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Poesia e História - Fundamento Necessário e Desdobramento Possível Da Linguagem - o Ensino
Poesia e História - Fundamento Necessário e Desdobramento Possível Da Linguagem - o Ensino
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Revista Portuguesa de Filosofia, 2016, Vol. 72 (2-3), pp. 807-818.
© 2016 by Revista Portuguesa de Filosofia. All rights reserved.
DOI 1 0. 1 7990/RPF/20 1 6_72_2_0807
MANUELA SANTOS*
Abstract
This article aims to follow the teaching of Martin Heidegger about the relationship
enterteined between poetry and history and the nexus that both phenomena entertain with
language. Our aim is to understand the real extent that the philosopher assigns to language
as the source of guidance for thought. Hölderlin s poetry is the thread Heidegger offers for
his own philosophical research to think of the meaning of what concerns History essentially,
as well as poetry and language. Taking this thread means to rise to a perspective able to see
the structure that governs all that existence is originally connected, determining it in a tacit,
incessant imperious way. We assume this is in fact considering that for both philosopher and
poet, poetry is the institution of Being housed in the word, and the historical foundation of
people.
807-818
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Poesia e História: fundamento necessário e desdobramento possível da Linguagem 809
Vol. 72
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810 Manuela Santos
1. Martin Heidegger, Hinos de Hölderlin , trad. Lumir Nahodil (Lisboa, Instituto Piaget),
56.
Vol. 72
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Poesia e História: fundamento necessário e desdobramento possível da Linguagem 811
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812 Manuela Santos
Ser, para que na luz do Ser o ente se manifeste enquanto o ente que ef
vamente é" . 2
E para deixar bem claro que linguagem e Historia não são propriedade
nem derivação de nenhum sujeito pré-estabelecido e desprovido de
Mundo, o filósofo arremata: "Se e como o ente aparece, se como o Deus
e os Deuses, a História e a Natureza penetram a clareira do Ser, como
se apresentam e se ausentam, não decide o homem. O advento do ente
repousa no destino do Ser. Para o homem, porém, permanece a questão
de saber se ele encontra a conveniência de sua essência, que corresponde a
este destino, pois, de acordo com ele, o homem é o pastor do Ser". 3 (Com
o desenvolvimento deste estudo há muito que esclarecer acerca do lugar
que ocupa, nesta estruturação desenhada por Heidegger, o conceito de
liberdade).
Se a História se revela sendo o diálogo essencial entabulado pelo
existir com o seu tempo primitivo, diálogo cujo teor constitutivo é a
própria matéria do diálogo entretido entre a linguagem e a sua essência,
se a história é concomitantemente curso e discurso, então é no interior
de ambos que se pode aprender acerca do o que e do como ocorre e vem
ocorrendo o dizer do ente na totalidade, isto é, o dizer do Ser, que afinal
é antes de tudo a manifestação do modo da correspondência histórica do
homem à vocação do Ser.
2. Martin Heidegger. Carta sobre o Humanismo, (São Paulo: Centauro, 2005), 34.
3. Ibid., 34.
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Poesia e História: fundamento necessário e desdobramento possível da Linguagem 813
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814 Manuela Santos
só porque "podemos ouvir uns aos outros", que podemos também fech
os ouvidos uns aos outros (historicamente) e subtrair-nos ao diálogo q
essencialmente somos.
Quanto à segunda questão que se pergunta em que sentido o ouvir
uns aos outros suporta e garante esta conveniência, se é que este ouvir uns
aos outros é de fato uma relação de suporte e garantia, podemos responder
de modo resumido que o ouvir verdadeiro faz o aprendizado e o ensino
da verdade instaurada e proferida. Em tal aprendizado está o suporte da
conveniência a ser mantida (porque embora formalmente ela não possa
ser abolida, do ponto de vista fatico ela pode se determinar precisamente
pela sua privação, desdobrando-se nos moldes de uma inconveniência), e
em tal ensino está a garantia dessa conveniência da essência do homem
com o Ser, enquanto a sua permanente salvaguarda.
Acerca da terceira questão que pergunta sobre o que seja realmente
um ouvir, tanto Heidegger quanto Hölderlin ensinam que ouvir verdadei-
ramente é um genuíno tomar em consideração a oferta de uma medida
adequada à relação entretida entre o homem e o Ser, oferta que a palavra
poética nos faz no ato do seu poetante dizer instaurador e revelador.
Sigamos aqui a partir desta terceira questão. Dissemos que a palavra
poética nos faz dom de uma medida, medida esta tomada por ela própria.
Perguntando então o que a palavra poética de Hölderlin determina
enquanto medida a ser tomada, ouvimos de Heidegger que a poética de
Hölderlin determina o estrangeiro (ao Ocidente) manifesto no Sagrado
como a medida própria da correspondência observada entre o Ser do
homem e a totalidade do ente, correspondência esta que é tão-somente o
que denominamos acima enquanto a conveniência de sua essência com o
Ser.
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Poesia e História: fundamento necessário e desdobramento possível da Linguagem 815
4. Martin Heidegger. Elucidations of Hölderlins Poetry, trans. Keith Hoeller. (New York:
Humanity Books, 2000), 115.
5. Ibid., 115.
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Poesia e História: fundamento necessário e desdobramento possível da Linguagem 817
Referências
Heidegger, Martin. Carta sobre o Humanismo. 2a edição. São Paulo: Centauro, 2005.
Heidegger, Martin. Elucidations of Hölderlins Poetry. Translated by Keith Hoeller. New York
Humanity Books, 2000.
Heidegger, Martin. Hinos de Hölderlin. Tradução de Lumir Nahodil. Lisboa: Instituto Piage
2004.
Heidegger, Martin. Hölderlins Hymn "The Ister". Translated by William McNeill & Julia Davis.
Indiana, USA: Indiana University Press, 1996.
Heidegger, Martin. Introdução à Filosofia. Tradução de Marco Antonio Casanova. São Paulo:
Martins Fontes, 2009.
Heidegger, Martin. Que é Metafísica?. Col. Os Pensadores. Tradução de Ernildo Stein. São
Paulo: Nova Cultural, 1996.
Heidegger, Martin. Os Conceitos Fundamentais da Metafisica: MuncLo, tinitude, òolidao.
Tradução de Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.
Heidegger, Martin. Poetry, Language, Thought. Translated by Albert Hofstadter. New York:
Harper & Row Publishers, 1971.
Heidegger, Martin. Ser e Tempo. Tradução de Fausto Castilho. Petrópolis, RJ: Editora Vozes,
2012.
Hölderlin, Friedrich. A Morte de Empedocles. Tradução de Maria I hereza Dias rurtado. Lisboa:
Relógio D'Água Editores, 2001.
Hölderlin, Friedrich. Essays and Letters. Translated by Jeremy Adler & Charlie Louth. London:
Penguin Classics, 2009.
Hölderlin, Friedrich. Hyperion ou o Eremita da Grecia. Tradução de Maria Tereza Dias Furtado.
Lisboa: Assírio e Alvim, 1997.
Hölderlin, Friedrich. Poemas. Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Relógio D Agua Editores, 1991.
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