You are on page 1of 212
Serle muy are at SEC eur emus | Ate Ut elel i 0-t( a Pee 2 INTE J CeCe CYL AC Lee ceL Bt gerry teeta) i hI PO) eee Ye dM Leta Cc ALT Pe Pee ia Poitd Pree RUE Yama GE ecLaL re a A ae AS a Bohumil Med TEORIA da MUSICA 4° edigaio REVISTA e AMPLIADA Viusinged Editor: Bohu! ‘©Bohumil Med ‘Capa: Dora Galesso Composigfo do texto © de partituras: prof, Haroldo Mauro Sinior Revisio: Luiza Paes de Carvalho Impresso pela: Brasilia Artes Grifcas Fone: (61) 3386-1590 ISBN: 978-85-85886-02-1 Dados Internacionais de Catalogagio na Publicagao (CIP) (Ciimara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Med, Bohumil ‘Teoria de misica / Bohumil Med. — 4. 4. rev. € ampl. -- Brasilia, DE : Musimed, 1996, Bibliografia, 1, Misica - Teoria 1, Titulo 96-1692 cDp-781 fadices para catélogo sistemitico: L. Misia : Teoria 781 2, Teoria musical 781 Direitos para esta Edigao contratados com: ‘MusiMed Edigdes Musicais, Importagdo.¢ Exportagao Ltda CGC: 37.146.172/0001-88 _ Inscrigdo Estadual: 07313754/001-46 Sede: SCRS 505 - Bloco “A” - Loja 64 - 70350-510 BRASILIA-DF Caixa Postal: 09693 - Ag. Central - 70040-976 BRASILIA - DF Felelione: «nly 324-9799 Impresso no Brasil radecimentos - & Universidade de Brasilia que incentiva a pesquisa dos seus professores - ao professor Haroldo Mauro Jr. responsdvel pela composicao dos textos, partituras musicais ¢ desenhos: radecimento especial a Luiza Paes de Carvalho, a revisora implacivel dos textos. BOHUMIL MED Nasceu na Tchecoslovaquia em 24 de setembro de 1939. Graduou- sepelo Conservatério de Maisica de Praga. Pés-graduado pela Academia das Artes de Jandéek - Brno, Tchecoslovaquia, atuou como primeiro trompista em vérias orquestras e conjuntos de miisica de camera na Tchecoslovaquia, ‘De 1968 a 1974 foi trompista da Orquestra Sinfonica Brasileira no Rio de Janeiro Nese mesmo periodo foi professor de trompa e de matérias tedricas no Instituto Villa-Lobos, atual UniRio. De 1974 até hoje ocupa o cargo de professor de trompa ¢ de matérias te6ricas na Universidade de Brasilia - UnB. Foi ainda trompista do quinteto de sopros da UnB e da Orquestra do Teatro Nacional, em Brasilia, realizando varias turnés pela Europa, América do Norte ¢ América do Sul. __ Autor de trés livros didéticos - RITMO, SOLFEJO e TEORIA DA MUSICA ~ 6 reqtientemente convidado para ministrar cursos palestras em universidades brasileiras, cursos internacionais e muitos outros encontros promovidos por diversas escolas em todo o Brasil. ‘SUMARIO INTRODUGKO ... CCARACTERISTICAS DA MOSICA E 00 SOM NOTAS - PAUTA CLAVE DE SOL -CLAVE DE FA NA QUARTA LINHA, VALORES SEMITOM, TOM, ALTERAGOES. PONTO DE AUMENTO ... PONTO DE DIMINUIGAO. Legato. : CLAVES DE DO E CLAVE DE FA NA TERCEIRA LINHA ce INTERVALOS JUSTOS, MAIORES E MENORES. INTERVALOS AUMENTADOS E DIMINUTOS INTERVALOS COMPOSTOS INVERSAO DE INTERVALOS ENARMON! i ESCALA-GRAU _ 86 SERIE HARMONICA CONSONANGIA € DISSONANCIA DE INTEAVALOS ESCALAS MAIORES. comPasso METRICA... ESCALAS MENORES [AGENTO METRICO, SINCOPE E CONTRATENPO ESCALAMAIOR - FORMA HARMONICA E MELODICA vr TONS VIZINHOS MODULAGAO.. MODOS LITUAGICOS.. ‘TRANSPOATE.. 