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14 Teoria Social Pds-Moderna BARRY SMART Introdugio: Indicios Pés-Modernos ‘Teorizar «o social» como uma ordem distinta ou como uma forma de realidad consti- «ui uma preocupagio moderna, cujas origens se podem encontrar na influéncia fandadora de um conjunto de discursos do século xvi, os escritas dos philorophescm Pranga cna Escd- cia, que criaram 0 que ficou conhecido por alluminismo». Foi nestc contexto que o social, pela primeira vez, se constituiu como um objecto de conhecimento ou raciocinio abstracto, como um campo de reflexio tedrica e de andlise sistematica. Foi neste censirio complexo que «a teoria social se desenvolveu, comegando a encontrar um lugar no quadro do projecto da modernidade e, subsequentemente, a reflectir sobre esse mesmo projecto. A persisténcia de um compromisso reiterado com a racionalidade cientifica, com o uni- versalismo ¢ com a prossecugio da ideia de progresso, demonstra que os propésitos da teo- fia social moderna petrmanecem, em grande medida, determinados por tim programa cujas, idcias, hipsteses ¢ finalidades derivam das obras dos pbilosophes(Bauman, 1987). Mas é cam- bém evidente que o projecto de modernidade que descende das Luzes ¢, com ele, muitos — seno todos — dos objectivas ¢ das hipéteses da tcoria ¢ andlise modernas estio cada vez ais a ser questionados ¢ problematizados. Isw porque o projecta modemo e os seus objec tives sio considerados irrealizdveis em termos técnicos (o problema epistemolsgico), ott pios, sio vistas camo desajustados, ou mesmo como inaceitives, em termos morais e pol ticos (0 problema ético). E 20 diagndstico de taislimies e restigdes do projecto de moder- hidade que tém sido associadas virias intervengoes identificadas como «pés-modernas» projecto moderne foi problematizado por uma longa tradicao de investigagao e refle- xio critica, uma tradigdo que tem procurado explorar de varias manciras 2 complexidade, a integularidade c a imprevisibilidade das consequéneias da modernidade; uma tradigéo que, em tiltima anise, é concemporinea da prépria madernidade. E neste corpusde pensamento sociale ilosdfico ha muito estabelecclo, que se podem encontrar alguns dos prinaccos ind&- cios da »pés-modemnidade». Nictasche, Heidegger, Simmel, Weber ¢ Adorno, por exemplo, foram vistos como iniciadores, avai le lire das incervengées pds-modemas, na medida em ue manifestam nas suas obras discordncias relarivamente as premissas da ordem racional moderna es suas consequéncias. Simmel, o tedrico da crise da cultura moderna ¢ do esgo- tamento das formas culirais modemas, € considerado como «o primeiro socidlogo da pos- #06 —A NATUREZA Do soci cImodernidade» (Stauth e'Turney, 1988, p16), Weber cttco da perspectiva que confromtava uma humanidide sujeita a earisma da tizio modes desafia-nos, le facto, a reconsider pias) Ri catisma e de racionalizacio moldarao 9 men ic ‘Pés-moderno"?» (Roth, 1987, P, 82). Niewiche © Heidegger, Fundadores de um clon 1 da difecenca», secularizam ag bases meafticas do peasameneo modenno a2 debiliarem as nordes cle progresso edecon fuse efarnecendo [poresa va} abase que, pelo merce Posibilita que sejam dados alguns fimo Log ite da defniséo do que poser vira ser eee filosofia pés-moderna (Vat. fleet SP. 179). E Adorno, 0 mesmo tetas que empreende uma critica integral da filosofia mode t de identidades e da prépria possbili ide de concepru Hatt a toadidade, a sua obra santecipa muerte feinas pés-modernos» (Best ¢ Kellner [291 b. 225; vej-se mbm Lyorard, 1993, . 