outros motives interiores da construgio. TECTOS DE MASSEIRA C3 tectos de masseica (Fig. 78) que sao constituidos por uma esteira plana central e por esteiras incli- nadas para as paredes, formando como que um tecto chaafredo, foram muito usados nos séculos anteriores, quer construidos em madeiras quer depois, mais tarde, estucados. Actualmente ainda se constroem nas moradias pré- Fries @ de ar solarengo estes interessantes tectos. onde. Por vezes, a pintura decorativa mostra o sez belo es- plendor. ‘Os vigamentos para as masseiras s2o em principio consiruidos pela forma gezal de todos os vigamentos. Assentera-se as vigas de parede a parede com a equi- distincia estabelecida. umas das outras, e depois faz-se © assentamesto dos serrafées ou vigatas inclinadas (Fig. 7) para a fixacdo das masseizas. Estes serrafées podem ser pregados de par as vigas no sentido longi- tedinal da esteira, ¢ encastrados na parede, e no sen- tido transversal so fixades as vigas por Boca de lobo ou por bigode (Fig. 19) e também com as suas pontas encastradas na parede, A inclinagao do amasseirado € variével. Vai dos 45° até 2 um espraiamento que 0 arquiterto, tenha projeciade. Quando por conveniéncia para qualquer efeito da masseira as vigotas no possam ‘coincidir com as vigas da esteira no seu sentido longitudinal, € mister fazer-se © assentamento de chincharéis (*) para neles se assen- tarem as mesmas vigotes, ficando assim desencontradas das vigas. . (7) Antigamente os chinchareis tambien cram éesignados por fornecos, nome propre da escarva ends entra 2 orelks do chinckerel SECO UR NRA RRR Ey cee TECTOS DIVERSOS Fig, 1€-~ TECTO DE FORRO RINCOADO Concluida, por conseguinte, 0 vigamento da esteira, vomes descrever 0 forro da masseita, pois que o do tecto € j8 nosso conhecido, (© revestimento da masseira pode ser feito de forro 2 encher. como sabersos pelo estudo dos tectos rectos, com fibuas largas ou estreitas, sobrepostas, encostadas, de meio-fio € de macho e femea. Qualguer géneso de fosra pode ser aplicado nas asseiras ‘Nas boas construgSes as masseitas, 3 vezes, sio constituidas por paineis engradedos ¢ alsofadados (Fig. 18) que se fixe as vigotes por pregos e também em maitas obras por pacafusos. Nestes tectos de masseira também, quando a sua esteira central forma painéis almofadados, se emprega eagradamento com a sua fixagdo aparafusada ao viga- mento. ‘Todos os sistemas de tectos apainelados, quer sejam Me L Fig. 15 ~TECTO DE FORRQ MOLDURADO ‘95 painéis obtidos por réguas quer por almotadas engra- dadas, tanto podem ser planos como dobrados. Nos nossos desenkos mostramos em pomnenor @ forma pritica desse género de trabalho, bem como as ligagoes das masseiras com as esteiras. Estas ligagdes, que séo em geral feitas nos angulos de tecto, so cobertas com réguas molduradas. Quando as masseiras so de foro a encker, em qual- quer das suas modalidades, tambem se podem fazer os apainelados, pregando-se por cima as molduras Gue os formam. ‘As abas destes tectos de boa apresentagio séo quase sempre molduradas com grandes pecfis. : Fig, 16 ~ TECTO DE FORRO DE MACHO = FEMEA Pig, 17 ~ TECTO DE FANTASIA E ENCABEIRADO oe TECTOS DIVERSOS ee p — om Fig. 18 TECTO DE MASSEIRA (Bx Cima: Plants: Em Balzo: Corte) TECTOS SANQUEADOS Dp rsexaw-se por tectos sanqueados aqueles que fa- zem 2 sua ligagfo com as paredes por grandes ciaculos, que s8o as sancas. Para a construgéo das sancas pregem-s2 nas vigas umas cambotes com a forma que se preieade dar ao san- quezdo, em geral um quarto de eirculo, cvja ponta infe- Fioc encastra na parede, como vesios na (Fig. 19-C). Se 0 tecto € de forro a encher também se enche a sanca, mas, € compreensivel, enche-se com réguas muito esteeitas, pata poder der-se a volta sem