176 XxvttL XXIK eed XOX! xxl rox xxi 2OKV 2OKVI XXXVI 2OKKVIIL 00K XL xu xu Xl xuVv xiv xt XL XLV xuX L u ur um uv w Li Lui cv ‘TEORIA “ALEMA" DOS COMPASSOS. ‘TRANSPOSIQAO DOS MODOS LITURGICOS... ANOAMENTO ... ESCALAS ARTIFICIA'S. QUIALTERAS, DINAMICA...... EXPRESSAO.... ESCALAS EXOTICAS . ABREVIATURAS ‘TERMOS ESPECIAIS.. ESCALA GERAL.... NOMENCLATURA DAS NOTAS ACORDES DE QUINTA woe ACORDES DE QUINTA ALTERADOS INVERSAO DOS ACORDES DE QUINTA. CIFRAGEM DOS ACORDES DE QUINTA ‘ORNAMENTOS - APOJATURA... ORNAMENTOS - MORDENTE: ‘ORNAMENTOS - GRUPETO. ORNAMENTOS - TRINADO CORNAMENTOS - ARPEO, GLISSANDO, PORTAMENTO, FLOREIO E CADENCIA MELODICA.. MELODIA - MOVIMENTO DAS VOZES. ACORDES A QUATRO VOZES... ACORDES DE SETIA F ACORDES DE SETIMA ALTERADOS. INVERSAO DOS ACORDES DE SETIMA ACORDES DE NONA. ‘OUTROS ACOADES ‘ORIGEM, AFINIDADE E ENARMONIA DOS ACORDES ‘TRANPOSIQAO PARA INSTRUMENTOS "TRANSPOSITORES' .. NOTAGAO MODERNA CODA... 7 EXERCICIOS - RESPOSTAS BIBLIOGRAFIA noice. INTRODUGAO ‘A ARTE, como dizem os antigos, 6 a revelagao do belo. Conforme 08 meios de oxpressio, podemos dividir as artes em: |. ARTES VISUAIS (ou Artes Plasticas) - cuja percepgao 6 visual, imediata © completa, por exemplo, arquitotura, escultura, pintura, ete, A obra, uma vez torminada, no precisa mais de intormediério para ser percebida, NL ARTES SONORAS - cuja percepcdo @ auditiva © sequencial, por ‘exemplo, misica. A matéria prima 6 0 som, Os sons existam enquanto ‘06 Intérpretes cantam, tocam ou declamam, Ill, ARTES COMBINADAS - por exemplo, teatro, épera, balé, cinema, etc. AMUSICA, arte de combinar os sons, vem sondo cultivada desdo ‘as mais remotas ras, Os chinesos, trés mil anos antes de Cristo, ja desenvolviam teorias musicals complexas como, por exempla, 0 circula das quintas. Para os grogos © romanos, a musa EUTERPE tinha a atribuigao especial de protagor a misica. Para os catélicos, a padroeira dos misloos @ SANTA CECILIA, uma musicista crist® sacrificada no ano 292 4.c. ‘A mésiea, escrita polo compositor, para ser percebida pelo ouvinte, necessita de um intormediario, ou melhor, de um intérprete. A musica no 6 aponas uma arte, mas também uma cléncia, Por isso, os misicos (compositores ou intérprotes) precisam, além de talento, uma técnica ‘specifica, bem apurada; @ esta se aprende durante longos anos de estudo. Para sicangar nivel profissional competitiva, o misico precisa ter talento, forga de vontade © porseveranga. Alguns:instrumentistas limitam~ nica de seu insirumento, Estes nunca irdo atingir a perleigho, pols, além da habilidade mecanica, 0 musica precisa ter 0 dominio de toda cléncia musical, que se ostrutura om varias disciplinas: teoria (bésica) da misica, solfelo, ritmo, porcepgao melédica, rltmica, timbrica @ dinamica, harmonia, contraponto, formas musical instrumentos musicals, instrumentagao, orquestragao, arranjo, fisiologia da ‘voz @ fonética, psicologia da mdsica, pedagogia musical, histéria da misica, acdstica musical, andlise musical, composigdo, rogéncia e técnica de um ou mais instrumentos musicals especiticos. Essas disciplinas, também chamadas de Teoria Geral da Misica, sio um melo © no um fim, No entanto, s80 um meio Indispensdvel. Essas disciplinas sintetizam 1s experiénolas de todas as geragdes do compositores © de mésicos do passado. Apresentam sugestdes, conselhos 0 fegras rigorosas © intransigentes. 'A TEORIA (bdsica) da MUSICA, elaborada neste livro, analisa 2 gratia musical © © seu significado (notas, valores, claves, compassos, matizes, abreviaturas, etc.) @ 08 sistemas musicals (escalas, intervalos, acordes, stc.). O texto procura ser 0 mals sintético possivel, apresentando somente 0 essencial, sempre voltando-se para a aplicago pratica das definigées. Para realmente atingir 0 dominio da teorla, o aluno ou estudioso deve fixar todas as regras através de inimeros exercicios diatios. ‘A quarta edigao - revista © ampliada - deste livia & 0 resultado de uma pesquisa de mais de vinte anos, durante os quais foram analisados © malaria dos tratados tedricos existentes escritos em linguas ‘compressiveis 20. autor. 