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al ea oO YO @ 9) Religido e Sociedade: Desafios Contemporaneos Turi Andréas Reblin Rudolf von Sinner (Organizadores) © 2012 Faculdades EST Rua Amadeo Rossi, 467, Morro do Espelho 93010-050 Sao Leopoldo/RS ~ Brasil ‘Tel: +55 51 2111 1400 FAX: +55 51 2111 1411 huipuiwwwestedu.br | est@estedu.br Produgio editorial e grafic: Editora Sinodal Caixa Postal 11 ‘Tel/Fax: (51) 3037-2366 3001-970 Sao Leopoldo/RS - Brasil editora@editorasinodal.com.br www.editorasinodal.com.br Apoio: A publicagiio deste livro recebeu o apoio do PROEX da GAPES, entidade governamental brasileira de incentivo a pesquisa cientifica voltada a formacao de recursos humanos. | Publicado sob a coordenacio do Fundo de Publicagoes Teolégicas/Programa de Pés-Graduagio em Teologia da Faculdades EST, est@estedu.br wwwwestedubr ‘Tel: (51) 2111 1400 Fax: (51) 2111 1411 R82 Religido e sociedade: desafios contemporineos/ [Organizador por] Tri Andréas Reblin e Rudolf von Sinner. ~ So Leopolto Sinodal/BST, 2012 1623 om. ;299p. ISBN 976-85-62865.94.7 1 Congresso internacional de Teologia da Faculdades EST. 1. Teologia crist@ contemporinea, 1 Reblin, lari Andréas. I Sinner, Rudolf von DU 266-05626 (Catalogacao na publicagao: Leandro Augusto dos Santos Lima ~ CRB 10/1273 Sumario Apresentacao Prefacio, Religio e sociedade: desafios contemporaneos Vitor Westhelle Desafios Teolégicos © corpo de Deus: a encarnagao como subversio Wande. Deifelt Interculturalidad y Teologia Ne; Silvia Regina de Lima Silva a Experiéncias negras na América Latina: conversagées sobre Brasil, Guiana e Equador Janaina Campos Lobo ~ Paulo Sérgio da Silva.. Diaconia ¢ empoderamento Kjell Nordstokke .. 5 Diakonie als Vermitthung Dierk Starnitzke .. 89 Public Theology and the quest for dignity in democratic South Africa’? Nico Koopman... 7 107 Reclaiming communication for the ecumenical movement: Creating meaning for the common good Dennis A. Smith = 25 ‘A pregaco na idade humana: horizontes homiléticos para a igreja do futuro Luiz Carlos Ramos... 137 ‘A pregacao na idade humana: Horizontes homiléticos para a igreja do futuro Luiz Carlos Ramos! Introdugao: triplice horizonte Quando a coordenagao da Rede Latino-Americana de Homilética (REDLAH) concebeu este simpésio, pensou numa abordagem interdisci- plinar que favorecesse o florescimento de uma Teologia da Prociamacéo relevante para o contexto latino-americano. A Homilética tem, para nés, um horizonte mais abrangente do que o treinamento e a pritica de pre- gacio. A rigor, nés da REDLAH, concebemos a tarefa homilética como resultante direto do labor conjunto resultante das trés grandes éreas teolégicas: Teologia Biblica, Teologia Historico-Sistematica e Teologia da Praxis. Conquanto na academia se discuta atualmente eventuais al- teragées ¢ “modernizagées” nessa maneira de conceber a Teologia, essa estrutura triplice denota alguma consisténcia, e tem se constitufdo na espinha dorsal do fazer teol6gico desde os séculos XVII, com a sistema- tizagao de Schleiermacher? As disciplinas ligadas & Teologia Biblica nos oferecem as ferramentas para a investigacao das fontes da nossa {é; as disciplinas relacionadas & Teologia Histérico-Sistematica nos possibili- tam problematizar e analisar as perguntas e as respostas da fé ao longo da hist6ria; e as disciplinas que esto a servico da Teologia da Praxis ofe- recem as condigées objetivas para a coneretizagao da utopia da fé. Costumo sintetizar o labor da Teologia da Proclamagio, conver gindo todo o espectfo teolégico, nos conceitos: memséria, presenga e espe- ‘Bacharelado om Teologia pelo Seminario Presbiteriano do Sul (1983) e pela Universida dde Metodista de Sao Paulo (2007) mestrado em Ciencias da Religio pela Universidade ‘Metodita de Sao Paulo (1996) e doutorado em Ciencias da Relgigo pela Universidade Metodista de Sao Paulo (2005). Atualmente € docente dos cursos de Bacharel em Teo. logia (presencial, a distancia © por extensio) da Universidade Metodista de Sao Paw: Jo, Tem experitncia na area de Teologia, com énfase em Praxis e Sociedade, atuando principalmente nos seguintes temas: Litirgia, Homilética, Comunicagao e Metodologia Cientifia de Pesquisa (hp: /www luizcariosramos.net) SCHLEIERMACHER, Friedrich D. E. Sobre « religido. Tradugao Daniel Costa. Sio Paulo: Novo Século, 2000. 