prejudicar a per- Fig, 19 ~ CORTES DE TECTOS A) = Masseira Aimofadada; 2) — Masstica de Porro de Macho e Fémea; C) ~Sanca de Forco de Macho ¢ Féncs; D) ~ Ligaséo da Masseira we feicéo do arco, O forro mais indicado para este caso € © de macho € fémea, O afagamento deste sanquesdo s6 pode ser feito com 2 plaina de volta ou de curvas © com o taspador de curvas. Alguaas vezes 0 tecto liga com a sanca sem qual- quer interrupgio, outras vezes fica separado por fasquies ou réguas molduradas ou lises. Nos tectos de pouca categoria pode o sanqueado ter pote cisculo; uma concavidede de 0,06 ov 0,08 € 0 suficiente. TECTOS ARTEZONADOS HAMAM-SE de artezées ov de caixotdes aos tectos de vigamento a vista e que provides de chincharéis focmam como que umas caixas decoradas, em que Por vezes predomina a talha. Estes tectos so considecados ¢ com justica tectos ricos. Sao quase sempre construidos de boas madeiras € 2 sua manufacture € muito cvidada logo a partiz do vigamento da esteira. (O vigamento € todo ele aplainado e 2s svas arestas infesiores so molduradas. O assentamento de toda a esteita € feito com perfeigao de acabamento, como boa obra de carpintaria que €. ‘© sisentamenta dos chincharéis que € logo feito a seguir a esteita fica regulado de maneira que as molév- ras dos suas arestas e das vigas liguem bem, a meia- -esquadria, sem deixarem fendas e imperfeigbes de murtagens. Ascente todo o engradamento da esteica fazse 0 assentamento dos caixoises ue so préviemente prepa rados fora do seu lugar. Quendo 0 tecto fica no. vigamento dos pavistentos prega-se em todos os lados das caixas constituidas pelas vigas e chincharéls, uns serrafos para depois se fixarem neles os tectos dos caixotées. Esta fixagéo pode set feita a pregos ou a parafusos. Quando, porem, 0 tecto € feito avma esteira livre de pavimenios podem os caixotbes ser metidos pot cima € assim fixados. ‘© que nunca € conveniente é que se faga a decora- sao dos caixotdes sobre © tardoz do proprio sotho do Pavimento, emboca tenha sido tratado com um acabe- mento para esse fim, As inconveniéncias séo muitissimas para 2 perfeigdo da obra. As vibragbes do paviments reflectiam-se na dutacdo da estabilidade do tecto, E da melhor conveniéncia aunca esquecer o compor- tamento das varies espécies de madeiras ducante as estagéts. Os tectos dos caixotées propriamente ditos so cons- tituidos por uns tempos engradados e almofedados com molduras que se fixam para os serrafées que prévia~ mente se pregaram nas vigas, para esse fim, como adiante dissemos. Por debaixo desses tectos pregamos ov aparafusa- mos para as vigas umas guarcigbes ou fasquies moldu- radas que os sustém, caso fiquem desligados dos serra- foes por qualquer cOnveniéncia, E de facto nada nos obriga a pregar 0 tampo dos caixotées. Podem ficar sol- tos Sobre as guamicdes ou fasquias, que deverd ser a a a methor maneita’ de os conservarmos sem deformacéo nenhuma. As vibragées do vigamento ndo podem deste mode atingir os fects dos cainoifes, que fleam incé- lumes. No nosso desenho (Fig. 23) mostrames os divecsos mados de se fazer o assentamento dos caixotées. ‘A decoragdo dos arte:6es depende do projecto da dependéncia em que a sua aplicagio se faz, pois que se tem coastruido nome genérico de sithares ou enxilhares A silharia ou ensilharia foi ¢ € muito usada nas gran- des construgées de grossas paredes. Quase sempre as paredes construidas com esta alve- aacia comportam do lado interior 0 sistema vulgar © do Jado exterior a enxilhacia. Em muitas obras a enxilhoria apresenta-se exterior mente como se fosse cantaria lisa em socos ¢ moldurada em bases © mesmo ¢m pilastras. Estes casos de cons- trugio encontram-se em edificios solarengos ¢ de estili- zagéo pesada. Também se