Professional Documents
Culture Documents
Benefícios Do Blockchain para Moedas Sociais Digitais: Conference Paper
Benefícios Do Blockchain para Moedas Sociais Digitais: Conference Paper
net/publication/325385551
CITATIONS READS
2 561
3 authors:
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
All content following this page was uploaded by Denis Alves Rodrigues on 31 July 2018.
Abstract
Some new digital infrastructures present disruptive potential, breaking paradigms and changing the way
organizations and communities organize themselves and reach their goals. Blockchain, developed to
support Bitcoin, is drawing the attention of civil society and researchers when adopted in community
currencies, as Digital Social Currency (DSC), or in other processes, such and smart contracts, generating
new IT artifacts. The present research investigates the benefits to organizations that manage DSC when
adopting this digital infrastructure. Based on multiple case studies, this study uses content analysis to
investigate the DSC phenomenon. The empirical study showed that there is a close relationship between
currency functions, DSC functionalities and Blockchain functionalities, seeking to generate security,
confidence and to enlarge scale of DSC, although there is a tendency to centralize governance of the issuing
organization.
Keywords
Blockchain, IT Artifact, Digital Infrastructure, Digital Social Currency.
Resumo
Algumas das novas infraestruturas digitais desenvolvidas têm apresentado potencial disruptivo, rompendo
com paradigmas e mudando a forma como organizações e sociedades se organizam e atingem seus
objetivos. Uma delas, o Blockchain desenvolvido para suportar a criptomoeda Bitcoin, está chamando a
atenção da sociedade civil e de pesquisadores por ser adotado em outros processos, como Moeda Social
Digital (MSD) e em contratos inteligentes, o que gera novos artefatos de TI. A presente pesquisa estuda os
benefícios que levam as organizações que administram MSD a adotarem esta infraestrutura digital, a partir
de uma metodologia de estudo de casos múltiplos, que se vale da análise de conteúdo para estudar os
respectivos sites. O estudo empírico mostrou que há uma estreita relação entre funções da moeda,
funcionalidades da MSD e as funcionalidades do Blockchain, procurando gerar segurança, confiança e
maior escala da MSD, embora haja uma tendência da centralização da governança na organização.
Palavras-chave
Blockchain, Artefato de TI, infraestrutura digital, Moeda Social Digital.
Introdução
O Blockchain, que teve seu desenvolvimento focado na criação da moeda digital Bitcoin (Nakamoto, 2008),
constitui uma das novas infraestruturas digitais baseadas na internet com potencial disruptivo. No entanto,
sua utilização estendeu-se para outras finalidades, como desenvolvimento de contratos inteligentes
(Christidis and Devetsikiotis, 2016; Kosba et al., 2016), controle de identidade, autenticação de
Motivação Schroeder, Miyazaki and Fare, (2011); Joachain and Klopfert (2012;
Moeda Social 2014); Martignoni (2012); Della and Torre (2015); Blanc (2017).
para participar
Schroeder, Miyazaki and Fare (2011); Joachain and Klopfert (2012;
Operação Moeda Social 2014); Martignoni (2012).
Quadro 1: Camada Moeda Social
Na perspectiva “Moeda” são consideradas as funções da moeda, as escolhas realizadas em relação a emissão,
valores e circuito da moeda. Na “Motivação para participar” leva-se em conta a identificação da
racionalidade utilizada para que as pessoas participem da comunidade, para obter a moeda social e usá-la.
Quanto à perspectiva “Operação”, a preocupação principal é compreender como as regras criadas na
motivação (item anterior) tornam-se regras externas para os usuários. Para a camada analítica
Infraestrutura digital (Quadro 2), tem-se as perspectivas da arquitetura, tipo de governança, tipo de
transação, virtualidade e ligação de valor.
Autores
Perspectiva Lentes
Moeda Social Digital; Diniz, Siqueira and Heck (2016); Christidis and
Arquitetura
Devetsikiotis (2016).
Infraestrutura digital.
Tipo de Moeda Social Digital; Diniz, Siqueira and Heck (2016); Christidis and
governança Devetsikiotis (2016); Glaser (2017).
Infraestrutura digital.
Tipo de Moeda Social Digital; Diniz, Siqueira and Heck (2016); Christidis and
transação Devetsikiotis (2016); Glaser (2017).
Infraestrutura digital.
Moeda Social Digital; Diniz, Siqueira and Heck (2016); Jansen (2013); Glaser
Virtualidade
(2017).
Infraestrutura digital.
Ligação de Glaser (2017).
Infraestrutura digital.
valor
Quadro 2: Camada Infraestrutura Digital
A perspectiva “Arquitetura” considera a infraestrutura digital e as tecnologias envolvidas para o uso e “Tipo
de governança” analisa se ela é centralizada ou distribuída e quais suas caraterísticas. Na perspectiva “Tipo
de transação”, analisam-se os atores envolvidos e a forma que a moeda social digital circula. Já na
“Virtualidade”, considera-se a necessidade ou não de integração com outros sistemas. Por fim, a perspectiva
de “Ligação de valor” analisa como a moeda passa a ter valor para os atores envolvidos.
