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UBL AGA DF VCl valle 3 Grasbe de Ciencias compliance, tal come prevste do $8B2,1”. Para se ter patimetro do impacto que esses ‘programas tém no grincum da pena, mister consignar que muta; na hipdrese de menor ‘calpabilidade possvel, seré diminuida para 1/20 do valor original, ao passo. que ser quadruplicada no cendsio de culpabilidade Os onodlelos de culpabilidede pedpria das pessoa jurfdica, além de mais compativeis com as garantias constiucionsis, revelaram- sey segundo Sieber,” mais efetivos:na prevengio de deltos, baja vista que estudas ¢riminolégicosconstaaram que ‘? conporta- ‘ment des empregados ¢principalmentesenstvel ingluéncia exercida pela propria empresa. Em sen estudo empirico comparative, descobriu-se ‘que 0°cometimerio de crimes ¢ consideravel- hte menor nas empresas onde existe regis: ics ¢ programas de compliance” Oemprego de modelos de culpabilidade de empresa; porfim, no dispensa o debate quan- 103 vahiidade de se empregaro Diteito penal na tela da economia’, em especial, dads 25 caractr(ticaslegslatvas brasieiras, do me ambience. iso porque, também no campo do ireito administativo sancionador, mister 2 arribuiglo de responssbilidades, visto que nfo se confunde com 6 direito administativo, precisamente por scu cates sancionatétio.** Tal como esti, 0 Diteito penal ambiental (riminais representa um reitocesso, eis que respon- ssbilizagéo da pessoa juridica, por ato-de utrem, éinconeroversamente uni modelo de responsabilidade objetiva, Peca, ademais, 20 reforgar a légica da dissuasio que impregna «penta privativa de iberdade, caja faléncia é evidente. A superacio do paradigma cisco do Diteito penal é um desafio que perpasse toda a dogmética penal. Curiosamemte, o Di- teico penal ambiental oferece campo proficuo para que se vivencicm transformagées, em ‘especial no que diz respeito pessoa juridica. Os modelos de culpabilidade de empresa ropiciam clrcufos vireuosos de prevengio Aetliva que poderao, de fo, proteger com maior eReiéncia o meio ambiente a partir de lum movimento crescente de envolvimento om o bem juridico. NOTAS (1) Por todos, Lula Régis Prado. Dielto Paral ‘Aimolntal’Sko Pala RT. Precursor, no Brash rat dfesa da sesponsabiidade penal da pessoa juice, Spl Sslombo Sbeaia, prncpalmenie tm Responsabilaade penal da pessoa juidica S40 Paulo. Campus sever, 2010, o ree (2) TANGERINO, Davi Cutpabiidade. S20 Paulo Campus Esai, 2016, no orale, (@ BITENCOURT. Cezar. iatado de Dteto Penal Parte Goal, 14. So Put: Seria, 2008, 0, 4p. (4). Resurso Especial, 610. 14M, Cinta Tura 171-2008 Pe. Com awonB: (es enamel Edt ow, 20. (@) Macao peal 610114 ute Tuma, 17-11-2008 () Risponsabiidade pdnal ds pessoa jrcia. 3, ‘2, S30 Paulo: Campus sever, 2010, m9 gral. (@) Ae roerécios quo sequem foram eras da pesquisa Responsablidage penal da pessoa Juric, parocnata palo Minseig Just, {que pareipe como pesquisodor. Fr pubicasa ‘na sr Pensanda 9 Diet, erm seu numero 18, fm 2009, «encortaseelsponivloratltement hostio da minisirc, (9), KREMNTTZER, Moriecha:GHANAW, Kal ce Sratbakelt wan Unteretimon. i: Zeltschat tr de gesante Sratrecitsmssonschaft, vel. 113, 2004 (10) TEDEMANN, Kaus, De, Bedudurg’ von Unter hneheren nach dori 2. Gosetz zur Bokamptung Ger Wirtgchattskoianatat. neue