designa alvenaria miste aquela que € construida interiormente com Pedra e¢ exteriormente, na formacdo ‘dos paramentos, com tijolo macigo, apresen- tando-sos & vista ura alvenaria de tijolo, sempre mais cara da que a alvenaria de pedra. Esta variante de alvenaria € resistente, sendo apenas exigida na sua construcdo uma cuidadosa agregacio dos tijolos com as pedras, havendo multo culdado em evitar qualquer espaco vazio entre esses materiais © uma boa argamassa de cimento e ateia. ‘Indentam-se alguns tijolos entre as pedras peles dife- rentes fiadas em toda a altura de obra ‘Na construgSo de pilares grossos € muito aconselha- vel este tipo de alvenatia, pelo lado econdmico e rapidez do trabalho. A alvenacia aparethada que é a eoxilharia, tem por vezes aspectos bem compostes como esses que nos vem dos Romanos, os Opus, que actualizados apreseatamos nas Figuras 4, 6, 7,8 ¢ 9. Pedras de aparelho ristico a Fig. 9~PAREDE DE ALVENARTA APARE- LHADA (SILHARES — Vorlante de Onis Pavvdi- sodomus) format paramento exterior na composi¢ao de alvenaria de pedras irregulaces. Os Perpianhos (Fig. 5) j& pestencem 2 uma alvena- fia propriamente apacelhada de pedras sobrepostas. OUTRAS ALVENARIAS (A -Salvenatias.de pedra ede sijolo sio.asuinicos para as. boas-edificagSes,. todavia -ba-considerer—as alvenarias pobres que também tém a sua aplicagéo nas pequenas construgies de certas regibes onde no abunda 2 pedra nem a cal. A taipa, que & terra mais ou menos argilosa bem amassada e mal sera, tect o seu emprego mas edificacoes de pouca monta em alguns recantos das provincias do norte do nosso. pais. Na antiquidade @ faipa foi muito utilizada nas cons- trugies da Assicia e das regides viziohas. Nos paises do norte de Europa também se usou ainda usa nas edificagées um material que forma uma espécie de alvenaria (2), que € a turfa. A tucfa & madeica um determinado estado de decomposicio, que oferece ptima resistencia na formacao das paredes das casas PAREDES OS aves que foruram a construgdo dos edificios te a denominagio de paredes e s80 designadas por paredes mestras quando sao exteriores, portato possii- doras de grandes espessuras. As paredes exteriores podem set chawadas. con- soante a sua localizagio, da frente. do tardoz e laterais. S30 2 direita e'a esquerde se esto no lado direito ou esquerdo, respectivamente, em celagdo 20 observador em frente da edificacao, Por conseguinte estas paredes formam as fachadas, do edificio com as mesmnas designagées. OBRAS DE ALVENARIA Quando 0 edificio fica encostado 2 outro ov no sneio de outros as parédes laterais que encostam sio as em- penas (*) © tém menor espessura do que as fechedas. ‘As paredes que formem as divisSes da casa sio as paredes interiores ou paredes divisérias. As paredes interiores podem como as exteriores ter diferentes espessuras, Tudo depende da grandeza da obra. As paredes interiores que separam os diferentes corpos de um edificio séo em geral relativemente gros- sas e, portanto, construidas de alvenaria como as paredes mestras. Pes ‘ordinario as paredes interiores so os tabiques 0 frontais, Estas desigaagSes vém dos tempos da copstrugéo dos esqueletos de madeira, hoje desaparecidos e substituidos por tijoke. Assim os tabiques actuais so paredes ou panos de jolo a 14 vez © os frontais so paredes de tijolo a 1 vez. Os panos (2) de tijolo a cutelo também corsespondem a tabiques estreitos. Paza 2 construgio das paredes de qualquer sistema tem 0 pedreiro de se servir constantemente do nivel e do fio do prumo, para que eles se mantenham sempre bem niveladas ¢ oprumadas desde @ sua base sobre as fun- dacées até 8 sua altura maxima junto da cobertura. Fig, 1-A)—PAREDE DE THJOLO A CUTELO: ‘As paredes mestras diminuem de eopessura 0,10 