138 | Luiz Carlos Ramos ranca. Cada um desses conceitos esté atrelado a uma ideia especifica de tempo. O tempo da memoria é 0 kronos, que € 0 tempo do rel6gio, linea: Polo exercicio da meméria 0 passado nos serve de ponto de referéncia e nos permite julgar se estamos avancando ou nos desviando das fontes da 8. Por sua vez, 0 tempo da presenca é 0 kairos, o tempo que se vive hic ‘ef nunc, aqui e agora é 0 tempo da graca, da Leofania/epifania, do irrom- pimento de Deus na Histéria. Pelo kairos o chronos se torna relevante © atual, se presentifica. Se o tempo da meméria € 0 chronos, o da presencs, © kairos, 0 tempo da esperanea ¢ 0 eon ou aion. Este tiltimo € 0 tempo da utopia, Ele diz respeito as questies tiltimas e definitivas, e aponta para a consumagao da fé. Em suma, a tarefa homilética consiste em presenti- ficar, a luz da meméria das fontes da fé, a experiéneia de Deus na nossa Histéria, hoje, e nos desafiar a dar passos coneretos rumo & consumagéo da f@ na esperanca da plenitude do reinado de Deus. As consideracdes feitas até aqui sobre a interdiseiplinaridade da taréfa homilética, bem como sobre sua abrangéncia temporal, servem como pressupostos para o que este simpésio nos propée fazer nesta tar- de, a saber, perscrutar os horizontes da homilética para a igreja do futuro. Assim sendo, penso que temos diante de nés trés horizontes mais ou menos definidos. Chamarei ao primeiro de horizonte da idade média’, a0 segundo de horizonte da idade midia, e um terceiro, 0 horizonte da idade humana, Em corta medida, cada um desses horizontes se alia a uma das concepedes de tempo caracterizadas acima, Nao deverei me ocupar demasiado dos dois primeiros, pois ja tem sido objeto de discusso neste simpésio e em virias outras instéineias acadé- micas ¢ eclesiais. Nao obstante, para delinearmos com mais preciso o ter- ceiro horizonte, que nos interessa em particular e se constitui no nove que a REDLAH se propée promover, teremos que fazer referéneia, ainda que de forma caricata, pelo menos, aos horizontes da idade midia e da idade média. 0 horizonte homilético da idade média O horizonte homilético que chamamos de medieval ainda sobre- vive em grande parte da cristandade mesmo muito depois do fim da * Por ‘progacto da idude média” nto me refire ae periedo histérico de mesino nome, mas cmmprego a expressao para aludir um estilo do prédica que contrasta radicalmente com oda idade ridin ere A pregacdona idade humana | 159 Idade Média, Representa um tipo de pregacio que se tornou elassica, tanto no émbito da reforma protestante como no da contrarreiorma catélico-romana, ¢ se caracteriza pela preocupagao minuciosa com 0 contetide dogmético, doutrinario e catequético. A pregacdo aqui repre: sentada pretende reproduzit, reduplicar um determinade corpo de co nhecimento religioso veiculado principalmente pele via or literdria. Na tradigao protestante, o sermao assumiu um tom com preocupacio que hoje chamariamos de conteudista e racionaliste. Essa preocupacio com o contetido essencial da mensagem do Evangelho teve seu mérito. Como enfatizou Paul Tillich', 2 identidade protestante esta condicionada & sua fidelidade ao principio fundamental da salvacao pela graga mediante a