10 CARACTERISTICAS DA MUSICA E DO SOM MUSICA 6 a arte de combinar os sons simultanea © sucessivament ‘com ordem, squilfbrio © proporgao dentro do tempo. ‘As principals partes de que a mdsica 6 constitulda so: 1) MELODIA - conjunto de sons dispostos em ordem suce (concepgse horizontal da mésica}. HARMONIA - conjunto de sons dispostos om ordem simulténes (concepsao vertical da mésica). 8) CONTRAPONTO - conjunto de melodias dispostas em ordem simulténea (concepgio ao mosmo tempo horizontal e vertical da mosiea). 4) RITMO = ofdem e proporgio em quo esto dispostos os sons que constituem a melodia © a harmonia, SOM 6 a sensagao produzida no ouvido pelas vibragdes do corpos ldsticos. Uma vibrago poe em movimento o ar na forma de ondas jonoras que se propagam om todas as direcbes simultaneamente, Estas tingem a membrana do timpano tazendo-a vibrar. Transtormadas. em pulsos nervosos, as vibragées so transmitidas ao cérabro que as jontifica como tipos diferentes de sons. ConseqUentemento, o som sé dacoditicado através do. cérebro. ‘A Vibragéo Regular produz cons de altura definida, chamados 18 musicais ou notas musicals, Por exempio, 0 som do piano, do ino, etc ‘A Vibragao Irregular produz sons de altura indefinida, chamados barulhos. Por exemplo, som de avigo, de automével, de uma Josie, etc. Na mUsica’ sao usados nfo somente- sons: regulares (Insttumentos leais com notas definidss), mas também sons irregulares (instrumentos percusséo). (caracteristicas principals do som sao: (LTURA - doterminada pela Trequéncia das vibragdes, isto 6, da sua ive velocidade. Quanto maior for @ velocidade da vibragéo, mais agudo serd 0 som. DURAGAO - extenso de um som; 8 detorminada pelo tempo de omissfio das vibcagdor INTENSIDADE - amplitude das vibragdos; 6 determinada pela forga ‘ou polo volume do agente que as produz. E 0 grau de volume sonoro. TIMBRE - combinacao de vibracbes determinadas pela espécie do agente que as produz. © timbre é a “cor” do som de cada Instrumonto ‘u voz, derivado da intensidade dos sons harménicos que acompanham ‘os sons principals. Todo © qualquer com musical tom, simultaneament propriedades. NOTAGAO MUSICAL sfo 08 sinais que represontam a escrita musical, tais como: paula, claves, notas, otc. Na eserita musical, as propriedades do com sao ropresentadas da seguinte maneira 1) ALTURA - pola posicao da nota no pentagrama © pela clave. A alternancia de notas de alturas diferentes resulta em melodia. A simuitaneidade de sons de alturas diferentes resulta om acordes, que 80 a base da harmonia, 2) DURAGAO - pola figura da nota @ pelo andamento. A alternanancia de notas de duragSes diferentes resulta em ritmo. 3} INTENSIDADE - polos sinals de dinamica. A altomancia de notas de Intonsidades diferentes resulta em dinémi 4) TIMBRE - pela indicagao da voz ou instrumento que deve executar ‘a misica. A alternancia © 2 combinagao de timbres diferentes resulta ‘am instrumentagso 2) a 4) quatro 2 NOTAS- PAUTA ‘A mais importante caracteristica do som 6 a altura. Até 0 século XI a altura era a nica caractoristica grafade. No s6culo XIl inicia-se a detinicao da duracdo. O timbre comeca a ser indicado a partir do século XVI @ a intensidade a partir do século XVII ‘A