em 2)—PAREDE DE TIOLO A MEIA VEZ cada andar do edificio, sabendo-se que no alto nao pode- Fo ¢er menos de 0,40, quando construidas de alvenaria. As empenas também sofrem aperto de espessura nos whimos andares, mas s6 de cezca de Nos titimos andares de um prédio alto também os feontais que partem de baixo passam a tabiques. Tudo isto, € claro, conforme os Regulamentos Municipais das Constragées Civis, elaborados dentro dos principios \écnicos actuais. PAREDES DE ALVENARIA DE PEDRA IRREGULAR (C#ERS as fundactes mascam-se sobre elas, em ele- gimentos, as referencias para a elevacao des pare- res, com as necessirias marcagbes, como 2s espessuras 2 respeitar rigorosamente. As marcasées sfo feltas com a cother sobre chapa- das de argamassa, as mestras, dispostas na parte supe- Hor dos enchimentos das fuadacées. Tnicia-se @ construsao das paredes assentando-se pe- dras com a sua melhor base sobre os alicerces ou sobre os trechos de paredes ja construides, acompanhadas de argamassa. ‘Com a aplicagéo de pedras miidas mantem-se 0 ‘equilibrio dos blocos grandes, que se encostam o melhor que puder ser, apenas separados por delgada camada de argamassa. A melhor alvenaria € a que € construida com pedras () Antigamente as éapenas eram denominadas ontéee. Fig. 11—PAREDES DE TIOLO A 1 VEZ {C) Os panos de tijolo to esta westanssS0 por serem reletiva- Apacelho de Sistema Ingles sente estreitos. | I i | i geandes, tanto no sentido longitudinal como no trans- versal. Uma alvenaria de pedras-mitdas e argamessa nao tem a consisténcia necesséria ara 2 elevacio © nao resiste 20 esmaramento. As poredes v5o crescendo por Fiadas ¢ em trogos de relative comprimento. Em geral trabalham nas paredes pelo menos dois pedceiros, um de cada tado, um por den- fo ¢ outro por fora. Nas grandes obras as patedes séo construidas por mnpitos pedreicas. ‘A composigo das pedras nas alvenarias deve ficar bem macicada com pequencs fragmentos de pedra nos expacos entre os grandes bloces. ‘Nao € conveniente deixar nas alvenarias vazios nem grandes recheios de argamassa. As ligagdes de uma parede com gutra devem ser indeatadas, devendo para isso deixar-se ua primeira que se consttuir dentes para trovar a segunda parede a construir. Depois da suspensio do trabalho de uma parede quando se volta a recomesar deve molhar-se bem 2 alve- naria ja executada, a fim de se obter boa ligagdo para a continuidade da obra. Quando as paredes slo de pouca espessuta assen- tase de um lado, encostado ao paremento, um taipal de wadeira onde a alvenaria se encasta a medida que se vai elevando, evitando-se assim o pedreiro que deve- ia trabalhar desse lad Mes esta prdtica ndo €, todavia, de aconselhar por- que a perede fice, como € de notar, mal construida, tanto mais gue 2% paredes de alvenaria de pedra 230, devem ter de espessura menos de 0,35. Na boa construsgo da alvenaria reside a seguranca de uma edificacao, Quando se chega a alturas das soleiras ¢ de uma maneira gezal 8 lecalizagéo dos vaos de portas e janelas deixam-se nas paredes uns elegimentos, onde se faz a marcago que serve de mesttas para a terminagéo dos nembos (*) com cs seus casgamentes iateriores As patedes vao crestendo entre cordeis com as folgas necessarias para os embogos ¢ rebocos dos patamentos, tanto exteriores como interiores, que sio geralmente de 0.02. Estas diferengas nas espessucas das paredes 1i- ram-nas 0s pedreiros com fasquias apropriadas a essa medida e que se dispdem 20 alto. As pedras, 3 medida que se v3o empregando. véo sendo molhadas com agua doce e limpa, como se deve fazes com todas as alvenarias Pelas alturas des vos, des pavimentos, das faixas ¢ das cimalhas passam os pedreizos 0 meio-fio que € um nivelamento gezal da parede A medida que vai