fé. Esse niicleo teolgico € tao importante que, nc século XVI, foi o pivd de um dos maiores embates da historia do c: nismo. Deveremos voltar a esse ponto mais adiante. © horizonte homilético da idade midia Em contraponto & preocupagao excessiva com 0 contetido, carac- teristica da homilética da idade média, a tOnica do horizonte midiatico é 0 continente, ie, a embalagem ou a forma da mensagem. Chama a atencit, nesse modelo que hoje esté em franca expansio, o deslumbramento tec nolégico, Di-se o deslocamento do verbal-oral-literario para o imagético -visual-ieénico. ‘A geragiio protagonista da sociedade da informacao, que também échamada de sociedade do espetaculo, tem sido earacterizada pelos seus objetos preferidos: o controle remoto, o mouse e o telefone celulat* Es objetos séo paradigmaticos de um novo jeito de pensar e interagir com « informagéo mareado pela nao linearidade no fiuxo das informacoes, pele ‘comportamento multitarefa e pelo aumento na velocidade e facilidade de ‘acesso a informacao, para citar apenas alguns aspectos. A leitura de textos monocromaticos dé lugar & decodi icones coloridos e imagens dinamicas e complexas. A racionalidade per- gio de © TILLICH, P. Pensa into cristiano y cultura en oceidente: De la Tlustraciin & nuestros diaa. Bucnos Aires: Editonal La Aurora, 1977 + VEN, W.: VRAKKING, B. Homo Zapiens: educando na era digital. Tradugio Vinicius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2008, 140 | Luiz Carlos Ramos de seu protagonismo para a emocdo. A comunicagio midiatica é essen- cialmente emocional. Pregadores/as que atuam nesse contexto se adaptam &s expecta- tivas da geragio cibernética, que prefere narrativas imaginativas a dis- cursos verbais abstratos; que se comporta de maneira impaciente com @ lentidao no fluxo da informagao e quando hé demora na obtencéo de respostas; que em geral, durante o sermdo, néo se concentra exclusiva- mente na pregacéo, mas ao mesmo tempo est a dedilhar seus iPods, ce- lulares e tablets, em um proceso de interagao social que pode ou nao ter ver com o contetido da prédica; e que, sem maiores escriipulos, dividiré sua fidelidade zapeando por “diferentes canais” para acompanhar varios “programas” religiosos (igrejas e movimentos), simultaneamente. A principal contribuicdo desse modelo ¢ a demonstrago enfatica de que a comunieagao do Evangelho nao precisa ficar acondicionada ex- clusivamente & dimenséo légico-verbal-oral ou literdria, e que ha muitas outras possibilidades nas quais sejam envolvidos os sentidos ¢ a emo- clo. A geracdo idade midia nao dé tanto crédito a persuasio légico argu- mentativa do diseurso racional,.mas esta suscetivel & sedugio do apelo ‘emocional-afetivo. O horizonte homilético da idade humana Até aqui apresentamos ume caricatura dos horizontes medieval © midiatico, que, como é proprio das caricaturas, salienta os tragos mais ‘mareantes do caricaturado, No entanto, queremos nos deter mais demo- rada ¢ interdiseiplinarmente no terceiro horizonte, que mencionamos anteriormente: 0 horizonte humano. O contetido ¢ 0 continente sao as énfases dos modelos homiléticos medieval e mididtico. Forma e contetido séo aspectos fundamentais no processo de comunicagio, e nao podem ser desconsiderados, nem sequer climinados, sob pena de inviabilizar a propria comunicagéo. A homilética da igreja do futuro teré que levar cada vez mais a sério a relagiomeio-e- mensagem. 