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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE DIREITO PÚBLICO
CURSO DE DIREITO - DIREITO PENAL II
PROFESSOR MS. ANDREO ALEKSANDRO NOBRE MARQUES

Roteiro do ponto 11 – Aplicação da pena

6.1. Elementares e circunstâncias do crime: a princípio, circunstância pode ser conceituada como
todo fato, relação ou dado concreto, determinado, considerado pela lei para delimitar a gravidade do
injusto penal ou a culpabilidade do agente. Nesse sentido, teríamos circunstâncias legais, genéricas
e específicas, e circunstâncias judiciais. Todavia, o estudo do delito não prescinde da distinção
entre elementares e meras circunstâncias. Elementares são os dados ou relações que a lei
considerou imprescindíveis para a caracterização do delito, enquanto circunstâncias, nesse aspecto,
seriam os dados acidentais, secundários, dispensáveis, mas que, gravitando ao redor do crime,
importam para a avaliação da gravidade do injusto penal ou para a averiguação da culpabilidade do
agente. Outra distinção importante a ser feita é entre circunstâncias objetivas ou reais (relacionadas
ao fato ilícito) e circunstâncias subjetivas ou pessoais (relacionadas ao agente).

6.2. Circunstâncias judiciais: culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do


agente, motivos, circunstâncias do crime, consequências do crime e comportamento da vítima (art.
59, caput). Utilizadas na primeira fase de aplicação da pena (fixação da pena-base).

6.3. Circunstâncias legais: utilizadas na segunda fase da aplicação da pena, não podem fazer com
que a pena baixe do mínimo legal ou supere o máximo legal. Ademais, agravam ou atenuam a pena
em quantidades não fixadas previamente pela lei, a critério do juiz.

6.3.1. Circunstâncias agravantes

6.3.1.1. Agravantes que atuam especialmente sobre a gravidade do injusto penal:

a) traição, emboscada, dissimulação (art. 61, II, c);


b) parentesco (art. 61, II, e);
c) abuso nas relações de dependência, intimidade ou hospitalidade ou com violência contra a
mulher (art. 61, II, f);
d) abuso de poder ou violação de dever (art. 61, II, g);
e) contra criança, maior de sessenta anos, enfermo ou mulher grávida (art. 61, II, h);
f) ocasião de calamidade pública ou desgraça particular (art. 61, II, j);
g) emprego de meio insidioso ou cruel (art. 61, II, d).

6.3.1.2. Agravantes que atuam sobre a medida da culpabilidade:

a) reincidência (art. 61, I);


b) motivo fútil ou torpe (art. 61, II, a);
c) conexão (art. 61, II, b);
d) ofendido sob proteção da autoridade (art. 61, II, i);
e) embriaguez preordenada (art. 61, II, l);
f) agravantes no concurso de agentes (art. 62
6.3.2. Circunstâncias atenuantes:

a) menoridade ou velhice (art. 65, I);


b) desconhecimento da lei (art. 65, II);
c) motivo de relevante valor social ou moral (art. 65, III, a);
d) arrependimento (art. 65, III, b);
e) coação resistível, cumprimento de ordem de autoridade superior ou influência de violenta
emoção (art. 65, III, c);
f) confissão espontânea (art. 65, III, d);
g) influência de multidão em tumulto (art. 65, III, e);
h) circunstância inominada (art. 66, CP).

6.3.3. Causas de aumento e diminuição: circunstâncias legais que constituem fatores de aumento ou
diminuição da pena, em quantidades fixas ou variáveis, previstos tanto na Parte Geral quanto na
Parte Especial do Código Penal, e que possibilitam ao juiz, na terceira fase de aplicação da pena, a
fixação da sanção em quantum inferior ou superior aos limites (mínimo e máximo) previstos pelo
legislador.

6.4. Qualificadoras: circunstâncias que foram alçadas à categoria de elementares, modificando os


limites (mínimo e máximo) da sanção cominada pelo tipo básico, estabelecendo, assim, as margens
penais para a fixação da pena-base.

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