crescendo. PAREDES DE TIJOLOS ONSTRORM-SE_partdes de alvenaria de tijolo com mais de 0,35 de espessura. Estas paredes tanto podem ser de tijelos bueros como de tijolos furados de dois fuzos, ou ainda de ambos os tipos te tjolos. ‘Quando as paredes S30 construidas com tijolos bur- (0) Nembo € 0 trogo ae alvenaria entre vios de portas ¢ jane tas, naa paredes, OBRAS DE ALVENARIA SETHE Fig. 12—-PAREDES DE TIOLO A 1 VEZ E)—Apacetho de tipo Darpianko: F— Apsrethe de Sistema Flamengo TELE Fig. 13—PAREDES DE THOLO A J VEZ G) ~ Apareiho de Sistema Holendés; H) —Apere- tho de Sistema Francés =1R= OBRAS DE ALVENARIA Et my lot Fig. 14—PAREDES DE TIOLO A 1 VEZES 1) = Aparelho de Sitems Holandts: J) — Aparelho de Sitema Inglés mem rar M Fig. 15—PAREDES DE TIOLO A I Ys VEZES 1) —Aparetho de Sistema Inglés: M) —Aparetho de Sistema Flamengo Fie Des TI aah Fig. I6—PAREDE DE TIJOLO A 2 VEZES Aparelhy de Sistema Ingles = 8H air paver 18 Fig. 17—-PAREDE DE TIOLO A 2 VEZES Aparciho de Sistema Flamengo OBRAS DE ALVENARIA rome ye lite OOPS 1 i. pA see nin teia i { dik Fig. 18— PAREDES DE TIJOLO ens ae A) Paredes de 3 vases ~ Apwrelio de Steers Fig, 19—PAREDES DE THOLO A 4 VEZES Inglés: B) —Pacetes de 3) vezes — Avarciho de “Aparatho de Sistema Ingles Sistema Ingles ' Ly i al i Fig, 20—CUNHAIS DB THOLO A 1 VEZ Et { AB) —Apatelho de Sistema Inglés; C-D) —Apa- reiho de Sistema Flamengo: E-F— Apscetho de Sit- Fig. 20 —CUNHAL DE THOLO A216 VEZES tema Francés Apacetho de Sistema Ingles -9- OBRAS DE ALVENARIA 105 € tjolos furados dizem-se pazedes de tijolo misto. A sua construgia faz-se por fiodas horizontais e sempre em posigio desencontrade ou de mata-juntas, tanto hori- zontalmente como verticalmente. A espessura da argamassa entre 0s ‘ijolos vai de 0,008 a 0,01, fazendo-se o possivel para que na altura da parede fique um mitmero certo de fiadas. Para efeito das fiadas de tijolos usam-se umas fas- quias como mestras, onde se marcom a6 atures das Fiedas com a junta de argamassa incluida ‘© nivelamento das paredes € obtido com o fio de promo e o alinhameato ¢ conservado por meio de cordel ésticado no comprimento da parede. Todos os tjolos sio préviamente molhados, a fim de os limpar de poeiras e trar-lhe as qualidades do Barto. de absorcéo da hustidade da argamassa ¢ der-lhe boa aderéncia, ‘Quando a parede forma euahel deixam-se ficar al- guas tijolos das diferentes fiadas de wm lado, interca- Jados nas fiadas do outzo, Quando por qualquer outro motive o trabalho for interrompido, deixa-se ficar a parede quase que em forma de degraus pare que quando se recomece obra a junc3o figue perfeita e trevada como é conveniente. Na ocasilio deste recomeco de trabalho € conveniente molhar coda a parede feita. ‘Quando se chega & altura dos peitoris faz-se 0 ele- gimento com argamassa, onde se marca com um riscador fox com a colher o local para o assentamento das om- breiras dos 22—CUNHAL DE THOLOS A 1% VEZBS Aparetho de Sistema Flamengo Nas coustrugées de alvenaria de tijolo € costume assentar os tijolos defeituosos no interior © os mais, perfeitos nos paramentos, Descritas as paredes de alvenatia de tijolo, vamos de seguida descrever os froatais ¢ tabigues elevados com © mesmo material. PAREDES DE TIJOLO A CUTELO. — Estas paredes Uelgadissimas, pois que ficam depois de reboca- das as duas faces apenas com 0,11, chamam-se vulgar- mente tabiques de tijolo a cutelo e panos de tijolo. © assentamento é feito com 0 Ujela posto a cutelo, em fiadas aiveladas e desencontradas. A gua consteucao pode ser feita com qualquer tipo de tijolo. Com os bjolos delgados, de 0,04 de espessura e dois furos, constroem-se magnificos panos de reduzidissima espessura, Para este caso, porém, ¢ mister empregar argamassas de cimento, para