28). Uma das implicagdes dbvias destas 2 de que a preocupagio actual con 0 limites restrigdes da ordem racional Imoderna no pode ser explicad simplesmente eons on sintoma de uma geracio «desen- Toagtar de intclecusis contemporincos, come fog ssugerido por alguns crticas (Callincos, 1989: Berman, 1992), dado que os invrecc identiticadas ¢ as criticas proc ‘ris, Em suma, 0 insinuado ceptcismo sohne quasio iluminisea da racionalidade eres ante, bem como o progresso em termes dle sjustiga, vir i therdlade e flici- clades (Bemstein, 1991, p, 34), dle mye “eons We feccntementereceberam o epiteto dep Se sta observagies parecer, de eto mode he suntes, até mesmo ambivalences, eal devese ao fiero da questio do risen iguidade © controvérsia (Smart, 19933). Ambiguidide, porque 9 ogo de ser lida como impli- cando sequential c Facto, a leiara que roderno nio significa necessayia. © pode, pelo contro, alguns autores fizeram ao utilizarem © termo). Mas 0 pi fie parca thames abandonad o moderna Adesgn Bue para nos referirmos a um relacionen articulada de maneira MUito estreita, Sendo mesmo inextricavel, com 0 moderno (Vattimo, 1988). Por exemplo, a iclacso entre 6 ‘modemo eo pés-moderno foi caracterbada como uma nies corstelaio ma qual «reconcliagso c ruptara im par de elementos irzeduti_ veis (Bernstein, 1991, p. 309). A questo «O que modemo?s, Lyorard tespon- deu «E indiscutivelmente uma parte do modern Noutro Ingatea-pos-moder. nidade fo etatada coma va mene mores 1 longo, atento e desapaixonado char sobre si mesma |), [ome ame tnidade [..}, como) uma moderni. ide 1a si propria» (Barna A controvérsia que se Segui tose qe ver com o de victuulmente todas as propenigdes cnn, icas€ politcas do pensamento Social modetno — que o conhecimenta ¢ Progressive, cumulacvo, otal, universal ¢ sional — foram abjecto de problemation cea ina taicalzagao pés-moderna do potencial ref sive ds modesnidde: uma radicaiagso ‘Me servi pars nos alerae para as Fimicacbese para as estrigdes do projecto moderna, © que esti, entio, em discussio no complexo ¢ confiso debate sobre © modem ¢ 0 pés-moderno? E cereamente tnais dr JANE uma questio da impossibildade de comple 0 Tae nett. apesar deste problema constinit ane Parte nao despicienda da questfo, “Tomma-se cada vez mais evidente que wea hhavido uma cemendsa insufciéncia de afiney TFORIA SOCIAL POS MODERNA «0 elou um equivoco colossal seniio mesmo uma aclusio de consequéncias bastante graves, relativam «tealidade» complexa ¢ acidentada da modernidade. Trata-se de reconhecer consequiéncias priticas da modemnidade sempre estiveram em desacordo com 28 suns bases progrumiticas. Por outras palavras, o que esti em questio prende-se com o facto das ciéncias socisis modemas e as tecnologiss politcas subjacentes sfalarem de contingencia acroditando falar de necesilae; de docalizagio especifica, acreditand falar de rrversalidade de intexpretagio assente em tradigdes particulares, julgando falar de uma verde tério nem tempo: de indecisio, considerando falar de ciansparéncia; do caricter provisério da condigdo humana, aceditando falar das cervezas do mundo; da anvbinléncia da produ. 0 humana, acredicando falar da ordem da nacureza» (Bauman, 1991, pp. 231-2). F-é pre- cisamence esta possibilidade de car conta da modemidade, isto é set c 8 seus postulados, priticas ¢ realizagdes ou consequiéncias fundamenta tificada como 0 sintoma principal da emergéncia de uma condigio py Um dos fictores indissocidveis da nogio de pis-modernidade co Esta no sé subjaz. propria ideia de pensamento social e filoséfico pés-moderno, mas tam bém — como moseraret mais adiante — é inerente a um conjunto de posigdes analiticas A controvérsia figuraré mesmo como a quintesséncia do pés-modero. O século xx assstia 8 utilizaga0 de concepgses explicitas do pés-modero em diversos campos disciplinares, entre os quais se contam a critica litera, a anilse histotica, a descrigio arquitecténica, a ‘eoligiea © 0 discurso filoséfico e social (Smart, 1990; 19932). Dentro do campo I ideia de pés-modeino foi apresentada pela primeira vez e de modo expl cito por Wright Mills no decurso de uma discussio acerca do