misica foi cultivada durante muito tempo por transmisséo oral, de geragéo om getagdo. As origens da notapso musical ocidental ‘encontram-se nos simbolos taquigraticos greges - notagao fonética. Do século V ao século Vil fol aperfeigoade um sistema de neumas, uma ‘espécie de mneménica, que ndo definia a altura exate, apenas dava uma idéia aproximada da melodia, Por volta do século IX surge a paute. A principio consistia em uma inica linha horizental colorida (vermelha - representava a nota Fa), & qual foi posteriormente acrescentade outra linha colorida (amarela - representava 4 nota Dé), Guido a'Arezz0 (992- 1050) eugeriu 0 emprego de trés © quatro linhas (0 canto gregoriano utiliza até hoje 0 tetragrama). O pentagrama, sistema de cinco linhas paralelas, conhacide desde o século XI, foi adotade apenas no século XVI. Embora-sejam inimeros os sons empregados na misiea, para teprasenté-los. bastam somente sete notes: 16 - si ‘A estes monossilabos (sistema sildbico introduzide por Guido o'Arezz0), usados predominantemente em IInguas latinas, correspondem as sete letras (sistema alfabstico introduzido pelo Papa Gregérlo Grande, = 540 J.C.) usadae em inglés, alma, grego, ot ©-D-E-F-G-A-H (alemao). B_(inglds) (Obs.; A letra “B" representa a nota “si” em inglés; enquanto, em alom&o, @ letra "B" representa a nota ‘si bemol. (Os nomes das notas so repotem de sete om sete da seguinte manelra: No piano, estas sete notas correspondem as teclas brancas. ‘As notas so reprosontadas graticamente com sinais na forma oval, que, peias posigées tomadas no pentagrama, indicam os sons mais grav ou 08 mais agudos. ae (© PENTAGRAMA ou a PAUTA MUSICAL 6 a disposi¢éo de cinco linhas Paralelas horizontais © quatro espagos intermediaries, onde se escrevem fas notas musicals, Contam-se as linhas © os espagos da pauta de baixo para cima, ss A nota que esté num espago nfo devo pass paraa linha de cima nem para ade baixo. A | —=——— nota que est4 numa linha ccupa a metade do | —=——— ‘espace superior © @ metade do espaco inferlor. Na pauta podem ser escritas apenas nove notas (vi cemplo acima). Para gratar as notas mals agudas ou as mais graves, utilizam-se as linhas suplementares (curtos segmentos de linha horizontal que atuam como uma extensio da pauta mantendo 0 mesmo distanciamento das linhas da pauta normal} 1“ Contam-se as linhas © os espacos suplemontaros a partir da pauta: ms \ x Obs.: As linhas suplementares sao também chamadas linhas ‘complementares ou auxil apes ote rade A largura da linha suplomentar 6 um pouco maior ques cabega da nota: tte ‘de ‘As linhas suplomentares so individuais (indepen- dentes) para cada nota: Somente sao gratad: linhas suplementaros estritamonte indispensaveis: © niémero do linhas suplementares 6 ilimitado, mas procura-se evitar os ‘excessos (acima do olto linhas suplementares). Bxerctcio nt 1: Grafar a nota na linka ou no espaco indicado. @) I linka B) 3* espago ©)2" espago sup. inf @) # tinka supl. sup. @) * linha DI espace sup sup. » » ° ® ° o 13 um CLAVE DE SOL - CLAVE DE FA NA QUARTA LINHA (© uso do pentagrama permite a grafia relativa, isto 6, indica que um som 6 mais agudo que outro. Para dofinir o nome de cada nota na pauta 6 necessério dar nome a pelo menos uma dolas. A CLAVE 6 um sinal colocado no inico da pauta que dé seu nome |A nota escrita om sua linha, Nos espagos @ nas linhas subseqdent: ascendentes ou descandentes, as notas so nomeadas sucessivamente de acorda com a ordem: 45 _ 4g - mi - 14 - sol - Id - si - 66 Obs.: 1) A palavra CLAVE vem do latim o significa “chave* 2) Atualmente usam-se trés tipos de clave: de Sol, de Fa 0 de D6, 3) As claves derivam de letras mafusculas que eram indicagSes das linhas nas pautas primlivas. © desenho da clave de Sol origina- 50 da letra G, 0 da clave de Fa da letra F e 0 da clave do D6 da letra ©, © desenho das claves uma deformagto histérica das letras acim 4) © desenho da clave s@ repete rigorosamento no inicio de cada nova pauta. A CLAVE DE SOL marca o lugar —aor da nota sol na segunda linha: : fe clave de Sal Formas antigas da Clave de Sol: SOS 1-6-6 44-4 Tendo @ posigio da nota sol, pode-se deduzir os nomas das outras notas: oo SOL mt 16 A CLAVE DE FA marca o lugar lstestitiee da nota 6 na quarta linha: sauie Formas antigas da clave do Fé: Obs.: Os dois pontos apés a clavo Fa so os residios da letra F. Tendo a posigdo da nota 14, pode-se deduzir os nomes das outras notas ee ee ee Exercicio nt 2: Bscrever 0 nome das notas. Para dotinit a relagio entre as notas grafadas nas duas claves, 6 preciso detinir uma 6 nota, grafada em duas claves. Esta nota chama-se Dé Central @ encontra-se no meio do teclado do plano. 6 contrat = ——— v7 fF ee e SSS 056" A clave de Sol 8 prépria para grafar as notas agudas (violino, flauta, oboé, canto, otc.). A clave de Fé 6 indicada para as notas graves (violoncelo, contrabalxo, fagote, trombone, etc.) Tendo uma mesma nota gratada em duas claves diferentes, pod! 56 transcrever melodias de uma clave para a outra. Transcrever uma melodie signitica gratar a mesma melodia na mesma altura, usando um outro sistema, por exemple, uma outra clave, Exercicio n" 3: Transcrever para a clave de Fa Exercicio nf 4: Transcrever para a clave de Sol. 18 © sistema de cinco linhas @ do soto claves 6 até hoje o sistema mais usado © 0 mais prético. Todas as outras modalidades de grafia ‘musical so usadas esporadicamente, 1) Sistema de onze linhas - 6 a aproximacdo das duas pautas, uma ‘com a clave do sol © @ outra com a clave de 14. Muito interessante porém pouco pratico. == ot — Jo enin ab exit 4 cai 2) Tablaturas - indicagdes da posiggo dos dedos nas cordas do Instrumento, 8) Notagdo numérica - nmeros que ropresontam os graus da escala @ tragos om cima ou em baixo do ndmero que indicam as oitavas, superiores ou Inferiores. 4) Braille - notagso para deficient de perfuragbes. 8) Outros sistemas. Visuals através do um sistema Bxercleios para treinamento: 1) Compor virias melodias em clave de Sol transcrevé-las para a clave de Fi, 2) Ler fluentemente 08 nomes das notas nas duas claves (inclindo as notas nas lindas « espages suplementares) 19 Vv VALORES Em mdsica existom sons longos @ sons breves. HA também momentos quando se interrompe a emissdo do som: os siléncios. A duragéo do som depends da duragao da vibragao do corpo eléstica, A duragae 6 a-maior ou @ menor continuidade de um som. A relagao entre duragdes de sons define o ritmo. © RITMO 6 @ organizagto do tempo. O ritmo nfo 6, portanto, um som, mas somente um tempo organizado. “O ritmo 6 a orde movimento” (Platao). A palavra ritme (em grego rhythmos) designa que ‘lui, aguilo que se mover. Antigamente eram as palavras que indicavam, mals ou menos, 0 tempo de duracto de cada nota. No principio do século Xili surgiram fas figuras mensurais para doterminar a duragto dos sons. As mais antigas oram a Méxima, a Longa, @ Breve, a Semibreve, a Minima 0 a Sem{nima, Eram originalmente pretas, posteriormente brancas. No