Joitse he Wechescit, Het 19, 1888 (11) LAMPE, Emmst-doachim. Systemunrecit ond Unvechissystorw, i: 2c fire gesante ‘Statrehiswissonschatt 108694 (12) SIEBER, Ulrich. Compance-Prograrare ion Un lemeinménssrafecht. ip. SIEBER, UItch ot ali (org). Festschiie tr Kus Tedeian zor 70, ‘Geburtstag. Kan’ Minchan, 200, (13) Arespeto co Dire amiss sancionator, na ‘ara ambiental, ports, Helena Regina Lobo 1g ama Pott pant air St a Sara, 2090, Davi de Paiva Costa Tangerino Dostar@é Mestre wm Dito veal eeriminologla (US®). Professor da Universi Foseral a.Ro de Jairo, Advogado criminal ALGUMAS PROVOCACOES A RESPEITO DA LEIN. 7.492, DE 1986 Flavio Antonio da Cruz “A ausridade das lis reponia. ‘apenas wo erdivo que lhe concedenas. Nels acreditamas, ‘seu nico fndamento” Incques Dereida E sabido que “2 controle de consttwcional- ade cm mative penal deve ter realizade de for- ima ainda mais rigoroca do que aquele desinade «2 averiquar a legitimidade de outros tpos de interocnio leglaioa em diet farudamentais dotadas de menor potencial ofensive”® Mas isso nao tem sido émpreendido a contenco. Raray sio as decisées jidiciais em que se promove eleva crivaca, pelo tamis const- tucional, das fontes normativas do Direivo Penal. A carga rerérca das senrengas penais tem gravitado esencialmente em eorno do cexame dos meios probatérios: 0 que esta 00 aguelatestemunha teria dito, qual 9 aleance de dererminado documento etc., em inaioe confronro entre as normas infraconstcucio- nals ¢ 05 vetores axioldgicos que animam posa jd vintaneita democracia, Talver por. {que esse controle imponha um significative’ «cus politico, sobremodo em um tempo dé rmidiatizacio de processos ede ndtério amor popitlar por maior crininalizacio ¢ pniga, E com esse pano de fundo que a Lei 7.492 deve ser examinada. O diploma bem retatao aff dese enipee gar 2 sancio criminal com instramenso de programagio de condutas, mesmo quando destinidas de uma prévia reprovagio eoltivs, ‘Ao vontcisio do queovorté dom o homictdio -ontros delits ipficados no Cédige Penal,a Lei7.492 criminalza comportamentoscticar ‘mente neutios* de maiteira que, em muitos casos, ¢ autdcensura do agente, quanto a0 priprio agit, somente eclode apés 2 pesquisa da legislaczo, Subsiste uma consiante’ sobreposigéo. de normas, eis que a censura penal fica coridicionada 4 eristéncia de uma infragio administeativa."Nzo hd eomvo aplicar 0 art 22 da Lei 7.492 sem que o Julzo disponha ide profundos conhecimentos a respeito dos regulamencos.que versem sobre o mercado de cimbio, por exemplo. Exoeto quando se tate cfetivamente de pitccitos dé cardter cemporirio ou excep sional (como éram, a0 seu tempo, 0s cabe- lamentos da SUNAB), 2 eventual alteragio de dispéstivos administrative, deixando de LET IBCCRIM - ANO 16 214 = SETEMBRO - 7010 ‘exigir estou aqiela autorizagéo, implicaré em abelitocriminis ou novato legs in mein, Em prindfpio, os regulamentos cambidrios ro podem set tomadlos como preccitos-de cauiter exprional ou wnporésio, de modo que ~ vid de regra ~ aleracBes favorsveis 208, acusidos devem sr aplicedasretroativamente, “A alteragéo de valores para a exoneragio do dever de declarar capitaisinternacionais pode causan poreanto, abolni criminis (ped. comparagéo das Citculares 3.181/2006 3.071/2002, BACEN)." A grande verdade € que