0 bom contatide merece a melhor embalagem, a cer veicula do pelos canais mais eficientes. No entanto, hé um elemento que é mais determinante do que a for- ma e 0 contetido no processo comunicacional, ¢ esse elemento sa 0s sujeitos intercomunicantes. Nossa proposta 6 que a homilética da igreja do futuro deverd necessariamente privilegiar o humano no processo comunicacionsl A pregagio na idade humana | 141 A centralizagao no humano nao implica o relaxamento do trato da forma e do conteiido. Ao contrario, a homilética da idade humana leva a sério, mais do que todas as outras, as teologias biblica, histérico-sistemé- tico e pratica, numa perspectiva semiol6gica na qual o sentido se consti- tui pelo humano que “Ié” 0 mundo como humano. Essa tem sido a pratica, com notéria competéncia ¢ qualidade, de muitos biblistas, sisteméticos ¢ pastoralistas em todo o mundo ¢, particularmente, na América Latina, que assumem que a teologia deve estar a servigo da vida. Esse tem sido o esforco de biblistas que, sem desmerecer 0 método exegético histérico critico, tratam de subordinar seu procedimento ¢ objeto de estudo aos sujeitos que nele esto impli- cados.* Alguns dos sistematicos da libertacao também seguem 0 mesmo ‘caminho, ainda que tentados a reduzir seu discurso & eritica das chama- das “estruturas”, o que pode resultar numa certa énfase no desumano. Alguns pastoralistas, aqui ¢ acold, quero crer, se esforgam para ir além do_pragmatismo ativista e colocam sua praxis @ servico das relacdes divino-humanas. Trata-se de uma questo epistemolégica crucial que pretende deslocar definitivamente 0 acento para o humano, ou melhor, para as re- lagées divino-humanas (diferente do que faz 0 humanismo secularizado individualista). Essa nova epistemologia contrasta com modelo medie~ val, cuja énfase recai sobre a reduplicacito de um contetido dogmatico’, e © midiatico, que reforga o ajustamento a um status religioso regido pela economia de mercado e que assume como critéri petacularizacao da fé.* 0 termo “epistemologia” merece uma reconsideracio se for en. tendido unicamente como aquela teoria que se ocupa “das etapas ¢ limites do conhecimento humano, especialmente nas relagées que se estabelecem entre 0 stijeito indagativo e 0 objeto inerte”®, Isso porque MESTERS. C, Por iris das palavras, Petrépolis; Voues, 1977 Ver ALVES, R. A. Del paraiso al desierto: Reflexiones autobiogrficas. In: GIBBLLINI, BLO. Org): La nueva rontera de la teologia en America latina. Salamanca: Sigueme, 1977. p. 261.279. (Agora Critica Religion Sociedad). "CE RAMOS, L. C. A pregagdo na idade midia: desafios da eociedade do espeticulo pare 1 pritica homilética contemporanes, Sho Bernardo do Campo: Editeo, 2012. Especial mente oeap. * Definigao de HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles: FRANCO, Francisco Ma- uel de Melo. Diciondrio Howaiss de lingua portusuesa, Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 p. 1B, 1 ot. 142 | Luiz Carlos Ramos queremos pensar 0 conhecimento humano principalmente quanto as relagdes que se estabelecem entre os préprios humanos, que, por su- posto, uma vez entendidos como sujeitos ¢ protagonistas do conheci- ‘mento, nao sao nada inertes. ‘Nao estamos inventando a roda. Isso jé esta posto de varias for- mas € desde muito tempo. No entanto, no Ambito da pratica homilética parece que ainda se constitui novidade. As perguntas “o que pregar?” € “como pregar?” terdo que dar preferéncia & pergunta “quem havera de pregar com quem ea quem A pregacao da idade humana deveré, portanto, considerar 0 ser humano de forma integra, sem as dicotomizagdes convencionais do senso comum que opéem a raziio & emocdo. Hé diferentes possibilida- des de interaco das pessoas entre si e o mundo, e a emogao nao é uma possibilidade menos verdadeira. Rubem Alves diria que “a experiénci que o ser humano tem do seu mundo € primordialmente emocional””. E verdade que na sociedade do espetaculo ha uma hipertrofia da emo- io degradando-a ao emocionalismo, mas isso nao implica a conclusio de que @ emocéo deva ser eliminada. O desafio esta justamente em relacionar-se com o ser humano que