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Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

Escola Superior de Gestão

Bruna Filipa Pimenta de Sousa – A25785


Bruno Miguel Campos Araújo – A25756
Lara Afonso Vaz da Silva – A26520

Artigo ilustrativo de uma mudança no preço no mercado:


“Trigo: Como a escassez deste «bem essencial» ameaça a
segurança alimentar do mundo” – JPN:
JornalismoPortoNet

Licenciatura em Gestão de Empresas


Unidade Curricular: Microeconomia
1.º Ano, 1.º Semestre

Barcelos, outubro de 2022


Introdução

O presente estudo académico, inserido no âmbito da Unidade Curricular de


Microeconomia, versa sobre aplicar o raciocínio económico a uma situação real. No caso,
a análise tem por base um artigo de um jornal online1, o qual ilustra o impacto do aumento
dos preços e da diminuição da quantidade oferecida no mercado do trigo ao nível da
segurança alimentar da população a nível mundial.
Podemos referir desde já que o trigo é a commodity mais consumida pela
humanidade tendo tido, inclusive, um papel relevante no desenvolvimento da civilização.
Importa mencionar também que o trigo é considerado atualmente essencial nas dietas
humanas e animal por ter um alto valor energético, ser rico em carboidratos e proteínas.
Assim, uma vez que não apresenta nenhum bem substituo direto que contenha todos estes
benefícios, trata-se de um bem crucial à segurança alimentar.
Por seu turno, este bem pertence a um dos maiores mercados de commodity de
grãos do mundo, tendo movimentado vários bilhões de dólares em negócios. Deste modo,
compreende-se que a escassez deste bem tem um "impacto brutal" 2 na economia mundial e
também na segurança alimentar, especialmente dos países mais pobres.
Como sabemos, existem diversos fatores que influenciam a quantidade procurada e
a quantidade oferecida de um bem, mas, ao analisar o modo como os mercados
funcionam, podemos destacar que a variável “Preço do bem” desempenha um papel
central.
Assim, como ponto prévio, revela-se pertinente referir que, tal como diz a notícia
em análise, a invasão russa à Ucrânia provou o aumento dos preços dos cereais nos
mercados internacionais já que estes dois países são considerados dois dos maiores
exportadores mundiais de dois bens essenciais: o trigo e o milho. Este aumento dos preços
deve-se às restrições impostas na exportação de bens onde a Federação Rússia bloqueou
diversos portos.
Por outro lado, a escassez deste bem é também resultado de fatores como as secas
e as alterações climáticas que se têm vindo a registar.
Neste trabalho pretendemos analisar as variações da procura e da oferta do trigo
bem como os motivos que provocaram essas variações, aquando da altura da publicação
do artigo jornalístico.
1
VELOSO, João, “Trigo: Como a escassez deste «bem essencial» ameaça a segurança alimentar do mundo”
in JPN – JornalismoPortoNet, Maio de 2022, disponível em https://www.jpn.up.pt/2022/05/26/trigo-como-
a-escassez-deste-bem-essencial-ameaca-a-seguranca-alimentar-do-mundo/ [consultado a 28.10.2022].
2
Expressão utilizada no artigo supra mencionado.
1. Procura: variações e fatores que provocaram a alteração da sua curva