melhor seguranga da obra, PAREDES DE }4 VEZ DE THOLO. — Sio con- sideradas tabiques estas poredes cuja espessura oscil: por 0.15 depois de rebocadas ambas as suas faces, pois gue o lexgura do tijolo € de 0,11, como ja vimos. ‘Algumas veres também se designam por panos de tijolo, mas a sua espessura ado permite essa designacio. © assentamento € feito no sentido do comprimento da patede e dos tijolos. a0 baixo. Estes tabiques podem ser construides de qualquer tipo de tijolos, ao oferecendo, porém, nenhuma vanta- gen a construgio mista ‘A construgio destes tabiques ¢ feita também por fia- Fig. 23—CUNHAL DE TIJOLOS A 2 VEZES Aparetho de Sistona Ingles anebeenmnE meni enee OBRAS DE ALVENARIA A. i Coden Th rine taer { el 1 | = ; 1 1 padi Sa j PLL rier lp Fister Paret i i Fig. 24—CUNRAL DE THOLOS A 2 VEZES | T l \) Aparelho de Sistema Flamengo J i Fig. 25—CUNHAL DE TIOLOS Fig, 25 -CUNBAL DE TIOLOS a3 VEZES A 1% VEZES Apartiho de Sistemg Inglés Aparelhy de Sistema Inolés das niveladas ¢ as'juntas dos tijolos devem ficar desen- contradas para melhor travamento. PAREDES DE 1 VEZ DE THOLO, — Sio ainda consideradas frontais estas paredes cuja espessuce € fem 9850 0,23. © assentamento dos djolos nestas paredes ¢ feito por fiadas, sendo um tijolo eo comprido e dois atravessados e sempre alternador em todo o comprimento ds parede € assentes a0 baixo. ‘Mantem-se 0 nivelamento das fiadas por corel e com o fio de prumo garante-se a prumada, geral no se empregam nestas paredes tjolos guebrades seado nas extremidades para concluséo das fiedas. ‘Nas ligacdes com outras paedes faz-se o indenta- mento que j8 descrevemos. ‘As paredes de tijolo a 1 vex podem sec construides de tijolo furado, de tjolo waciso © de ambos os tipos- Quaado se empregam dois tipos de tjolos designaz-se estas por frontais de tijolo misto. Esta combinagio de tijolos € feita com o assentaments dos ‘ijolos furados no sentido do comprimento ¢ com os tijglos maciges 0 sentido transversal e so 08 travadouros. Deste processo a parede tem uma cesta consisténcia ¢ fica mais eton6- mica do que 0 frontal de tjola burro, PAREDES DE 1 E }4 VEZES DE TYOLO. — ‘Sip consideredas frontais estas Paredes cuja espessura ‘sella por 0.35, este que correspoade a um tjolo atcaves- sao € um a0 comprido, assentes ao baixo. O asseatamento dos tijolos é feito por fiadas hori. zoatais com as juntas desencontradas, tanto na largure como no seu comprimento (Fig. 14 ¢ 15). As fiadas na aitusa da pacede so martadas numa fasquia que serve de mestra, 2 fim de manter constante- mente w sua elevecbo mais ot menos nivelada « tra- Esta parede € a mais grosse que se constcoi de tijoto, sem falas-mos nas paredes de slvenaria propriamente dita, que’ atrés eratémos. PAREDES DE 2:VEZES DE TIOLO — Ar pare. des de 2 vezes de tijolo, cuja espessuta corxesponde ao comprimento de dois tjolos strevessados, no oferecesn vantagens neahumas, Porque CoM essa espessura cons trgem-se paredes de alvenaria de pera muito mais eco- aomicas. ° Assim sucede também com as duas ¢ meia vezes de joo. Porém, com trés vezes ou mais coastroem-se boas alvenarias, de aprecidvel resisténcia e adequadas a deter- miinadas edificagées. Kun OBRAS DE ALVENARIA FRONTAIS E TABIQUES ANDO se construia pelo sistema de esqueleto as pa- redes interiores tinbam as designagées de frontais, ¢ tabiques, consoante a sua espessura, Os tabiques me- diam de 0,06 a 0,10 e os frontais andavam de 0,15 a 0.20 ¢ 0,25 depois de rebocados. ‘Os frontais eram construides por varios sistemas, predominando na sua estrutura os prumos apoiados sobre as fundagées ¢ pregados de orelha para o vigamento do andar superior ou da esteira dos tectos. Os paramentos eram formades com ripas pregadas sobre os prumos em