colapso das grandes narrativas do liberalism ¢ do socialism «convo explicaghes adequadas do mundo ¢ de nds préprios» (1959, p. 184). Fazendo eco das pasigaes criticas de Weber, e Adomo € Horkheimer, relati- vamente i ordem racional moderna, Wright Mills defende que, tal como a Idade Moderna se esti transformar, também o nosso entendimento «da sociedade c do individuo est surpreendido por realidades novas [..] muiras das nassas velhas expectativas e imagens sio, afinal, daradas; se, por diversas veres, muicas das nossas categori ede scutimento nos ajudam a explicar 0 que acontece & nossa volta, noutros casos, aeabam por nos desoriencar; muitas das explicagies que concebcmos derivam da grande transicio da dade Média para a [dade Moderna, tomando-se ineficientes, pouco flexiveis, pouco con- Yincentes ¢ de relevincia duvidosa quando sio gencralizadas para a compreensio da reali- dade actual» (1959, p. 184). Sc lo novamente a linha critica de Weber, e Adorno ¢ Hor- Kkheinact, Wrighe Mills denuacia ainda como insusceneéveis as posigoes modernas acerca da ‘elagio intrinseca enere tarZo ¢liberdadle, O cempo era agora propicio ao «pensanento excla- recido» ¢ a0 exercicio da imaginagio sacioléigica.! tevi- waz. de reflectir sobre gue rem sido iden- s normais de pensamento Arqueologias da Modernidade As diligencias de Wi ls no sentido de salvar a imagina lidade analitica, poliica a que havia sucumbido durante 0 consulado de uma ‘dem racional moderna — antecjpam uma série de temas tratados por vrios aucoresa cuja obra se atribui com feequéncia o qualificaivo de pds-moderno, quer porque sio vistos co 408 — A NATUREZA DO SOCIAL influéncias formadoras na génese do pensamento flsstico e social pis moderno, quer por- socias politeas com as quals estes Seach aiticulados, E por isso que Snao éxiste nada “pant alm do texto» (Derrida, 1986, p. 167). Além disso, a claificagio da nogio de texto permite descortinar que a pritica cesconstrutiva possi um cariz politico, Como 0 aucor observa, «porque nunca eset preocupada unicamence com as contetidos do sentido, a desconstnucio nao devers ser separada desta problemtica pol tico-institucional exigindo um questionamento novo no plano da responsabilidad, um ques- tionamento que nao decorre necessariamente dos eédigos herdados da politica ou (1984, p. 42). Em suma, a desconstrugio é inexoravelmente um aeto politico, configurando uma critica ético-politica que polemiza com as premissas da tradigio metafisica ocidental como, por exemplo, as nogies de «estrutura centrada», «base fundamental», ¢a possibilidade de uma «certeza de confirmagior (Derrida, 1978). Como ji teleri a producio de Derrida é geralmente identificada com a desconstri da merafisica ou, se quisermos, conv a provisio de um cortejo de deliberagbes complexas Sobre as metaoras e formulagdes aporéticas que formaram e continuam a formar a metal sica ocidental. Esta desconstrugio no deve ser tomada por transcendéncia, ja que a des- construgio da linguagem da metafisica pressupde a utilizagao da prépria linguagem da meta~ fisica, Além disso, num exercicio de desconstrugio deste tipo cxiste sempre um inelutsvel «tisco de reapropriagio metafisica» (Dertida, 1982, p. 58). A deseonstrucio pode, por isso, desctever-se como uma estratégia de intervengio através da qual se escalpelizam, qitestionam ‘ou proscrevem os enunnciados metafisicas. ~ Derrida ap wtalisca ocidental Gomo estando suportada por uma série de opo- sigies binrias metafSricas em que é conferido um estacuto de privikgio a um dos elementos. A mais importante na sua claboracio teérica é a oposicio entre escrita ¢ fala. Esta oposicio, inerinseca A metafsica da presenga, recebe também o réculo de slogocenttigmox. A dlescons- tuugio ajuda a deslindar ea decifiar a metafisica ocideneal, a0 discutis da primnazia| que ¢ concedida 2 fala ¢ 20 promover