infcio do séeulo XVI desaparecoram as neumas @ no século XVII a notepdo redonda substituiu a notagdo quadrada. Na NOTAGAO MUSICAL ATUAL, cada nota escrita na pauta informa a altura (posigo da nota na linha ou no espago da pauta), © também 8 duragdo (formato @ configuragto da nota). A DURAGAO RELATIVA dos sons 6 dofinida polos valores (os valores definem as proporgbes entre ‘as notas). A DURAGAO ABSOLUTA 6 dada pela indicagao do andamento. VALOR 6 0 sinal que indica a duragao relativa do som 6 do silfncio, Os VALORES POSITIVOS ou FIGURAS Indicam a duragao dos sons © 0s VALORES NEGATIVOS ou PAUSAS indicam @ duragio dos siléncios, FIGURAS © PAUSAS 840 um conjunto de sinais convencionais, representatives das duragdes. Sio sete os valores quo representa as figuras © as pausas no atval sistoma musical. Para cada figura existe uma pausa correspondents. ‘nome semibreve lain teint clea semiclcheln fina seins gure A figura 6 formada de até trés parte 1) cabega © © 2) haste we i 8) colchete ail reset ¢ anette Dew 2) VALORES ANTIGOS VALORES EXTREMOS a a se fom 1A duragto das figuras 0 > pauses correspondem one “7 © siléncio 6 @ auséncla do som. Observagées sobre a grafia das figuras: 1) muito importante © precisio na gratia das. not 2) A haste 6 um trago vertical colocado a direta da figura quando para cima © eaquerda quando para bao: |e Ph + ‘As notas oolocadas na parte inferior da pauta (até a torceira linha) tém @ haste para cima; as notas colocadas na parte superior da pauta (a partir da terceira linha) 18m a haste para baixo. Na terceira linha 6 facultative colocar a haste para cima ou para baixo. 1 2 ake = tT 8) A haste das notas colocadas nas linhas @ nos espagos suplementar 6 mais longa. & 4 4. 4) A haste das figuras com trés ou mais colchetes 6 também mi 65) On tlaetses won eticnos po indo dato das haste 6 6) Quando existe @ sucessdo de varias figuras com colchete(s), estes podem sor unidos com uma barra de ligagao. Y-0 d)-M i)-mo st fonga. 3 ef6 Estete 7) A haste atravessa todas as barras de ligagto. 48) Na mOsica vocal, quando cada nota corrasponde a uma silaba do texto, 6 costume no ligar os colchetes com a barra, Net mea nent mia tem am Bae gue Quando hé uma barra de ligacao, laba para varios sons, grat 08 valores com ‘A mésica Jingle Balls escrita como mésica instrumental @ como misica vocal com letra: Tins le bes, Jin = pete, Ha ge ah ewig ‘Outras varlagbes da barra de ligag io Na mdsica instrumental procura-se visualisar os tompos © partes do tompos através de barras de ligacao, Exemplo: Os mesmos valores so agrupados de maneira diferente, conforma a astrutura do compasso. PNM D) dS TMD IT! © uso da barra de ligagio impossibilita, algumas vezes, a aplicagio da ogra sobre a posigdo das hastos. Nesso caso, a posigéo das hastos depende da distancia das notas mais altas'e mais baixas do grupo em rolago € terceira linha da pauta, © ndo da quantidade de nctas do grupo na parte superior ou inferior da pauta, A diregio da barra de ligagSo 6 horizontal quando as notas tém a mesma alturase 6 inclinada, soguindo a diregao geral das notas, quando ostas, tém alturas diferentes. Excretion! 1: Esplicar 0 que eth errato, 4 » ‘Observagées sobre a grafia das pausas: 1) A pausa da semibreve 6 escrita sob —=—=— inn, ‘@ quanta linha da pauta: 2) A pause da minima 6 escrta sob9——==— | a terceira linha da pauta ad 9) A pavsa da breve 6 escrta no |, terceiro espago da pauta: ae 4) As domais pausas devem ser centralizadas no pentagrama. Nas pausas ‘com colchates, o colchete mais alto deve ser colocado no terceiro espaco. ‘As pauses marcadas com um citculo nfo so necessérias @ geralmento nto se grafam. A gratia de molodias a duas vozes: 1) As notas que devom sor tocadas (ou cantadas) juntas escrevem-so uma om cima da outra. 