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Julgamento (Regras e formalidades especificas no processo querela.

Do julgamento dos processos de querela.

Designação da data e notificação

Em processo querela para efeitos de julgamento, cujo serviço prefere a qualquer outro
serviço judicial que não seja considerado urgente pela lei (5º do art. 462 CPP), ao abrigo
do artigo 462 CPP o juiz designa a respectiva mandando notificar os representantes da
acusação (Ministério publico e advogado do assistente havendo-o), e da defesa, os réus,
as testemunhas da acusação e da defesa, moradores na área da província, e quaisquer
outras pessoas que tenham de prestar declarações.

A lei prescreve o tempo de 10 dias relativamente a data para julgamento para


notificação dos representantes da acusação e da defesa e dos réus, sendo a notificação
destes últimos feita na prisão, quando estejam presos, e no dia do julgamento são
conduzidos sob custodia, ao tribunal, por mandato do juiz (paragrafo 2º do art. 462
CPP).

A propósito das notificações, e conforme resulta do paragrafo 3º do art.462 a parte


acusadora só é notificado quando reside na sede ou capital da província ou tenha
constituído advogado ou escolhido nela residente para receber as notificações.

Da Audiência

Declarada aberta a audiência e verificada a presença das pessoas notificadas para


comparecer ao julgamento, procede-se a leitura das peças do processo que permitam a
percepção do respectivos conteúdos art.488, nomeadamente a querela ou acusação do
Ministério Publico, e da parte acusadora ou assistente, o despacho de pronuncia, a
contestação do reu e as conclusões corpo único do art. 464 CPP.

Procede-se, também à leitura dos documentos junto ao processo é necessário para o


esclarecimento da verdade, contanto a acusação ou defesa o requeiram ou tribunal
oficiosamente o ordene.

Produção de Prova.
Interrogatório do réu, do ofendido e demais pessoas. Feita a leitura do processo, e
porque as testemunhas devem estar recolhidas numa sala e saírem à medida que foram
chamadas, tomando-se as precauções necessárias para evitar que se comuniquem, nos
termos do corpo e único do art. 432 CPP são efectivamente recolhidos, após o que fez-
se o interrogatório do réu, são tomados declarações ao ofendido e demais pessoas que
devam presta-los nos termos do art. 465 CPP.

Inquerição dos testemunhas e declaração dos peritos.

Conforme nos termos do art. 465 CPP, segue-se a inquerição das testemunhas e
declarações dos peritos, acareações e demais diligência exigidos pela produção da
prova, sem prejuízo de se proceder a novas perguntas aos réus e aos ofendidos, apos a
audição das testemunhas é peritos, sempre que se julgarem necessárias, claro que para
efeitos de esclarecimento da verdade material.

A oralidade domina a audiência em termos de o interrogatório do reú, os depoimentos


das testemunhas e as declarações do ofendido ou outras pessoas feitas na audiência,
deveram ser prestados oralmente, a menos que a lei determine o contrário art. 466, sem
prejuízo de serem reduzidos a escrito e constarem da acta da audiência de julgamento
conforme previsto no seguintes do nº 1 art. 457 CPP .

Alegações Orais.

Terminada a produção de provas mediante o interrogatório do reu e do ofendido e


demais pessoas, vem a fase das inquerição das testemunhas e declarações dos peritos e
demais diligencias exigidas pela produção da prova, procede-se as alegações orais,
dando-se para o efeito a palavra sucessivamente ao Ministério Publico, a acusação
particular e a defesa, podendo se replicar somente uma vez, nos termos do artigo 467
CPP.

Importa referir que as alegações orais não são meios de prova, pois tem em vista
convencer o tribunal sobre os factos a considerar provados e não provados, no que diz
respeito as alegações de facto, pelo que são uma síntese conclusiva da prova produzida
(SILVA, 2009: 256 e CARVALHO, 2010:405), pois produzida a prova perante os
juízes e em contraditório, as alegações tem uma função de recapitulações e de síntese,
ganhando geralmente em clareza e por sua accão quando sintéticas e incisivas.
A lei limita o tempo durante o qual os representantes da acusação e a defesa podem usar
da palavra nas suas alegações orais, sendo o tempo máximo permitido de 1 hora, para
cada vez. Porem, dependendo da natureza da causa, a exemplo de um processo
complexo poderão usar da palavra por meios de 1 hora mediante permissão do
presidente do tribunal nos termos do art. 467 CPP.

Terminadas as alegações, o reu tem mais uma oportunidade de se pronunciar querendo


nos termos do art. 468 CPP, determina que o presidente do tribunal o pergunta se tem
mais alguma coisa a alegar a bem do sua defesa.

Trata-se da última oportunidade do exercício do direito da defesa, antes da deliberação.


É o acto de defesa pessoal do arguido, e por isso o tribunal a deve ouvir em tudo que o
arguido disser a bem dele.

Discussão e Deliberação da matéria de facto e elaboração da sentença.

Depois do presidente do tribunal ouvir o réu sobre a que disser a bem da sua defesa, nos
termos do previsto no art. 468 CPP, deve declarar encerrada a discussão da causa
organizar os quisitos nos termos previstos pelo citado no art. 468, relativamente aos
quais o Ministério Publico e o advogado pode propor o adiamento de mais quisitos ou
formulação das propostas de modo diverso nos termos do art. 502, conjugado com o
artigo 468 CPP.

Antes do tribunal retirar-se da sala de audiência para reunir-se e discutir e deliberar


sobre a matéria de facto, o presidente do tribunal, o Juiz profissional, designa data para
leitura da sentença e declara encerrada a audiência e de seguida recolhe ao gabinete com
Juizes eleitos para discutir e deliberar com os mesmos sobre matéria de facto art. 491
CPP, logo a pois o Juiz Profissional julga sobre matéria de direito e elabora a senteça.

Aspecto de relevo é que a deliberação da matéria de facto deve-se seguir logo depois do
termo de audiência em discussão da causa, pois que consequência das preliminares da
oralidade e concentração da audiência impõe-se imediatamente da deliberação apois a
discussão de modo a assegurar que a deliberação seja tomada enquanto esta fresca na
memoria a recordação das provas produzidas oralmente e prevenir situações de
impedimentos dos membros do tribunal que o decurso de tempo naturalmente o
favorece.
Embora a sentença (absolutória ou condenatória) é feita a respectiva leitura em
audiência designada para o efeito, poderá se interpor recurso da mesma para o Tribunal
Judicial da Província ou Tribunal Superior de Recurso, consoante a sentença tenha sido
proferida por um tribunal distrital ou tribunal provincial, sem prejuízo de outro recurso
para o Tribunal Supremo, neste caso somente em matéria de direito nos termos do art.
473 CPP.

O único do art. 473 CPP, prescreve o recurso obrigatório para o Ministério Publico,
relativamente as sentenças condenatórias que imponham qualquer das penas maiores
fixas prevista nos números 1, 2 e 4 do art.55 CP.

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