equidistancia de cerca de 0.40 de um ¢ outro lado. Depois enchiam-se de argamassa e pedra mitida e fragmentos de tijolo. ‘Os tabiques eram construidas com tébuas a prumo e ‘em diagonal sobre as quais se pregavam fasquias equi- distantes de 0,04 umes das outras. Sobre o fasquiado dos tabiques fazia-se o enchi- mento do pardo com argamassa simplesmente. Actualmente nfo se usa este género de trabalhos Sendo em s6tdos ov construsées ligeiras no campo. Nou- tro Cademno faremos 0 estudo detalhada dos frontais ¢ tabiques. ENCHIMENTO DE FUNDACOES J F0is da aberiura das fuadagies e de vesificada a estabilidade do terreno procede-se a0 enchimento com elvenaria de pedra e argamassa de cal hidréulica fe areia ou de cimento e areia, Em muitas obras o enchi- mento das fundagbes € feito com betdo. Se o enchimento das fundacoes € normal, isto é, se 0 tecreno oferece resistencia, no temos mais que bater a terra, molha-la e despejar sobre ela 2 pedra e a arga- massa que 0 pedreizo vai compondo convenientemente, ajustando todo © material de maneira a formar um ma- Eigo ainico. ‘A pedza para a alvenaria das fundacées deve ser rija ¢ de preferéncis em grandes blocos. Quando o enchimento das fundacdes & feito com betio, 2 mao-de-obra € quase aula, a no sera do amas- sadouro que do mesmo modo também conta para a alve- ‘A massa do betdo pode ser transportada do amas- sadouro ou da betoneira (*) para o local da funidagio em padiolas, que despejam 0 contetido onde ele € pre~ iso. O enchimento € feito sucessivemente por camadas, despejando-se as padiolas umas apés outras até completo enchimento da fundacio. O terreno do fundo destas fundagées deve ser batide a masso ¢ espalha-se depois uma camada de areia de cerca de 0,02 de espessura, s6 depois se fazendo 0 en- chimento. Se 0 terreno nao for absolutamente garantido, con- quanto nao seje de molde 2 necessitar caleulos de resis- téncia, constroi-se no enchimento das fundages uma sepata de betio sobre a terra e depois sobre ela, que pode ter de altura 0,30, cresce-se a parede com alvenaria de pedra © argamassa de cimento ¢ areia até & linha do ensoleicamento (7). Depois de feitos os eligimentos necessirios crescem as paredes de toda a edifieacdo. No caso de pretendermos maior estabilidade esten- demos no fundos das fundagées trés ot quatro varses Ge ferro de 6 01 Ymilimetros de didmetro € sobre eles fazemos 0 enchimento de betdo, nao esquecendo a leve ‘camada de areia no fundo antes da colocaco dos ferres. MUROS A Sesignacéo gentrica de muros di-se entre nds as Paredes construidas fora dos edificios, para veda- s6es, suportes de terras, divisorias de propriedades, etc. Quando 0s muros de vedagdo medem pouca altura designam-se por muretes ¢ cortinas. (0) Anaretio maneal os novido a eleeuicidade para sistas € () Ensoleiramento € 2 localizacto das soleiras das portas de acordo com 0 aivelamento da rus; estabelece-ve tina linha ve code parte 0 escoatthdo com a6 diversas alturas de obra que ee consol. Fok pnt L Apsratho de -2= ryt 1 Ae "Fig, 27 ~CUNHAL DE TIJOLOS A 3 VEZES . Sistema Ingles i a ei lean reer OBRAS DE ALVENARIA Também se di o nome de cortina ao muro que su- Forta 0 terreno que secve de caminho sobranceiro aquele 1 1 que assenta. A sua forma de construgio é idéntica as das restan- tes pacedes. Empregam-se alvenarias das mesmas espé- «3 © tatam-se das fundacdes pelos mesmos pro- + 305, Para 0 amparo de terrenos escacbados € que ameacam desprendimento constroem-se empedrados inclinados ¢ rocamentos com as juntas das pedras tomadas com gactassa de cimento ¢ areia. As vezes os empedcados so consteuides por pedra **ea_ou alvenaria insosse. Os muros nas divisérias de tertenos so muitas vezes

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