as autoridades administrativas que edi- “am essus resolugBes nao se'mostram muito preocupadas com of efeitos criminais que delas decorram. ‘Outro aspecto diz respeito ao postulado da lesividade (nulla lex poenalit sine necestae: nulla necesitas sine injuria). AS conduas ‘mesmo quando supostamente Upicss deve serconffontadas como art. 17 do-CP; cis que, ‘no Brasil rencativas absolutamenteinidéneas ‘no podem ser reputadas como crime. O Judicirio hé de tomar em conta as grandes ‘ontradigées-que tm vigorado no Dircito Administrative quanto 20 regulamento do ‘cambio, por exemplo, Ensina Zaffaroni: “Nao seria admisstvel pana wma clementar rcionalidade de qualquer decsto judicial que se considerase proibide uma condita que nio Iesiona outro: tampowco nicianl afirmar que és proibida uma asao que ouira norma orden ow con Sidenor gue wma norma prolte que our ferent. ‘Mas além de que ninguém sabria o que fazer em wna sitwagao concreta, 03 juizesesariam confirmando a iriucionulidade absolusa do poder uo condenar pela (que néo preudica a onsrem”® Vi que se questions, p.ex a rao pela qual se rozuls como cfimeaatitude de quem cenlia deposicado valotes em contas CC-5, 2 partir decontas cortentesalheias (“laranjas", se 0 priprio Estado nio se mostrou muito preocupado ‘com acfetivaidentificagao dos remerentes (dado que franqueou, a 05 Bancos, a ralizagio. dé depésitos. «Tan fem espécic em tais contas, conforme conhecidas = autorizacéesexpeciais do BACENS além da inegvel ‘contradigio do are, 10, $16, com art. 12, inc. I, dx Citealar n.2.677/96, BACEN, quando confrontados com o art, 8° do mesmo diploma). Por outto lado, em brilhanses votos do Miniseo. Celso de Mello, a Suprema Corte tem reconhecido 40 Judiciério 0 dever-poder de efetivar.o controle da coeréncia das sangBes'eriminais (HC 92.525 ¢ 102,094). Ha certo disparate na Lei 7.492 quando censufa, com a'pena de 02 2.06 anos, conduta de quem tena remerido ieregulaemente RS 30,000,00, em divisas, a0 exterior (art. 22; parigrfo tnico, da Lei7.492), 0 mesmo tempo em que repreende, com pena entre 01 €04 anos, 0 comporsamcnto de quet om habitualidade por longos anos enna operado unin instiruigdo financeira chndestina (art. 16), conduits mais agresiva Destaca-seainds a aparente inconstitucionalidade do at. 4°, parigrato tinico, da Lei n. 7.492, dada a agressio tregra constitutional de axatividade (nulla ‘poena sine lege certa ~ ar. 5, inciso XXXIX, CB) Os parlamentates tipificaram, como crime, uma coinluta imprudente (gerir semerariamente),.mas sem condicionar a aplicaggo da pena & sobrevinda de uum resultado lesivo™ e sem fazer expresse mengio 4 aludida condicao (como exige 0 art. 18, parigrafo ‘inico; CP) ‘Ainda que todo ctime eupose eseja fundado em tipos abertos(vilacao ao dever geral de cautela), a ‘Dogmética eoneehew inimeroscrtérios de contencio do arbiuio nisso envolvido (previsibilidade, evitabili- 0 dade, incremento indevide do riseo, consumagiode (2) then no retitado ee) Aspe pfe peal fy dem agi vemerii, sem eigen corn de, dano, no pode sex svt em um Disko Penal de- [yt occ, pols de contra ~quom oar crando 2 prac, ao fal de conta srk Judo, em sexame post fact Seriam admissiveis tipos penais assemelhadoe: (7 “condusirse temereriamente no trinsit” ou “exercer temertiamente a medicina” Tals