Metodologia
A pergunta de pesquisa é: quais são os benefícios trazidos pelo Blockchain que levam organizações a adotá-
lo para suportar as suas MSD, em termos de administração e circulação? Para respondê-la adota-se uma
estratégia qualitativa, a partir de estudo de casos múltiplos (Eisenhardt, 1989; Yin, 1994), por este ter se
mostrado o método mais adequado, dados o tipo de pergunta, a complexidade, o fato de ser contemporâneo,
além da necessidade de um entendimento de uma relação complexa entre organizações, tecnologias e
pessoas (Dubé and Paré, 2003). A escolha dos casos foi realizada considerando que as organizações
deveriam utilizar MSD que possuem uma infraestrutura digital baseada em Blockchain, e que, além disto,
consigam fornecer dados em seus sites e tenham uma utilização significativa da MSD. Foram escolhidos
três casos, número suficiente para garantir maior validade interna e externa e permitir um aprofundamento
nas análises: SolarCoin (SolarCoin Foundation, 2017), Plastic Bank (Plastic Bank, 2017) e Monedapar
Objetivos sustentabilidade
Objetivo sustentabilidade ambiental e
Objetivos socioeconômicos;
Motivação ambiental; pode-se trocar a socioeconômicos; troca
escassez de moedas oficiais
para MSD por produtos em lojas plástico por MSD e por
incentiva a adesão à MSD;
participar da rede; reforçam segurança produtos nas lojas da rede;
reforçam segurança da rede.
da rede. reforçam a segurança da
rede.
Considerações finais
O debate sobre novas infraestruturas digitais e como impactam a sociedade por meio de organizações que
emitem moedas sociais digitais (MSD) é relevante. Este trabalho estudou os benefícios que levam à adoção
de Blockchain entre organizações que operam MSD. Após a revisão de literatura, com base em uma
proposta dedutiva, foi desenvolvido um framework para apoiar a análise de conteúdo, com o qual foi
realizado o estudo de três casos de MSD: SolarCoin, Plastic Bank e Monedapar. O estudo do fenômeno
ocorreu a partir da perspectiva da organização que utiliza de forma adaptada um novo artefato para
suportar sua MSD, adequando-a a seus valores e objetivos, além de usá-lo para agregar valor à rede. A
análise permitiu identificar uma evidente ligação entre as características do Blockchain e as da MSD,
embora haja especificidades nos casos (adaptações). Existem pontos comuns e diferenças entre eles, o que
também evidencia a questão da adaptação do artefato às necessidades, valores e objetivos da organização.
Verificou-se também que, embora as MSD tenham uma governança centralizada nas organizações que as
Referências
Atzori, M. 2015. Blockchain Technology and Decentralized Governance: Is the State Still Necessary?
Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=2709713 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2709713.
Bharadwaj, A.; Sawy O. A. EL; Pavlou, P. A. and N. Venkatraman. 2013. Digital business strategy: toward
a next generation of insights. MIS Quarterly Vol. 37 No. 2, pp. 471-482/June.
Blanc, J. 2011. Classifying" CCs": Community, complementary and local currencies' types and generations.
International Journal of Community Currency Research p.4-10.
Blanc, J. 2017. Making sense of the plurality of money: a polanyian attempt. SASE 29th Annual Meeting
(Society for the Advancement of Socio-Economics), Jun 2017, Lyon, France. <halshs-01555623>.
Christidis, K. and M. Devetsikiotis. 2016. Blockchains and Smart Contracts for the Internet of Things.
Special section on the plethora of research in internet of things (IoT). IEEE Access.
Della, P. M. and D. Torre. 2015. Virtual social currencies for unemployed people: social networks and job
market access’. International Journal of Community Currency Research 19 (D), pp. 31‐41.
Diniz, E., Siqueira, E., and Heck, E. 2016. Taxonomy for Understanding Digital Community Currencies:
Digital Payment Platforms and Virtual Community Feelings. GlobDev 2016. Paper 10.
Dubé, L. and Paré, G. 2003. Rigor in information systems positivist case research: current practices,
trends, and recommendations. MIS Quarterly. Vol. 27 No. 4, pp. 597-635.
Eisenhardt, K. M. 1989. Building Theories from Case Study Research. The Academy of Management
Review Vol. 14, No. 4 (Oct., 1989), pp. 532-550.
Eschenfelder, K., Baechboard, J., Mcclure, C., and Wyman, S. 1997. Assessing U.S. federal government
websites. Government Information Quarterly, v. 14, n.2.
Fare, M., Freitas, C., and Meyer, C. 2015. Territorial development and community currencies: symbolic
meanings in brazilian community development banks. International Journal of Community Currency
Research. Volume 19. Section D 6-17.
Glaser, F. 2017. Pervasive Decentralisation of Digital Infrastructures: A Framework for Blockchain
enabled System and Use Case Analysis. Proceedings of the 50th Hawaii International Conference on
System Sciences - HICSS.
Gómez, G. M. and Dini, P. 2016. Making sense of a crank case: monetary diversity in Argentina (1999–
2003). Cambridge Journal of Economics, 40, 1421–143.
Gregor, S., and Hevner, A. R. 2013. Positioning and presenting design science Research for maximum
impact. MIS Quarterly Vol. 37 No. 2, pp. 337-355/June.
Hawlitschek, F., Notheisen, B., and Teubner, T. 2018. The limits of trust-free systems: A literature review
on blockchain technology and trust in the sharing economy, Electronic Commerce Research and
Applications. Volume 29, May–June, pp. 50-63
Holgate R., D. Furlonger and R. Howard. 2017. Toolkit: Government Use Cases for Blockchain. GARTNER.
International Journal of Community Currency Research (IJCCR). Disponível em: https://ijccr.net/.
Acessado em 03 de jun. 2017.
Hsieh, H. F., and Shannon, S. E. 2005. Three approaches to qualitative content analysis. Qualitative
health research, 15(9), pp. 1277-1288.