pensa sentindo e que sente pen sando. Em resisténcia homilética espetacularizada a servigo do mer- cado, cujo deus é 0 mercado ¢ o messias, o lucro, o maior desafio para a pregacao da igreja do futuro sera permanecer fiel ao que Paul Tillich cha- mou de principio protestante", i.c., a teologia da graca. Dois mil anos de cristianismo nao foram suficientes para construir uma cultura da graca, a0 contrério, neste ponto, a missao dos cristaos foi um tremendo fracasso. O que impera é 0 prego, Nunca os protestantes, no sentido literal do ter- mo, foram tio necessdrios como agora. A homilética da igreja do futuro deverd ser mais protestante do que nunea, para confrontar os abusos da religiao espetacular e sua desenfreada comercializacéo de indulgéncias cibernéticas e tecnolégicas. lich dizia que, nos inicios do cristianismo, predominava uma teologia circular, teocéntrica, inclusiva e participativa; que foi substitui- da, na Idade Média, por uma teologia vertical, hierérquica ¢ totalité- ria; que foi substituida, por sua vez, no Iuminismo, por uma teologia ALVES, 1977, p. 274 * TILLICH, 1977, A pregacdo na idade humana | 143 horizontal, humanista e secularizada. Se estivesse vivo, talvez ele con- cordasse que a contemporanea converteu-se numa teologia quadrada. ‘¢ a teologia circular era teocéntrica; a medieval, eclesic: a, antropocéntrica; a atual € uma teologia coiso céntrica, porque materialista, coisificadora.c desumanizante. O reflexo dessas teologias se nota na concepcao arquitetonica e nas linhas dos es. pagos sagrados. Como bem sinalizou o tedlogo e arquiteto sacro Otdvio Ferreira Antunes”, até o século XII a arquitetura religiosa era marcada, pelo arco roménico (circularidade teocéntrica); sendo substituido entao pelo areo ogival do periode gético (teologia vertical e hierarquica}; que deu lugar a0 arco renaseentista (antropocentrismo) do Renascimento: substituido pelo arco barroco da contrarreforma e pelo arco neocléssico (racionalismo); que na contemporaneidade foi suplantado pelo quadra do (materialismo puro e simples) caracteristico dos templos em forma de caixa de sapato que abundam nos pequenos e grandes centros ur banos. Tudo isso para dizer que, de alguma forma, € preciso convocar a igreja (inclusive por meio da pregagio) a se (re)apropriar da teologia cireular, participativa, inclusiva, muito mais condizente com os prinei- pios do Evangelho e, por isso mesmo, mais condizente com o principio protestante da graca. ‘A experiéneia latino-americana da prédica partilhada, praticada principalmente pelas comunidades eclesiais de base, ainda nao foi con. siderada com a atencio merecida pelos/as homiletas contemporaneos. Essa metodologia parece se coadunar perfeitamente com uma teologia, circular humanamente inclusiva. ‘Num contexto miiltiplo e cada vez mais complexo, é preciso en- contrar maneiras de aproximar as pessoas e facilitar-Ihes a interagio, « relacdo Eu-Tu-Ele.” No entanto, a cultura do imagético visual caminhe nacontraméo do didlogo."* Por essa razao precisamos de alternativas, Ou tra saida honrosa seria a (re}descoberta, por parte dos/as homiletas, da Nova Retérica de Chaim Perelman (1999). Para Perelman, a retérica ¢ 0 recurso que possibilita a superacdo de preconceitos ¢ a transcendéncia © ANTUNES, 0. FA beleze como experiéncia de Deus. Sao Paulo: Paulus, 2010. p. 22-25 © Novamente cf. BUBER, M. Eu e Tu. 10, ed. Sao Paulo: Centauro, 2006. ™ DEBORD, G. A sociedade do espetdeulo. (Sexuido do preficio i edigao italiana). Co rmentérios sobre a sociedade do espetaculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997, FER. RES, J. Telovisdo subliminar: socializando através de comunicaghes despercebidas, Porto Alegre: Artmed, 1998,

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