Atualmente, o mundo tem assistido a um cenário desastroso devido à guerra entre


a Ucrânia e a Rússia que fez disparar o preço dos cereais, pondo em risco a alimentação
mundial da população na sua generalidade.
Neste sentido, desde que começou o conflito entre dois dos maiores produtores de
trigo, a falta de trigo tem-se registado em muitos países pondo em causa a segurança
alimentar a nível mundial, com especial enfoque nos mais pobres. Assim, fruta da guerra,
é sabido que foram interrompidas as cadeias de produção de trigo, visto que os
agricultores perderam as condições para continuar a cultivar; e, interrompido também o
fornecimento deste bem pois foram bloqueados vários portos ucranianos, como o porto de
Odessa – o maior porto no país. Segundo consta, estavam retidos, aquando da publicação
da notícia, cinquenta e sete navios com mais de um milhão de toneladas de trigo e outros
cereais no maior porto ucraniano.
Infelizmente, no decorrer do tempo, as terras ucranianas que voltaram a estar aptas
para semear ficaram sem a maquinaria agrícola necessária devido aos bombardeamentos
russos. Deste modo, o preço do trigo tem verificado subidas de preço astronómicas.
Contudo, apesar de se ter verificado esta variação, registando um aumento no preço de
cerca de 40% desde o início da invasão, a procura tem-se contraído ligeiramente devido às
secas, às alterações climáticas e às restrições impostas na exportação. Note-se que a
procura dos consumidores não diminuiu de modo tão significativo pois o trigo é um bem
de primeira necessidade que não apresenta nenhum substituto direto que satisfaça as
necessidades dos consumidores. No entanto, importa referir também que, em
consequência da guerra, deu-se uma crise global, levando a uma enorme queda nos
rendimentos dos consumidores e, a longo prazo, tal facto pode vir a interferir com o poder
de compra destes mesmo consumidores. Desta forma, será necessário recorrer à
substituição de certos produtos por outros que se encontrem a preços mais acessíveis e
satisfaçam as mesmas necessidades.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), no caso específico de
Portugal, podemos desde já referir que temos uma dependência externa em relação ao
trigo bastante forte. Em 2021, por exemplo, apenas 6,3% das colheitas eram satisfeitas
pela produção nacional3 o que nos leva a concluir que a balança comercial de trigo

3
Dados retirados do INE: https://www.ine.pt/xportal/xmain?
xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=562138924&DESTAQUESmodo=2
1
portuguesa tem vindo a registar-se deficitária.
Além do exposto, importa também referir que o aumento da cotação do trigo vai
“contaminar, com certeza, os preços de muitos outros bens essenciais” e,
involuntariamente, irá obrigar a compra deste cereal a países mais longínquos, como a
Argentina, o Brasil ou até a América do Norte, onde os custos de transporte serão ainda
mais dispendiosos, levando a que o trigo seja ainda mais caro.

2. Oferta: variações e fatores que provocaram a alteração da sua curva

Expostas apreciações acerca do que decorreu ao nível da procura com o aumento


do preço do trigo e a sua escassez, referindo os fatores que provocaram as suas variações
de um modo geral, cumpre atentar também à oferta, relacionando-a com a notícia em
análise.
Desde logo, importa referir que a diminuição da oferta mundial dos cereais,
nomeadamente do trigo, um bem essencial, teve um impacto atroz na economia mundial e
também na alimentação, sobretudo nos países mais pobres, onde milhões de pessoas
dependem deste cereal.
Tal como referido anteriormente, os preços dos cereais têm disparado ao longo do
presente ano, uma consequência que se associa em grande parte à invasão da Rússia à
Ucrânia. Assim, a guerra, que ainda decorre, tem provocado uma diminuição da oferta do
bem de primeira necessidade em análise, devido a diversos fatores que conduzem a que
este esteja atualmente escasso, traduzindo-se num aumento brutal dos preços.
Com efeito, podemos referir que este cereal está a ser utilizado como “arma de
guerra” e, tal como é referido no artigo, ao bloquear vários portos ucranianos, a Rússia já
impediu a exportação, aquando da publicação da notícia, de vinte e dois milhões de
toneladas de cereais4 .
Para além do exposto, as secas e as alterações climáticas, em conjunto com as
restrições impostas às exportações, retratam fatores que criam uma tempestade perfeita
para que se verifique o aumento do preço do trigo.
Por outro lado, os custos de produção aumentaram também drasticamente e,
possivelmente, “numa proporção superior ao preço do trigo”, referiu o presidente da
Associação Nacional De Produtores De Cereais (ANPOC), sendo este um fator
4
Tal afirmação foi proferida pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenksy, tal como consta do artigo em
análise.
2
determinante para a diminuição da oferta do bem.
Por fim, importa salientar que a Rússia se tem revelado, nos últimos anos, como o
país que mais exporta trigo a nível mundial, ao passo que a Ucrânia ocupa a quinta
posição entre os maiores exportadores. Tal situação leva a que estes dois países sejam
responsáveis por 14% da oferta mundial do trigo, representando, em conjunto com outros
cereais, mais de um terço das exportações mundiais de grãos, segundo a Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Deste modo, a insegurança
alimentar é uma situação cada vez mais preocupante que ameaça a sobrevivência da
população mundial, nomeadamente em países como o Egito que não terá capacidades
financeiras para comprar o trigo necessário para alimentar a sua população.

3. Gráfico da procura e da oferta

3
Conclusão

Chegado o fim do nosso estudo académico, cumpre desde

Referências Bibliográficas

4
1

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