a pretensio da escrita em ser, de facto, 0 pré-tequisico da linguiagem. Resumindo, Derrida refuta a ideia de que a fala estd mais proxima da vine tioridade fisica (que reflecte, cla mesma, coisis no mundo através de analogia natural) (Kamuf, 1991, p. 30) e que a escrita € meramente a imagem reflectida da fala, a sua cranseri fo fonética. Apés inventariar um conjunto de metiforas cujo objectivo ¢ reterara posicio pri- vilegiada da fil, dstraindo a atengio do sistema de significado pelo qual é constituida ¢ man- Sida, Derrida engendra wan sentido mais radical c incisive de escrita para se eportarao elemento de indecisio inetente d comunicagao, ou sea, «€ perene deslocagao de sentido que rege afin Bitagem e a coloca fora do alcance de uma linguagem estivel, que se autentique a si mes ia de Derrida como des éticar 412A NATUREZA DO SOCIAL (Nomis, 1982, p. 29). Derrida fabrica, de modo parallo & nocio de texto, um nove conceita cle exrita, eno limitado ao papel que cobrimos com o nosso grafismo» (1986, p. 167) Do que se trata aqui édo modelo da escrita fonética eda excluséo saussuriana da escrita do campo da linguistica. Dado que, como o demonstra Derrida, nao existe «uma escrita fonética pura [..] enti toda a ligica fonolégica ou logocéntrica se torna discutivels (1982, pp. 25-6). E neste imbito, de derrube ¢ substituigio do destaque do fonético (cemporal) pelo grifico (spacial), que Derrida argumenta que a mera invensao da assimettia que pas- sasce a privilegjar a escrita continuaiia a deixar-nos refens da oposisao binéria entre fala escritae, por isso, nfo seria menos contestivel. O autor apresenta o conceito de escrta como Adiffrance, que simboliza 0 reconhecimento da representagio das diferengas ¢ da economia de sinaisy, manentes a todos os processos de atribuigio de sentide. Nenhum elemento con- «eptual post sentido por, sum clemento funciona significa, consigna ou ganha sentido, apenas por referéncia a outio elemento, passado ou fururo, numa economia de sin (1982, p. 29). Daia percepgio de que é através da diffnance, isto & da urepresentacio sist atica das diferengas», que processo de significacio € possivel Abreviando, para Derrida, «o pressuposto da grande aventura metaisica, ciendfica, = nica € econémica do Ocidente fesrica fonética}, limitado no tempo e no expacor (1978, p. 10). De facto, aproxima-se do seu fim. Zurzindo o logocencrismo da metafsica ocidental, Derrida, como Foucault, identifica a (reJencrada da linguagem como 0 momento em que a metafsica ocidental comega a revelar-se, a esclarecer-se; © momento em que se torna neces- sirio aceitar que nao esta disponivel nem um centro permanente e fixo, nem uma base fiun- damental. Mais do que isso, inclusive, impde-se a evidéncia de que nunca houve um centro ‘ou fundacao que pudessem fornecer confirmagio ou certeza. Porém, como suger’ acima, tal no representa uma ruptura com a metafisica. A mecafisica nao se cransformou num polo negativo de um par hindrio em que 0 outro polo € privilegiado; pelo contrério, permanece imprescindivel wabalhar com a linguagem da metafsica. O tinico procedimento possivel &0 empenho numa «pritica de vigilincia textual consciente das suas influéncias e implicagées metaffsicas» (Norris, 1982, p. 67). O objective é nas palavras de Derrida, sevitar tanto a sim- piles neuiraltzaga das oposicoes bindtias da mecafisica, como a exiténcia somente em funcao do campo fechaclo descas oposigées, confirmando-, por isso, como talv (1982, p. 41). Se isto pode ser descrito mais adequadamente como um posicionamenco intelectual moderno ou pos-moderno é, todavia, discutive. Conquanto Foucault ¢ Derrida sejam associados de um modo inequivoco ao penst- mento sociale filoséfico pés-moderno, os seus trabalhos no se devotam em textos sistemd- ‘ios a0 pés-moderno, Nessa medida, talvez nfo consticuam figuras de proa