dspositvos, que) ‘iculam redagao andoga ao do are 4, parigafo tinico, bem ilusttam o pesigo de tais preceicos. Tica’ (g) sempre 20 gosto do censor de plano definie quando ‘quetal ou quel conduca seria delinuose, 0 que agride 0 nc, XXXIX, jéreferdo, ‘Nett se diga que o delto setia‘doloso. Os crimes imprudentes tainbéo,envolvem cerca conteddo volitivo (a escolha volunsdria das meios par are zasio de um propdsite licto). Quem, sem incensso, stcopela umn transcunte, por estar a150 ken/l, aus com vontade de ditgir 150 km/h, 6 que, por :é, rio converte um crime negligente em doloso. Ade- mais, mesmo que se supoaha que se trata de crime doloso, continua ausente a dlimiagio da condi penalmiente censurada Campre tamibés regiseara aparentearipicidade das chamas operagies hainatla(délar-eabo). Como cxplica Tértima,”” o crime do art. 22, pardgrafo nico, da Lei somente se consuma quando, deforms io, delico ~ paégrafo inico ora refeido. Juem dispara em um cadéver néo pratica hom ‘see 17, CP) Anapeadod tess comer Fvibas que jd se encontrem no excetior inda que configire infragio ‘adfninistrativa (arr Dec. 23.258/33), ou possa cargctetizar outro io pareve atender aos requisitos daquele ‘io padetia ser tomada, emt principio, omo evasi (es ques quando muito, averdadcra cevasio teria ocozrdo anteriormente). Por mais que'se seconheca que toda interpretacio da lei esd condicio- nada pela poissemia dojdiomas n40 menascerta que hd rogras para uso dos termos linguisticos, de modo que, onde st diz saida de divisa para o exterior, nfo © pode simplesmente ler “inansfréncia de divizar que id te encontrem no exteriur” © controle de constitucionalidide ndo deve ser tomado como complacéncia com conjerurados elicos, Antes, tatacsé da Funi¢io mais nobre reco inhecida ao Judicttio: ade garantira efetividade dos valores fundamenas da nossa comunidade politica, Do reconhecimento da inconstitucionalidade da proibigao de pro n. 8.072 (STR, HC 82.959), ndo se seguiu 0 cios profetizado por alguns. Os parlamentates cumpri- tame papel edad nw op pio ae Contentarmos com dispositives deficitaios, nunca NOTAS de regime, no fmbito da Lei is (Lei 11.464/2007), Se nos palmente adequadas acques Dera, Fores do foto uaa mistico ay ‘aulosidade, SP: Martins Fontes, 2007. p.2 Basi, STF Din S112 old do Mii Gar Mendes, 314 Figuetved Dias. Oprovtera os canslénelé da etude ‘er ait Paral. 2.0. 990-415, atin, Derecho penal, 163. América Tapa de Carvalho Suressdo de leis ponais $d. 256. Tapa de Carvalho, Sucassfo dolls pena, p. 267 Zafer Derecho pe: pate grea Bree. 85 Logica apicada peo TAF Ua 4 Rp oc pga Sela erm» 9603 1 0002494 2, Oop 2508-208, Ao conto do que ova a Lala. 62181, a 5, ic |X, que condciona a apc da sanciod eistncia ‘ane ov insobéncia, dacorentes da gato mera. José Carlos Tesima, Evaszo ao cues, Lumen dur, 2006. _Flavio Antinio da Cruz Dorado am Olio do Estado pla UFPR ua Fedora Svbettuto em Cuba cede 2002 BOLETIN IBCCRIM - ANO 18-204 SETEMBRO - 2010 “= Assonacsg sos Magistraios do, ‘Arnazonas.- Amazon ‘mISTAITO FEOERAL + Aessciagio das | -Magistrados o Distrito federal eTertonas - ‘Amagis/DF + Deferisores Pibicas do Disinta Feceral = i ADEPOF _ awaTO GROSSO Do SUL + mssngiacao dos Defensores Pubticos ‘ob Mato Gioséé do Sul

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