2) Quando 6 necessdrio soparar as duas vozes num pentagrama, as hhastes da primeira voz sto grafadas para cima as da segunda vor para baixo, No segundo compasso ha o ctuzamento das. vozes, isto 6, a ‘segunda voz canta as notas mais agudas. ‘comuns entre a primeira ¢ a segunda voz, estas #80 gratadas uma ao lado da outra ou uma nota com duas hastes. = == T ci Subentende-se que os valores da segunda voz marcados com a seta 10 somicolchei 4) As notas vizinhas, quando tocadas simultaneamento, sfo gratadas juntas, uma ao lado da outra. A nota mais grave 6 escrita, geraimente, & esquer © 5) As pausas so gratadas no espago disponivel, observando a evolugao grafica de cada voz. 6) Cada voz pode ter 0 seu préprio pentagrama, Grafia das melodias a trds ou mais vozes: ‘As notas que devem ser tocadas simultaneamente, devem ser escritas uma exatamente embaixo da outra. Notas vizinhas grafam-se lado a lado, Bye oe Dyer THE 0 erasamesio dae poets UF Oey Partitura para piano: REGRA PRINCIPAL’ ‘A escrita deve sor @ mais clara pos agrupadas de mancira que representem sempre uma unidade reconhecivel vel @ as notas devem sor DIVISAO BINARIA DE VALORES: ‘A unidade divide-se om duas partes iguais. Indica-se 0/2. ge i ra ans im yet OE woe fof fa f DPD ER TD ww [af af 0] d7 9/9 wwe 3. 0) 7919 | = Data | ack NOD = M} ‘As pausas obedecom & mesma proporgio dos valores, isto 2, cada uma vale duas da seguinte. en aeeey eee ee ose ecsss ty 12 ag Dewveer sp th. DIVISAO TERNARIA DE VALORE: A unidade divide-se om tras partes iguais. Indica-se 0/8. ee Le (Sart = ate 3 w lhe < Obs.: Teoricamente existe a diviséo quaternéria, quinéria, et PROLAGAO (do latim profatione = prolongamento do som) era, antigamento, ‘no periodo da masica proporcional, uma roferéncia ao valor da semibreve. Prolagéo perteita, indicada pelo sinal @, dividia a semibrove om trés inimas. Sub-prolagéo perteita, indicada pelo sinal G, dividia a minima {rds seminimas, Ad é lage imperfeita, indicada pelo sinal (), dividia a semibrave om duas inimas. Sub-prolagéo imperteita, indicada pelo sinal (, dividia a minima duas sem{nimas. £ 0 lita recomendada: Evolugdo da notacto musical tradicional. Vv SEMITOM, TOM, ALTERAGOES SEMITOM ou MEIO TOM 6 0 menor intervalo adotado entre duas notas na misica ecidental (no sistema temperado). Abrovia-se st ou mt. (© menor intervalo entre dois sons 8, na verdade, a diferenca de uma vibragdo {por examplo entre uma nota com sotenta e ovtra com sotenta @ uma vibragdes por segundo). O sistema musical ocidental utiliza somente uma’ selegao semitonal dos sons existentes. Algumas culturas rientais (japonesa, chinosa, arabe, hebraica, indiana, ete.) utilizam em ‘s0u sistema musical fragbes menores que um semitom (um quarto de fom, um oitava de tom, ete.) (© SISTEMA NATURAL, fundamentado om célculos acisticos, define com precisdo 0 nlimero de vibragdes para cada nota @ as relagdes entre olas (por exemplo Sistema de Zarlino, Sistema de Pythagoras). Nesso sistem ‘¢ som resultante da sobreposigae de doze quintas 6 mais agudo do que © de sete oltavas. Existem tons maiores e monores © semitons maiores @ monores. a * alu ea ue iw pent pemme tok eam, eee eet aie ‘alor Coma (do grogo koma) & @ nona parte de um tom. Remme ioe a - ast “ eet tS ea * sc 3 i ¢ 46 86fS come rks db £5 coman tescebsacomes 16s dbf 4 com © SISTEMA TEMPERADO iguala os semitons om partes perfeitamente iguais, fieando cada um com quatro comas @ mei 41ncomae Acoma a og ‘e “ ‘0 mas wb ‘incom s a 8 “ab © Sistema temperado representa o abandono da perlelgio da atinagto absoluta no sistema natural em favor do uso do sistema cromatico: & uma “rendncia" aos célculos ifsicos, & acdstica pura, para facilitar as projegdes harménicas. A Escala temperada consiste na diviséo da cltava em doze semitons ‘Iguais, © primeiro tratado sobre 0 tomperamento 6 0 de autoria do tedrico © onganista Andreas Werckmeister © foi publicado em 1691. J.S.Bach reconheceu as vantagens do sistema temperado © consagrou-o na famos olegao de quarenta 0 cito prelddios @ fugas *O Crave Bem Temperado* (0 cravo com 0 som modificado, alterado). Instrumentos temperados sao instrumentos de som fixe (piano, 6r980, {oclado, etc.) que produzem as notas da escala temporada. Instrumentos no temperados so instrumentos que néo tm som fixo (violine, trombone, canto, etc.) © por isso podem produzir as notas da scala natural. © sistema natural & mais afinado, mas 6, por outro lado, bastante “complexo. O sistema tomperado, por sua vez, é monos afinado, porém prético. Os instrumentos ndo temperados devem combinar os dois “sistemas, tocando “naturalmente’ quando a harmonia permite, 0 Memperadamente* quando acompanhados por um instrumento temperado. TOM 6 a soma de dois semitons. Abrevia-se t. Entre as notas mi-fa 6 Si-d6 hé um somitom. Entre as notas dé-r6, ré-mi, fé-sol, sol-lé 6 lé: (AE WAN An At) teclade a¢ teclas imediatamente vizinhas formam semitons, \GIDENTE ou ALTERAGAO 6 0 sinal que, colocado diante da nota, fica sua entoagio. Hteragées_sscendentes: ISTENIDO - eleva a altura da nota natural um semitom (ov meio tom). Er Alteragio varisvel: BEQUADRO anula 0 efeito dos demais acidentes, tornando a nota natur Dependendo do acidente anterior, 0 bequadro pode elevar ou abaixar a nota. 12tom | Obs.; 1) © acidente 6 grafado na pauta antes da nota (#dé) mas pronuncia-se aps a nota (G6 sustenido) 2) tao 6 ota am cen (461): Nat ord & a nota com acidente (25t, rb, - DOBRADO SUSTENIDO eleva a nota natural dois semitons. —[S eS — te 1 ve te Nao se usa mais 0 bequadro duplo: eleva ze & ” Boo gs oot ade Lee Dobrade sustenido 6 também chamado do sustenido duplo. a © nove acidents anula-o-acidente anterior: sasigamene tomes ercio => (© antigo sinal by (chamado de quadrantum ov do durum representava a nota si natural @ dev origem ao - beqiadra, O antigo sinal b (chamado de rotundum ou 66 mole) representava f note si bemol © dev origem a0} - demo. Alterag6es descendent BEMOL abaixa nota natural um semitom (ou meio tom). Cada nota pode ser altorada do quatro manoiras diferentes. salted DOBRADO BEMOL abaixa a nota natural dois semitons. fs -£ muito raro 0 uso do sustonide 9 bomol triplo. i abaixe il Se i Ltom Efeito dos acidentes: satin dando ‘weno ey ee Le fete ‘ ‘Antigamente 0 dobrado bemol se gtatava: Db Dobrado bemo! 6 também chamado de bemol duplo. } 2 Grafia dos acidentes na pauta Os acidentes devem ser escritos com multa precisdo, sempre na mesma linha ov no mesmo espago da caboga da nota, “pe ir oh he sabe Quando a nota alterada esté na ee mee slicing, sémiple. que'potalia,, de modo Gus = “Pla atemete de ota ‘ated os ge solaalfat miso -oit + xecugio —

You might also like