como Lyotard © Baudrillard, que procuraram, embora de formas dstinta, desenvolver uma concepusilizacio em torno da questo do pés-moderno. Em virrde da narragéo que fez das transformagies nna condligio do saber ter to um impacto ecumbante nos debates contemporancos, Lyotard é um autor indissociavel da nogio de pés-modemo. Contudo, as pretensées de Baudrillard ‘20 estatuto de pas-moderno nao sio menos relevantes, especialmente se a matrz de refer cia é mais excensiva, ulerapassando as fronteiras da academia para abarcar dimensGes tio diver- 3s como a cultura contemporines, os meios de comunicagio ou os quotidianos sinais de wansito. — & E {HORIA SOCIAL. POS MODERNA 413 embora nio seja cfaramente enun- encias que Wright Mills faz em finals da as grandes narasivas do liberalism e do sodas Em certo ee The Pastmodern Condition’ (1984) pode set intexpretado, pelo + re eminadios aspects, como wh aprofundamento ds explora Be de acts da ee cabal por ght Nile A chipstese de wabalho» de Lyorard <€ que oer emda de estao a0 mesmo . 301). Uma transfor Faia) ests natureza no estaturotaneo da figura como da pritien dy intelectual, um tema flea mio apenas na producio de Lyotard mus tambéan nade Hoar gh (1980; 1988) e, de fen gee mais extremal, na de Baudillad (1989a: 1989by vejae talon Gane, 1993), foi identticada como um dos indicadores-chave ca condicio pés-moderna (Bauman, 1987), Uma das implicagées desta assergio & 0 fim da era do inveken universal, da pctsonagem fis analist condigdcs de existéncia de, fla por, aum sujeto dorado te ace valor que & tinea De far, dado que agora o pensamento carers le canner dates ou de uma wunidade totaizadora, Lyotard excreve que éa Prépria nogio de intelectual que esté em risco {1993, pp. 5-0) Todavia, esta ideia no quer necenariamenre dine que a anilise critica ou a actvidade politica tenam sido silenciadas, neutalizdas om inveparavelmente comprometi- das, tem que, si porque a rxzio softe una rocesso de avaliago critica, se prepare uma ascen. sio do sirracionalismon (Callinicas, 1989; Best ¢ Kellner, 1991), Nenhuma das duas acusa- Ses consegue dar conta das novas citounstincias ou dae inéditas.responsabilidades © oportunidades que se perfilam no horizant, prefiguranderse come decorténcias ligicas da scondicio pts-moderna», ito é a supressio, quer da sgrande figura da alrernacivan, quer das ‘grandes legitimidades fundadoras», ea Consequente libertacio do spensamento ¢ da vida das obsessdes totalizantes» (Lyotard, 1993, pp. 1697) Confirmando a crise das fundagées, Para aqual contribuiu com seu préprio trabalho, Lyotard conclui que «a crise da tarao fol Precisamente a banheira em que a razio imergia bavit um séeulo¢ [J esta inertogigioincesante que mpende sobre a nuao &, decerto, a fom mals tacional que hil por ai» (1988a, p. 280). Coninvar » incecrogar criticamente at tazio ¢ demonstrar que nfo se etrata de wud ti tinica ¢ compacta», nias antes, que 0 que Fal Ng ube Ou un puralidade de racionaldades,coresponcle nna carefa analitica sal. Ni existe nenhuunajustfcagio para se equacion od actividade como uma apologia do stracionslismo» — pelo conuritio, consting une wenn ‘onal do pensamento es belecido, da ortodosia, da opinio aceite E ¢ pane estruturante de uma politica intelectual de resistencia que continua a ser unsa possibikdade pds 0 declinio das grandes narrativas cmancipadoras. Uma politica conduzida na, © atmavés a, escrita que oferece resistencia «a0 ue etd Feito, 20 que toda.a gente pensa» (Lyotard, 19882, p. 302). No encanto, uma polt- {ica com estes contornos nao mplesmente& pritica de eserever Abarca as impli- cagdes da transfor m mercadoriae, especificamemte,o impacto 30. econdimico ¢ p linguagem na producio (Poster, 1990). um: Me seeue a concepeio pos-moderna de que é incotrecto tomar 4 in

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